“Quando compus a música, só me vinha na cabeça Caetano cantando comigo.
Fiz o convite e ele topou assim que ouviu a canção. Me senti muito honrada!
Mais ainda porque ele participou do videoclipe que gravamos essa semana com
direção de cena de Jana Leite, direção de fotografia de Rodrigo Maia e produção
da Macaco Gordo e do Canto da Cidade. Caetano adorou... acho que abusei um
pouco dele nas cenas. Risos. Mas o resultado ficará incrível”.
[Daniela Mercury]
Letra e música: Daniela Mercury
Tá
proibido o Carnaval
Nesse
país tropical
Está
proibido o Carnaval
Nesse
país tropical
Tô
no meio da rua, tô louca
Tô
no meio da rua sem roupa
Tô
no meio da rua com água na boca
Vestido
de rebeldia
Provocando
a fantasia
Tô
no meio da rua, tô louca
Tô
no meio da rua sem roupa
Tô
no meio da rua com água na boca
Vestido
de fantasia
Provocando
a rebeldia
Minha
alma não tem tampinha
Minha
alma não tem roupinha
Minha alma não
tem caixinha
Minha
alma só tem asinha
Minha
alma não tem tampinha
Minha
alma não tem roupinha
Minha
alma não tem caixinha
Minha
alma só tem asinha
A
mulherada
Comandando
a batucada
O Trio Elétrico cantava
Libertando
a multidão
Frevo
fervendo
No
Galo da Madrugada
Pernambuco
não parava
De
fazer revolução
Filhos
de Gandhy
O
afoxé na resistência
O
caboclo era soldado
Do
Brasil na independência
No
Crocodilo
Stonewall,
estou aqui
No Carnaval beijando free
Salvador
é a nova Grécia
Quilombola,
tupinambá
O
corpo é meu, ninguém toca
Vatapá,
caruru
Iemanjá
lá no sul
Vai
de rosa ou vai de azul?
Abra
a porta desse armário
Que
não tem censura pra me segurar
Abra
a porta desse armário
Que
alegria cura
Venha
me beijar
Abra
a porta desse armário
Que
não tem censura pra me segurar
Abra
a porta desse armário
Que
alegria cura
Venha
me beijar
Está
proibido o Carnaval
Nesse
país tropical
Está
proibido o Carnaval
Nesse
país tropical
Tô
no meio da rua, tô louca
Tô
no meio da rua sem roupa
Tô
no meio da rua com água na boca
Vestido
de rebeldia
Provocando
a fantasia
Minha
alma não tem tampinha
Minha
alma não tem roupinha
Minha
alma não tem caixinha
Minha
alma só tem asinha
Minha
alma não tem tampinha
Minha
alma não tem roupinha
Minha
alma não tem caixinha
Minha
alma só tem asinha
A Liberdade,
a Caetanave, a Tropicália
O
povo de Maracangalha
Sai
dançando o meu axé
O
samba ensina
O
samba vence a violência
O
samba é a escola de quem ama esse país como ele é
Eu
falei Faraó e ninguém respondeu
Quem
come aqui sou eu, Romeu
Libera
a libido
Forró
em Caruaru, é?
Vai
de rosa ou vai de azul?
Abra
a porta desse armário
Que
não tem censura pra me segurar
Abra
a porta desse armário
Que
alegria cura
Venha
me beijar
Abra
a porta desse armário
Que
não tem censura pra me segurar
Abra
a porta desse armário
Que
alegria cura
Venha
me beijar
Está
proibido o Carnaval
Nesse
país tropical
Está
proibido o Carnaval
Nesse
país tropical
Axé,
axé, axé, axé, axé, axé, axé, axé, axé
Ficou
safada…
FOLHA DE PERNAMBUCO
Carnaval
Caetano e Daniela Mercury atacam a censura em novo
axé de Carnaval
A
música, que é a primeira reunião dos artistas, se chama 'Proibido o Carnaval' e
será lançada na próxima sexta-feira (25/1)
Claudio
Leal
Por:
Folhapress em 23/01/19
Foto: Celia Santos |
Uma reação carnavalesca à censura das artes reuniu em estúdio, pela primeira vez, o compositor Caetano Veloso e a cantora Daniela Mercury, em Salvador. "Tá proibido o Carnaval/ Nesse país tropical",
diz o refrão da música "Proibido o Carnaval", composta pela rainha
do axé.
O mote da proibição da folia surgiu há quatro anos, mas a letra ganhou
corpo depois dos vetos e protestos
ultraconservadores contra exposições e
performances no país.
"Abra a porta desse armário/ Que não tem censura pra me segurar/
Abra a porta desse armário/ Que alegria cura/ Venha me beijar", cantam os artistas que marcaram a história do
Carnaval da Bahia. A faixa de três minutos e
53 segundos será lançada na próxima sexta-feira (25/1).
Este repórter acompanhou três horas de gravações do clipe de Caetano e Daniela no Fera Palace Hotel, no centro de Salvador, nesta semana. A produção
mobilizou 14 bailarinos
e 12 modelos para integrar canto e dança, dentro do estilo dos desfiles da cantora
nos trios elétricos. Em 1992, o clipe de "Você não Entende Nada",
composição do tropicalista, celebrou o primeiro encontro audiovisual da dupla.
"Daniela é uma figura que
foi sempre reinventora do fenômeno que é o Carnaval de rua da Bahia. Ela segue
em frente, criando coisas. Eu gosto muito de 'Rainha Má', mas essa nova é uma
canção que tem uma vitalidade propriamente carnavalesca. Ela tem a alma da
marchinha de Carnaval, com o poder satírico, mas, ao mesmo tempo, livre da
própria sátira que faz. É carnaval, mesmo", disse Caetano, em temporada de
veraneio.
"Evidentemente, é uma
reação, uma resposta à tendência censora dos poderes brasileiros hoje. Isso é
interessante. Na história das marchas de Carnaval, o comentário político ou
social sempre houve. Nesse caso é muito autenticamente feito do jeito carnavalesco
de tratar essas coisas. Achei que é uma grande música de carnaval, que reafirma
a posição histórica de Daniela", completou.
Às 20h30, Daniela entrou em seu
quarto e espalhou na cama as alternativas de figurino. "A ideia é fazer uma homenagem bem ousada aos Dzi Croquettes",
avisou a Caetano. Ela recordou então as aulas de dança com Lennie Dale,
coreógrafo do grupo contracultural, e a colaboração de Cláudio Tovar com as
suas fantasias carnavalescas.
"Vou pôr seu marido nu numa banheira com bolas cor-de-rosa", brincou com Paula Lavigne. "Você quer que o Carnaval seja proibido mesmo, né?",
sorriu a produtora. Por fim, Caetano escolheu uma casaca com gola de paetês e
enlaçou uma gravata rosa.
"Bolsonaro é a consequência dessa sensação nossa de que a gente tem
que resolver as coisas de forma imediatista, que é alguém que vai salvar a
gente e não a democracia", comentou
Daniela, enquanto estava fora de cena.
"As coisas estão acontecendo. É uma tentativa de proibir o que não pode
ser proibido, o que a gente lutou tanto para libertar."
A cantora convocou a voz de
Caetano por associar a canção anticensura à tropicália. "O axé é encarnação do desejo tropicalista de liberdade,
democracia e brasilidade", explicou. "Essa letra foi feita agora. Só a ideia de que está proibido o
carnaval é antiga e gerou a 'Rainha Má' [em 2015]. Quem proibiu o Carnaval foi a Rainha Má, meu alter ego."
De última hora, ela mencionou
na letra a declaração da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos,
Damares Alves, de que "menino veste
azul e menina veste rosa". Num dos versos, surge a pergunta: "Vai de rosa ou vai de azul?".
Com uma roupa multicolorida do
estilista Amir Slama, ela opõe a alegria à opressão: "A rainha do axé puxa
todo mundo para frente, celebra a negritude, celebra eu ser lésbica, sermos
como somos. A canção fala por si. Eu brinco com o rosa e o azul para mostrar
que não se pode ficar encarcerado numa caixinha".
Roteirizado por Daniela,
dirigido por Jana Leite e com fotografia de Rodrigo Maia, além de contribuição
nos bastidores da empresária e jornalista Malu Verçosa, mulher de Daniela, o
clipe de "Proibido o Carnaval" não tem data de lançamento. Numa das
cenas mais extrovertidas, Caetano brincou com bexigas numa banheira do hotel -
mas sua nudez era apenas espiritual.
© Copyright 2019. Folha de
Pernambuco
Foto: Aline Cardoso |
Foto: Aline Cardoso |
2019 - DANIELA MERCURY & CAETANO VELOSO
PROIBIDO O CARNAVAL (Daniela Mercury)
Single
Lançamento: 24/1/2019
Plataformas digitais
2020
- DANIELA MERCURY & CAETANO VELOSO
Álbum “Perfume”
Páginas do Mar, Track 2.
Plataformas digitais
Lançamento: 10/1/2020
LA NACION | Espectáculos | Música
Daniela Mercury y Caetano
Veloso cantan contra "la censura" en Brasil
24 de enero de
2019
"Prohibido el Carnaval", la nueva canción de Daniela Mercury y Caetano Veloso contra la censura en Brasil - Crédito: Instagram |
Daniela Mercury y Caetano Veloso lanzaron
la canción "Prohibido el carnaval", en respuesta a los
polémicos dichos de la ministra de la Mujer, la Familia y los Derechos Humanos
de Brasil, la pastora pentecostal Damares Alvas, quien
a inicios de este año manifestó que "con
el gobierno de Jair Bolsonaro, los chicos volverán a vestirse de azul y las
chicas de rosa".
"Abre la puerta de este
armario, que no hay censura que me detenga. Abre la puerta de ese armario, que
la alegría cura, ven a besarme", dice la canción que lanzaron los músicos a modo
de contestación a la funcionaria. Y luego, en el pegadizo estribillo, se puede
escuchar: "Está prohibido el
carnaval en este país tropical".
Esta semana, además, al hablar con la prensa
brasileña sobre este lanzamiento, Veloso aseguró: "Es una reacción, una
respuesta a la tendencia censuradora de los poderes brasileños hoy".
En tanto, la cantante, reconocida no sólo por
su labor artística sino también por ser una activista por los derechos LGTB,
opinó: "Las cosas están pasando. Hay
un intento de prohibir lo que no puede ser prohibido, lo que tanto luchamos
para liberar. La canción habla por sí misma. Juego con el rosa y el azul para
mostrar que no podemos quedarnos encerrados en una cajita".
Asimismo, Mercury se mostró muy agradecida con Veloso en las redes sociales: "Estoy
saltando de felicidad. Gracias por grabar esa composición mía [en
referencia a su colega] y tan especial
para mí. ¡Te amo!".
Mercury y Veloso no son los únicos artistas
que salieron al cruce de las polémicas declaraciones de la ministra, también
hubo otras figuras que repudiaron sus palabras a través de
diferentes publicaciones en las redes sociales.
La artista brasilera Daniela Mercury canta contra la
censura de su país - Crédito:
Instagram
|
PROHIBIDO EL CARNAVAL
“Está prohibido el Carnaval
En este país tropical
Está prohibido el Carnaval
En este país tropical
. . .
Abre la puerta de este armario
Que no hay censura que me detenga
Abre la puerta de ese armario
Que la alegría cura
Ven a besarme
. . . “
Caetano
e Daniella Mercury lançam clipe com alfinetada em Damares Alves
Na música
'Proibido o carnaval', os cantores baianos perguntam: 'Vai de rosa ou vai de
azul?'. Daniela dedicou o clipe a Jean Wyllys
por
Correio Braziliense 05/02/2019
Os cantores Caetano Veloso e
Daniela Mercury lançaram, nesta terça-feira (5/2), o clipe da música Proibido o carnaval, composição em que
criticam o conservadorismo e que traz uma clara ironia à polêmica frase sobre
roupas rosas e azuis dita pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos, Damares Alves.
Em
um dos trechos da letra, os artistas cantam: "Quilombola, Tupinambá. O corpo é meu, ninguém toca. Carururu,
Iemanjá lá no Sul. Vai de rosa ou vai de azul?". Logo após esse
trecho, o vídeo mostra Daniela em uma banheira cheia de balões azuis e Caetano
em uma repleta de balões rosas.
Nos
primeiros dias de governo, um vídeo em que Damares aparece falando a
simpatizantes provocou polêmica na internet. Nele, a ministra afirma:
"Atenção, atenção. É uma nova era no Brasil. Menino veste azul e menina
veste rosa". A fala causou grande polêmica, e Damares se justificou
dizendo que havia dito apenas uma "metáfora contra a ideologia de
gênero".
Dedicatória
a Jean Wyllys
No
clipe da música, Daniela e Caetano também parecem preocupados em criticar o
conservadorismo. "Está proibido o
carnaval, neste país tropical", cantam no refrão. Em outro momento,
resgatam a frase "É proibido proibir", de uma das mais icônicas
canções de Caetano.
No
fim, um pequeno texto assinado pela cantora dedica o vídeo à Jean Wyllys,
ex-deputado federal pelo PSol que abriu mão de um novo mandato em 2019 por não
se sentir seguro no Brasil. "Dedico
este videoclipe ao meu amigo amado e incansável guerreiro Jean Wyllys. Estamos
te esperando de volta: o carnaval não está proibido. Axé!", diz a
mensagem.
Clipe gravado na suíte 308 do Fera Palace Hotel [1934] em Salvador da Bahia.
Lançamento: 5/2/2019 |
"Dedico este videoclipe ao meu amigo amado e incansável guerreiro Jean Wyllys. Estamos te esperando de volta: o carnaval não está proibido. Axé!"
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