“O texto não comporta
muita interpretação subjetiva. Se bem que os mais afoitos possam ver na opção
dos nomes Júlia/Moreno a indecisão do poeta sobre qual dos nomes daria a seu
filho. Mas o texto não faz questão de explicar-se a si mesmo. Vai se montando meio
nebulosamente como uma parede de palavras. Uma especie de construção, se bem
que não tão bem construida e sem o sentido maior que Chico Buarque deu a sua “Construção”.
…
Em Caetano o texto
tem uma função muito ambigua, porque a música que acompanha aquele
“Júlia/Moreno” é bastante conservadora e quadrada, opondo-se de certa forma ao
vanguardismo explícito (ou ironizado?) no texto.”
[Affonso Romano de
Sant’Ana, Música Popular e Moderna Poesia Brasileira,
3ª Edição, 1978, pág.
259-260.]
Música e letra: Caetano Veloso
© Gapa/Saturno
uma talvez júlia
uma talvez júlia
uma talvez júlia não tem
uma talvez júlia não tem nada
uma talvez júlia não tem nada a
ver
uma talvez júlia não tem nada a
ver com isso
uma júlia
um quiçá moreno
um quiçá moreno nem
um quiçá moreno nem vai
um quiçá moreno nem vai querer
um quiçá moreno nem vai querer
saber
um quiçá moreno nem vai querer
saber qual era
um
moreno
1973 - CAETANO VELOSO
6283 6242 / 3:17
Álbum "Araçá Azul"
Philips
LP 6349 054, B-2.
Philips
CD 824.691-2, Track 8.
1972
Revista Geração POP
Dezembro
– n° 2
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