O
título da mostra é inspirado na Ladainha de Santo Amaro, poema de
Mabel Velloso, escrito em 1996 por ocasião do aniversário de 50 anos de Maria
Bethânia.
“…
Maria de todo
sonho,
De música e harmonia,
Dos pratos e dos pandeiros,
Das festas de fevereiro,
Maria das chegadas
E também das despedidas,
Maria de todas as vidas,
Maria de todas as horas,
De música e harmonia,
Dos pratos e dos pandeiros,
Das festas de fevereiro,
Maria das chegadas
E também das despedidas,
Maria de todas as vidas,
Maria de todas as horas,
...”
" —
Acho que ela vai pirar quando vir o próprio camarim, logo na entrada —
tenta adivinhar a diretora Bia Lessa, sobre uma das instalações mais
impactantes, justamente a que abre a mostra: uma estrutura portátil de
ferro e cortinas que a cantora carrega em todos os shows, jamais vista
pelo público. — É o camarim que ela usa, há anos. Reproduzimos o
interior de maneira exatamente igual: o espelho no mesmo lugar, o
frasco de Rinosoro na mesinha, as flores, o banquinho onde a irmã,
Nicinha (que morreu em 2011) sempre ficava sentada. Ao lado, um vídeo
com imagens de Bethânia rezando dentro do camarim. É muito emocionante,
o ponto de partida da exposição."
Dona Canô |
9/8/2015 |
"Meu
verso transita
No concreto templo
De tua língua muda...
Como muda muda muda
Minha língua fica
Quando roça a tua."
No concreto templo
De tua língua muda...
Como muda muda muda
Minha língua fica
Quando roça a tua."
[Ana Basbaum, 12/9/2015]
Gentileza: Eduardo Lott
A TARDE
Sexta, 03/07/2015
Exposição em homenagem a Maria Bethânia é aberta no RJ
Luis Fernando Lisboa
Bethânia com Milton Nascimento, em foto do acervo particular da cantora
A história de uma voz que impactou para sempre a música brasileira é reinterpretada através de diversas linguagens artísticas. Assim pode ser definida a exposição Maria de Todos Nós: uma homenagem aos 50 de carreira da cantora Maria Bethânia em cartaz a partir de hoje no Paço Imperial (Rio de Janeiro). A mostra segue aberta ao público na capital carioca até o dia 13 de setembro, sempre de terça a domingo, das 12h às 18h, com entrada gratuita.
Sob direção geral de Bia Lessa, nome por trás da
estrutura cênica dos últimos shows de Bethânia, a exposição reúne mais de 100
artistas em prol da tarefa de oferecer uma visão única sobre o trabalho de um
dos maiores ícones do país.
Em entrevista para A TARDE, Bethânia afirmou que é
bom receber de volta a resposta das pessoas e que por isso adora os palcos.
"Eu acho maravilhoso. Mas, a maneira de receber na exposição é diferente.
No palco, estou ali fazendo e vivendo. Aqui, estou assistindo uma reverência.
Isso é muito bonito e muito grande", detalha.
Para ela, os tantos formatos artísticos em que os
seus 50 aos de carreira foram trabalhados são bons exemplos de uma carreira séria
e árdua luta. "Só que eu também dei muito trabalho para esses artistas. Ao
longo desses 50 anos eles encontraram muitos elementos para as façanhas que
estão aqui. É bonito ver uma trajetória materializada dessa forma. É uma
resposta comovidíssma. Eu estou comovida e a resposta deles é comovente",
resume.
Fotos: Fernando Cavalcanti
Reunião artística
A mostra nasceu a partir de um movimento voluntário de amigos e fãs de Bethânia - famosos ou anônimos. Todos foram reunidos pela produtora Ana Basbaum e colaboram com um sem fim de obras artísticas: são fotografias, vídeos, instalações, roupas, xilogravuras, joias, cadernos, bordados, etc. Fazem parte da lista de expositores nomes como Maria Bonomi, Irmãos Campana, Paulinho Moska, Mana Bernardes, Maria Luisa Mendonça, Maurício de Sousa, Mirabeau Sampaio e Moreno Veloso.
São 12 salas em ocupação circular do Paço Imperial, além de uma extensão para as ruas onde tapetes estampam poesias de figuras como Ferreira Gullar, Nélida Piñon e Zélia Duncan. Segundo Bia Lessa, para falar de de Bethânia é necessário muita individualidade e muita coletividade.
"Isso que é interessante no trabalho dela.
Esse caráter universal e contemporâneo. É importante frisar que, na realidade,
não houve uma curadoria. Não existiu um processo de seleção porque não se
tratava de escolher essa ou aquela obra. O bonito dessa exposição é o
espírito", explica.
A diretora acredita que o espírito diz respeito ao
que acontece com as pessoas. Portanto, o que cabia era um pensamento de como
juntar e criar um diálogo entre coisas tão díspares. "Por conta disso,
decidi usar elementos como feno, água, terra e serragem para criar uma costura
de um Brasil potente. Tanto a nível cultural como da própria natureza",
acrescenta.
A exposição foi financiada, sem leis de incentivo,
pela empresa de cosméticos Natura e abre as celebrações de dez anos do projeto
Natura Musical. De acordo com Fernanda Paiva, gerente de marketing
institucional da marca, foi um presente o casamento de duas datas importantes.
"Sem dúvidas Bethânia era uma das grandes
artistas que estavam faltando na nossa história. Se conectar com uma homenagem
aos 50 anos de carreira dessa cantora é começar a comemorar nosso aniversário
em grande estilo".
O quê: Exposição Maria de Todos Nós
Quando: De terça a domingo, das 12h às 18h, até 13 de setembro/2015
Onde: Paço Imperial (Praça XV de Novembro, 48, Centro - Rio de Janeiro)
Quando: Entrada gratuita
12 de setembro de 2015
Quando: De terça a domingo, das 12h às 18h, até 13 de setembro/2015
Onde: Paço Imperial (Praça XV de Novembro, 48, Centro - Rio de Janeiro)
Quando: Entrada gratuita
12 de setembro de 2015
Exposição em homenagem aos 50 anos de carreira
de Bethânia vem a Salvador no verão
Trabalhos
são assinados por amigos e fãs - anônimos e famosos -, reunidos pela produtora
executiva da cantora, Ana Basbaum
Telma Alvarenga
A
exposição Maria de Todos Nós, que fica até amanhã no Rio, após mais de dois
meses em cartaz, chega a Salvador em dezembro. A ideia é que a mostra, em
homenagem aos 50 anos de carreira de Maria Bethânia, permaneça no Museu de Arte
da Bahia (MAB), no Corredor da Vitória, por quase todo o Verão. Trata-se de uma
megaexposição, com cerca de 900 fotografias, 302 obras e 120 objetos.
Foto: Arte iBahia
Os
trabalhos são assinados por amigos e fãs - anônimos e famosos -, reunidos pela
produtora executiva da cantora, Ana Basbaum. São 160 artistas plásticos,
fotógrafos, poetas e músicos. Um dos destaques é a reprodução do camarim da
Abelha Rainha, logo na entrada. Outro, é o espaço dedicado a Santo Amaro da
Purificação, com uma centena de casinhas de madeira e receitas de Dona Canô
(1907/2012) espalhadas pelas paredes.
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