Yvonne Lara da Costa (Rio de Janeiro, 13 de abril de 1921 - Rio de Janeiro, 16 de abril de 2018).
● FORÇA DA IMAGINAÇÃO (D. Ivone Lara/Caetano Veloso) 1982
Foi Beth Carvalho quem promoveu a parceria mais
honrosa que eu poderia fazer: um samba com Dona Ivone Lara. Força da Imaginação.
Em 1965, assisti, com Dedé, ao
desfile das escolas de samba que celebrava o quarto centenário da cidade do Rio
de Janeiro. Numa arquibancada armada na avenida Presidente Vargas, ouvi o samba
enredo que é o meu preferido dentre todos, até hoje: Os Cinco Bailes Na
História do Rio. Dona Ivone Lara era autora. Acreditar: samba deslumbrando o
começo dos anos 1970 na voz de Roberto Ribeiro. Sonho Meu é uma das canções
mais bonitas e inspiradas que já foram feitas neste país. As vozes em terça de Gal Costa e Bethânia chegaram ali ao seu
auge de nobreza. Alguém me Avisou: Dona Ivone, cujo show no Vila Velha me
instigou a passar anos sonhando em fazer como samba, no cinema, o que Saura fez
com o flamenco - e ela, sem nem imaginar esses meus sonhos, escreveu o samba
dos baianos chegados ao Rio. Dona Ivone Lara deu sentido à minha vida.
Devagarinho. A cada gesto, a cada passo miudinho. Rainha eterna da cultura
carioca. Estamos esmagados de saudade mas exaltados de encantamento pela beleza
que a vida insiste em dizer que pode ter.
[17/4/2018, Caetano Veloso]
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