lunes, 9 de mayo de 2011

1984 - VELHICIDADE


Música: Péricles Cavalcanti
Letra: Carlos Mendes

Imagem zen
Ímã de gente
E mãe

Maravelhosa caiçara rara
Traz ao seu lado um vira-lata
Traça no espaço da via-láctea
Seus valiosos, leves passos
Embala o berço de uma raça
Usa o terço de Dersu Uzala

Imagem zen
Ímã de gente
E mãe

Se você não souber quando nasceu
Se você me disser que se esqueceu
E toda essa alma linda, índia
Que acalma o coração da História
E dá saudade, é o que há de
Glória, velhicidade
















1984 - CARLOS MENDES
Participación Especial: CAETANO VELOSO
Tema: VELHICIDADE (Péricles Cavalcanti/Carlos Mendes) 6224 9495 / 3:58
Álbum: ÍMÃ / EMI-Odeon LP 31C 064 422937, A-1.


















Mendes, a boa Vanguarda


Um rápido registro de um disco que mereceria todo um ensaio. Mas aqui vai ao 
menos a dica: "Imã" de Carlos Mendes (Odeon, abril 1984) é um dos mais 
interessantes lançamentos deste ano.

Um disco para pensar e refletir, com uma carga de vanguarda séria e criativa 
tão ampla quanto foi a do (ainda ) imcompreendida "Araçá Azul" (1973 ).

Aliás, não é sem razão que tanto Caetano ("Velhicidade") como Gilberto Gil 
("Pratitude") participam das faixas de abertura dos dois lados deste disco Gil como parceiros, Caetano como intérprete apenas. Cada uma das músicas de Carlos 
Mendes é repleta de criatividade, sonoridade e pesquisa (séria, repetimos). 

Paulista de Santos (13 de julho de 1955 ), filho de um dos monstros sagrados da música erudita de vanguarda Gilberto Mendes, Carlos formou-se em Fisica pela 
USP (1977 ), mas há seis anos começou a compor suas músicas, depois de ouvir 
muito João Gilberto, Gil, Caetano e os Beatles. Apresentou-se a alguns amigos radialistas e após participar de um festival com "Cool Jazz" chegou a um compacto simples ("Oamoréomar" / "Hora Só"), com apresentação entusiástica de Caetano.

Com apoio do irmão, o cineasta Odorico Mendes se lançou num elepê previsto 
como produção independente. Mas que acabou bancado pela Odeon. 
Um disco inovador da primeira a última faixa, na qual Carlos Mendes toca violão 
e canta tendo o apoio de instrumentista excelentes (João Donato, Chiquito Braga, Robertinho Silva, Amilson Godoy), arranjos de Rogério Duprat e no qual mostra 
que com inteligência e criatividade, tudo pode se transformar. Da inovadora homenagem a João Gilberto, com letra de Nelson Mota ("Am'Rose") a belissima 
versão que fez em parceria com Décio Pignatari de "Something's Gotta Give" de 
Johnny Mercer ("Algo Vai Pintar"), Carlos Mendes explora as potencialidades da 
palavra, a sonoridade do texto, os recursos instrumentais. Tudo, entretanto, com respeito pelo ouvido e sensibilidade, sem elocubrações que geralmente disfarçam 
a falta de talento de tantos falsos vanguardistas. Ao contrário, Mendes é um jovem 
que sabe o que quer e pretende.


[Aramis Millarch, 13/5/1984, Estado do Paraná]






 




[Caja 3 de 4, "Cuarenta Anos Caetanos"]
2009 - CAETANO VELOSO
Álbum "Certeza da Beleza"
Reedición en CD
Universal Music CD 60251789425, Track 12.




En 1980, cuatro años antes de su participación en el primer LP de Carlos Mendes (*), Caetano escribió el texto de presentación de un disco simple del músico y compositor.











































1980 – CARLOS MENDES
A. OAMORÉOMAR (Carlos Mendes) 3:20
B. HORA SÓ (Carlos Mendes) 2:24
Claragens S 7” nº 7.99.101.126


OAMORÉOMAR

boa viagem, brava
amaralina, barra
baraqueçaba
parati
OAMORÉOMAR
OAMORÉOMAR
copa, francês, sangava
tramandaí, una
itamambuca
iguape
OAMORÉOMAR
OAMORÉOMAR
itaparica, branca
maresia, paúba
porto seguro
cabrália
OAMORÉOMAR
OAMORÉOMAR

















(*) Publicista y cineasta, hijo de Gilberto Mendes -quien junto a Rogério Duprat, Willy Correa de Oliveira y otros-, es uno de los referentes en el campo de la música concreta de Brasil, realizó en 2005 un documental sobre su padre: A Odisséia Musical de Gilberto Mendes.



No hay comentarios:

Publicar un comentario