Música: Péricles Cavalcanti
Letra: Carlos Mendes
Imagem zen
Ímã de gente
E mãe
Maravelhosa caiçara rara
Traz ao seu lado um vira-lata
Traça no espaço da via-láctea
Seus valiosos, leves passos
Embala o berço de uma raça
Usa o terço de Dersu Uzala
Imagem zen
Ímã de gente
E mãe
Se você não souber quando nasceu
Se você me disser que se esqueceu
E toda essa alma linda, índia
Que acalma o coração da História
E dá saudade, é o que há de
Glória, velhicidade
1984 - CARLOS MENDES
Participación Especial: CAETANO VELOSO
Participación Especial: CAETANO VELOSO
Tema: VELHICIDADE (Péricles Cavalcanti/Carlos Mendes) 6224 9495 / 3:58
Álbum: ÍMÃ / EMI-Odeon LP 31C 064 422937, A-1.
Mendes, a boa Vanguarda
Um rápido registro de um disco que mereceria todo
um ensaio. Mas aqui vai ao
menos a dica: "Imã" de Carlos Mendes (Odeon,
abril 1984) é um dos mais
interessantes lançamentos deste ano.
Um disco para pensar e refletir, com uma carga de
vanguarda séria e criativa
tão ampla quanto foi a do (ainda ) imcompreendida
"Araçá Azul" (1973 ).
Aliás, não é sem razão que tanto Caetano ("Velhicidade")
como Gilberto Gil
("Pratitude") participam das faixas de abertura dos
dois lados deste disco Gil como parceiros, Caetano como intérprete apenas. Cada
uma das músicas de Carlos
Mendes é repleta de criatividade, sonoridade e
pesquisa (séria, repetimos).
Paulista de Santos (13 de julho de 1955 ), filho
de um dos monstros sagrados da música erudita de vanguarda Gilberto Mendes,
Carlos formou-se em Fisica pela
USP (1977 ), mas há seis anos começou a compor
suas músicas, depois de ouvir
muito João Gilberto, Gil, Caetano e os Beatles.
Apresentou-se a alguns amigos radialistas e após participar de um festival com
"Cool Jazz" chegou a um compacto simples ("Oamoréomar" /
"Hora Só"), com apresentação entusiástica de Caetano.
Com apoio do irmão, o cineasta Odorico Mendes se
lançou num elepê previsto
como produção independente. Mas que acabou bancado
pela Odeon.
Um disco inovador da primeira a última faixa, na qual Carlos Mendes
toca violão
e canta tendo o apoio de instrumentista excelentes (João Donato,
Chiquito Braga, Robertinho Silva, Amilson Godoy), arranjos de Rogério Duprat e
no qual mostra
que com inteligência e criatividade, tudo pode se transformar.
Da inovadora homenagem a João Gilberto, com letra de Nelson Mota ("Am'Rose")
a belissima
versão que fez em parceria com Décio Pignatari de "Something's
Gotta Give" de
Johnny Mercer ("Algo Vai Pintar"), Carlos Mendes
explora as potencialidades da
palavra, a sonoridade do texto, os recursos instrumentais.
Tudo, entretanto, com respeito pelo ouvido e sensibilidade, sem elocubrações
que geralmente disfarçam
a falta de talento de tantos falsos vanguardistas. Ao
contrário, Mendes é um jovem
que sabe o que quer e pretende.
[Aramis
Millarch, 13/5/1984, Estado do Paraná]
[Caja 3 de 4, "Cuarenta Anos Caetanos"]
2009 - CAETANO VELOSO
Álbum "Certeza da Beleza"
Reedición en CD
Reedición en CD
Universal Music CD 60251789425, Track 12.
En 1980, cuatro años antes de su participación en el primer LP de Carlos Mendes (*), Caetano escribió el texto de presentación de un disco simple del músico y compositor.
1980 – CARLOS MENDES
A. OAMORÉOMAR (Carlos Mendes) 3:20
B. HORA SÓ (Carlos Mendes) 2:24
Claragens S 7” nº 7.99.101.126
OAMORÉOMAR
boa viagem, brava
amaralina, barra
baraqueçaba
parati
OAMORÉOMAR
OAMORÉOMAR
copa, francês,
sangava
tramandaí, una
itamambuca
iguape
OAMORÉOMAR
OAMORÉOMAR
itaparica, branca
maresia, paúba
porto seguro
cabrália
OAMORÉOMAR
OAMORÉOMAR
(*) Publicista y cineasta, hijo de Gilberto Mendes -quien junto a Rogério Duprat, Willy Correa de Oliveira y otros-, es uno de los referentes en el campo de la música concreta de Brasil, realizó en 2005 un documental sobre su padre: A Odisséia Musical de Gilberto Mendes.
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