miércoles, 15 de mayo de 2024

2024 - CANCIONERO GERAL [1962-2023] - JOSÉ CARLOS CAPINAN

 

“Eu acho que a letra de música não é inferior à poesia do livro. Eu trabalho com esse espírito. Quando decidi utilizar mais a música como suporte, alguns poetas recriminaram a minha opção, achando que era inferior em termos de poética. Mas o ato de criar, tanto para o livro quanto para suporte musical, exige o mesmo comportamento de mim. É como se fosse um transe, em que meu orixá é a palavra, e eu recebo a minha poesia”



“Eu acho que a música é um suporte ágil, faz a poesia entrar em 

contato mais facilmente com o público. Percebi que a música
 
era de alcance universal e quando eu tive que fugir da Bahia 

[para o Rio de Janeiro], em 1964, por conta desse envolvimento 

com o movimento de cultura popular, comecei a fazer parcerias 

musicais”, relembra. São dezenas de colaboradores 

acumulados: Paulinho da Viola, Edu Lobo, Gilberto Gil, Caetano

Veloso, Geraldo Azevedo, João Bosco, Tom Zé.... “O que não me

falta é parceria”


José Carlos Capinan


Cancioneiro geral [1962-2023], organizado por Claudio Leal e Leonardo Gandolfi, abarca mais de sessenta anos de trabalho artístico de Capinan, reunindo todos os seus livros de poesia, além de poemas esparsos e uma vasta seleção das canções escritas pelo poeta entre 1965 e 2023, seguidos de um posfácio do jornalista Claudio Leal e textos críticos assinados por José Guilherme Merquior, Ênio Silveira, Gilberto Gil e Luiz Carlos Maciel.


Lançamento 16 de maio de 2024, na Academia Baiana de Letras (ABL).


Parcerias con Caetano Veloso: 

- BONINA (gravada por Marília Medalha, 1968)

- CLARICE (gravada por Caetano Veloso, 1968; Clara Nunes, 1972 e Orlando Silva, 1973) 

MARIA, MARIA (gravada por Maria Bethânia - 1968)



José Carlos Capinan - Crédito: Divulgação/Rodrigo Sombra










Grande parte de nossa melhor poesia chega ao público pelas ondas do rádio. Do samba ao rap, da bossa nova aos vários ramos e gerações da mpb, temos chamado de letristas alguns dos grandes poetas da língua portuguesa, que muitas vezes não chegam a reunir suas palavras em livros. Nessa longa tradição, o nome de José Carlos Capinan — ou simplesmente Capinan — é uma presença das mais significativas.

Desde os anos da Tropicália, seus versos são musicados por parceiros como Edu Lobo, Fagner, Gilberto Gil, Jards Macalé e Paulinho da Viola, cantados por vozes como as de Gal Costa, Caetano Veloso, Elis Regina, João Bosco e Maria Bethânia, regravados por gerações de artistas e, acima de tudo, cantarolados por milhões de ouvintes, que talvez não saibam que devem ao poeta baiano as letras de “Soy loco por ti, América” ou “Papel machê”, entre centenas de outros grandes sucessos que sabemos de cor. 

Em paralelo às parcerias musicais, Capinan também esteve sintonizado com outros caminhos da poesia de sua época, tendo publicado diversos livros em que sua rara e combativa sensibilidade social se expressa tão intensamente quanto nos discos. 

Como afirma Maria Bethânia, na orelha desta edição, “Capinan escrevendo é lírico, político, guerreiro, autor raro, brilhante, vivendo na carne cada verso, cada rima, cada expressão”. 


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