1994 - Gal Costa e o presidente Itamar Franco |
1994
Revista Notícias nº 79
3 de outubro de 1994
VIAGEM
À ORIGEM
Por Bettina Lenci
Lançamento
de Museu aberto do descobrimento é um impulso ò valorização da história, à
reflexão sobre o potencial do país e à preservação da área onde aportou Pedro
Álvares Cabral
Os municípios baianos de Prado, Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália formam o cenário descrito no livro Museu aberto do descobrimento – O Brasil renasce onde nasce, co-editado pela Fiesp/Ciesp e pela Fundação Quadrilátero do Descobrimento.
Lançada na última terça-feira, dia 27, no Museu do Ipiranga, em São Paulo, a publicação leva o mesmo nome do empreendimento que visa resgatar a memória histórica do país.
Caetano Veloso, Arnaldo Jabor, An tônio Risério, Roberto Pinho e José Luís
Conceição Silva são os autores dos textos. O livro, com 240 páginas, também
revela, por meio do trabalho de quarenta fotógrafos, o cenário que deu origem
ao Brasil de hoje. A tiragem é de 4 mil exemplares, dos quais 2 mil serão
distribuídos pela Fiesp e os demais ficarão à venda nas livrarias.
Ao
resgatar a história do descobrimento, a obra convida a uma viagem ao ano de
1500, passando pelo texto clássico da carta de Pero Vaz de Caminha, acompanhado
pelo mapa mais antigo do Brasil, de 1502, conhecido como Mapa de Cantino. A
partir dessa época, o leitor parte rumo ao futuro. Num trajeto de setenta
quilômetros de costa atlântica aparecem oito centros culturais, que seriam
construídos até o ano 2000, quando se comemoram os 500 anos do descobrimento.
Nessa
viagem é possível avistar, além do cenário histórico da chegada de Pedro
Álvares Cabral ao Brasil, um museu ecológico a céu aberto – ape sar de ele
estar perdendo “os grandes arvoredos” de que falava Caminha, em razão do
desmatamento e do turismo predatório. Mesmo assim, 90% da região continua
idêntica à situação de 1500. De acordo com a Fundação Quadrilátero do
Descobrimento, enquanto o Brasil só dispõe de 7% de mata atlântica, a região de
Porto Segu ro conserva 60%.
O
presidente da Fiesp/Ciesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, que apoiou a
proposta de criação do Museu Aberto do Descobrimento, idealizado pelo
presidente da fundação, Roberto Costa Pinho, disse no lançamento do livro que o
evento é uma oportunidade para que os empresários mostrem sua verdadeira face,
onde está estampada a determinação de resgatar a identidade nacional. “Com esse
lançamento, podemos iniciar de forma competente a comemoração dos 500 anos do
descobrimento do Brasil”, disse. Moreira Ferreira destacou a parceria entre São
Paulo e a Bahia, e a necessidade de preservar a história e a origem do país.
O
evento foi prestigiado por gran de número de personalidades da vida política,
empresarial e cultural. Além de Arnaldo Jabor, foram destaques as presenças da
cantora Gal Costa, do primeiro vice-presidente da Fiesp/Ciesp, Max Schrappe, e
do ator Antônio Abujamra.
Neste
mês, Carlos Eduardo Moreira Ferreira terá a responsabilidade de fazer dois
lançamentos internacionais da obra. O primeiro deles ocorrerá nesta
terça-feira, dia 4, na feira do livro de Frankfurt, Alemanha, o maior evento
editorial do mundo, e o segundo no dia 13, na Torre de Belém, em Lisboa, Portugal,
ponto de partida da frota de Pedro Álvares Cabral.
27/9/1994 - Museu do Ipiranga, em São Paulo Foto: José Cordeiro |
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