lunes, 9 de enero de 2023

1994 - MUSEU ABERTO DO DESCOBRIMENTO: O Brasil Renasce Onde Nasce

 

1994 - Gal Costa e o presidente Itamar Franco








9/2/1994 - Foto: Ailton de Freitas - Folha de S.Paulo






1994

Revista Notícias nº 79

3 de outubro de 1994


VIAGEM À ORIGEM


Por Bettina Lenci

 

Lançamento de Museu aberto do descobrimento é um impulso ò valorização da história, à reflexão sobre o potencial do país e à preservação da área onde aportou Pedro Álvares Cabral

 

Os municípios baianos de Pra­do, Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália formam o cenário descrito no livro Museu aberto do descobri­mento – O Brasil renasce onde nasce, co-editado pela Fiesp/Ciesp e pela Fundação Quadrilátero do Descobrimento. 


Lançada na última terça-feira, dia 27, no Museu do Ipiranga, em São Paulo, a publicação leva o mesmo nome do empreendimento que visa resgatar a memória histórica do país.


Caetano Veloso, Arnaldo Jabor, An­ tônio Risério, Roberto Pinho e José Luís Conceição Silva são os autores dos textos. O livro, com 240 páginas, também revela, por meio do trabalho de quarenta fotógrafos, o cenário que deu origem ao Brasil de hoje. A tira­gem é de 4 mil exemplares, dos quais 2 mil serão distribuídos pela Fiesp e os demais ficarão à venda nas livrarias.

Ao resgatar a história do descobrimento, a obra convida a uma viagem ao ano de 1500, passando pelo texto clássico da carta de Pero Vaz de Caminha, acompanhado pelo mapa mais antigo do Brasil, de 1502, conhecido como Mapa de Cantino. A partir dessa época, o leitor parte rumo ao futuro. Num trajeto de setenta quilômetros de costa atlântica aparecem oito centros culturais, que seriam construídos até o ano 2000, quando se comemoram os 500 anos do descobrimento.

Nessa viagem é possível avistar, além do cenário histórico da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, um museu ecológico a céu aberto – ape­ sar de ele estar perdendo “os grandes arvoredos” de que falava Caminha, em razão do desmatamento e do turismo predatório. Mesmo assim, 90% da região continua idêntica à situação de 1500. De acordo com a Fundação Quadrilátero do Descobrimento, enquanto o Brasil só dispõe de 7% de mata atlântica, a região de Porto Segu­ ro conserva 60%.

O presidente da Fiesp/Ciesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, que apoiou a proposta de criação do Museu Aberto do Descobrimento, idealizado pelo presidente da fundação, Roberto Costa Pinho, disse no lançamento do livro que o evento é uma oportunidade para que os empresários mostrem sua verdadeira face, onde está estampada a determinação de resgatar a identidade nacional. “Com esse lançamento, podemos iniciar de forma competente a comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil”, disse. Moreira Ferreira destacou a parceria entre São Paulo e a Bahia, e a necessidade de preservar a história e a origem do país.

O evento foi prestigiado por gran­ de número de personalidades da vida política, empresarial e cultural. Além de Arnaldo Jabor, foram destaques as presenças da cantora Gal Costa, do primeiro vice-presidente da Fiesp/Ciesp, Max Schrappe, e do ator Antônio Abujamra.

Neste mês, Carlos Eduardo Moreira Ferreira terá a responsabilidade de fazer dois lançamentos internacionais da obra. O primeiro deles ocorrerá nesta terça-feira, dia 4, na feira do livro de Frankfurt, Alemanha, o maior evento editorial do mundo, e o segundo no dia 13, na Torre de Belém, em Lisboa, Portugal, ponto de partida da frota de Pedro Álvares Cabral.

 

PINHO, Roberto Costa; CHACON, Alex Peirano (orgs.). Museu Aberto do Descobrimento: O Brasil Renasce Onde Nasce. Salvador/São Paulo: Fundação Quadrilátero do Descobrimento/Gráficos Burti, 1994. Págs. 237.

 

[Textos de Arnaldo Jabor, “Enigma Brasil, Realidade e Esperanca” – “Eu sou a Pátria Amada de Mil Faces”, de Antônio Risério, del propio Roberto Costa Pinho e Caetano Veloso, “UTOPIA II – O Brasil no Limiar do Terceiro Milênio”]











27/9/1994 - Museu do Ipiranga, em São Paulo
Foto: José Cordeiro



































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