sábado, 13 de febrero de 2021

2021 - MARIA BETHÂNIA - Live

 


Em comemoração aos 56 anos de uma das carreiras mais sólidas e discretas da Música Popular Brasileira, a baiana Maria Bethânia, fará sua primeira live.

Será no dia 13 de fevereiro, a partir das 22h, com apresentação direto da Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, e a transmissão será pelo GloboPlay. 

Segundo o site Hugo Gloss, os clássicos do repertório de Bethânia, como 'Nege', 'Explode Coração', 'Olhos nos Olhos', 'Onde Estará o Meu Amor?', estão confirmadados. Haverá ainda, em primeira mão, canções inéditas de seu próximo disco.


07/02/2021

'Não ter fevereiro em Santo Amaro, para mim, é negar a vida', diz Maria Bethânia

Cantora se prepara para primeira live e reflete sobre os impactos da pandemia em sua vida. como, por exemplo, não poder participar das celebrações religiosas anuais em sua terra natal

 

Talita Duvanel


Maria Bethânia - Foto: Jorge Bispo

 

No próximo sábado, Maria Bethânia pretende fazer o de sempre: tirar um cochilo depois do almoço:

— Acho que sou a única cantora que, em dia de estreia, dorme após comer. Sou baiana, do Recôncavo (da cidade de Santo Amaro), e mantenho essa tradição da sesta.

A estreia a que se refere é sua primeira live (com transmissão gratuita do Globoplay, às 22h) em 56 anos de carreira. O dia, apesar de vivido de forma simples, é carregado de simbolismo e comemorações. Foi no 13 de fevereiro de 1965 que ela subiu ao palco do show “Opinião”, no Rio, ao lado de Zé Keti e João do Vale, substituindo Nara Leão. Naquele momento, sua trajetória ganhou projeção nacional. Foi também num 13 do mesmo mês, em 2016, que desfilou na Mangueira como campeã do carnaval carioca com o enredo “Maria Bethânia: A menina dos olhos de Oyá”.

— É um dia especial para mim, muito grande, cheio de mistério e força — diz ela, aos 74 anos, em entrevista por áudio de WhatsApp, por onde chegou até a cantar um trecho de “O canto do Pajé”. — Mas vou proceder da mesma maneira que faço há 56 anos. Vida normal: me alimento, cuido de mim, descanso para chegar o mais inteira possível para fazer a apresentação. Sem festas, é uma apresentação.

Um show desafiador para a artista brasileira de relação mais visceral com o palco e com a plateia. Cantar num teatro vazio foi, inclusive, o que a deteve até agora, com quase um ano de pandemia, a se render ao formato de live.

— Realizo meu ofício com muita dramaturgia e com uma relação aguda com os presentes. Então, me imaginar fazendo uma coisa do jeito que sei e de que gosto, sem plateia, ficou um pouco difícil. Não senti verdade — conta. — Agora, aceitei porque aprendi muito com as lives que vi. Foi uma escola bonita.

O local escolhido para a apresentação é a Cidade das Artes, e a direção artística é de LP Simonetti, nome por trás das lives de Roberto Carlos, Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Ivete Sangalo.

— Teremos Bethânia e quatro músicos — adianta ele. — Vamos jogar o telespectador para perto dela. Será uma transmissão clássica e com classe.

Para a cantora, os grandes mestres do formato são Teresa Cristina (“Fiquei muito comovida com a ideia inicial dela, achei encantadora, forte e corajosa”), Adriana Calcanhotto, Chico César e seu irmão, Caetano. Ela assistiu a todas as apresentações on-line dele e ainda deu sugestões no repertório.

No setlist da live de sábado, além de sucessos da carreira (“Negue”, “Olhos nos olhos”, “Onde estará o meu amor” e “Explode coração” estão cotadas para entrar), haverá também novidades do álbum “Noturno”, que sai este ano pela Biscoito Fino. Ele foi gravado em setembro, em apenas três semanas, único momento em que ela saiu de casa durante todo o ano de 2020.

— Não pensei que fosse ter coragem de me jogar num estúdio, um ambiente fechado, com pouca ventilação e ar-refrigerado. Mas foi um impulso grande — lembra. — Tinha um repertório inédito, e queria botar voz naquelas palavras. Fui com todas as proteções, todos foram testados semanalmente. Sei que isso não funciona como vacina, mas é um modo de se prevenir. Fiquei fechada numa caixinha de acrílico (risos).

 

Música sobre tragédia

No novo álbum, Bethânia faz uma dedicatória antes de cada música. Numa das faixas, ela destina sua interpretação aos “indiferentes”. É em “2 de junho”, composição de Adriana Calcanhotto sobre a tragédia do menino Miguel. A morte do filho da empregada doméstica Mirtes Renata, que caiu do nono andar de um prédio de luxo em Recife quando estava sob os cuidados da dona da casa, Sari Corte Real, emocionou Adriana. A dor, transformada em versos, também abateu Bethânia.

— Eu quis cantar e fiz com meu coração muito comovido. Difícil colocar numa música um drama tal. Adriana conseguiu — diz, antes de refletir sobre o poder das manifestações culturais. — A arte tem nos sustentado nesse período. Por mais estranho que seja, é a única coisa em que quase podemos tocar. O resto é tão desvanecido, inseguro, sem chão.

As atribulações e incertezas desse momento histórico e singular atingiram Bethânia com força, ainda mais neste início de ano, quando ela costuma ir para sua terra natal participar das festividades religiosas. O documentário “Fevereiros” (2017), de Marcio Debellian, mostra como esse período é inspirador e potente para ela:

— Não ter fevereiro em Santo Amaro, para mim, é negar a vida. Não consigo levar numa razoável, quanto mais numa boa. Tem sido dificílimo.

Bethânia vai passando os dias e as horas como pode, relendo Fernando Pessoa e Eucanaã Ferraz, ouvindo blues do Mississipi, fazendo sessões de fisioterapia para compensar a parada no corre-corre dos shows (“o corpo ressente”, diz) e cuidando do jardim. Mas são os bordados que lhe dão mais prazer. Vira e mexe, quando dá na telha, para e borda. Não paisagens, frisa, mas textos e poemas.

— Sou uma pessoa muito caseira. Essa coisa de que falam: “Quando a gente puder se abraçar…” Eu não sou muito (assim) — admite. — Minha angústia é não ter a normalidade. Uma pessoa chegar para visitar, conversar, tomar uma cerveja ou uma água de coco. Não poder pegar um avião, passar um fim de semana em casa, na Bahia. Isso é uma prisão.

A violência da Covid-19 não abalou sua fé (ele é católica e candomblecista). O medo dela é o sofrimento, não a partida.

— Caetano diz que eu não tenho medo de morrer. Ele tem mais, se comparado a mim. Meu medo é sobre o que antecede a morte. Ainda mais nessa doença cruel, que tira o ar (respira fundo ao fim da frase). É muito complicado. Eu sou filha do ar, de Iansã. Vacina, pelo amor de Deus!

É na imunização que ela aposta suas fichas para comemorar os 75 anos dia 18 de junho, em Santo Amaro. Se for “um projeto nacional abrangente”, quer assistir a uma missa na Igreja da Nossa Senhora da Purificação e depois se reunir com os irmãos no quintal da casa dos pais. Quando pensa na idade e no envelhecimento, gargalha e apenas diz:

— Temos dores e delícias, graças a Deus.

E ri mais uma vez, quando fala da importância do sexo e da paixão na vida de uma mulher de quase 75 anos:

— São fundamentais.



qui., 11 de fevereiro de 2021 

Maria Bethânia prepara sua primeira live sem fingir que tudo está normal agora


ÚRSULA PASSOS

 

30.07.2019 - A cantora Maria Bethânia durante entrevista no Rio de Janeiro. Foto: Lucas Seixas/Folhapress

  

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Chegou a hora, não dá mais para segurar. Depois de quase um ano de pandemia, Maria Bethânia vai se juntar ao bloco das lives neste sábado. A cantora diz ter aceitado fazer sua primeira apresentação ao vivo sem público agora porque já aprendeu muito vendo os shows nesse formato e que não adianta fingir ou mentir.

"Aprendi que não é para fingir que está fazendo como você é no normal, porque nada é normal neste momento", diz ela por telefone do Rio de Janeiro, onde mora. "Estou fazendo sabendo que não tem público, que não tem aplauso, que não tem a resposta imediata do que falo, do que digo, do que canto."

Por isso, diz ela, está trabalhando para fazer uma coisa que toque as pessoas, que chegue a elas sabendo que estão distantes. "Não tem mentira." O show, que acontece num dos palcos da Cidade das Artes, na zona oeste do Rio, será transmitido pelo Globoplay.

Não fosse o vírus, o sábado seria de Carnaval, porém, a vencedora com a Mangueira cinco anos atrás vai deixar a folia deste ano de lado. "Primeiro, porque eu não sou carnavalesca e, depois, porque no mesmo dia tem show da Ivete Sangalo e da Claudia Leitte. Quer mais Carnaval?", diz Bethânia quando questionada se levará a energia da festa para sua live.

A cantora diz que tampouco cantará sambas-enredo, nem mesmo aqueles dos quais foi tema. Bethânia foi a homenageada da Mangueira há cinco anos com "A Menina dos Olhos de Oyá" e, em 1994, pela mesma escola, com Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso, foi tema de um desfile sobre os Doces Bárbaros, com o samba "Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu".

"Vou cantar algumas coisas do meu repertório mais desejado pelo público, passar por alguns shows que já fiz e que hoje são pertinentes", diz ela, mencionando "Brasileirinho" e "Rosa dos Ventos", que este ano faz 50 anos de estreia. "Passo pelas boates, pela noite -que tem uma relação com meu disco novo", completa.

"Noturno", o próximo álbum de Bethânia, que deve ser lançado no fim de março, foi gravado no ano passado e tem composições de Tim Bernardes, Chico César e Adriana Calcanhotto, incluindo "2 de Junho", sobre a morte de Miguel Otávio Santana da Silva, que caiu do prédio em que a patroa de sua mãe morava, no Recife. "Uma coisa dramática", diz Bethânia.

Ela conta ainda que abre o disco cantando "Bar da Noite", sucesso na voz de Nora Ney nos anos 1950. "Quando eu era menina, era louca por essa canção", diz a cantora.

Segundo ela, o disco é variado, "como os meus de sempre", mas, talvez, com uma sobriedade maior. "Na minha voz, hoje em dia, a menina pouco aparece. É muito mais a voz da mulher, de uma mulher madura, de 74 anos." Os arranjos também são sóbrios, com piano e voz, ou violão e voz, na maior parte das músicas.

Bethânia diz que anda quieta, trancada em casa desde março do ano passado. Conta que, contra as recomendações que surgiam sem parar desde o começo do isolamento social, não arrumou armários -"está tudo uma bagunça"-, leu algumas coisas, mas não passou a ser mais leitora do que já era, e que tem visto pouca televisão -nada de reprise de novelas, mas sim seriados.

Ela, que já foi trilha de tantas novelas, agora essas também suspensas pela pandemia, diz que acompanhava "Amor de Mãe", "uma ótima novela", na qual sua voz embalava Lourdes, a protagonista vivida por Regina Casé, com "Onde Estará o Meu Amor". A trama das nove deve voltar com capítulos inéditos no dia 15 de março.

 "Estou cansada, como todo mundo. Todo mundo está abatido, sentido e assustado. Eu também. O noticiário é sempre difícil", diz Bethânia. "A pior coisa nessa pandemia é perder a espontaneidade, a naturalidade do gesto, do convívio, do contato. É muito difícil você desaprender e reaprender rapidamente, de uma maneira imposta, rígida e dura."

É no bordado que ela se acalma. Bethânia diz que voltou à prática na pandemia e que aprendeu a bordar na infância, obrigada, nos primeiros anos da escola, que cursou numa instituição religiosa. "Mas eu não bordo paisagem, nem formas, nem nada disso. Eu bordo letras de músicas, poemas, versos soltos", diz.

A capa de seu próximo disco será, conta, um desses bordados. Alguns, ela dá de presente para amigos. Outros, guarda. "Recebo muitas coisas de amigos, coisas que são bonitas, que não conheço, que são importantes, e retribuo bordando, assim reservo para mim, e fica mais meu, recebo mais."

Pois sábado, "nessa noite de magia", como canta a letra do samba mangueirense, será de Bethânia, "abelha rainha, fera ferida, bordadeira da canção".

 


GLAMURAMA

12/02/2021

Maria Bethânia se prepara para sua primeira ‘live’ e adianta o que apresentará para o público: “Direi os poemas que gosto, meus pensamentos, cantarei canções que falam sobre esses 56 anos de carreira…”

 


O Carnaval deste ano pode não ter os tradicionais festejos que mobilizam o país, mas terá a presença de ninguém menos que Maria Bethânia. Neste sábado, às 22h, vai rolar a primeira live da cantora, que comemora 56 anos de carreira.

No repertório, canções que marcaram a trajetória de Maria Bethânia, além de músicas de seu novo álbum. Em entrevista, a ‘abelha rainha da MPB’ fala sobre essa experiência inédita na sua carreira e conta o que o público pode esperar do show, que será aberto também para não assinantes do Globoplay. Já estamos a postos!


O que a levou a fazer esta live?

Além de querer chegar até o público de alguma maneira, este dia, 13 de fevereiro, é uma data em que tenho muitos motivos bonitos para comemorar. Marca a minha estreia profissional nacionalmente com o show Opinião, o dia em que fui campeã da Mangueira com o enredo em minha homenagem, esse ano acontece também os 50 anos de “Rosas dos Ventos”, um espetáculo mágico para mim, entre tantos outros acontecimentos emocionantes que me acompanham nessa data.

 

Como é esse modelo de apresentação para você?
Para mim é como se fosse um ensaio, que é uma das partes que mais gosto na minha carreira porque proporciona muita naturalidade, momentos de descobertas e amadurecimento do que apresento nos palcos. Me encanta também o fato do público me conhecer nesse ambiente fora de um espetáculo nos moldes que estou acostumada a realizar, que envolvem muita dramaturgia e uma relação intensa com a plateia.

 

Qual será o clima da live?

Será uma maneira nova de encontro com o público. Direi os poemas que gosto, meus pensamentos, cantarei as canções que falam sobre esses 56 anos de carreira e também minhas escolhas atuais.

 

E o repertório?

O repertório traz músicas conhecidas, que as pessoas gostam de ouvir , mas também coisas que gosto de cantar, que têm a ver comigo agora, aos 74 anos, além de músicas inéditas do meu novo disco, “Noturno”, passando por canções que acho importantes serem cantadas neste dia, nesse momento.

 

Como é a sua preparação para suas apresentações?

Vida normal. Minha natureza já é muito caseira. No dia da apresentação em si eu descanso, apesar da ansiedade, e faço uma passagem de som apenas, sem ensaio.

 



13/02/2021

Maria Bethânia faz primeira live neste sábado: 'Será uma maneira nova de encontro com o público'

Transmissão acontece a partir das 22h, no Globoplay, e será aberta para não assinantes. Clássicos e músicas inéditas vão estar no repertório.

Por G1

Maria Bethânia — Foto: Jorge Bispo / Divulgação

A primeira live de Maria Bethânia acontece neste sábado (13/2), a partir das 22h, no Globoplay. O show vai ser transmitido direto do Rio de Janeiro, sem a presença de plateia e sem convidados.

O dia 13 de fevereiro é cheio de significados para a cantora de 74 anos. Foi neste dia, em 1964, que ela estreou o show Opinião, marco inicial de sua carreira profissional, e em 2016, o dia em que desfilou como campeã pela Mangueira com o samba enredo em sua homenagem.

"Será uma maneira nova de encontro com o público. Direi os poemas que gosto, meus pensamentos, cantarei as canções que falam sobre esses 56 anos de carreira e também minhas escolhas atuais", explica Bethânia sobre o novo formato.

Além de grandes sucessos como "Olhos nos olhos" e "Explode coração", sambas de roda e músicas inéditas do próximo disco, "Noturno" estarão no repertório do show.


Maria Bethânia faz primeira live neste sábado (13) no GloboPlay


Bethânia era uma das únicas que não tinha se rendido às lives, formato que ficou muito popular em 2020 por conta da pandemia de Covid-19.

"Para mim, é como se fosse um ensaio, que é uma das partes que eu mais gosto na minha carreira porque proporciona com muita naturalidade momentos de descobertas e amadurecimento do que apresento nos palcos", diz.

"Me encanta também o fato do público me conhecer nesse ambiente fora de um espetáculo nos moldes que estou acostumada a realizar, que envolvem muita dramaturgia e uma relação intensa com a plateia".

 

Live Maria Bethânia

Quando: Sábado (13) às 22h

Onde: Globoplay - Transmissão aberta para não assinantes




Ensaio - Foto: Ana Basbaum


13/2/2021 (Instagram)




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