No II
Festival da Música Popular Brasileira da TV Record (10 de outubro de 1966), 'Disparada' dividiu o primeiro lugar junto com 'A Banda' de
Chico Buarque.
Letra:
Geraldo Vandré
Música:
Théo de Barros
1966
Prepare o seu
coração pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do
sertão, eu venho lá do sertão
Eu venho lá do
sertão e posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não,
ver a morte sem chorar
E a morte, o
destino, tudo, a morte e o destino, tudo
Estava fora do
lugar, eu vivo pra consertar
Na boiada já fui
boi, mas um dia me montei
Não por um motivo
meu, ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer
tivesse, porém por necessidade
Do dono de uma boiada
cujo vaqueiro morreu
Boiadeiro muito
tempo, laço firme e braço forte
Muito gado, muita
gente, pela vida segurei
Seguia como num
sonho, e boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi
rodando nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fue
fui sonhando, as visões se clareando
As visões se
clareando, até que um dia acordei
Então não pude
seguir valente em lugar tenente
E dono de gado e
gente, porque gado a gente marca
Tange, ferra,
engorda e mata, mas com gente é diferente
Se você não
concordar não posso me desculpar
Não canto pra engañar,
vou pegar minha viola
Vou deixar você de
lado, vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui
boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por
ninguém, que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que
pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa
de seu querer ir mais longe do que eu
Mas o mundo foi
rodando nas patas do meu cavalo
E já que um dia
montei agora sou cavaleiro
Laço firme e braço
forte num reino que não tem rei
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