Deezer recebe Caetano Veloso para gravação de podcast Essenciais
29 de maio de 2019
Vitrine Brasil Shows
“Deixa eu cantar”. O sonho
da música na vida de Caetano Veloso, estrela do podcast
da Deezer, vem da infância. Ele revela sonhos e fantasias
dessa época, no episódio que vai ar no próximo trimestre, exclusivamente na
plataforma da Deezer. O artista contou para Roberta Martinelli,
apresentadora do programa, que quando tinha cerca de 11, brincava com cartas e
imaginava entre reis e rainhas, ele era um valete importante de uma grande
orquestra, alguém muito relevante no universo da música. E olha aí o poder da
imaginação e sonho de uma criança.
O Essenciais, podcast original da Deezer, traz grandes nomes da música brasileira em
entrevistas informais. Usando a discografia do artista como fio condutor, em
cada episódio, eles contam sua história costurando vida e carreira por meio de
15 canções.
A narrativa é construída na voz do artista que
revela fatos talvez nunca revelados antes. Entre os convidados entrevistados os
essenciais Elza Soares, Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Martinho da Vila, Tom
Zé, Gal Costa e Djavan.
1. CORAÇÃO VAGABUNDO
2. ALEGRIA, ALEGRIA
3. ATRÁS DO TRIO ELÉTRICO
4. LONDON LONDON
5. IT'S A LONG WAY
6. ARAÇÁ AZUL
7. DA MAIOR IMPORTÂNCIA
8. MINHA MULHER
9. GENTE
10. TERRA
11. TREM DAS CORES
12. O ESTRANGEIRO
13. FORA DA ORDEM
14. ODEIO
15. TODO HOMEM
15. TODO HOMEM
Por Redação
Julho 19, 2019
Caetano Veloso avalia peso da ditadura: “Será que o
Brasil tem que pagar tanto carma assim para chegar a dizer o que ele realmente
tem a dizer ?”
Ele é leonino – como gosta de salientar – e
dispensa apresentações. Onipresente na música e na cultura nacional
contemporânea, Caetano Veloso ousadamente foi atravessando barreiras que o
tempo mal conseguiu lhe impor e segue atento e forte; e crítico. É isso que
mostra ao falar sobre a ditadura, por exemplo, no Essenciais, podcast da Deezer
que homenageia músicos brasileiros por meio de conversas que usam a discografia
do artista como fio condutor.
“Se onde queres revólver sou coqueiro”, como diz na
letra de “Quereres”, de 1984, ano de
Diretas Já, Caetano foi e é
publicamente contra um querer político que violente seus princípios, o que lhe
fez preso, exilado e ter capas de discos censuradas. No podcast, ele avalia o
peso da ditadura não só na sua obra, mas como um “carma” que ameaça a grandeza
do país.
“Será que o Brasil tem que pagar tanto carma assim
para chegar a dizer o que ele realmente tem a dizer? Se as reações são tão
profundas às possibilidades do Brasil é por causa da inevitável grandeza que o
país tem que representar no mundo. O Brasil tem originalidade, é um país de
dimensões imensas. A gente fala português nas Américas. Tem uma população
altamente miscigenada. É muita coisa. Sabem por que fazem tudo para não dar
certo? Porque se der certo é muito! Então a reação é muita. E a reação tem sido
muita, mas a gente aguenta. Eu vou em frente”, afirma o artista.
O contexto político e social tão presente em
Caetano, no entanto, não é o resumo de sua obra. A ousadia pode ser notada
durante o Essenciais nos passeios
pelos álbuns que se tornaram clássicos e fundamentais. Da criação do
Tropicalismo ao sucesso de “Ofertório”; do massacre ao disco “Muito” – cuja sua
reação à crítica se tornou meme – à oposição a Bush Pai e a Nova Ordem Mundial com “Fora da Ordem”, em “Circuladô”.
O
disco Muito, de 1978, foi o menos vendido e recebeu uma chuva de críticas
negativas. Uma delas, do jornalista Geraldo Mayrink, da revista Veja, muitos
anos depois se tornou um meme. É aquele em que aparece Caetano dizendo: “Você é
burro cara, que loucura como você é burro.”
O
contexto, segundo Caetano, foi o seguinte: “Ele tinha feito um negócio dizendo
que a minha capacidade de escrever os versos das letras das canções tinha caído
muito. E dava exemplos de como estava escrevendo mal com trechos das canções. E
todos não eram meus, eram citações! E aí pensei o cara tá por fora, o cara é
crítico de música e não sabe das coisas”, explica. “Muito” é o disco que traz
algumas de suas canções mais populares como “Terra” e “Sampa”.
E
pensar que poderíamos ter ficado com uma história musical abreviada de Caetano.
No período do Tropicalismo ele considerou deixar a música. Quando criança
pensava em ser filósofo, depois professor e artista plástico, porque gostava de
pintar.
“A
música apareceu, foi uma causalidade. No período do Tropicalismo decidi que ia
deixar de fazer música. Tinha uns amigos místicos que diziam que era uma
missão, que seria uma coisa grande. Eu não me guio por isso. Eu me reencontro
com isso. Quando eu falei do Brasil ter uma vocação, uma possibilidade de
grandeza, eu sinto isso.”
Ainda
bem que este patrimônio da nossa cultura mudou de ideia e seguiu trazendo
trilhas sonoras para nossas histórias. Quer saber mais? Ouça Caetano Veloso
falando sobre tudo isso no Essenciais Deezer.
“E aquela música,
reducida ao mínimo, com o que tem que dizer.
Eu adoro. É engraçado. Eu fiz para Dedé.
E Dedé nunca
demonstrou gostar dessa canção.
Uma vez ela até
reagiu:
'Que coisa chata.
Minha Mulher, Minha Mulher, Minha Mulher'"
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