domingo, 4 de diciembre de 2016

1972 - O DEMIURGO



Fotos: Alberto Bisoni


















1971
Revista inTerValo
Ano IX – n° 442
Junho

Capa: Cláudio Cavalcanti
Foto de J. Ferreira da Silva

Editora Abril



A mais nova faceta dos baianos

CAE E GIL DERAM
UMA DE ATOR

Uma patota de brasileiros
em Londres fêz um filme
inspirado na mitologia




Enquanto esperam para ver o que vai dar o LP "Gilberto Gil in Concert", lançado na Inglaterra, Caetano e Gil vão ultimando a montagem de um filme no qual trabalham todos os que estão ligados aos dois compositores baianos, inclusive suas respectivas esposas. 
O filme ainda não tem título definitivo, mas provavelmente receberá o nome do personagem interpretado por Caetano Veloso: Demiurgo. 
Na fita, é contada a história de varios personagens mitologicos em forma de tragédia, com a turma tropicalista vestindo roupas de deuses gregos. 
O personagem interpretado por Cae é um hipnotizador e adivinho. Gil sera Pã, o deus dos pastores, e o mais recente baiano a se juntar a turma em Londres, Macalé, interpretara o Visitante dos Trópicos. No filme ha inclusive uma precursora de Betty Friedman: é a lider feminista das bacantes, vivida por Dedé Gadelha, mulher de Cae. Sandra, a mulher de Gil, será a ninfa Século de Péricles e, como existia mais uma personagem feminina, Cassandra, a Anunciadora da Morte, deram o papel a Leilah Assumpção, autora da peça teatral "Fala Baixo Senão Eu Grito". 
A equipe que trabalhou no filme, cuja duração e de uma hora e meia, é formada de brasileiros. A direção é de Jorge Mautner e a trilha sonora tem a assinatura principal de Gilberto Gil. No Brasil, a fita devera estrear  dentro de aproximadamente 3 meses.








 




 
 
 
 

 

O Demiurgo foi filmado em Londres, em 1970, em 16 mm colorido, e tem aproximadamente 75 minutos de duração. Sobre ele, Glauber Rocha disse ser o melhor filme feito sobre e no exílio. O Demiurgo tem como atores principais os cantores Caetano Veloso, no papel título, e Gilberto Gil, no papel do deus Pan, além do próprio diretor Jorge Mautner no papel de Mefistófeles. Além disso, há participações do músico Jards Macalé, no papel de emissário do país distante, que traz recados para o Demiurgo Caetano; do artista plástico José Roberto Aguilar, no papel do decadente filósofo Sócrates; e de Leilah Assunção, no papel da sacerdotisa do Kaos, que oferece uma lata de coca-cola envenenada para o deus Pan Gilberto Gil, para matá-lo. Há outros papéis importantes representados por Dedé Veloso, primeira mulher de Caetano Veloso, no papel de líder das mulheres amazonas e bacantes e que desejam matar o Demiurgo; Sandra Gadelha, "Drão", ex-mulher de Gilberto Gil, faz o papel de uma destas amazonas também; outras importantes personalidades exiladas em Londres, na época, participam do filme, tornando ele um importante documento histórico.


Jorge Mautner









KAOS FILMES
O DEMIURGO

CAMERA: Lauro Gomes
SOM: Professor Kaliban
MONTAGEM: Professor Kaliban
PRODUÇÃO: Mello G.
LEGENDAS E PINTURA: Aguilar
CAETANO VELLOSO
GILBERTO GAL
MACALÉ
JORGE MAUTNER
AGUILAR ANLY
LEILÁ ASSUMPÇÃO
LIPSI LU LEE
RUTH PANTERETE
Século de PÉRICLES
Clibas netto
LENA HOLLIDAY
Guiza Lamour
Dedé Manhã
SANDRÃO
BIA TAYLOR
VERINHA BAHIA
LAZY YOKO
INÊS
ROSINHA
LODO STONE
FERNANDO ÁGUIA DE HAI
CLOVIS
PAULO HERCULANO
PELÉ É O MAIOR

DIREÇÃO: JORGE MAUTNER






 

 



 


 

 





Caetano Veloso canta ao violão "Viola, meu bem", samba de roda do recôncavo da Bahia


Caetano Veloso, "Disseram que eu voltei americanizada"






O Cirandeiro

Jards Macalé

Na asa do vento












 


1971
O PASQUIM
n° 101 - Rio de Janeiro
10 a 16/6/1971
32pp.



JORGE MAUTNER TRANSA COM

CAETANO 

GIL









Durante dois anos quase, eu lavei pratos em restaurantes de Babylon-New-York-City, fui empregado de assistente de garçom carregando caixotes cheios de camarões, garrafas de vinho, lavei cozinhas ao som de soul music, limpei milhares de cinzeiros mas nunca fui promovido a garçom. Eu invejava muito o Neville D’Almeida. Depois fui massagista. Foi Ruth quem me deu a idéia. 

Coloquei um anúncio no Village Voice e comecei a fazer massagens orientais em muitas pessoas de variados backgrounds sociais em Gotham City. Como todos os dias faço ginástica (uma hora e meia) e como aprendi algo de karatê e tai-chi-chuan eu acabei fazendo ótimas massagens de espinha. Era um tempo estranho, com tempestades de neve lá fora e leitura de Heidegger. E escrevendo meu manuscrito de 3 mil páginas.

Depois veio a primavera e eu e Ruth fomos pra Londres subitamente num avião a jato. E foi lá, foi lá que eu conheci Caetano Veloso e Gilberto Gil. Eu entrei de guarda-chuva na casa de Caetano e disse uma profecia. O Caetano ficou impressionado e disse tremulamente — "Você é profeta, é?" Eu disse mais tremulamente: — Bem, não são bem profecias, são análises, análises totalizantes que incluem muitas coisas, por exemplo..." E falei, falei. Gilberto Gil disse — "Ei, nêgo, você toca bandolim, é?" E eu timidamente no dia seguinte trouxe meu bandolim e tocamos, tocamos, noites, dias, e a lua sumia por dentro da névoa londrina. Aquele relax londrino com juventude sensual imitando os Rolling Stones pelas ruas do ex-império a passear.

Com Caetano eu tocava (acompanhando fazendo ecos e fraseados) sambas antigos, de Noel e Caimmy, de Ismael Silva e Ary Barroso, todo aquele repertório popular de Caetano. Com Gil eu tocava acompanhando o seu novo som africano-rock-heavy-brazilliance-electricity. Às vezes predominava o jazz, às vezes rock & baião. Falava-se muito de tudo. Inumeráveis discussões sobre Nietzsche, Hegel, estruturalismo, discos voadores, Dionisius e Apolo. Quando eu voltava para a casa do Arthur que me hospedava lá em Londres, eu vinha pela madrugada (eu e Ruth) pensando naquelas maravilhosas criaturas que eu havia conhecido. Eu, um mitólogo massagista e lavador de pratos em New York, de repente na Bahia em plena Londres! Um dia o Caetano ao ouvir eu cantar uma canção minha chamada "O Vampiro", ficou entusiasmado e disse que ia gravar. 

Eu fingi que não havia escutado e só quando ele repetiu é que eu me manifestei em sorrisos chineses e cortesias que tais. Eu sou uma estranha mistura do século XIX e do XXI pulando o XX. Os baianos são o mel, a bondade, a ternura, o cristianismo, a generosidade, o amor de um Brasil que só agora descobri através deles. Então eu disse para Caetano e Gil: — "VOCÊS ME TIRARAM DA LAMA".

Depois fomos à Espanha, e foi em Barcelona que eu vi com que crueldade pagã Cae gostava das touradas. Ele ficava espiando o sangue sair do touro entre horrorizado e fascinado. Era como se toda a violência que a Cae tanto horror causa, fosse naquele momento algo que pudesse conter beleza.

Gil em suas vestes africanas fazia as autoridades espanholas se espantarem muito. Foi na Espanha que eu Gil e Cae falamos de Deus e na anti-matéria, no destino dos astros, na desintegração da matéria, e nos deuses. Foi aí que nasceu a letra "Three Mushrooms". Também falava muito Périkles (que fez agora um filme com Dedê como atriz principal). Ruth e Dedê falavam muito formando uma espécie de complô feminista contra os homens. Foi aí que eu as comecei a ver como Bacantes e Amazonas, coisa que eu iria aproveitar no filme "O Demiurgo".

Um dia, quando Caetano foi visitar as ruínas de um templo grego, eu que acompanhava o cortejo do mestre bem lá atrás, ouvi um grupo de espanhóis murmurarem quando Cae passou: — "É um príncipe mouro, um príncipe de uma casa muito antiga". Mas outro dia Cae foi atacado por um policial porque estava de biquini escandaloso. Eram assim os dias e as noites na Espanha. Foi durante este período que Gil musicou a letra "Babylon" que são memórias sintetizadas de New York, e "Crazy Pop Rock", que é um rock ecológico-so-cial. Foi durante este período também que Gil ficou treinando bastante sua guitarra elétrica e todos brincavam com seu filho que era recém-nascido e muito bem cuidado por Sandra, sua mãe. O nome dele é Pedrinho e eu saudei o seu advento com uma letra que falava na era de Aquarius.

Depois chegaram Rogério Sganzerla e Helena Ignez, e também Julinho Bressane, e aí o ambiente enriqueceu-se com a presença desses radicais românticos. Caetano e eu andávamos muito preocupados com a lógica, a razão, e a história.

As discussões multiplicaram-se. A idéia do filme brotou como uma flor selvagem na boca de Caetano. Foi ele quem propôs: — "Vamos fazer um filme?" Mas como muitas das idéias do divino mestre, guru, prestidigitador e rei da Bahia, a idéia pairou no ar e depois transformou-se numa canção. Foi só em 1971 que a concretizamos. Era ainda julho de 1970.

Depois eu e Ruth voltamos para New York, e Antônio Bivar ficou com a gente no Chelsea Hotel. A neve caiu poderosa e New York mais uma vez me fascinou com seu vampirismo expressionista. Depois chegou Hélio Oiticica que ficava admirando a lua amarela em cima do anúncio do YMCA.

Voltei para Londres com Ruth Pante-rete em inícios de 1971, e foi aí que começamos a rodar o filme. Gil já com seu conjunto formado tocando maravilhosamente sua guitarra elétrica e com um som genial. Toquei um dia com ele lá no Marquee, sob os olhares vigilantes e de águia de Guilherme Araújo. Cae formando seu conjunto trabalhando com Macalé, e lendo Levi-Strauss La pensée sauvage. O filme é colorido e Caetano é um Demiurgo (mistura de oráculo, prestidigitador, pitonisa, profeta) Gil é o deus Pã, Leilah Assumpção é Cassandra, e eu sou Satã, a negação. Há a revolta das mulheres che-fiadas por Dedê. Há milhares de situações e acontecimentos. Aguilar, o pintor, é Sócrates, mestre do Demiurgo, e o filme teria sido impossível sem a inestimável colaboração de Ruth que explodiu a minha alma e me fez crescer os cabelos, e sem a assistência da direção constante, os palpites maravilhosos, a criatividade, a presença dinâmica de Arthur de Mello Guimarães.

Caetano Veloso é preocupadíssimo com assuntos dos mais variados, de Filosofia à História, e sua casa é um centro de discussões de onde emana uma luz de aurora renascentista. Cae acha graça no meu modo de escrever como uma fábrica. Nossos diálogos são muito estranhos porque ele é um poeta, um dos maiores poetas brasileiros, com agudíssima informação, um prestidigitador, um demiurgo cujas referências estarão sempre localizadas no Brasil, na Bahia. Na querida Bahia. Eu sou um desintegrado, um indivíduo dissolvendo-se em cacos internacionais. Um escritor pop. Vejo Cae como um rei oriental, com abanos, corte, dengosidade baiana, registrando o mundo e as incríveis contradições da nossa época através desta peculiar posição. Caetano não tem crise de identificação, suas referências são nítidas e seguras, a Bahia mítica, tribal e mágica.

Gilberto Gil disse que é pela primeira vez que sente a música como um trabalho. Um trabalho cotidiano, um serviço de operário. Gil possui uma serenidade, uma tranqüilidade de quem realmente está em relação desalienada com o seu trabalho. Caminha para um ascetismo de dedicação integral para com a música, eu diria que o seu ser poético, todo seu sistema nervoso, tudo nele, se encaminha para um contínuo processo de crescimento e desa-lienação na simplicidade reencontrada. Ambos aprofundaram-se, estão em caminhos separados porém paralelos, muito mais simples, mais despojados do que na época do tropicalismo. Os dois estão navegando agora pelos desconhecidos mares do oceano aberto, em cujo horizonte a grande noite e a eterna aurora os espera. Na obra dos dois, cada vez mais diferenciada, profunda, e simples, sente-se o emanar de uma luz de aurora, renascença, esperança. Dentro da amargura atual, a obra dos dois, cada vez mais diferenciada, irradia uma vibração de bálsamo, uma inquietude fermentadora, indicando o caminho do oceano aberto, aquele de Nietzsche, aquele de Aurora.

Para além da incrível criatividade do nosso trabalho em conjunto, foi através destes dois iluminados baianos que eu conheci pela primeira vez um Brasil desconhecido para mim, um Brasil misterioso, doce, dengoso, cheio de riquezas míticas e humanas sem fim. Estranha a-liança, deveras estranha, destes dois sóis da Bahia com um desintegrado produto industrial, eu, Jorge Mautner, pura negação permanente.
Quanto ao filme, foi uma viagem de prazer e agonia. Numa das cenas em que eu, Cae e um jovem chamado Upsi Luli sacrificamos a Dionisius oferecendo a ele nosso sangue, o sangue saiu muito aguado, e eu para salvar a situação, tentei consertar e disse: — "Eis, eis o nosso sangue como água". Mas não deu certo porque Caetano caiu na gargalhada com todo mundo. Aliás Caetano tem um nome artístico no filme: chama-se Caetano Veloso. Acumular as funções de diretor e ator foi uma experiência incrível e eu me senti um pouco Charlie Chaplin.

Macalé no filme canta uma estranha cantiga com letra minha que dura 8 minutos. É quase uma ária de ópera-candomblé. Nunca vi filme mais irônico do que este, e ao mesmo tempo com um élan de tragédia musical. Como os meus livros, o filme nada tem a ver com situações dramáticas, relacionamentos psicológicos dos personagens. O filme é uma farsa, uma fábula. Oh! La Fontaine, se as pessoas soubessem como você é atual!

Leilah Assumpção está magnífica em seu papel de Cassandra, e Dedé tem uma longa cena de namoro com Caetano Veloso ao som de "Coração Vagabundo". O filme é a fusão de quatro influências: expres-sionismo alemão, Godard, Glauber, pop americana. E um quinto elemento tropicalmente brasileiro de chanchada.

Claro que o filme é muito mais como tudo é sempre muito mais. O filme é denso, profundo, aterrorizante. Há uma nostalgia romântica a pairar por cima do filme, e acho que ele é algo muito novo.

Caetano participou da montagem, Gilberto Macedo foi a peça principal. Agradeço a todos que me tiraram da lama, e espero que todos vocês leitores d’O PASQUIM assistam ao filme.

Um dia eu li O PASQUIM pelas ruas de New York em meio a uma tempestade de neve.
Como este mundo é estranho!
























2018

Mulheres do Cinema Brasileiro


13A CINEOP - SEGUNDO DIA



Caetano Veloso em cena de O Demiurgo (1972), de Jorge Mautner
Crédito: Jackson Romanelli / Universo Produção

Publicado em 1987, A História do Cinema Brasileiro, organizado por Fernão Ramos, virou imediatamente bíblia para pesquisadores e amantes do nosso cinema. Por ali, percorríamos um caudaloso panorama dividido em módulos escritos por vários outros pesquisadores, e que iam da Bela Época e os chamados Ciclos Regionais até outras fases como Chanchada e Vera Cruz.

A boa notícia é que a publicação está de volta, só que revista e amplamente reformulada. Para isso, Fernão Ramos conta agora com a professora e também pesquisadora Sheila Schvarzman, como organizadora ao seu lado.

O pré lançamento de Nova História do Cinema Brasileiro: Novos enfoques, materiais e perspectivas aconteceu aqui na 13a Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto na sexta, 15, em mesa mediada pelo jornalista José Geraldo Couto e que reuniu Scheila e alguns autores: Guiomar Ramos; João Luiz Vieira e Luciano Ramos.

A rigor, pelo que foi apresentado na mesa, é uma outra publicação, mesmo porque os textos reaproveitados foram atualizados, como o da lavra do professor e pesquisador João Luiz Vieira.

E não só isso, segundo Scheila os ciclos que identificavam as fases do cinema brasileiro foram abandonados, já que elas não são estanques, mas se imbricam, e novas abordagens foram incluídas, como no texto sobre o cinema experimental um enfoque para os cineastas Aloysio Raulino, Arthur Omar, Carlos Adriano.

Segundo Sheila Schvarzman, foi orientado também a todos os convidados a se atentarem para as questões da negritude, do feminismo e indígena em suas abordagens.

A publicação em dois volumes Nova História do Cinema Brasileiro: Novos enfoques, materiais e perspectivas não ficou pronta para o lançamento na Cineop, e, segundo a organizadora, chega às livrarias no final do mês pela editora do Sesc.

A Tropicália

À noite foi a vez de conferir no Cine Vila Rica, na Mostra Histórica, o delicioso O Demiurgo (1972), de Jorge Mautner.

O Demiurgo é um filme que o Mulheres queria muito ver, e a experiência ficou ainda melhor por ser no cinema e em bela cópia.

Realizado durante o exílio dos tropicalistas em Londres durante a ditadura civil-militar, o filme, dirigido pelo compositor, cantor e integrante do Tropicalismo Jorge Mautner já impressiona em sua abertura, com ele encarnando um satã cabeludo em meio à ruínas de uma construção a emular a guerra e do fim dos tempos.

A partir daí, acompanhamos o sarcástico demônio tentando corromper o coração do Demiurgo, encarnado por Caetano Veloso, depois de um embate com um Sócrates rastejante e em nova rota.

Caetano Veloso está maravilhoso como o Demiurgo, e se Gal Costa permanecia no Brasil empunhando a bandeira do Tropicalismo, ele , ao lado de Gil e outros em Londres, personificava o movimento desde as vestes ultra coloridas até os cabelos desgrenhados e esvoaçantes.

Sua composição do Demiurgo seduz desde a primeira aparição, tanto pelos diálogos e falas, como pela sua postura em cena, sarcástica, debochada, e também com um tanto de inocência ultrajada e luta por fiapos de alegria, já que, mais uma de vez, Veloso já disse o quanto sofreu no exílio de saudades do Brasil e de sua gente.

Tropicalista até a medula e feito na moldura do cinema experimental, O Demiurgo coloca ainda em cena Gilberto Gil como o Deus Pan, e várias mulheres, dentre elas uma belíssima Dedé, mulher de Caetano à época, como as guerreiras Amazonas.

Há, ainda, espaço para a execução ao vivo registrada no filme para canções como Vampiro, de Jorge Mautner, reunindo o autor e Veloso.

Mais que um registro de sua época, o que já o faria valioso, O Demiurgo sobrevive como ótimo cinema e como potente exemplar do cinema experimental.


A 13a Cineop segue até o dia 18 de junho de 2018








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