Baseado
na autobiografia de André Midani, o longa revela acontecimentos fundamentais da
música brasileira a partir da vida e das relações do executivo da indústria
fonográfica, responsável por moldar carreiras exemplares e pelo crescimento da
área no Brasil entre 1950 e os anos 2000.
Sua história é contada através de
diversos encontros informais acompanhados de jam sessions realizadas na casa do
próprio André, com artistas, intelectuais e jornalistas que o influenciaram e
foram influenciados por ele; encontros que trouxeram inúmeros frutos, materiais
e imateriais, à cultura do país.
MIDANI, André. Música, ídolos e poder: do vinil ao download. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira S.A., 2008. Pág. 296.
Lançamento do livro “Música, ídolos e poder: do vinil ao download”, de André
Midani, na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon”. 8/10/2008.
Foto: Paulo Jabur
|
André Midani lançou o livro
“Música, Ídolos e Poder: do Vinil ao Download” na Livraria Cultura do Conjunto
Nacional, em São Paulo. 14/10/2008.
Foto: Verena Smit
|
10 de Novembro de 2008
André Midani
Editora Nova Fronteira
O homem que sabe demais, mas que simplesmente não conta
Se quisesse, André Midani poderia iluminar com sua autobiografia muitos aspectos ainda obscuros dos caminhos que a música feita no Brasil seguiu a partir da segunda metade dos anos 50. Não quis. Talvez o executivo mais importante da história da nossa finada indústria fonográfica, ele preferiu não emitir sua própria opinião sobre os fatos e as pessoas que menciona em seu livro. Foge de contar algum detalhe de bastidor um pouco mais ácido e passa rápido demais por acontecimentos históricos importantes, terminando todas as conversas antes do fim. Também não se preocupa em localizar o leitor em termos cronológicos – o que faz com que cada fato possa ter ocorrido tanto em 1959 quanto em 1985. Francês radicado no Brasil desde 1955, Midani esteve por traz de momentos fundamentais na nossa música. Contratou João Gilberto para gravar Chega de Saudade (1959) na Odeon, inaugurando a bossa nova. Bancou Araçá Azul (1972), o álbum mais experimental de Caetano Veloso, o antológico Elis e Tom (1974) e os sensacionais trabalhos pós-jovem guarda de Erasmo Carlos. No começo dos 80, investiu em nomes como Ultraje a Rigor e Lulu Santos, impulsionando e solidificando o BRock. Não trabalha mais com isso, mas ainda tem muita história para contar.
Marcus Preto [Rolling Stone]
Editora Nova Fronteira
O homem que sabe demais, mas que simplesmente não conta
Se quisesse, André Midani poderia iluminar com sua autobiografia muitos aspectos ainda obscuros dos caminhos que a música feita no Brasil seguiu a partir da segunda metade dos anos 50. Não quis. Talvez o executivo mais importante da história da nossa finada indústria fonográfica, ele preferiu não emitir sua própria opinião sobre os fatos e as pessoas que menciona em seu livro. Foge de contar algum detalhe de bastidor um pouco mais ácido e passa rápido demais por acontecimentos históricos importantes, terminando todas as conversas antes do fim. Também não se preocupa em localizar o leitor em termos cronológicos – o que faz com que cada fato possa ter ocorrido tanto em 1959 quanto em 1985. Francês radicado no Brasil desde 1955, Midani esteve por traz de momentos fundamentais na nossa música. Contratou João Gilberto para gravar Chega de Saudade (1959) na Odeon, inaugurando a bossa nova. Bancou Araçá Azul (1972), o álbum mais experimental de Caetano Veloso, o antológico Elis e Tom (1974) e os sensacionais trabalhos pós-jovem guarda de Erasmo Carlos. No começo dos 80, investiu em nomes como Ultraje a Rigor e Lulu Santos, impulsionando e solidificando o BRock. Não trabalha mais com isso, mas ainda tem muita história para contar.
Marcus Preto [Rolling Stone]
GLAMURAMA
22/6/2014
Gil e Caetano Veloso dão voz ao documentário
sobre André Midani
André Midani, poderoso da indústria fonográfica
brasileira
|
Glamurama
descobriu mais sobre o documentário que André Midani vai ganhar das mãos de
Andrucha Waddington e Mini Kerti.
Ele,
responsável por lançar a bossa nova e o tropicalismo, além de investir em peso
no rock nacional dos anos 80, vai ter sua história de vida na música retratada
-lembrando que hoje ele tem 81 anos.
O
longa vai ter entrevistas com vários músicos que fizeram parte de sua
trajetória, como Gilberto Gil e Caetano Veloso, que, por sinal, foram
entrevistados na casa da família Midani nesse sábado, na Gávea, Rio. O
documentário, ainda sem nome, deve ficar pronto no final do ano.
O encontro nos domínios do
casal Gilda e André Midani reuniu, além de Gil e Caetano, Flora Gil, Andrea
Franco, Emilio Kalil e Pedro Waddington -diretor e filho de Andrucha
Waddington, que ajudou na gravação.
Andrea Franco e Gilda Midani nos bastidores
da gravação nesse sábado
|
Emilio Kalil, André Midani, Gilberto Gil e Caetano
durante a gravação nesse sábado
|
André Midani e Sergio Chermont de Brito na Livraria
da Travessa do Leblon. Relançamento do livro, 16/3/2015.
|
11/2/2015
Série documental 'André Midani - do vinil ao
download' estreia em março, com a participação de nomes como Caetano Veloso e
Gil
A partir de 10 de março, às 23h, em cinco episódios.
A partir do 10 de março, às 23h, o GNT estreia com
exclusividade “André Midani - Do Vinil ao Download”, série sobre a história de
um dos maiores executivos da indústria da música no Brasil. Baseada no livro homônimo,
publicado em 2008 pela Editora Nova Fronteira, e que está sendo relançado com
dois capítulos inéditos, a série tem produção da Conspiração Filmes e direção
de Andrucha Waddington e Mini Kerti.
O programa narra a trajetória desse nome que influenciou os principais e
mais importantes movimentos musicais dos últimos 50 anos no Brasil. André
deixou sua marca no mercado fonográfico com contribuições nas carreiras de
grandes artistas da MPB, da bossa nova e do rock nacional.
Dividido em cinco episódios, de 60 minutos cada, a série segue o formato
de documentário e promove encontros mais que especiais. De intelectuais a
artistas, ele conseguiu reunir um time invejável de amigos e admiradores. As
reuniões, sempre informais, foram realizadas em sua própria casa no Rio de
Janeiro e acabaram se transformando em verdadeiras jam sessions da mais alta
qualidade musical.
Nomes como Ney Matogrosso, Baby do Brasil, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Fernanda Montenegro, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Frejat, Jorge Ben, Erasmo Carlos e muitos outros que tiveram suas carreiras influenciadas por Midani, revelam os bastidores e curiosidades de momentos cruciais da música brasileira. A série traz interpretações musicais de mais de 60 canções, que fazem parte da história não só dos artistas presentes na produção, mas de todos os brasileiros.
Nomes como Ney Matogrosso, Baby do Brasil, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Fernanda Montenegro, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Frejat, Jorge Ben, Erasmo Carlos e muitos outros que tiveram suas carreiras influenciadas por Midani, revelam os bastidores e curiosidades de momentos cruciais da música brasileira. A série traz interpretações musicais de mais de 60 canções, que fazem parte da história não só dos artistas presentes na produção, mas de todos os brasileiros.
Nascido na Síria e criado na França, o empresário atuou não só no
Brasil, mas em outros países da América Latina e em Nova York, nos Estados
Unidos. Editada em ordem cronológica, a série documental começa nos anos 50 e
60, com a chegada de Midani ao Brasil e o início da Bossa Nova, e encerra esse
verdadeiro passeio pela música popular brasileira no quinto episódio, que tem o
download como tema. “Peguei um navio para ir à Argentina. Quando o barco parou
por aqui (no Rio de Janeiro), pensei que nunca tinha visto uma coisa tão linda:
5 de dezembro, às 6h, o sol se levantando, em 1955”, relembra emocionado.
Cada capítulo traz um pouco da fascinante jornada do produtor musical e do crescimento da indústria fonográfica brasileira.
Cada capítulo traz um pouco da fascinante jornada do produtor musical e do crescimento da indústria fonográfica brasileira.
São eles:
Parte 1)
Vinil (10/3, às 23h) – Anos 50 e 60. A chegada de André ao Brasil no final de 1955 fugindo da
guerra da Argélia, sua infância e juventude. O início da Bossa Nova, suas
origens e propagação pelo país.
Parte 2) Anos de Chumbo (17/3, às 23h) – Final dos anos 60 e início dos 70. O difícil período da ditadura, os famosos festivais e o surgimento de um novo movimento musical no país: A Tropicália. O segundo episódio fala ainda sobre o exílio de alguns dos nossos artistas e sobre o Phono 73, festival organizado por André durante seu exílio e que em pleno auge da ditatura conseguiu lançar novos artistas.
Parte 3) Era de Ouro (24/3, às 23h) – Anos 70. Consolidação de artistas da MPB, lançamento de discos antológicos, diversificação do cenário musical brasileiro.
Parte 4) BrRock (31/3, às 23h)– O quarto episódio da série traz a explosão do rock nacional e o pop brasileiro nos anos 80. O surgimento de uma geração de novos talentos como Os Titãs, Lulu Santos, Kid Abelha, Barão Vermelho e muitos outros.
Parte 5) Download (7/4, às 23h) – O quinto e último episódio mostra a revolução da indústria fonográfica com a chegada da era digital. A obra trata ainda do papel do artista e das gravadoras nos dias de hoje.
Parte 2) Anos de Chumbo (17/3, às 23h) – Final dos anos 60 e início dos 70. O difícil período da ditadura, os famosos festivais e o surgimento de um novo movimento musical no país: A Tropicália. O segundo episódio fala ainda sobre o exílio de alguns dos nossos artistas e sobre o Phono 73, festival organizado por André durante seu exílio e que em pleno auge da ditatura conseguiu lançar novos artistas.
Parte 3) Era de Ouro (24/3, às 23h) – Anos 70. Consolidação de artistas da MPB, lançamento de discos antológicos, diversificação do cenário musical brasileiro.
Parte 4) BrRock (31/3, às 23h)– O quarto episódio da série traz a explosão do rock nacional e o pop brasileiro nos anos 80. O surgimento de uma geração de novos talentos como Os Titãs, Lulu Santos, Kid Abelha, Barão Vermelho e muitos outros.
Parte 5) Download (7/4, às 23h) – O quinto e último episódio mostra a revolução da indústria fonográfica com a chegada da era digital. A obra trata ainda do papel do artista e das gravadoras nos dias de hoje.
6/4/2015
Série documental 'André Midani - do vinil ao
download' tem livro relançado
Documentário foi produzido em parceria com o canal GNT
Um dos nomes mais importantes da indústria fonográfica do país, participante ativo do nascimento da bossa nova, da tropicália e do rock nacional, André Midani reúne em sua autobiografia vários momentos que presenciou e protagonizou.
A Nova Fronteira acaba de relançar o livro André Midani – do vinil ao download”, já à venda, onde o executivo de empresas como Odeon, Phonogram e WEA conta como a sua vida e episódios da história mundial (foi testemunha do Dia D) e do Brasil (ditadura militar) se misturaram.
Midani ousou ao manter empregados, mesmo no exílio, nomes considerados subversivos pela ditadura militar como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, entre outros. O livro traz dois capítulos totalmente inéditos, dedicados a importantes episódios do cenário musical.
“Se não existisse, André Midani não poderia ser inventado. Seria inverossímil demais. Sua vida é feita de acasos improváveis”, afirma Zuenier Ventura na orelha do livro. A descrição é perfeitamente compreendida apenas ao saber um breve perfil seu: nascido na Síria e criado na França, o empresário atuou não só no Brasil, mas em outros países da América Latina e em Nova York, nos Estados Unidos. Desertor da Guerra na Argélia e confeiteiro em Paris, Midani dedicou 12 meses para escrever o livro.
A nova edição de “André Midani – Do vinil ao download” traz dois capítulos inéditos: 37 e 38. No primeiro, o autor conta que foi uma das primeiras pessoas a ter o privilégio de ouvir “A Day in The Life”, dos Beatles. “Tratava-se de uma revolução. Nunca se tinha ouvido nada parecido no mundo do rock branco, surgido, para todos os efeitos, com Elvis e Bill Haley. Arrisco dizer que era a entrada dos Beatles numa esfera mais mainstream e acessível a todos. Que abriria portas a Pink Floyd, Yes, Brian Eno, entre muitos outros”, conta. No seguinte, 38, ele detalha como fechou o contrato mais rápido da sua vida com o empresário da banda inglesa New Order.
Baseado no livro de Midani, os diretores Andrucha Waddington e Mini Kerti, da Conspiração Filmes, em parceria com o canal GNT, produziram a série “André Midani – Do vinil ao download”. No estilo de documentário, o autor promove encontros com artistas na sala de sua casa, na Gávea, para relembrar os momentos marcantes que dividiram, não só na vida pessoal, mas especialmente ligados à música. A transcrição de uma conversa com André, Mini e Andrucha sobre a elaboração desse projeto também faz parte desta edição revisada que a Nova Fronteira disponibiliza no mercado.
Baseado em livro homônimo, de 2008, relançado em 2015, a série André Midani – do vinil ao download ainda será divulgada como documentário, a ser exibido também no exterior.
Andrucha Waddington e André Midani |
NOME ORIGINAL: André Midani: Do Vinil ao
Download
PAÍS DE ORIGEM: Brasil
ANO: 2015
DURAÇÃO: 120 minutos
GÊNERO: Documentário
DIREÇÃO: Andrucha
Waddington, Mini Kerti
ROTEIRO: Hana Vaisman
FOTOGRAFIA: Fernando Young
MONTAGEM: Moema Pombo, Quito Ribeiro
ESTÚDIO: Conspiração Filmes
PRODUÇÃO: Gil Ribeiro, Gustavo Baldoni
ELENCO: André Midani, Armando Pitigliani,
Arnaldo Antunes, Cacá Diegues, Caetano Veloso, Daniel Filho, Erasmo Carlos, Evandro Mesquita, Fernanda Torres, Fernanda Montenegro, Flora Gil, Gilberto Gil, Herbert Vianna, Paulo Miklos, Nelson Motta, Ney Matogrosso
Sinopse
A
história da indústria musical no Brasil na segunda metade do Século XX, através
da vida de um de seus maiores executivos, André Midani. Encontros informais e
intervenções de canto se misturam a depoimentos que reconstituem a trajetória
daqueles que influenciaram em Midani, e que também o influenciaram.
Curiosidades
-
Selecionado para o Festival do Rio 2015.
-
Baseado na autobiografia de André Midani.
-
Foi filmado e exibido como uma série para o canal GNT, e editado depois para se
tornar um longa-metragem.
2/3/2015
André Midani recebe convidados em exibição do
documentário "Do vinil ao download"
Fernanda Torres e Gilberto Gil compareceream ao evento.
Com a exibição do seu
documentário marcada para as 21h30, em uma sala de cinema na Zona Sul do Rio, Andre Midani, o produtor musical mais
importante da história da MPB, chegou duas horas antes com sua mulher, a
estilista Gilda Midani, outra personalidade respeitadíssima pelo seu trabalho –
e, ainda, sogra de Sabrina Sato -, para receber seus convidados.
É nesta segunda-feira (2) que os amigos dessa lenda da música brasileira
assistem a sua história contada na telona, através do documentário “Andre
Midani – do vinil ao download”. Depois
da exibição no cinema, a série documental estreia com exclusividade no canal
GNT no dia 10, às 23h.
Na TV, o documentário será dividido
em cinco episódios, de 60 minutos cada. Nele, reúne-se um time invejável de
amigos e admiradores, de intelectuais à artistas. As reuniões, sempre
informais, foram realizadas em sua própria casa no Rio de Janeiro e acabaram se
transformando em verdadeiras jam sessions da mais alta qualidade musical. Ney Matogrosso,
Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Nelson Motta e Arnaldo Antunes são
algumas das personalidades que estão no documentário e que foram prestigiar
Midani. O diretor Andrucha
também estava lá acompanhado da sua esposa, a atriz Fernanda Torres. Baby
Consuelo, que está na série, não estava, mas seu filho, Pedro, foi
representando-a. O produtor musical ainda foi prestigiado por
nomes importantes da música brasileira, como Marcos Valle e Roberto Menescal. Caetano Veloso chegou acompanhado
de Luana Moussallem, quando todos já estavam na sala de exibição, mas garantiu
a pipoquinha para a sessão.
Caetano
Veloso, que chegou quando todos já estavam na sala de exibição, estava
acompanhado de Luana Moussallem (créditos: Fabiano Battaglin)
|
Caetano Veloso esteve na festa de lançamento do
documentário sobre o produtor musical André Midani. O evento aconteceu na noite
desta segunda-feira (2) no Cinépolis Lagoon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O
cantor levou a namorada Luana Moussallem.
Outros astros da música brasileira também marcaram
presença, como Gilberto Gil, Erasmo Carlos e Ney Matogrosso. Assim como Nelson
Motta, Daniel Filho e Miele, que foram prestigiar o colega.
André Midani - Do Vinil ao Download tem a direção
de Andrucha Waddington, Mimi Kerti e será exibido no canal por assinatura GNT a
partir de 10 de março, às 23h.
4
março, 2015
Lançamento
de documentário sobre André Midani reúne estrelas da MPB no Rio
Por Luiz
Guirra
Midani, de 82 anos, influenciou os principais e
mais importantes movimentos musicais das últimas cinco décadas no país
André Midani recebeu ontem, 02 de março, no Lagoon, na Zona Sul do Rio de Janeiro,
nomes como Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Roberto Menescal, Nelson
Motta, Ney Matogrosso, Frejat e Arnaldo
Antunes para conferir o documentário “André Midani
– Do vinil ao download“, um resumo da
série de mesmo nome que estreia no dia 10 de março no GNT.
Emocionado, o grande
homenageado da noite fez um agradecimento: “Quero agradecer a todos os funcionários das empresas onde trabalhei, aos executivos que me cercaram esses
anos todos, aos artistas que me confiaram suas carreiras. Agradeço ao Brasil, à música brasileira, aos artistas brasileiros, ao GNT, ao
Andrucha, Mini e, finalmente, minha mulher que foi uma ótima anfitriã”, disse André Midani.
Daniel Filho, Fernanda Torres, Miele,
Paula Toller, Bi Ribeiro, Marcelo Bonfá, Carlos Lyra, Marcos
Valle e Bela Gil também participaram do evento.
Serviço GNT
André Midani – Do vinil ao download
Estreia: 10 de março
Dia e horário: toda terça, às 23h
Número de episódios: 5
André Midani – Do vinil ao download
Estreia: 10 de março
Dia e horário: toda terça, às 23h
Número de episódios: 5
GNT (Globosat News Television)
10/3/2015
10/3/2015
Documentário narra a história de executivo da música brasileira
Midani, de 82 anos, influenciou os principais e mais importantes
movimentos musicais das últimas cinco décadas no país
Nilma Gonçalves
Gilberto
Gil, André Midani e Caetano Veloso em uma das reuniões informais, na casa
do empresário, no Rio (Dan Behr/Divulgação)
Estreia
hoje, no canal por assinatura GNT, às 23h, a série André Midani - Do Vinil ao
Download, sobre a história de um dos maiores executivos da indústria da música
no Brasil. Midani, de 82 anos, influenciou os principais e mais importantes
movimentos musicais das últimas cinco décadas no país e deixou sua marca no
mercado fonográfico, com contribuições nas carreiras de grandes artistas da
MPB, da bossa nova e do rock nacional, o chamado BRock.
Dividido em cinco episódios, de 60 minutos cada, o programa segue o formato de documentário e promove encontros especiais. Nomes como Ney Matogrosso, Baby do Brasil, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Frejat, Jorge Ben, Erasmo Carlos e muitos outros que tiveram suas carreiras influenciadas por Midani, revelam os bastidores da série.
As reuniões, sempre informais, foram realizadas na casa do próprio empresário, no Rio de Janeiro, e acabaram se transformando em verdadeiras jam sessions. São mais de 60 canções, que fazem parte da história dos brasileiros.
O início
Nascido em Damasco, na Síria, e criado na França, André Haidar Midani atuou não só no Brasil, mas em outros países da América Latina e em Nova York, nos Estados Unidos. Editada em ordem cronológica, a série documental começa nos anos 50 e 60, com a sua chegada ao Brasil e o início da Bossa Nova, e encerra esse verdadeiro passeio pela música popular brasileira no quinto episódio, que tem o download como tema.
“Peguei um navio para ir à Argentina. Quando o barco parou por aqui (no Rio de Janeiro), pensei que nunca tinha visto uma coisa tão linda: 5 de dezembro, às 6h, o sol se levantando, em 1955”, relembra emocionado.
Considerado pela revista americana Billboard uma das 90 pessoas mais importantes da história da indústria mundial de discos, Midani participou ativamente do nascimento da bossa, da Tropicália e do BRock, dos grandes festivais e das fantásticas jogadas de marketing das gravadoras para projetar seus ídolos.
Baseada no livro homônimo, publicado em 2008 pela Editora Nova Fronteira, e que está sendo relançado com dois capítulos inéditos, a série tem produção da Conspiração Filmes e direção de Andrucha Waddington e Mini Kerti.
Dividido em cinco episódios, de 60 minutos cada, o programa segue o formato de documentário e promove encontros especiais. Nomes como Ney Matogrosso, Baby do Brasil, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Frejat, Jorge Ben, Erasmo Carlos e muitos outros que tiveram suas carreiras influenciadas por Midani, revelam os bastidores da série.
As reuniões, sempre informais, foram realizadas na casa do próprio empresário, no Rio de Janeiro, e acabaram se transformando em verdadeiras jam sessions. São mais de 60 canções, que fazem parte da história dos brasileiros.
O início
Nascido em Damasco, na Síria, e criado na França, André Haidar Midani atuou não só no Brasil, mas em outros países da América Latina e em Nova York, nos Estados Unidos. Editada em ordem cronológica, a série documental começa nos anos 50 e 60, com a sua chegada ao Brasil e o início da Bossa Nova, e encerra esse verdadeiro passeio pela música popular brasileira no quinto episódio, que tem o download como tema.
“Peguei um navio para ir à Argentina. Quando o barco parou por aqui (no Rio de Janeiro), pensei que nunca tinha visto uma coisa tão linda: 5 de dezembro, às 6h, o sol se levantando, em 1955”, relembra emocionado.
Considerado pela revista americana Billboard uma das 90 pessoas mais importantes da história da indústria mundial de discos, Midani participou ativamente do nascimento da bossa, da Tropicália e do BRock, dos grandes festivais e das fantásticas jogadas de marketing das gravadoras para projetar seus ídolos.
Baseada no livro homônimo, publicado em 2008 pela Editora Nova Fronteira, e que está sendo relançado com dois capítulos inéditos, a série tem produção da Conspiração Filmes e direção de Andrucha Waddington e Mini Kerti.
13/3/2015
GNT
estreia Do Vinil ao Download, série que conta a trajetória de André
Midani, ex-executivo da indústria fonográfica
Fabiano
Fonseca. O Tempo. Magazine
«A história é
longa. Filho de pai árabe e mãe judia, nasceu em Damasco, na Síria. A criação,
a partir dos 3 anos, aconteceu em Paris, na França. Testemunha ocular da
Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Argélia, no início dos anos 50, a
oportunidade de um recomeço atravessando o Atlântico aconteceu em 1955 e
significou uma transformação na música brasileira.
»A vida de André Midani dá, sim, um filme. É o que o canal GNT começa a apresentar hoje, às 23h, com Do Vinil ao Download, em forma de série, dirigida por Andrucha Waddington e Mini Kerti. Em cinco episódios —exibidos sempre às terças-feiras—, a produção narra a vida e a obra de Midani, um dos maiores executivos da indústria fonográfica no Brasil, responsável pelo surgimento e evolução de importantes movimentos musicais no país, como a bossa nova e o rock nacional, e seus principais representantes.
»“É um registro de vida que o Andrucha e a Mini me dão de uma forma muito profissional e bonita”, conta Midani, 82, em conversa por telefone, ao Magazine.
»A partir de encontros com grandes nomes da música brasileira —Gilberto Gil, Jorge Ben, Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, dentre muitos outros—, além de intelectuais, atores, realizadores —Fernanda Montenegro, Cacá Diegues, Nelson Motta...—, Midani e seus convidados relembram passagens de suas vidas e da música brasileira, por meio de casos divertidos, emocionantes e históricos.
»“Havia uma cachaça, um conhaque, uma liberdade grande em nossos encontros. Foi muito improviso. Convidamos os artistas e aí começa um papo a partir das memórias deles também, com momentos muito preciosos”, conta o ex-executivo, que entre os anos 50 e 90 teve um papel fundamental na indústria do disco, atuando em gravadoras como Odeon, Phonogram, Philips, Polydor e Warner.
Foto: Fabiano Battaglin |
»“Acho Midani uma
das figuras mais importantes da música brasileira dos anos 50 até os 90.
Atuante, foi muito poderoso para os artistas. De uma maneira inteligente,
compreendia os artistas, a música, e tinha uma relação muito profunda com seu
elenco”.
»A opinião do diretor Andrucha Waddington ressalta o papel de Midani enquanto um descobridor de talentos e sonoridades no Brasil. Em sua busca por inovações e algo que mexesse com os jovens no país, ele foi um dos responsáveis pelo surgimento da bossa nova nos anos 50. “Naquela época, tinha 22 anos e havia uma vontade nossa em fazer algo novo. Estávamos arquitetando alguma coisa diferente para todos nós, jovens”, relembra Midani, sobre seus encontros e trabalhos com nomes como João Gilberto, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Nara Leão e Ronaldo Bôscoli.
»Com o passar dos anos, Midani foi ampliando seu campo de atuação na música brasileira. No início dos anos 60, após seu desligamento da Odeon —motivado por desentendimentos com o presidente da gravadora, Bill Morris—, Midani fundou a Imperial, vendendo discos de porta em porta. Bem-sucedido na nova empreitada, o executivo instalou a gravadora em outros países, chegando a atuar no México e nos Estados Unidos entre 1964 e 1968.
»De volta ao Brasil, Midani seguiu uma trilha de sucesso, gravando e trabalhando com nomes como Elis Regina, Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Os Mutantes, Edu Lobo, Jorge Ben, Maria Bethânia, Tim Maia, Raul Seixas, enfim, uma verdadeira constelação da música brasileira em todos os seus gêneros.
»“Tem muitas histórias e a gente tenta contar algumas delas na produção. A música brasileira é muito rica e tive o privilégio de conviver com gente muito talentosa”, afirma Midani.
»Foram 50 anos de envolvimento direto na indústria fonográfica brasileira, período em que André Midani acompanhou de perto a evolução dos formatos de criação e distribuição da música, os avanços tecnológicos no meio e, em especial, a ascensão e queda das gravadoras.
»Afastado da área desde o início dos anos 2000, Midani vê como o avanço tecnológico transformou a produção, distribuição e o consumo de música em todo o mundo, percebendo um lado mais positivo sobre a questão. “A indústria fonográfica tal qual conhecemos não existe mais. O download, o streaming, reduziu a indústria a 40%, 50% do que ela já foi. E hoje você não compra mais música, se faz música também. Acho isso extremamente positivo. Nunca houve tanto espaço para criar e promover sua música”, destaca o ex-executivo.
»Para quem marcou seu território profissional na indústria fonográfica, com todas as demandas de uma gravadora, seria no mínimo irônico e contraditório que alguém nessa posição defendesse o download e as novas formas de distribuição musical —que, de fato, são uma dor de cabeça para as grandes gravadoras. Midani pensa diferente e só faz uma única ressalva: “O lado negativo é que não há tanta originalidade, penso. Mas hoje você descobre o rock que se faz na Turquia, o tango produzido na Austrália. O campo ficou mais amplo e o vinil se tornou a voz amorosa dos saudosos”, define ele.
Cronologia musical
do Brasil
Fabiano Fonseca. O Tempo. Magazine
«Em cinco
episódios, Do Vinil ao Download perpassa por cinco décadas de intensas
transformações da música no país.
»A história de Do Vinil ao Download [...] começa com uma outra ideia de Andrucha Waddington, diretor da produção em parceira com Mini Kerti.
»Há sete anos, Andrucha propôs a Midani a criação de um documentário sobre a Phono 73, festival histórico realizado pelo executivo, em 1973, reunindo o elenco da gravadora Phonogram, com nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, dentre outros. No entanto, em 2008, chega as prateleiras Música, Ídolos e Poder: Do Vinil ao Download, biografia de Midani que caiu nas mãos de Mini Kerti.
»“Li o livro e
fiquei fascinada! Todo o improvável de sua vida, toda a transformação que promoveu
na sua trajetória e na música me deixaram impressionada”, revela a diretora,
que sabia o potencial cinematográfico que a vida de Midani demonstrava. “Liguei
pro Andrucha (Waddington) e achei que ele era a pessoa para dirigir o filme.
Ele gostou e sugeriu que fizéssemos em formato de documentário para a TV, com
encontros com nomes da música”, explica Mini.
»Ideia comprada, Andrucha, Mini e Midani foram formatando temas e encontros para relembrar histórias e memórias da vida do ex-executivo e das suas significativas contribuições para a música brasileira.
»“Fizemos um encontro com o Gilberto Gil e o Cacá Diegues na casa do Midani. Criamos um piloto e fomos ao GNT, que comprou a ideia”, relembra Mini. A partir dessa gravação, a dupla da Conspiração Filmes, promoveu, durante sete meses, outros oito jantares/encontros na casa de André Midani, no Rio de Janeiro, reunindo convidados das mais diversas áreas para reviver e tocar inúmeras histórias de Midani e da música. “Tentamos organizar por assuntos, como, por exemplo, a bossa nova, e pensamos em nomes que representam o tema para participar do encontro”, conta Mini, sobre a proposta de tratar a produção em ordem cronológica, dividindo a obra em períodos históricos [...].
»Para André Midani, no entanto, a
cronologia era o que menos lhe importava ao receber seus amigos em casa. “Os
encontros e as conversas misturavam os temas e, na edição, é que aconteceu a
divisão cronológica. Foi muito divertido, porque, nesses encontros, têm muita
música. No episódio do rock, por exemplo, trem o encontro dos Titãs e dos
Paralamas do Sucesso. Com Gil e Jorge Ben, também foi um encontro especial,
relembrando o disco que fizeram juntos (Gil & Jorge, de 1975)”,
adianta Midani, que elege um dos seus momentos favoritos na empreitada: “O
encontro de Caetano, Gil e Jorge Ben, posso dizer que é muito emblemático para
a cultura brasileira”.
»Para Mini Kerti,
um dos aspectos mais prazerosos da narrativa sobre a vida de André Midani e seu
papel na música brasileira foi a forma como o personagem da obra leva adiante
os temas e as conversas com seus convidados. Afinal, não é só de memórias
bonitas que se faz uma vida profissional na indústria musical, especialmente
tendo que passar sobre os anos da ditadura militar no Brasil. “Temos assuntos
carregados, mas não fica um peso. O Midani tem muito humor, é irônico e não
carrega as coisas. Há histórias duras da ditadura, mas que ele relembra sem
dramas e com humor”, destaca.
»Andrucha
Waddington faz coro. “Houve a questão da ditadura e da censura, e Midani lidou
com isso. O tema é tratado de forma bem-humorada. Ele deixou o Brasil em 1964,
voltou em 68 e encontrou um outro país. E batalhou muito pelo seus artistas”,
diz o diretor, que adianta que a série terá uma versão de 88 minutos que deve
ser levada para o circuito de festivais de documentários.»
Entrevista
«Qualidade é algo subjetivo», diz executivo da indústria fonográfica André
Midani. Série na TV e livro contam trajetória do homem que projetou grandes
nomes da MPB (Música Popular Brasileira)
Francisco
Dalcol. Zero Hora
Na entrevista a
seguir, André Midani, 82 anos, avalia a trajetória da MPB (Música Popular
Brasileira), analisa a crise do mercado musical diante da pirataria e da era
digital e comenta o momento atual da música —e da política— brasileira.
A série André
Midani. Do Vinil ao Download [...] é conduzida por diversos encontros gravados
em sua casa, em Copacabana, reunindo artistas com quem você trabalhou desde os
anos 1950. Como foi reviver essa história?
A série tem
algumas virtudes. A primeira, óbvia, é que a gente pode ver o quanto tínhamos
de música boa no Brasil naquela época, em específico no período de minha
atuação no mercado. A segunda é a capacidade desses artistas de interagirem
entre eles de maneira muito criativa. A terceira é vermos que realmente existe
a possibilidade de um homem de negócios, qualquer que seja, ter um contato
positivo, criativamente falando, com seus artistas. Ou seja, um relacionamento
amoroso e eficaz, apesar de brigas e dificuldades.
»Como foi o
encontro com a turma da bossa nova?
»A gente só
percebeu que havia um movimento depois que aconteceu. Um dia, o fotógrafo Chico
Pereira me disse que eu deveria conhecer uns amigos dos filhos dele que estavam
fazendo uma música diferente. Ele organizou a reunião e, quando cheguei na porta,
vi reunidos Roberto Menescal, Carlinhos Lyra, Nara Leão e companhia. Com minha
referência cultural francesa, achei que o que esses meninos estavam fazendo era
parecido, não igual, com o que se fazia na França para a juventude. No Brasil,
não havia música brasileira para a juventude. Ao mesmo tempo, Aloysio de
Oliveira, diretor artístico da Odeon, me convidou para ir na casa dele porque
queria me mostrar algo. Era nada menos do que João Gilberto.
»Nos anos 1960 e
1970, a MPB (Música Popular Brasileira) tinha prestígio da crítica e fazia
sucesso popular. O que levou a indústria musical à virada dos anos 1980, quando
passou a apostar no rock nacional?
»Para uma pessoa
desavisada ou muito jovem, que não viveu aquela época, esse negócio de rock
parece que aconteceu de um dia para o outro. Mas não foi assim. Antes, houve
Mutantes, Novos Baianos, Raul Seixas. Caetano e Gil também tinham uma postura
de roqueiros, no sentido de que usaram a guitarra elétrica como contestação,
como uma postura anárquica inclusive, de quem fugia aos partidos políticos
convencionais. Ainda naquela época, quando me perguntaram como eu via o futuro
da música brasileira, dizia que era o rock. Então, já havia esse espírito
contestador em muita gente. A ruptura dos anos 1970 para 80 foi uma evolução,
feita por uns meninos que romperam com a raiz da música brasileira.
»E o estouro comercial do axé nos anos 1990?
»No axé, não vi
nada de muito estranho, a gente já havia recebido da Bahia Caymmi, João
Gilberto, Gil, Caetano, Gal e Bethânia. O axé chegou como mais uma
contribuição. Os baianos, por natureza, são muito convictos e atraentes pela
liberdade de comportamento. E o axé era a nova expressão dessa liberdade
musical.
Foto: Dan Behr |
»Como o senhor
viu a massificação do pagode?
»O pagode é uma
expressão, vamos dizer, genuína das comunidades, e que surgiu com o mérito de
expressar o que essas comunidades viviam, pensavam, desejavam. É assim até
hoje, representando uma parcela do povo brasileiro. O sertanejo atual tem algo
de parecido com isso. Sempre existiu, especialmente no interior de São Paulo e Mato
Grosso do Sul, mas de maneira um pouco mais folclórica. Com o desenvolvimento
econômico absurdo que a soja deu a essas regiões, veio também o progresso e a
comercialização da cultura local.
»Onde entra o funk nisso tudo?
»Tudo isso não é
tão simples, mas vou tentar elaborar um resumo. O funk é outra expressão de
comunidade. Vamos pensar que temos basicamente três vertentes. Uma é a
tradicional do samba, liderada por Martinho da Vila e Paulinho da Viola.
Depois, o pagode, que é menos complexo do que o samba, digamos, e traz uma
cultura de alegria, de cerveja. E eu falo isso como quem adora cerveja (risos).
E temos finalmente os rebeldes, que são os jovens negros que não estão de
acordo com o que está acontecendo por aí. E que encontram no funk não só música
e ritmo, mas o linguajar para se expressar.
»Faz sentido pensar que houve uma perda de qualidade da música popular?
»Bobagem. A ideia
de perda de qualidade representa o pior da elite brasileira —que, aliás, não
significa mais nada neste grande país. Qualidade é algo subjetivo. Música
existe para quê? Para trazer felicidade às pessoas, seja no seu amor ou no seu
desamor. Então, a qualidade é irrelevante porque, sim, a dita falta de
qualidade dá prazer, sono, força, tudo que é bom para determinada pessoa. Quem
sou eu para dizer que não tem qualidade?.
»O senhor
conhece algo da música do Rio Grande do Sul?
»Conheço e vou
dizer algumas coisas. O músico baiano pega o avião e se instala no Rio ou em
São Paulo. O mineiro, ainda que tímido, faz o mesmo. O gaúcho fica em Bagé,
Porto Alegre, onde for. Não vai para outros lugares. A música do Rio Grande do
Sul é vigorosa, brasileira, importante, mas se furta a entrar no clube dos
grandes. Com isso, se torna uma música regional. Nunca entendi o porquê, pois
os músicos gaúchos são muito talentosos. Quando conheci Bebeto Alves, vi nele
um artista maravilhoso. Os gaúchos deveriam sair, se encontrar com músicos de
outros lugares, trabalhar junto. O modelo autossuficiente, dos artistas que
ficam no sul e vivem do circuito local, é pequeno para o tamanho do seu
talento.
»Uma pergunta
saia-justa: você pagou jabá para ter seus artistas em destaque em rádios e TVs?
»Seu safado (risos).
Claro que sim. Se me perguntar se o jabá ainda é praticado, não sei, mas vou
dizer o seguinte: existem duas profissões na vida que são eternas; uma é a
putaria; outra, a corrupção.
»Na condição de
quem testemunha os rumos do país desde 1955, como avalia o Brasil hoje?
»O Brasil vinha
muito bem. Mas, de alguns anos para cá, a demagogia, o populismo, a mentira, a
corrupção e a sem-vergonhice, que achávamos fazer parte de capítulos do passado
da história, tomaram conta do país. Sempre me lembro do Ultraje a Rigor nos
dizendo que éramos inúteis (na música Inútil, de 1983). Até hoje somos inúteis
como diz a letra. Então, acho que nos resta ir à igreja e rezar (risos).
Com a chegada do Lula e a ascensão da classe C, tivemos coisas positivas. Mas
perdemos algo nos últimos anos. O PT e a Dilma fizeram um erro ao buscar a
reeleição. Teria sido melhor para eles deixar o Aécio Neves tentando consertar
o país para eles poderem se reorganizar internamente e poderem fazer um retorno
triunfante daqui a quatro anos.»
Festival do Rio: filme baseado na história de André Midani
6/10/2015
O documentário “André Midani – do Vinil ao Download“, baseado na
autobiografia de um dos grandes nomes da indústria musical brasileira, foi
lançado, nessa segunda-feira (5/10), no Cine Lagoon, durante o Festival
do Rio. Executivo por mais de 50 anos, André, que já teve suas histórias
contadas em uma série no GNT, é retratado no longa por Andrucha
Waddington e Mini Kerti através de conversas e encontros musicais.
“Estou
muito feliz em ser homenageado com esse documentário. E ele estrear no Festival
do Rio é o ápice da minha carreira cinematográfica”, disse o
sírio-franco-carioca. O filme participa também da mostra Première Brasil:
Hors Concours.
André Midani é homenageado em documentário assinado
por Mini Kerti e Andrucha Waddignon no Festival do Rio
Ao lado de Roberto Menescal
e Ilda Santiago, diretora do festival, Midani fala sobre a indústria
fonográfica, mudanças e adaptação do mercado da música.
6/10/2015
Karina Kuperman
“André Midani –
Do Vinil ao Download” começou como um livro lançado em 2008 que encantou
a diretora Mini Kerti e seu parceiro de projeto, Andrucha Waddington.
A história da vida de um dos grandes executivos da indústria da música no
Brasil virou série no canal fechado GNT e, agora, chega ao Festival do Rio
como um dos títulos mais aguardados. “Li o livro e fiquei muito impressionada.
Eu e o Andrucha já conhecíamos o André e, um dia, jantando juntos,
decidimos fazer um documentário sobre a vida dele. Gravamos um piloto, o GNT
adorou e viraram coprodutores”, contou.
Enquanto a série foi
dividida em cinco episódios, o filme tem 120 minutos de duração e reúne
artistas e intelectuais em encontros informais. De Caetano a Ney Matogrosso,
de Marisa Monte a Arnaldo Antunes, quase todo mundo que importa da MPB está
na tela. “Foram oito dias de gravação ao longo de um ano, juntamos agendas
difíceis. O roteiro só foi estruturado na ilha de edição, mas as conversas já
tinham temas e levamos câmeras para filmar”, explicou a diretora. O longa, que
revela a história da música tendo como pano de fundo a vida e as relações de
André Midani entre 1950 e 2000, aborda a questão das mudanças que a indústria
fonográfica tem passado ao longo dos anos. Para o executivo, o veículo é só um
detalhe. “Não tem indústria. O que existe é música que ainda não achou seu
caminho e ferramenta. Em cinco, dez anos vai desenvolver”, analisou. Ao lado, Roberto
Menescal, um dos grandes nomes da Bossa Nova e amigo das antigas de Midani,
emendou que a mudança é positiva e a crise é comum e superável: “É uma
evolução. A música está em uma crise normal, porque as pessoas ainda não sabem
muito como proceder. Lá pelos anos 20 já estará melhor. Os profissionais se reinventam,
mas a arte continua”.
Mini Kerti, Ilda Santiago, André Midani e Roberto Menescal - Foto: Ciadafoto |
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