miércoles, 3 de octubre de 2012

1978 - 1979 - MUITO - Show


Show estrenado en noviembre de 1978, en Rio de Janeiro en el Teatro Tereza Rachel y en diciembre en el Teatro Pixinguinha en San Pablo.

En enero del año siguiente fue para Salvador y llegó a la Argentina en abril.























del programa del Show


A OUTRA BANDA DA TERRA
Teclados: Tomás Improta
Bajo: Arnaldo Brandão
Batería: Vinicius Cantuária
Percusión: Eduardo [Bolão] Gonçalves











 



















1978
Revista Música
Agosto - n° 27
Editora Imprima




Foto: Lewy Moraes / Folhapress

Foto: Lewy Moraes / Folhapress

Foto: Lewy Moraes / Folhapress

Foto: Lewy Moraes / Folhapress

Foto: Lewy Moraes / Folhapress








 
 







 
 


 
 




1978
Revista Manchete
Rio de Janeiro - 16 de dezembro de 1978
n° 1.391









1 9 7 9

 
 
















DIÁRIO DE SÃO PAULO
Sábado, 16 de dezembro de 1978.

Não quero ser usado pela canalha

Entrevista: Jorge Alfredo




Caetano Veloso – Que queres saber de mim?
Jorge Alfredo – Se você fosse entrevistar Caetano Veloso, o que é que você perguntaria pra ele?
Caetano Veloso – Ah, eu, às vezes, pergunto, né? (pausa) mas não encontro resposta. (risos) Eu me faço muitas perguntas sem respostas; esse é que é o grilo…

Jorge Alfredo – Vem cá, Caetano, você me falou outro dia lá no Rio, uma coisa sobre a tecnologia dentro da música, você se lembra? Serginho Dias ia tocar com você nesse show…
Caetano Veloso – É. Ele ensaiou até a véspera da estréia.

Jorge Alfredo – Serginho queria fazer ensaios com tudo já em cima… você me falou um troço que ficou na minha cabeça. Você disse; O meio…
Caetano Veloso – “O meio é a mensagem”, a frase de Macluhan, eu falei “O meio é a mensagem”, mesmo. O negócio é o seguinte; é que o Serginho, ele é um grande instrumentista e um grande musicista, e de São Paulo, e o irmão dele é um grande técnico de eletrônica ligado à eletrônica de música e tudo isso de alto nível.
Desde que ele era menininho, no tempo dos Mutantes, que ele faz um teclado de alto nível profissional; tipo já quase igual aos Beatles, quase igual ao que se
faz no mundo desenvolvido. E sempre acompanhado por aqueles aparelhos, com aquela convivência natural com tudo aquilo… então ele foi ensaiar com a gente, e disse; – “Puxa, como é que vocês ensaiam com esses amplificadores mixos? Poxa, Caetano, você devia exigir da Phonogram uns equipamentos. Lá fora, nêgo quando ensaia, já é aquele som muito melhor do que o que você usa no show no Brasil”. E eu acho bacana, que é um problema de desenvolvimento tecnológico, da gente se habituar com a transa eletrônica, Ter madurecimento… O Brasil demonstra esse desejo. A música popular demonstra esse desejo. Então tem que ser cumprido, não tem que fracassar, né? Porque como disse Glauber Rocha; “O problema é o fracasso.” Deus nos livre e guarde! Nada de fracassar. Tem que dar certo. Ao mesmo tempo, o que eu estava dizendo naquela hora pra você, era que para o som que a gente estava transando, que estava a fim de fazer, isso mudaria tudo; muda o seu jeito de se expressar. É uma coisa complexa pra cabeça da gente. Um exemplo claro; a apresentação de Taj Mahal no Festival de Jazz.
Ele é americano, eu conheço um long-play dele gravado ao vivo com uma orquestra de bombardinos e tubas, que é uma sofisticação de produção incrível; um som profissional, maravilhoso! E no entanto ele vem fazendo discos, ultimamente, como se ele fosse de uma favela da Jamaica ou morasse em Lagos, na Nigéria. E não é folclore, não. É uma busca! É mais… aquilo é mais do que George Duke, entendeu? Eu adorei George Duke, mas aquela coisa é mais do que George Duke. O principal que eu estou fazendo agora mesmo é estar tocando com a banda. Você veja; a imprensa que está sendo muito legal com meu show, na verdade, não chegou no ponto… ninguém fala como é o som; parece que não tem gente tocando comigo. O único que falou foi Tárik de Souza, pra dizer que o piano do Tomaz não tem nada a ver com meu canto, que não deveria ter Tomaz, que o Tomaz faz firulas desnecessárias. O que eu acho um absurdo! Por que eu nunca toquei com um pianista que tocasse tão junto comigo; a gente faz pausas sem combinar, toca ad libitum juntos… Eu acho Tárik de Souza burro. O único que falou da banda, falou essa burrice. E os outros não falam; é como se não existisse a banda. E pra mim, o som que a gente está criando é o mais importante de tudo. Como isso é o mais
importante pra mim, então essa questão dos meios utilizados e da maturidade de cada um de nós e de nós todos em conjunto pra utilizar esses meios, é de
fundamental importância. Querer, de repente, um aparato que a gente não está
nele, não está à altura dele, vai ser uma coisa que não tem nada a ver, entendeu? Vai descaracterizar aquilo que a gente quer conseguir. Eu não sou contra o desenvolvimento tecnológico, eu não quero que fracasse, mas a qualidade fundamental artística de uma coisa não depende disso. Por isso que eu citei o exemplo de Tal Mahal. E indo mais longe, uma coisa que eu tava querendo contar pro Serginho; eu ouvi falar que nos Estados Unidos, eles estão pensando em voltar a gravar com um microfone só, e um canal só, e direto no micro-sulco, por que descobriram que gravando tudo separado não se está conseguindo aquele som unitário, aquele som desejado… eles querem voltar a fazer isso de uma maneira melhor do que se fazia. Eu me identifico com essa super vanguarda dos Estados Unidos que fala isso. E no Taj Mahal eu vejo isso.

Foto: Mário Luiz Thompson

Jorge Alfredo – Você busca nas apresentações ou nas gravações, fazer com que sua música chegue ao público da forma mais natural possível, sem muita interferência tecnológica. Ë isso? O som da música chegando com essa interferência, através desse aparato tecnológico, você acha que bole pra pior?
Caetano Veloso – Não bole pra pior. Não é isso. Leminski falou uma coisa
perfeita da Rita Lee. Ele disse assim; “Ela é o nosso rock’n’roll dream true”.
(nosso sonho realizado de rock’n’roll ) E é mesmo! Quando você vê um show de
Rita Lee, tem um som do show dos Rolling Stones, bicho, um som do Led Zeppelin, a luz do show do Led Zeppelin. Em São Paulo, que é uma cidade cosmopolita, as pessoas aceitam isso, isso é de acordo com a cabeça das pessoas. Mas, no Rio, pra cima, a aceitação demorou por muitas outras razões, mas também por isso; eu mesmo, vendo o show da Rita Lee, no Rio, tinha a impressão que tava vendo um filme. Uma coisa que não ia falhar, que não dependia de mim, que eu não precisava aplaudir, entendeu? A platéia não aplaude, já acha que aquilo está pronto demais. Por que brasileiro é pobre.

Jorge Alfredo – Eu queria que você falasse sobre duas músicas; Vapor Barato
(Macalé e Waly Salomão) e O Vampiro (Jorge Mautner) que estão no repertório
desse show.
Caetano VelosoVapor Barato, muita gente sabe, é uma canção que fez sucesso há alguns anos. O Vampiro é uma canção que muita gente pensa que é inédita, que é nova, e depois eu informo que é antiga. Não foi pensado, mas resulta como um comentário a respeito assim do tempo, transação de arte com o tempo, de música com o tempo, tem um certo comentário ali, implícito. Balança um pouco a cabeça das pessoas em relação a isso.

Jorge Alfredo – No show, isso é muito forte.
Caetano Veloso – É, a gente sente que é forte. Eu mesmo não sabia direito quando escolhi as canções, mas eu vejo que tem essa força também. O Vapor Barato, eu tinha consciência. O Vampiro, eu queria cantar uma música de Mautner, fiquei escolhendo entre outras coisas que ele tinha gravado, mas eu disse; Não, eu vou cantar O Vampiro por que foi a primeira que me impressionou e por que Mautner é uma pessoa que é o tipo do acontecimento, quer dizer, ele fez, escreveu, disse, pensou, e sentiu coisas, numa época bastante anterior aquela que essas coisas vieram ser sentidas, pensadas, escritas e ditas por muitas outras pessoas. Então eu acho um exemplo maravilhoso cantar essa música de Mautner que é de 1959.

Jorge Alfredo – Tem uma ligação com Londres, não é?
Caetano Veloso – É, eu ouvi em Londres. Jorge fez "O Vampiro" antes do
tropicalismo. E o Tropicalismo estava cheio desses temas que o Jorge tinha
abordado e a gente não conhecia a transa dele; então é maravilhoso! E também fez a gente pensar muito em como na verdade são questões de aproximação maior ou menor em determinadas épocas, talvez assim de uma possibilidade de viver mais intensamente ou ter uma qualidade de vida. Pelo menos ter uma colocação de uma exigência de melhor qualidade de via, enquanto que isso é uma coisa que vem sempre, vai, volta, acontece, desacontece, volta a acontecer, mas são temas que ficam aí. O que não se pensa realmente é que não haja só progresso, quer dizer, as pessoas não crêem que o movimento das coisas seja assim meio disforme, não linear e pra frente, num sentido, com uma finalidade. Isso é difícil, as pessoas pensam que o que veio depois é posterior, realmente ao que veio antes, quer dizer, superou o que veio antes necessariamente, enfim, está na frente, foi à frente daquilo, quando não… não necessariamente. Quando você vê Jorge Mautner ter feito coisas assim antes do Tropicalismo, ou mesmo lendo os livros dele que são bastante anteriores ao Tropicalismo, (ele ontem me deu esse exemplar do "Vigarista Jorge", que foi o terceiro livro que ele escreveu , que saiu em 1965 e que tem, não só um livro, como também na orelha do livro, escrito pelo editor e no prefácio escrito pelo Mário Schemberg, tem uma coisa que só no tropicalismo a gente se tornou capaz de entender). Acho que o Cinema Novo tocou também essas coisas, Glauber Rocha principalmente. A escolha dessas músicas tem a ver com
isso. Tem uma vontade ali pedagógica, que eu tenho uma cabeça um pouco
professoral, eu mesmo sem querer, não estou pensando nada, quando eu vou ver, o que eu estou fazendo está a fim de ensinar algumas coisas, lembrar, mostrar, demonstrar, esclarecer.

Jorge Alfredo – No show, você fala que agora quer botar pra quebrar com o
pessoal da imprensa, “não quero ser usado pela canalha!”…
Caetano Veloso – Não quero mesmo. Não é a imprensa. Eu falei ontem no show mais ou menos claro; é que existe um problema de se querer orientar essa força, que é a música popular no Brasil, e que tem um grupo, pretensamente de esquerda, ou talvez mesmo de direita, mas enfim, um grupo que chama a si mesmo de Esquerda e é chamado pelos os outros de Esquerda, que domina o serviço dos jornais e das revistas. Serviço é o que? Essas páginas das estrelinhas, o que faz Tárik de Souza, José Ramos Tinhorão, Maria Helena Dutra, Maurício Krubrusley, eles escrevem pra dizer o que é que você deve comprar, que show você deve ir, que show você não deve ir. Porque ninguém pode ir a todos, né? Então tem que ter um sujeito que ganha pra isso, então tem aquela página que se chama SERVIÇO. Então essa área de serviço para a burguesia, que vai aos espetáculos, é dominada por esse tipo de Esquerda medíocre e de baixo nível cultural e repressora, que pretende orientar a Música Popular. É isso que eu disse que quero acabar, pretendo acabar e sempre atrapalharei. Sou disso! Fui desde que comecei a trabalhar. E se eles não se tornarem uma União Soviética e mandarem me matar, não conseguirão jamais nada comigo, a não ser que eles ganhem os tanques. Se eles tiverem os tanques nas ruas, nas mãos deles, aí eles poderão me impedir em alguma coisa. Fora isso é impossível.

Jorge Alfredo – E é o mesmo pessoal que usou você, usou Glauber como estandartes de um pensamento e de uma arte revolucionária; a coisa quente da época.
Caetano Veloso – Pois é. Mas a mim eles só usaram quando eu não estava presente pra impedir. Foi quando eu estava em Londres. Exatamente! Não teve um dia antes nem um dia depois; um dia antes de eu sair de Londres, eu ainda era o inimigo, no dia seguinte ao dia que eu voltei de Londres, eu voltei a ser o inimigo.
Então eles só me usaram enquanto eu não estava aqui para impedir, por que o que eu quero é impedir de ser usado por essa canalha! A visão que eu tenho é a seguinte; são as pessoas que obedecem a dois senhores; um é o dono da empresa, o outro é o chefe do partido. Então eles escolhem o que o burguês deve assistir segundo essas duas ordens. Então é uma gente que não pode falar do que faço nunca. Nunca eles estão falando realmente do que eu faço. Vem uma ordem do Roberto Marinho, ou do dono do Jornal do Brasil, ou do Mesquita e do outro lado vem uma ordem da célula do partido, ou sei lá do que… a visão que eu tenho deles, a caricatura que eu faço deles é essa. Então eles não são nada. É essa canalha que eu digo que vou acabar, que a gente já acabou, já matou; são defuntos que fingem que estão vivos. É isso! O Tárik é mais moço do que eu, é um sujeito que eu acho legal, ele sempre foi honesto pessoalmente comigo, mas ele está errado, eles estão errados, a função que eles estão exercendo está errada, eles estão botando estrelinhas pra dizer que disco você deve comprar e pensando que estão trabalhando pelo operariado, pela revolução. Que nada! São botadores de estrelinhas pro serviço do Jornal do Brasil, da Veja, da Isto É, da burguesia. E isso eu não estou falando achando que é ruim, não. Por que isso é bom. Nos Estados Unidos eles fazem isso, mas lá não é fracasso; lá deu certo, eles são ricos mesmo, os burgueses não têm vergonha, os caras que dizem na Broadway onde você deve ir ou não, sabem que estão escrevendo isso. Nenhum deles diz que é comunista, que está salvando a humanidade. Eles sabem que estão fazendo um serviço mesmo. Aqui eles também fazem isso fingindo que estão fazendo um trabalho da Revolução Operária, e se acham no direito de esculhambar com a gente, por que se acham numa causa nobre. Eles são empregados do dono do jornal, por um lado, e obedecem às linhas partidárias, pelo outro. Eu não sou nem uma coisa nem outra; sou um artista, senhor do universo, dono da minha vida, das minhas ações; boto minha voz na nota que eu quero, na intensidade que mais me apraz, pra emocionar as pessoas sensíveis. Essa é a diferença entre mim e eles… (longo silêncio)
No Brasil tem a impostação da Veja, da Isto É, do Jornal do Brasil, quer dizer; uma neutralidade de quem sabe que é dono do jornal, que aquele é o tom do dono do jornal, é uma fleuma de quem é o dono do jornal; uma linguagem completamente esquizofrênica. Por isso é que ninguém entende os artigos que os imbecis escrevem que é uma mistura de Roberto Marinho com Carlos Prestes.

Jorge Alfredo – Acontece muito isso; o repertório do show é bom, os músicos também, o cantor está cantando melhor do que nunca, agora o show é péssimo!
Realmente, é muito estranho.
Caetano Veloso – Olha, o Tárik de Souza escreveu um negócio que chama
“Rebobagem” sobre o disco do Gil. Esses caras pensam que isso é impune e que
passa despercebido; por que a imprensa passa rápido, um jornal no dia seguinte
não vale nada (tem uma música maravilhosa, que não passa, que eu sei até hoje, chamada “Jornal de Ontem”, que é fantástica) um jornal dura um dia, uma revista uma semana, agora, os autores, as músicas e os problemas de criação não; isso fica durante muito tempo. O Tárik escreveu que o Gil fez rebobagem, então aquilo passou… o Nelsinho Mota reclamou e ele escreveu uma carta péssima para o Nelsinho Mota se desculpando, dizendo que o título não foi ele quem botou. Se não foi ele quem botou o título, porque assina? Por que obedece ao patrão. E não faz outra coisa senão obedecer ao patrão. Ele devia ter vergonha de dizer que não foi ele quem botou. Foi ele! Ele é isso! Ele é aquela palavra ali posta sem que ele deixasse… Isso é o Tárik de Souza. Além de dizer que o Refavela era Rebobagem, que era ruim, que Gil gostava de Geisel… a pessoa gosta de quem quer, de quem consegue. E Geisel é um homem que realmente demonstrou uma presença muito digna na história da política brasileira recente.
Realmente, entendeu? É um homem que marcou a presença dele. O espírito do grande governante, do bom governante, baixou nele em muitos momentos, ou existe nele.
Ele participa desse lance. Ele não é o governante do baixo astral só. Tem o negócio do bom governante ali. Os caras não sabem de nada! Gilberto Gil conhece o Iching, ele é um homem culto, pensa essas coisas; quando ele olha pro Geisel e diz essas coisas, é por isso. O Tárik disse assim; “o problema é que eles fizeram maus discos. Principalmente Bicho, esse desencalhado e descolorido disco de Caetano Veloso.”, que ele mesmo tinha elogiado mais do que o de Gil, na Veja, duas semanas antes. Quer dizer, é uma coisa sórdida, parece que eles recebem ordens do Henfil (risos), depois recebem ordens da condessa, dona do Jornal do Brasil, não sei o nome da condessa dona do Jornal do Brasil, não sei se é viva ou morta, só sei que alguém deve dar ordens. Por que não é possível que alguém seja assim! E depois, BICHO não tem nada de descolorido; é o long-play onde saiu Tigresa, Um Índio, Leãozinho, Odara… Desenxabido é aquele russo. Tigresa, Um Índio, Leãozinho, Odara, eu quero ver o que se diz disso. Quem é que lança um disco com músicas assim? Eu. Por que eu sou um criador retado, da pesada! (muitos risos). A capa é branca e ele diz que é descolorido. Mas tem um desenho meu na capa. Que além de tudo ainda sei desenhar com lápis de cor! (mais risos).

Jorge Alfredo – Eu gostei muito desse show <Muito> porque senti um troço novo no ar, parece um grupo.
Caetano Veloso – Eu acho muito espontâneo, original, é cru… agora mesmo, um menino que toca com o Ney Matogrosso, me telefonou dizendo que gostou muito de mim, do show, da reação do público, mas que a gente devia ensaiar mais a banda.
Eu achei graça porque é uma exigência tecnicista, musicista como diria Tim Maia.

Jorge Alfredo – Eu pedi no começo da entrevista pra você falar aquele lance do Serginho porque durante o espetáculo de estréia eu e lembrei muito daquilo. Eu achei o show lindo, jovem, parecia que tinha um conjunto novo ali em cima tocando.
Caetano Veloso – E é um conjunto novo! É isso que ninguém sacou. Vai ser falado pela primeira vez na imprensa… você é o primeiro que vai transar alguma coisa pra jornal, falando disso. Mesmo nas entrevistas ninguém tocou nesse ponto comigo. Ontem eu estava ouvindo a fita o show com Tomaz e falando sobre isso: a gente dizia pô bicho é lindo! original…

Jorge Alfredo – Porque música também é isso: você se juntar a umas pessoas e criar um som com todo mundo participando.
Caetano Veloso – Eu acho. É muito… Isso pra mim é fundamental e é o que eu quero mais conseguir. Isso vai crescendo, a gente vai ficando mais espontâneo, vai se acostumando mais a tocar junto. Eu quero ficar mais tempo tocando com eles.




Buenos Aires, abril de 1979



R E C I F E








 
 
 



























B R A S Í L I A








 






















 
 
 
 


 
 


1, 2 e 3 de junho de 1979





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