17/7/1969
JORNAL DA BAHIA
Uma quantidade bem grande de músicas novas dos dois compositores será mostrada pela primeira vez em público, fato que garante casa cheia de qualquer forma.
Os ingressos para éste espetáculo já se encontram à venda no própio Teatro Castro Alves.
SALVADOR, DOMINGO E 2ª FEIRA, 20, 21 DE JULHO DE 1969
JORNAL DA BAHIA
CAETANO E GIL DÃO ADEUS,
MAS, SEM CHÔRO NEM VELA
Caetano Veloso e Gilberto Gil voltam ao palco
com um show no Teatro Castro Alves hoje as
10 horas e amanhã as 21 horas. Os estudantes
poderão pagar meia entrada no primeiro espetáculo.
Caetano cantará nove músicas e Gilberto
Gil onze. Algumas já conhecidas mas outras são
lançamentos como “Irene”, “Cinema Olympia”,
“Marcianita”. Gil cantará “Frevo rasgado”, “17 léguas
e meia”, “Aquele abraço” e “Madalena”.
As outras composições são:
Caetano: “Atrás do Trio Elétrico”, “Superbacana”, “Baby” e
“Hino da Bahia”, “Alegria, alegria”, “Tropicália”.
Gil: “Domingo no parque”, “Domingou”, “Procissão”,
“Ele falava nisso todo dia”, “Wolks Blue” e “2001”.
…………………………………….
CAE
Caetano Veloso:
- Há muitos anos que
não há nada a dizer. João
Gilberto, Roberto Carlos,
Jorge Ben. Ninguém é profeta
fora da sua terra. Bob Dylan. Ninguem.
A doce música brasileira com
turbina a jato – propulsão,
nada mais. Não há
propostas nem promessa,
nem proveta nem procela.
Ninguem. Janis Joplin.
- Apenas meu pai, minha
mãe e meus irmãos,
a quem dedico os restos
de empolgação. O gênio é
uma longa besteira: Quero o geral.
- Agradecimentos especiais
a Vivaldo Costa pelas
histórias do Cinema Olympia.
Há o enigma e a falta
de paciência para decifrá-lo,
no momento.
Oportunamente apresentaremos
a veces algo mais…
mais… sei lá… algo
mais divertido – disse o
palhaço vaiado. Assim
esperamos – disse a platéia
já agora morrendo de
rir. O grande sucesso do
palhaço. Esta e outras
histórias não serão contadas
agora porque não há tempo.
Viva a rapaziada. Não
há tempo para lenga
lenga: Pepeu
pegue sua guitarra e toque
Tristes trôpegos, tristes
típicos trópicos antigos
trocadilhos.
Viva a música. Viva
alice a carne do sol com
pirão de leite. Viva o sol
e o leite. Viva a sorte e o
bom humor. Viva o Esporte
Clube Bahia. Mais um
vivas as inúteis conquistas
da linguagem.
Adeus.
22/7/1969
DIARIO DE NOTÍCIAS
Salvador
"...
“Meninos, eu vi”, exclamação famosa, de
Gonçalves Dias, pode ser tomada de empréstimo
para definirmos a repercussão causada pelo
empolgante reaparecimento de Caetano Veloso e
Gilberto Gil. Foi realmente um espetáculo
inesquecível, com o povo lotando, literalmente, as
dependências do Teatro Castro Alves, durante
as apresentações. Entende-se: Caetano e Gil são,
hoje, duas lidimas expressões da música popular
brasileira. Digo isto com tôda a tranquilidade,
inclusive porque tenho sido, e não raras vêzes,
um crítico de certos excessos dos dois. Note-se,
ademais, que certos macêtes utilizados para
influenciar psicológicamente a platéia são
perfectamente válidos. E já usados, precedentemente,
por outros artistas.
Entre as personalidades que prestigiaram o
reaparecimento de Caetano e Gil, anotamos,
entre outros, Jorge Amado, secretário Boris
Tabacof, Sr. Jairo Simões, secretário Hilton
Rodrigues, Gal Costa, que atualmente está na
crista da onda, disse que veio a Salvador
especialmente para aplaudir o reaparecimento de
Caetano e Gil. Idem Tomzé.
Caetano e Gil. Idem Tomzé.
Após o espetáculo noturno de domingo, o
produtor de espetáculo, Roberto Santana, ofereceu
um jantar aos cantores e a convidados no
“La Terrasse”.
..."
22/7/1969
JORNAL DA BAHIA
Caetano e GiL Fazem do
TCA Parque Encantado em
Sua despedida do Brasil
Caetano e Gil transformaram
o Teatro Castro Alves na
manhã de domingo num
verdadeiro parque encantado, no
show com que se despediram
da Bahia já que amanhã
viajam para a Europa e não
voltam mais.
Os dois famosos compositores
brasileiros farão primeiro uma
temporada em Lisboa e depois
seguirám para Londres onde
pretendem fixar residência.
Duas mil pessoas foram vê-los
nesta apresentação de adeus.
…
A primeira música apresentada foi
Matiné do Cinema Olympia e a partir
Daí, o público não parou de vibrar, ora
Aplaudindo, ora se levantando, cantando
E mesmo sambando quando no fim
Gilberto Gil interpretou Aquele Abraço,
Acompañado por tres ritmistas da
Escola de Samba de Garcia…
…
Quando cantou “Irene” uma
das suas mais novas criações,
Caetano chorou, de emoção…
1969
Revista O Cruzeiro
n° 32 - 7 de agosto de 1969
Reportagem de Aldyr Tavares
1969
Revista inTerValo
Ano
VII – n° 349
Capa:
Roberto Carlos, Nice e Segundinho
Foto
de Fred Jorge
Editora
Abril
1969
Revista do Rádio e
TV
n°
1034
1969
Revista inTerValo
Ano
VII – n° 345
Agosto
Editora
Abril
Capa:
Antônio Marcos
Foto
de Carlos Motta
Páginas 64-65
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