jueves, 8 de diciembre de 2011

1967 - O CASAMENTO DE CAETANO VELOSO










 
 
 
 
 


















21/11/1967



20/11/1967 - JORNAL DO BRASIL







 


21/11/1967 - JORNAL DO BRASIL




 


 


  
































 
1967
Revista inTerValo
Ano V - n° 255
Novembro
Editora Abril

Capa: Caetano Veloso
Foto de: J. Ferreira da Silva






  
 
 
 
 



















TRIBUNA DA IMPRENSA








 






















1967
Revista inTerValo
Ano V - n° 257

Editora Abril








1967
Revista Fatos e Fotos
2 de dezembro de 1967
Ano VII – n° 357




















 
1967
Revista InTerValo 
Ano V - n° 258
Editora Abril




 
 







1967
Revista inTerValo
Ano V - n° 259

Editora Abril






1967
Revista SÃO PAULO NA TV
Agnaldo Rayol
nº 451 – Semana de 4-12-67 a 10-12-67






 







 
1967
Revista O CRUZEIRO
9/12/1967 





DEDÉ GADELHA & CAETANO VELOSO

CASAMENTO SEM GRAVATA

E SEM DOCUMENTO

Marisa Alvarez Lima





ESTE FOI SEM DÚVIDA o mais alegre, o mais frenético, o mais incontido e o menos convencional de quantos casamentos já se tem notícia neste Brasil. Caetano Veloso de terno preto, camisa roulé laranja e enorme flor amarela de papel crepon na lapela, após a cerimônia em que sapatos, colares, óculos, relógios e perucas foram arrancados pelo delírio dos fãs, conseguiu chegar inteiro ao hotel e desabafou: "SENSACIONAL!".

O casamento estava marcado para as 11 horas do dia 20 de novembro, na igreja de São Pedro, em Salvador. Por volta de 7 horas os primeiros curiosos começaram a garantir um bom lugar para ver a chegada dos noivos. Às 10:30 o trânsito já estava interrompido, a igreja completamente lotada pelos estudantes que tomaram de assalto todos os cantos, ficando em pé em cima dos bancos, altares, púlpitos e galeria.

O primeiro carro a chegar, quase destruído pela multidão, foi o do escultor Mário Cravo Neto, trazendo os padrinhos: Gilberto Gil, de calça preta, camisa de seda vermelha e flor no colarinho e Maria Bethânia de hippie, com muitos colares coloridos, flores de papel crepon no cabelo e desenhos de flores e frases escritas pelos braços, mãos e rosto.

Com a chegada de Caetano e Dedé, de mini-túnica branca com capuz forrado em tom fúcsia, bombacha curtinha e duas flores artificiais enormes nas mãos, o tumulto se generalizou. Houve pânico, desmaios e gritaria. Só com a ajuda dos policiais os noivos a muito custo conseguiram chegar ao altar onde o padre, aflitíssimo, tentava realizar a cerimônia sob um barulho infernal e ao som de "ALEGRIA, ALEGRIA".

- CAETANO tentando entrar na igreja, com as fãs tentando arrancar seus cabelos, dizia: "Juízo, meninas, juízo!" Sua mãe, dona Canô, uma figura extraordinária, aconselhava com calma: "Acene para elas, meu filho". Mas, até a chegada ao altar, Caetano já estava apavorado com a agitação cada vez maior da multidão, e dona Canô, emocionadíssima, desmaiava nos braços de Bethânia.

- RODRIGO, irmão de Caetano, chegou mais cedo, foi confundido com o noivo e, em pânico, corria das fãs pedindo desesperado que abrisse a porta da igreja, sob os gritos de: "É ele, é ele que cortou os cabelos!"

- A PIADA do casamento foi feita na hora em que um dos componentes dos Beat Boys, que se parece muito com Jesus Cristo, fugia pulando a cerca da igreja. Gritou um estudante: "Olha o Cristo fugindo da igreja!". E voaram em cima dele.

- A CERIMÔNIA propriamente dita foi realizada em um minuto e meio com o padre explicando: "Rápido, meus filhos. Rápido, senão me destroem a igreja!" Na hora da benção, não se encontravam as alianças, que eram emprestadas, já que o casal não pretende usá-las. Alguns convidados cederam as suas e Dedé acabou casando com quatro delas. Uma em cada dedo.

- GUILHERME ARAÚJO, empresário de Caetano, Gilberto Gil, Bethânia e dos Beat Boys, no meio do maior tumulto, empurrões e gritarias, dizia para todos: "Mas, isto é maravilhoso! É maravilhoso!"

- A ORIGINALIDADE do casamento começou com a dispensa dos convites impressos e culminou com a comemoração absolutamente inédita: noivos e convidados, de biquíni, foram para uma praia deserta, em Ondina, junto ao restaurante Le Chalet, onde almoçaram em ambiente da maior euforia.

- QUANDO Caetano apavorado pelo delírio dos fãs resolveu dizer: "Acho que vou desistir de me casar", já estava casado.

- O BANHO nupcial "sob um sol de quase dezembro"...


 



 






A Tarde








1967 - Revista InTerValo








1967
Revista do Rádio – TV
n° 952









1968
Revista do Rádio - TV
n° 958










1968
Revista Sétimo Céu
Janeiro de 1968 – n° 142


























1968
Revista Xodó
O mundo me ensinou a pecar
Editora Monterrey
N° 3














El casamiento de Caetano Veloso en noviembre de 1967, no escapó a la Literatura de Cordel. 

Expedito Ferreira Silva, registró O Casamento de Caetano Veloso.




“Oh! Musa Santa Divina
Dai-me fôrça e inspiração
Guiai-me nesta jornada
Sem fugir da oração
Para relatar um caso
Que causou admiração
Cada dia que se passa
Surge uma revelação
Cresce mais as audiências
Do Rádio e da Televisão
E o povo aplaude em massa
A nova composição
O cantor que me refiro
Ninguém vai botar defeito
A não ser que tenha alguém
Que fale mal por despeito
Alegria, alegria
No rádio teve proveito
A Bahia é terra amada
Senhor do Bonfim abençoou
Terra da literatura
Rui Barbosa assim falou
Como Caetano Veloso
O jovem compositor
Agora chegou a hora
De dá meu depoimento
Primeiro eu fico alegre
De escrever o acontecimento
Me referido ao Veloso
Que foi seu casamento
O enlace foi na Bahia
No bairro da Piedade
Com uma moça muito linda
Da alta sociedade
Cupido assim fêz ver
Que os dois tinhan amizade
Na Igreja de São Pedro
Foi grande a aglomeração
Para ver o casamento
Entre palmas e empurrão
Muita alegra e delírio
Foi a maior confusão
Murros e cotoveladas
Que fêz o tráfego parar
Pisadelas e pontapés
Para ver os noivos passar
Durou mais de 10 minutos
Para o jovem se casar
Alegria e Alegria
No casamento de Caetano
Também causando sucesso
Sua música neste ano
Do jovem compositor
Popular cantor baiano
Na hora da cerimônia
Foi grande o ajuntamento
Provocando distúrbio
E também arrombamento
Para ver o casal
Na hora do casamento
Depois de terem casado
Assim disse o reverendo
Poden seguir seus destinos
Que com o povo eu me entendo
Se é por falta de fogo
Vem quente que estou fervendo
Dali saiu o casal
Entre palmas e empurrão
O padre ficou zangado
Falou para o sacristão
Se não fôsse saia mínima
Não tinha confusão
Eu já perdi a cabeça
Não posso mais suportar
Sei que a môça chegou
Se ajoelhou no altar
Êste embalo da onda
Veio mesmo de lascar
O que é a saia mínima
O sacristão perguntou
O padre disse é uma saia
Que o Satanás inventou
Criação de Lucifer
E Caifás modelou
Antes de vim o modêlo
Satã risca na parede
Capataz grita tão feio
Se balançando na rede
E melhor casar assim
Que na Igreja verde
Depois do modêlo feito
Vai ser feio o sururu
As velhas de tanto mêdo
Se esconde no baú
As môças vão andar nuas
E os homens andar un
Os velhos ficam trancados
Lambendo a rapadura
Dai que as cabeleiras
Vão fazer suas bravuras
E Capataz por detrás
Fazendo a cobertura
Aí que vai pegar fogo
Vai ser grande amargura
Homem casando com homem
E mulher sem compostura
Os cabeludos vão usar
O cabelo na cintura
Quando cegar êsse dia
A terra deixa de girar
Até as aves dos bosques
Vão deixar de cantar
O mudo se não falou
Nesse dia vai falar
Nos gramados vai se vê
O elefante jogar bola
O urso dançar iê-iê-iê
Tocando em uma viola
Macaco de mini-saia
Na rua pedido esmola
Agora volto a falar
Do cantor e do casamento
Que logo após se casar
Foram ao apartamento
Desfrutar a lua-de-mel
No maior contentamento
Antes de chegar no convívio
No seio familiar
Foram a uma boa praia
Em uma alegria sem par
Que até o mar teve orgullo
Quando foram se banhar
Nunca eu vi tanto aplauso
Em um cantor tão moderno
Igual a Roberto Carlos
Em um dia de inverno
Escreveu falando assim
Que vá tudo para o inferno
Esta canção abalou
A rádio e a televisão
Vivrou tanto que feriu
O mais rígido coração
Agora veio a Alegria
Com grande divulgação
Quando saíram da Igreja
Do ato religioso
Seus amigos acompanharam
O cantor muito nervoso
Os fãs em grupo gritavam
Viva Caetano Veloso
Justamente a alegria
Veio abalar o Brasil
Espero que a jovem guarda
Seja forte e varonil
Criando músicas e letras
Tenham chances no porvir
Como Caetano Veloso
Cantor forte e altaneiro
Pode ir a Inglaterra
Desafiar o estrangeiro
Como fêz Roberto Carlos
Este cantor brasileiro
Os cantores de renomes
Voltam a lembrar o passado
Agora a juventude
Pelos leigos ignorado
A fruta só dá no tempo
Este é um velho ditado
Naquele tempo cantava-se
Valsas e samba-canção
Chota, boleros e mambos
Rango, rumbas e rojão
Maxixe e mulher rendeira
Cantava o rei do baião
Nos versos parabenizo
O astro Caetano Veloso
Quem fala é um trovador
Escrevendo e curioso
Parabéns de Expedito
E um futuro brilloso
O casal está em São Paulo
Daqui vai o meu respeito
Peço desculpas a ambos
Se eu não escrevi directo
Espere que vai sair
Um outro com mais proveito
Se falei do casamento
Sem fugir da regra inteira
Também na corrupção
Que vive na quebradeira
O valor do ejemplar
O leitor mesmo é quem dá
A Expedito Ferreira”.







1978
Revista Contigo
Dezembro de 1978
Quinzenal - n° 242








Revista inTerValo n° 257









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