Partindo do livro “Cine Subaé” (com organização de Claudio Leal e Rodrigo Sombra), Caetano Veloso revela suas memórias relacionadas ao cinema em entrevista.
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| Foto: Fernando Young |
Les Cahiers ouvrent l’été en musique: poursuivant la série
de grands entretiens qui célèbre les 130 ans du cinéma, Caetano Veloso nous
parle de l’importance du cinéma dans son parcours, du Cinema Novo à Pedro
Almodóvar.
Spécial
130 ans
Caetano Veloso
À moi la liberté
Entretien
avec Caetano Veloso
Réalisé par Claire Allouche et Marcos Uzal par courriel, le 4 juin. Traduit du portugais par Claire Allouche.
130 ANS DU CINÉMA
À moi la liberté
Entretien avec Caetano Veloso
Claire Allouche
Nombreuses sont les raisons qui nous invitaient à dialoguer avec Caetano Veloso pour commémorer les 130 ans du cinéma. L'immense musicien, figure incontournable du tropicalisme pendant la dictature militaire brésilienne et expérimentateur hors pair depuis, n'a jamais cessé d'être cinéphile. En attestent certaines de ses chansons ("Cinema Olympia", "Giulietta Masina", ou "Cinema Nova" avec Gilberto Gil) et un disque intitulé "Cinema Transcendental" (1979). Il a par ailleurs composé les bandes originales de plusieurs films et a joué dans d'autres, comme "Les Héritiers de Carlos Diegues" (1969) ou "Tabu" de Julio Bressane (1982), sans oublier son apparition remarquée dans "Parle avec elle" de Pedro Almodovar (2002). En France, on sait moins qu'il est l'auteur d'un film-essai d'une éblouissante liberté, "O Cinema Falado" (1986), et qu'il a longtemps oeuvré comme critique de cinéma pour "Archote", un journal de Santo Amaro, sa ville natale. Ses textes critiques et ses paroles sur le cinéma ont été récemment réunis au Brésil dans le passionnant recueil "Cine Subaé. Escritos sobre Cinema (1960-2023)", édité par Claudio Leal et Rodrigo Sombra (Companhia das Letras, 2024).
"Muitas
são as razões que nos convidam a dialogar com Caetano Veloso para comemorar os
130 anos do cinema. O imenso músico, figura incontornável do tropicalismo
durante a ditadura militar brasileira e experimentador sem par, nunca deixou de
ser cinéfilo. Atestam isso algumas de suas canções ('Cinema Olympia',
'Giulietta Masina' ou 'Cinema Novo' com Gilberto Gil) e um disco intitulado
'Cinema Transcendental' (1979). Ele compôs as trilhas originais de vários
filmes e atuou em outros, como 'Os Herdeiros' de Carlos Diegues (1969) ou
'Tabu' de Júlio Bressane (1982), sem esquecer sua aparição destacada em 'Fale
com ela' de Pedro Almodóvar (2002). Na França, sabe-se menos que ele é autor de
um filme-ensaio de uma liberdade deslumbrante, 'O Cinema Falado' (1986), e que
há muito tempo foi crítico de cinema no Archote, um jornal de Santo Amaro, sua
cidade natal. Seus textos críticos e suas palavras sobre o cinema foram
recentemente reunidos no Brasil na apaixonante coletânea 'Cine Subaé: Escritos
sobre Cinema (1960-2023)', editado por Claudio Leal e Rodrigo Sombra (Companhia
das Letras, 2024)."
Trecho da entrevista de Caetano Veloso para “Cahiers du Cinema”
(Julho/Agosto 2025)
Você costuma dizer que suas músicas são fortemente influenciadas pelo cinema. Pode nos contar mais?
Nem sempre é consciente, mas é claro que, se eu não amasse tanto o
cinema, não teria composto da mesma forma. A ideia de montagem sempre esteve
presente na minha mente quando escrevi músicas. Sei que um verso, uma mudança
de melodia, a combinação desses dois elementos — tudo o que, para mim, é
composição — é influenciado pela realidade do cinema.
“Desde menino eu me encantava com o cinema. Em minha cidade
natal, Santo Amaro, eu tinha ido algumas vezes ao único cinema que havia lá e
sempre me excitava ver imagens em movimento na tela. Mas aos 8 anos é que vi um
filme que me arrebatou: “Sansão e Dalila”, de Cecil B. DeMille. […] A
imponência da música também me apaixonou. E passei a levantar a sobrancelha tentando
imitar Victor Mature e a cantar o tema central de Victor Young o tempo todo.”
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| 1986 - Foto: Maritza Caneca |






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