martes, 15 de noviembre de 2022

1972 - GAL COSTA en RECIFE // A MORTE / VALE QUANTO PESA / O DENGO

 
































"... Gal é, antes de tudo, um acontecimento na música brasileira. Maior intérprete do movimento tropicalista, continua despertando admirações com o seu canto auténtico e espontâneo..."








" ... Eis, em primeira mão, as letras destes dois futuros sucessos de Gal: A morte (Gilberto Gil) e Vale quanto pesa (Luiz Melodia)..."



5/7/1972 - Rio de Janeiro 



A MORTE

Gilberto Gil

1972

© Gege Edições / Preta Music (EUA & Canada) 


A morte é rainha que reina sozinha
Não precisa do nosso chamado
Recado
Pra chegar
 

Ociosas, oh sim
As rainhas são quase sempre prontas
Ao chamado dos súditos
Súbito colapso
Pode ser a forma da morte chegar
 

Não precisa de muito cuidado
Ela mesma se cuida
É rainha que reina sozinha
Não precisa do nosso chamado
Medo
Pra chegar
 

  

Comentários (1): 

“O esoterismo implica a concepção inclusiva da morte; a morte não exclui nada, a morte está incluída; ela é fechamento de ciclo; a idéia de que não há vida sem morte; de que tudo que nasce, morre; tudo que tem um começo, tem um fim; toda face tem um dorso. Do equilíbrio com a relação dinâmica da permanência da interação dos opostos: a morte é um desses opostos; então, não há vida sem morte, nem morte sem vida. Pelo menos no campo da camisa de força da dualidade – a superação do dual oferecida, sugerida pelos sábios, pelos santos. 

Compus essa música em Londres, quando eu voltei para lá, em 72, para arrumar as coisas para regressar ao Brasil em definitivo. Ela veio de um daqueles insights, uma daquelas emanações de sentimento profundo que dão um pensamento. A canção faz uma associação interessante da morte com as rainhas ociosas, e dos seus súditos com a gente.”

 

(1) Extraído do livro “Gilberto Gil – Todas as Letras”

 




7/6/1972 - Rio de Janeiro



VALE QUANTO PESA

Luiz Melodia

1972 

Quanto você ganha pra me enganar
Quanto você paga pra me ver sofrer
Quanto você força pra me derreter
 

Sou forte feito cobra coral
Semente broto em qualquer local
Um velho novo cartão postal
Cartão postal 

Aquela madrugada deu em nada
Deu em muito, deu em sol
Aquele seu desejo me deu medo
Me deu força, me deu mau
 

Ai de mim, de nós dois
Ai de mim, de nós dois

Temos um passado já marcado
Não podemos mentir
Beijos demorados afirmados
Não podemos mentir
 

Ai de mim, de nós dois
Ai de mim, de nós dois
 

Vale quanto pesa de nós dois
Vale o quanto pesa a reza a lesa
De nós dois
 

O amor ainda existe
Um sonho de amor
Canção para mamã
e




5/7/1972 - Rio de Janeiro 


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