Mostra: "A cidade da Bahia, das baianas e dos baianos também"
Curadoria: Emanoel Araújo
Abertura: 07 de maio, terça-feira, às 19 horas
Período expositivo: de 08 de maio a 1° de setembro de 2019
Museu Afro Brasil: Av.
Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera, São Paulo
1959 - Caetano Veloso, seus pais e Emanoel Araújo, Santo Amaro |
14/5/2919 - Emanoel Araújo e Caetano Veloso, S. Paulo - Crédito: Facebook |
Emanoel Alves de Araújo (Santo Amaro da Purificação/BA, 15/11/1940)
…
Wilton Bernardo: Escultor, desenhista, ilustrador, figurinista,
gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo. Eu pesquisei sobre você e vi
todas essas atividades relacionada a sua atuação profissional. Eu queria que
você falasse sobre essa versatilidade.
Emanoel
Araújo:
Eu acho que é uma trajetória de tanto
tempo… 50 anos, então você vai experimentando coisas e ai termina sendo
designado por tudo isso mas na realidade eu sou mesmo é um escultor e por acaso
um gestor cultural. O “por acaso” é porque pintou no meu caminho essa
oportunidade de gestão cultural. Eu achei interessante, abracei a possibilidade
de fazer esse tipo de trabalho até como compromisso político de contribuição
para a sociedade brasileira e para a cultura para o Brasil.
Wilton Bernardo: Sua primeira exposição aconteceu em 1959. Onde
aconteceu? Santo Amaro ou Salvador? O que você apresentou?
Emanoel
Araújo: Aconteceu
em Santo Amaro. Uma delas foi no colégio em que eu estudava, no Centro
Educacional Teodoro Sampaio. Outra foi na Biblioteca Pública de Santo Amaro. A
exposição no Colégio Teodoro Sampaio, fiz com Caetano Veloso que também naquela
época era pintor. Eu apresentei uma série de guaches abstratos e Caetano
apresentou paisagens de Santo Amaro. Então.daí, fui pra a segunda exposição na
Biblioteca. Mas era uma coisa amadora que não tinha nenhuma relevância a não
ser a possibilidade de uma carreira que se apresentava mas estava longe de ser
algo significativo.
Wilton Bernardo: Mas já era um norte no sentido de um interesse
não é?
Emanoel
Araújo: Sim. Era… tanto que
Caetano virou músico e eu fui fazer Belas Artes, e portanto, me envolvi na área
de artes plásticas até hoje. Mas foi, de qualquer, um começo.
O que ficou e o que
mudou do início do trabalho pra hoje. Claro que, no início, como você mesmo
falou.
Meu trabalho mudou
muito. Foi passando por muitas fases. Foi num desenvolvimento muito rápido
porque eu trabalho muito então saiu da figuração para a abstração. Depois foi
para a geometria e nela estou até hoje. Então mudou muito. Isso foi um caminho
percorrido. Daí depois de todo esse tempo você fico até perplexo de tanto
trabalho que foi feito, mas é assim mesmo.
...
[7/2/2012, Emanoel
Araújo, entrevista a Wilton Bernardo]
Bahia é homenageada
em nova exposição no Museu Afro Brasil
A
mostra reúne diversos artistas e, de acordo com o curador Emanoel Araújo,
“fala de alguns fatos e pessoas, sobretudo dos artistas, dos homens e das
mulheres. Mulheres que fizeram da Bahia essa mágica, inusitada e preciosa
cidade, de todos os santos, de muita sensualidade e de pouco pudor, que se
esvai pelas ladeiras e ruas sinuosas”
Genaro de Carvalho, tapeçaria, coleção particular. Crédito: Jaílton Leal |
O
Modernismo Baiano é o grande protagonista da mostra, representado pelas telas
de telas de Carlos Bastos (1925 – 2004), as tapeçarias de Genaro Antônio Dantas
de Carvalho (Salvador, Bahia, 1926 - 1971), as esculturas em ferro ou
“ferramentas de santo”, que discutem a religiosidade afro-brasileira, de José
Adário dos Santos (1947), esculturas e gravuras de Rubem Valentim (1922 –
1991), e as jóias de Waldeloir Rego (1930 – 2001).
Genaro de Carvalho, tapeçaria, coleção particular. Crédito: Jaílton Leal |
Além
disso a representação da baiana está fortemente presente na mostra, seja na
escultura de Noêmia Mourão, nos vestidos de renda Richelieu, ou nas dezenas de
bonecas de cerâmica, madeira e louça. A própria Carmen Miranda, que levou a
figura da baiana mundo afora,também está presente na exposição por meio de
fotografias de revistas, iconografia em porcelana esmaltada, além de um vestido
original. Outras baianas icônicas como Marta Rocha (1936), Mis Brasil em 1964,
e Helena Ignez, musa do Cinema Novo também estão presentes nas fotografias da
mostra.
Personalidades
baianas da cultura brasileira como o escritor Jorge Amado (1912 – 2001), o
compositor Dorival Caymmi, Mãe Menininha do Gantois (1894 – 1986), os alfaiates
João de Deus do Nascimento e Luiz Gonzaga das Virgens, e dos soldados Lucas
Dantas Amorim Torres e Manoel Faustino dos Santos Lira - heróis da Revolta dos
Alfaiates, também conhecida como Conjuração Baiana ou, ainda, Inconfidência Baiana,
revolta social de caráter popular ocorrida em 1798, inspirada pelo ideário da
Revolução Francesa- são homenageados nas obras de artistas da mostra em
linguagens e técnicas diversas.
Carlos Bastos, Festa de N. Sra. da Conceição da Praia, 1968, óleo sobre tela. Coleção particular. Crédito: Jaílton Leal |
Além
das telas, tapeçarias, objetos e fotografias a mostra exibe filmes ligados ao
imaginário baiano como: “Barravento” (1962, 80 min., p&b), dirigido por
Glauber Rocha; “Bahia de Todos os Santos” (1960, 101 min.), com direção de
Trigueirinho Neto, além da série de documentários do projeto “Centenário de
Alexandre Robatto Filho – Pioneiro do Cinema na Bahia”, que conta com os filmes
“Entre o Mar e o Tendal” (1952-1953), “Xaréu” (1954), “Vadiação” (1954),
Igreja” (1960), “Desfile dos 4 séculos” (1949), “O Regresso de Marta Rocha”
(1955), “Um Milhão de KVA” (1949), “A Marcha das Boiadas” (1949), “Ginkana em
Salvador” (1952), e “Os Filmes que Eu Não Fiz” (2013).
Fonte: INFOARTsp
Fotos: Facebook
Coluna Boa Terra
Por
Valdemir Santana
Emanoel Araujo abre
a mansão artsy, de São Paulo, para jantar em homenagem a Caetano Veloso
16/05/2019
Foto:
Reprodução
|
A noite foi especial e chique nesta terça feira, em
São Paulo, com o jantar especial preparado pelo artista plástico baiano Emanoel
Araujo (na foto com Caetano e Heitor Reis) em homenagem ao cantor Caetano
Veloso. Mais do que especial, a casa de dois andares, no bairro italiano
Bixiga, do distrito Bela Vista, é coalhada de preciosidades. São mais de
trezentas peças incluindo pintura de Di Cavalcanti e coleções raras de arte
antiga da Bahia.
Caetano Veloso foi recebido junto com a mulher
dele, a atriz e produtora Paula Mafra Lavigne e o museólogo baiano Heitor Reis
que é gestor do maior fundo de investimento em arte no país. Antes do jantar,
os convidados circularam pelas salas do “Museu Afro Brasil”, no “Parque Ibirapuera”,
fundado e dirigido por Emanoel Araujo. “Fomos
ver a exposição A cidade da Bahia, das baianas e dos baianos também que fica em
cartaz até setembro”, contou Caetano.
Os amigos costumam elogiar o requinte da
gastronomia usada por Emanoel Araujo, incluindo pratos exóticos, como sopas de
pés de galinha, considerada raridade na China, de onde se origina. Caetano
Veloso e Emanoel Araujo nasceram em Santo Amaro da Purificação, a 76
quilômetros de Salvador, e são amigos desde a pré adolescência quando estudaram
juntos. Os dois eram pintores na juventude e treinavam a arte num mesmo estúdio
improvisado.
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