sábado, 22 de abril de 2017

2003 / 2004 - GAL COSTA // Todas as coisas e eu


Gal Costa fora da BMG Brasil


Cantora deixa a multinacional depois de abortar projeto ambicioso de show que seria produzido por Daniel Filho


Marco Antonio Barbosa

14/10/2002


A gravadora BMG oficializou a saída de Gal Costa de seu cast, em comunicado enviado na tarde de sexta-feira passada (dia 11/10). Já há alguns meses, Gal vinha aventando a possibilidade de rescindir seu contrato com a gravadora, acabando uma parceria iniciada em 1984. 

A possível "gota d'água" foi o desgaste causado pelo arquivamento do projeto de um disco ao vivo gerado a partir do álbum Gal de Tantos Amores. 

A idéia inicial previa um show superproduzido, com direção de Daniel Filho, mas a proposta acabou engavetada. Rumores dão conta de que Gal poderia seguir o caminho da conterrânea Maria Bethânia - que deixou a mesma BMG e assinou com a independente Biscoito Fino.

 

 


2 de junho de 2003


Gal Costa assina com Indie Records


Depois que a gravadora Abril Music encerrou as atividades em fevereiro.

















Álbum 2003



CD single promocional






Ensaio de Daniel Klajmic para o disco "Todas as Coisas e Eu"
® Daniel Klajmic – 2003




Fotos: Daniel Klajmic – 2003























































































FOLHA DE S.PAULO
Ilustrada

Gal Costa abre turnê "Todas as Coisas e Eu" no DirecTV

18/06/2004 - 12h29
da Folha Online


A cantora Gal Costa dá início à turnê de lançamento do disco "Todas as Coisas e Eu" com uma temporada de quatro shows no DirecTV Music Hall, em São Paulo, na próxima semana.

Entre os destaques do espetáculo está uma canção inédita de Chico Buarque, com letra de José Miguel Wisnik --que não está no CD-- e a volta de Gal Costa acompanhando-se ao violão em três músicas, além de novos arranjos para o álbum que já vendeu mais de 100 mil cópias.

A melodia da nova música de Chico foi composta para a versão italiana do filme "Dona Flor e seus Dois Maridos", mas acabou ficando guardada. A assessoria de Gal Costa informou que Wisnik ainda não terminou a letra e não batizou a faixa, mas que ela deve entrar no repertório da próxima semana.

Com um grupo de formação intimista --um quarteto composto por Jurim Moreira (bateria), Marcos Teixeira (violão), Bororó (baixo acústico) e Zé Canuto (sopros)--, a cantora interpretará obras do cancioneiro compostas entre as décadas de 1920 a 1970.

No repertório estão canções como "Folhas Secas" (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), "Copacabana" (Braguinha), "Dono dos Teus Olhos" (Humberto Teixeira) e "Pra Machucar Meu Coração" (Ary Barroso), além de músicas de compositores contemporâneos, como Arnaldo Antunes.

Com direção de Bia Lessa e direção musical de Eduardo Souto Netto, "Todas as Coisas e Eu" é o primeiro show de lançamento de um disco de Gal Costa desde 1999, quando saiu o tributo a Tom Jobim.

Depois de São Paulo, Gal realiza apresentações na Europa, voltando em julho para shows no Rio, no circuito Sesc do interior paulista, e por mais cinco capitais.


GAL COSTA
Local: DirecTV Music Hall (av. Jamaris, 213, Moema, SP)
Quando: 24, 25, 26 e 27 de junho (quinta-feira às 21h30, sexta e sábado, às 22h, domingo às 20h)
Quanto: de R$ 40 a R$ 80
Informações: 0/xx/11/6846-6040



30 de junho de 2004

Gal Costa toca violão em novo show



Redação Terra

A cantora Gal Costa escolheu São Paulo para dar início aos shows de lançamento de seu mais recente álbum, Todas as coisas e eu.

Entre os dias 24 e 27 de junho, a intérprete lotou o DirecTV Music Hall.

Quem esteve lá pôde conferir o repertório do álbum que já vendeu mais de 100 mil cópias.

A grande surpresa ficou por conta do acompanhamento para algumas canções do show. Nelas, Gal tocou violão ao vivo - coisa que não fazia desde o final dos anos 60 e início dos 70. 





O repertório das apresentações, que tiveram a direção assinada por Bia Lessa, apostou na diversidade e foi desde Pra Machucar Meu Coração, de Ary Barroso, a Dono dos Teus Olhos, de Humberto Teixeira, passando por Folhas Secas, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito e pela obra pop-concreta de Arnaldo Antunes.

Ao lado da cantora, uma formação enxuta composta por Marcos Teixeira (violão), Bororó (baixo acústico), Zé Canuto (sopros) e Jurim Moreira (bateria).

A turnê se estenderá pelo Brasil assim que a cantora retornar da Europa. Em julho, cariocas, moradores do interior paulista e fãs de outras cinco capitais terão a oportunidade de assistir Gal e todas as outras coisas.










      11 de julho de 2004













Foto: Mario Canivello





























































































O Estado Do Paraná

31/7/2004


Novo grande show de Gal Costa

Redação


No palco do Canecão, Gal Costa prova que – ainda e, em certos sentidos, cada vez mais – é uma grande cantora, com total domínio e consciência de sua voz e interpretação.

Mas Todas as coisas e eu, que estreou nesta quinta-feira – a temporada segue até domingo – está longe de ser um grande show. Se, ao cantar, ela consegue elevar o público em momentos sublimes, o espetáculo o tempo todo procura trazê-lo de volta ao chão, seja por problemas de anticlímax no roteiro, pelo gosto duvidoso da cenografia ou mesmo na concepção musical, refinada, mas que peca pela falta de ousadia.

Quando volta a tocar violão ao vivo, como não fazia há tempos, e resgata músicas perdidas em seu repertório antigo, Gal deixa no ar um recado: “Todas as coisas e eu” tem um tanto de balanço e, ao mesmo tempo, de reflexão sobre a maturidade de seu cantar. Não por acaso começa a capella com Alguém cantando e termina com Força estranha, na qual mostra suas têmporas ao cantar o “cabelo branco na fronte do artista”. As duas canções são de Caetano Veloso, com quem ela gravou seu primeiro disco, Domingo.

Entre Alguém cantando e Força estranha, Gal se esmera em suas nuances interpretativas, num repertório que inclui muito do CD Todas as coisas e eu, dedicado ao cancioneiro brasileiro pré-bossa-nova. A sensualidade explosiva de outros tempos hoje é brejeiramente insinuada (com sucesso) em canções como Baião dos quatro toques, lindo baião metalingüístico de Zé Miguel Wisnik, Camisa amarela, Dama do cassino, Lá vem a baiana e Linda flor.

O show, porém, não é apenas a grandeza de Gal. “Caribantu”, bela canção de Lenine e Sergio Natureza, é o primeiro equívoco – a música perde força na versão de Gal e, com seu impacto percussivo, soa perdida num repertório com ares de clássico.

O roteiro tem outros problemas, principalmente de ritmo. Exemplo: da alegria de “Lá vem a baiana” cai na circunspecção de “Ave Maria do morro”, sem escalas.

Como vem sendo há anos, Gal ainda deve um show (e um CD) à sua altura. Ainda não é Todas as coisas e eu.






Fotos: Reinaldo Marques / Terra





 

 





Músicos:
Violão e guitarra: Marcus Teixeira
Pandeiro, vocal, contrabaixo: Bororó [Dimerval Felipe da Silva]
Percussão, batería: Jurim Moreira
Saxofone, vocal, percussão: Zé Canuto





1. ALGUÉM CANTANDO (Caetano Veloso)

2. NEGA MANHOSA (Herivelto Martins) / SAMBA RUBRO NEGRO (Jorge Castro/Wilson Batista)

3. UM FAVOR (Lupicínio Rodrigues)

4. TRÊS DA MADRUGADA (Carlos Pinto/Torquato Neto)

5. CARIBANTU (Lenine/Sérgio Natureza)

6. IMBALANÇA (Luiz Gonzaga/Zé Dantas)

7. BAIÃO DE QUATRO TOQUES (José Miguel Wisnik/Luiz Tatit)

8. PRA MACHUCAR MEU CORAÇÃO (Ary Barroso)

9. FIM DE CASO (Dolores Duran)

10. NOSSOS MOMENTOS (Haroldo Barbosa/Luis Reis)

11. CAMISA AMARELA (Ary Barroso)

12. DAMA DO CASSINO (Caetano Veloso)

13. ALGUÉM COMO TU (José Maria de Abreu/Jair Amorim)

14. E DAÍ? [Proibição inútil e ilegal] (Miguel Gustavo)

15. LINDA FLOR [Yayá] [Ai, yoyô] (Henrique Vogeler/Luiz Peixoto/Marques Porto)

16. NADA ALÉM (Custódio Mesquita/Mário Lago)

17. LÁ VEM A BAIANA (Dorival Caymmi)

18. AVE MARIA NO MORRO (Herivelto Martins)

19. ASSUM PRETO (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira)

20. VAPOR BARATO (Jards Macalé/Waly Salomão)

21. FOLHAS SECAS (Guilherme de Brito/Nelson Cavaquinho)

22. ALEGRIA (Assis Valente)

23. NA LINHA DO MAR (Paulinho da Viola)


Bis

24. CHORA TUA TRISTEZA (Oscar Castro Neves/Luverci Fiorini)

25. COPACABANA (Dorival Caymmi/Carlos Guinle) / SÁBADO EM COPACABANA (João de Barro/Alberto Ribeiro)


Bis

26. FORÇA ESTRANHA (Caetano Veloso)





FOLHA DE S. PAULO








































28/7/2004 - Gal Costa com Joanna, Adriana Calcanhotto e
Patricia Pillar, no Canecão - Foto: Thereza Eugênia




Guilherme Araújo e Gal Costa





2004

Revista QUEM

Edição 204 - 4/8/2004



TODAS AS COISAS  E GAL



Após seis anos afastada dos palcos cariocas, Gal Costa voltou ao Rio de Janeiro para a turnê do show Todas as coisas e eu na quinta-feira, 29/7, no Canecão.

Na platéia, o clima era de nostalgia. Entre as pessoas que foram prestigiar a cantora baiana estavam o novelista Gilberto Braga e a jornalista Glória Maria.



TIETAGEM EXPLÍCITA


Chico Buarque e Caetano Veloso tietaram Gal Costa no Rio. 

Fotos: Cia da Foto



O show de Gal Costa no Canecão, domingo, 1º, no Rio, se transformou num encontro de gigantes. Na primeira fila, Chico Buarque acompanhou atento ao espetáculo da amiga.

Junto com o filho Moreno, Caetano Veloso também apareceu por lá. Ele veio direto do Recife, onde havia se apresentado, para paparicar Gal.

Depois do show, a tietagem continuou no camarim.

'Estava tudo lindo', afirmou Caetano. 'Gal estava deslumbrante', completou Chico.
 





Revista 
ISTOÉ Gente
9/8/2004

Edição n° 261


Gal Costa recebe a bênção de Chico Buarque


1/8/2004 - Foto: Eraldo Platz / Cia da Foto


Gal Costa encerrou a temporada carioca do show Todas as Coisas e Eu, no domingo 1º, no Canecão, no Rio, com a bênção de Chico Buarque. O compositor, que foi reverenciado durante o show pela cantora, que se ajoelhou no palco, deixou a mesa na primeira fila ainda durante o bis para evitar tumultos.

Chico seguiu para o camarim, onde foi um dos primeiros a parabenizar a amiga. “O show foi o máximo. A Gal está sempre maravilhosa, mas esta apresentação, especialmente, foi deslumbrante”, elogiou ele.
  











28/10/2004 - Gal Costa no Canecão, no Rio de Janeiro
Foto: João Cordeiro Jr / Folhapress 




28/10/2004 – Sandra Gadelha e Preta Gil posam para fotos ao lado da cantora Gal Costa no Canecão, no Rio de Janeiro – Foto: João Cordeiro Jr / Folhapress



28/10/2004 - Glória Maria (esq.) e a produtora Paula Lavigne (dir.) posam para fotos ao lado da cantora Gal Costa - Show no Canecão, no Rio de Janeiro – Foto: João Cordeiro Jr / Folhapress



28/10/2004 - Paula Lavigne, no Canecão, no Rio de Janeiro
Foto: João Cordeiro Jr / Folhapress



28/10/2004 - Djavan, sua mulher e a jornalista Glória Maria (dir.) posam para fotos ao lado da cantora Gal Costa (centro), Canecão, no Rio de Janeiro
Foto: João Cordeiro Jr / Folhapress


31/10/2004 - Fernanda Montenegro posa para foto com a cantora Gal Costa no Canecão, Rio de Janeiro – Foto: João Cordeiro Jr / Folhapress






























Periódico HOY

6 de noviembre de 2004

República Dominicana


Gal Costa, considerada como la mejor voz femenina de Brasil

La cantante brasileña Gal Costa presentó anoche su último disco "Todas as coisas e eu"  (5/11) en el Gran Teatro Cibao, de Santiago, el primero de dos conciertos programados en República Dominicana. 

La segunda y última presentación será esta noche (6/11) en el teatro La Fiesta del hotel Jaragua en la capital dominicana.










São Paulo, domingo, 21 de novembro de 2004


MÔNICA BERGAMO



Gal passeia na garoa


Foto: Ana Ottoni
Ninguém toca nos lábios de Gal: marca registrada da cantora, só ela consegue, 
batom na mão, acertar os contornos de sua boca



"O seu pai tomou o lotação para o inferno." Aos sete anos, era essa a explicação que Gal ouvia de uma de suas primas ao perguntar onde estava o pai, Arnaldo Burgos, que ela nunca conheceu. "Eu vivia perguntando aos médicos de minha avó: "Você quer ser o meu pai? Você quer ser o meu pai?". Até para um mendigo da rua em que morava, em Salvador, eu fiz esse pedido", conta Gal. Sorrindo ao se relembrar menina. Sem concessões à melancolia. Sem mágoas.


● Gal, 59, está escrevendo uma biografia. O pai ocupará um dos capítulos, dividindo espaço com a mãe, Mariah Costa Penna, "uma companheira fabulosa", e com personagens como Chico Buarque, Caetano Veloso e João Gilberto.

● Os pais de Gal já eram casados, sem filhos, quando a mãe dela descobriu que ele tinha duas crianças com uma outra mulher. Resolveram se separar. No dia do encontro para assinar a papelada...aconteceu a Gal. Mas o pai da cantora já estava vivendo com a outra família. Os dois nunca se viram.

 "Um dia uma prima me chamou na rua: "Gal, vem ver seu pai". Eu corri e vi um homem gordo, de terno de linho branco, levando uma criança pela mão. É a única lembrança que tenho". Quando Arnaldo morreu, ela tinha 14 anos. Os irmãos a procuraram para ir ao velório. Gal não quis. Anos depois, os irmãos passaram a conviver com ela.

● Gal está emergindo de um período de reclusão, em que interrompeu contato com o público. Voltou a fazer show este ano, "Todas as Coisas e Eu", depois de cinco sem se apresentar em espetáculos abertos no Brasil. Emagreceu 11 quilos. Está deixando Salvador para morar em São Paulo. E por que não o Rio?

● "Eu desço no aeroporto, em SP, e já tem alguém para me dizer uma coisa legal, me abraçar. No Rio só tem estrela", brinca. "A pessoa fala "olha lá a Gal", mas finge que não te vê. E paulista é muito sério. Eu tenho esse traço." Por enquanto Gal está hospedada no L'Hotel, na alameda Campinas. Ela já visitou apartamentos em Higienópolis, na Vila Nova Conceição e no Morumbi. Ainda não decidiu onde vai se instalar.

● "Higienópolis é o bairro dos artistas, né? A Marília [Pêra] me indicou um apartamento lá." Ela prefere uma casa, por causa de seus quatro cães rottweiler. "Eu trato cachorro como gente. São os filhos que não tive."

●  Gal não fala dos amores que viveu, e vive. Admite que já namorou Gil, "porque ele já andou falando por aí. Mas isso foi há anos". Ela preserva a vida pessoal e essa "é a regra" para quem quer estar a seu lado. Gal, ainda assim, não é uma esfinge como Chico, nem uma "diva inacessível" como Maria Bethânia. Não tem rasgos de genialidade como Gil e Caetano.

● Cheia de charme e glamour no palco, "a maior cantora do Brasil", como já lhe disse João Gilberto, é o que se pode chamar de "gente como a gente" quando desce dele. "Eu sou fácil. Eu sou facílima", diz ela. A cantora não tem grandes manias. Não briga com os músicos (Bethânia briga). Não toma muitos cuidados com a voz (Bethânia toma uísque para aquecer a garganta). Chico Buarque toma meio Lexotan antes de encarar o público. Na quarta-feira, dia em que se apresentou para um show fechado em SP, Gal trocou de roupa meia hora antes, não se concentrou e ainda bateu papo até a hora de entrar no palco.

 Depois do show, admitiu que leu, numa "cola", a letra de "Sampa" (Roberto Carlos "cola" até quando canta "Detalhes", mas faz de tudo para disfarçar). Quer provocar Gal? O que se arranca dela é o silêncio.

 Quem são as três melhores cantoras jovens do país? "Zelia Duncan, Jussara Silveira...". Pausa. "E a Maria Rita. Só que canta muito igual à mãe." Elis Regina sempre afirmava que "Gal é a maior cantora do país -depois de mim." É o que a própria Gal conta, sem opinar. "Sou uma das maiores. Mas os outros é quem tem que reconhecer isso em mim."




17/11/2004 - Foto: Ana Ottoni


Gal Costa durante ensaio de show fechado 

em São Paulo (SP).




17/11/2004 - Foto: Ana Ottoni








Gal Costa em seu camarim, minutos antes do show fechado 

que realizou em São Paulo.

 (São Paulo, SP, 18/11/2004). Foto: Ana Ottoni/Folhapress.