"Estreamos
Tiradentes em Ouro Preto, onde o herói viveu; antes da estreia, fizemos algumas
cenas de teatro quase-invisível: os atores representavam cenas nas filas de
ônibus, nas mesas dos bares, vestidos como personagens, mas sem darem a
impressão de ser teatro e sim realidade – os espectadores ficavam assustados
ouvindo falar de insurreição, de não pagamento de dízimos à Coroa etc. Ótima
maneira de ensaiar..."
[BOAL, Augusto. Hamlet e o filho do padeiro – memórias imaginadas. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 157.]
"Dez
vidas eu tivesse,
Dez
vidas eu daria.
Dez
vidas prisioneiras
Ansioso
eu trocaría,
Pelo
bem da liberdade,
Nem
que fosse por um dia.
Se
assim fizessem todos,
Aqui
não existiria
Tão
negra sujeição
Que
dá feição de vida
Ao
que é mais feia morte;
Morrer
de quem aceita
Viver
em escravidão.
Dez
vidas eu tivesse
Dez
vidas eu daria.
Mais
vale erguer a espada
Desafiando
a morte
Do
que sofrer a sorte
De
sua terra alugada."
[Primeira cena de Arena Conta Tiradentes: o Coro entoa a música-tema DEZ VIDAS]
Em 21 abril de 1967
estreava no Teatro de Arena, em São Paulo Arena conta Tiradentes, de Gianfrancesco
Guarnieri e Augusto Boal.
Com a direção geral de
Augusto Boal contava no elenco com David José, Renato Consorte, Dina Sfat, Gianfrancesco
Guarnieri e outros.
BOAL, Augusto, GUARNIERI, Gianfrancesco. Arena conta Tiradentes. São Paulo: Livraria Editôra Sagarana, 1967. 163 p.
Acervo Flávio Império |
Augusto Boal Gianfrancesco Guarnieri
Theo de Barros
Atores
Renato Consorte David José
Jairo Arco e Flexa Claudio Pucci
Sylvio Zilber
Dina Sfat Vanya Sant'anna
Músicos
Zelão
Romário José Borelli Luiz Fernando Manini
1967 - Gianfrancesco Guarnieri (Coringa) e Renato Consorte encenando “Arena conta Tiradentes” |
David José e Gianfrancesco Guarnieri |
PRÊMIO MOLIÈRE DE TEATRO / 1967
Trilha sonora / Discografia
Na criação dos temas musicais de Arena conta Tiradentes colaboraram com Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, Theo de Barros, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Sidney Miller.
Não foi especificada a participação de cada um, salvo no caso de ESPANTO (música de Théo de Barros), gravada por Maria Odette em 1967.
Letra: Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri
Música: Theo de Barros
Espanto que espanta a gente
Tanta gente a se espantar
Que o povo tem sete fôlegos
E mais sete tem pra dar
Quanto mais cai, mais levanta
Mil vezes já foi ao chão
De pé, mil vezes já foi ao chão
Povo, levanta na hora da decisão
Espanto que espanta a gente
Tanta gente a se espantar
Não é de hoje que esse povo
Vem dando demonstração
Alfaiates na Bahia
Balaios no Maranhão
Cabanada no Pará
Palmares no sertão
Não só contra os de fora
Foi o povo justiceiro
Contra a fome e a miséria
Levantou-se o garimpeiro
Contra os fortes desta terra
Levantou-se o conselheiro
De pé, contra toda a tirania
Sempre de pé, está o povo brasileiro
Sempre de pé, está o povo brasileiro
Espanto que espanta a gente
Tanta gente a se espantar
Que o povo tem sete fôlegos
E mais sete tem pra dar
Quanto mais cai, mais levanta
Mil vezes já foi ao chão
De pé, mil vezes já foi ao chão
Povo levanta, na hora da decisão
De Pé
De Pé
1967
Revista inTerValo
Ano V – n° 241
20 a 26/8 de 1967
Editôra Abril
1967 - MARIA ODETTE
A. ESPANTO (Théo de
Barros/Gianfrancesco Guarnieri)
Da
peça Arena
conta Tiradentes
B. JOÃO E MARIA (Geraldo
Vandré/Hilton Accioly)
Mocambo/Rozenblit S 7” nº CS 1.266
Mocambo/Rozenblit S 7” nº CS 1.266
61215147
/ 2:00
Álbum
“Primeiro Disco”
Estúdio
Eldorado 2 LPs, 25.81.0332/1/2, LP 1, B-5.
Eldorado CD ELD-06-2052, Track 10. [2006]
Eldorado CD ELD-06-2052, Track 10. [2006]
CIDADE DO OURO
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