domingo, 11 de junio de 2017

2015 - CAETANO 50: MÚSICA E TRANSFORMAÇÃO


A área externa do Auditório Ibirapuera vai ser palco da celebração da obra de Caetano Veloso em show gratuito que acontece no fim da tarde de 18 de outubro, domingo, a partir das 18h.

A apresentação faz parte da edição 2015 do projeto Trip - Música e Transformação, idealizado pela Revista Trip e que já celebrou Chico Buarque no ano passado.


Para este ano, foram convocados nomes como Paulo Ricardo, Jards Macalé, Fafá de Belém e outros importantes nomes da música popular brasileira, que interpretam de maneira pessoal e única algumas de suas composições preferidas de Caetano. As diversas fases da carreira do músico devem ser incluídas no setlist, que promete fazer o público viajar no tempo e relembrar canções que marcaram gerações.


UMA CELEBRAÇÃO AOS 50 ANOS DE CAÊ

TRIP TRANSFORMADORES / SHOW / CAETANO VELOSO / MÚSICA

Todo o potencial transformador da música em uma noite. A história do Brasil passada a limpo através do repertório de Caetano Veloso

Por redação
19/10/2015

São Paulo 18 de outubro, primeiro dia de horário de verão. O frio surpreendente no domigo não conseguiu esfriar os corações quentes dos quase 15 mil ali presentes, reunidos no lado externo do Auditório Ibirapuera para prestar um tributo à obra de Caetano Veloso.

É a já tradicional noite em que a Trip celebra o potencial transformador da música. Quando o movimiento Trip Transformadores, em sua nona edição, paga um tributo a vida e obra de um artista marcado pela rebeldia e a inquietude. O show Música e Transformação: Caetano 50 faz parte de um ciclo de eventos que se concluirá no mesmo Auditório. Em novembro, vamos novamente homenagear pessoas, ideias e projetos capazes de alterar (para melhor) a realidade onde estão inseridos.

E para contar essa história de 5 décadas da carreira, foi necessário reunir artistas da velha guarda como Fafá de Belém e Jorge Mautner, mas também nomes da nova geração, como Karina Buhr e Saulo Duarte e a Unidade. Mas o tratamento do público foi igual para todos que subiram ao palco: cantando em coro. Afinal, todo mundo ali tinha a sua favorita do repertório.

E por que celebrar 50 anos da obra de Caetano Veloso? Porque ele é um artista cuja obra personaliza a transformação. Que, de um jeito ou de outro, narrou através de suas canções o momento em que o Brasil se encontrava nas últimas 5 décadas. Caetano nunca ficou estagnado em determinada fase de sucesso na carreira. Ao contrário, fez questão de se reinventar, acompanhando as revoluções estéticas, ou mesmo antecipando-as. Afinal, a música não pára, e Caetano também não!


''Gosto do Transa (1972), mas foi com Cê (2006) e Zii e Zie (2009) que eu entendi que aquele homem continuava se transformando hoje, na minha época'',  diz Mahmundi que interpretou Queixa Foto: José Proença



London London, na voz de Paulo Ricardo: ''Caetano é minha maior influência como compositor. Ele é. – Foto: José Proença

 Na voz de Karina Buhr, Um Índio e Irene: "Qualquer pessoa sabe cantar alguma do Caetano, ou acha que sabe. Faz parte da vida de todo mundo. Até de quem não gosta... ou acha que não gosta!" Foto: José Proença


 "Ele é um compositor que me preenche desde criança", afirma Laya, que ficou com os clássicos: Como 2 e 2, Divino Maravilhoso e Cinema Olympia – Foto: José Proença


 Jards Macalé tocou duas de suas parcerias com Caê: Amizade e Coração Vagabundo. Nos bastidores, falou sobre o longo período que ele e Caetano romperam a amizade e de sua aproximação: ''Nos encontramos, nos abraçamos e sorrimos...'' – Foto: José Proença


 Jorge Mautner, outro parceiro de longa data, ficou responsável por Homem-Bomba e Tarado – Foto: José Proença


Saulo Duarte e a Unidade foi uma das gratas surpresas da noite. O grupo paraense, além de refazer os grandes hits Odara e Beleza Pura, os paraenses desempenharam a função de banda de apoio de todo o espetáculo – Foto: José Proença 



Com o clima paraense já preparado, Saulo Duarte chamou ao palco a "verdadeira orixá de sua terra", Fafá de Belém. Cajá e Naturalmente, ganharam temperos de carimbó: "Caetano foi meu primeiro amigo quando sai de Belém. O disco dele feito no exílio me lembrava que eu também estava longe da minha Belém..." – Foto: José Proença


 "Tive um k7 do Circuladô Ao Vivo. Escutei tanto no walkieman que a fita estragou...", recorda Mariana Aydar se apresentou ao lado de Lanny Gordin, lenda da guitarra e dos arranjos, um dos responsáveis pela estética da Tropicália, Chuva, suor e cerveja” e “Atrás do trio elétrico” – Foto: José Proença


Todos os cantores: Sampa







Caetano 50: Música e Transformação em uma homenagem inesquecível

Dia 18 de outubro de 2015 ficou marcado por um verdadeiro encontro de gerações. O evento Música e Transformação cumpriu com os seus intuitos iniciais: homenageou um dos maiores ícones da música nacional e mundial, resgatou grandes sucessos interpretados originalmente por Caetano Veloso nas últimas cinco décadas e acontecimentos importantes que tomaram o país neste mesmo período, além de aquecer o palco do Auditório Ibirapuera rumo à tradicional noite de premiação desta nona edição do Movimento Trip Transformadores – que acontece no próximo dia 11 de novembro. E os protagonistas desta noite fria, coincidentemente em pleno primeiro dia de horário de verão, vieram dos mais variados cantos do Brasil, representando gerações diferentes e unidas por uma única paixão: a música. O público também protagonizou o encontro: milhares de pessoas prestigiaram o espetáculo da área externa do Auditório e em coro reforçaram o canto de obras históricas.
Logo nas duas primeiras apresentações da noite, a feliz diversidade dos convidados – e da própria Trip– já ficou evidente: Mahmundi, aos 25 anos de idade, assumiu a responsabilidade de abrir os trabalhos. A carioca, cujas referências variam – em estilos musicais e épocas inspiradoras –, cantou logo de cara um dos maiores sucessos de Caetano: “Queixa”. Já o seu sucessor no palco conheceu o sucesso antes mesmo de ela nascer: Paulo Ricardo, um representante genuíno do rock nacional, deu nova roupagem à canção “London London”. Em seguida foi a vez da pernambucana Karina Buhr emocionar e fazer o público dançar com “Índio” e “Irene” e, posteriormente, de Laya Lopes, cearense de corpo, alma e sotaque, interpretar três hits consecutivos: “Como 2 e 2”, “Divino maravilhoso” e “Cinema Olympia”.
Era chegada a hora de o público ver de perto dois dos maiores ídolos da nossa música de todos os tempos. Saulo e a Unidade, que durante todo o show permaneceram como banda base dos demais artistas, descansaram por alguns minutos e deram lugar a Jards Macalé e seu violão. Macalé cantou duas parcerias com Caetano – “Amizade” e “Coração vagabundo” – e foi reverenciado pela calorosa plateia. Jorge Mautner, também parceiro de longa data do homenageado, subiu ao palco em seguida e mostrou propriedade ao cantar duas obras que ele conhece e muito bem: “Homem-Bomba” e “Tarado”. Foi a vez então de o Pará desembarcar em São Paulo: Saulo e A Unidade, que marcaram presença no palco desde o início, tiveram a honra de cantar e tocar dois dos maiores e mais conhecidos sucessos da noite. O público foi ao deleite com “Odara” e “Beleza pura”. Fafá de Belém, recebida pelos animados jovens conterrâneos com muita admiração, discursou lindamente sobre a influência de Caetano para a música e deu toques de carimbó para “Cajá” e “Naturalmente”.
Mariana Aydar e o lendário guitarrista Lanny Gordin foram os últimos a subir no palco, mas não propriamente “encerraram” o espetáculo. Isso porque, após protagonizarem um verdadeiro Carnaval fora de época com “Chuva, suor e cerveja” e “Atrás do trio elétrico”, ambos receberam todos os cantores novamente no palco para um verdadeiro coro. A música escolhida para a ocasião não poderia ser outra: “Sampa”, uma canção histórica de Caetano, que, como o próprio nome adianta, fala sobre essa que é uma das cidades mais receptivas do mundo.
O evento não teve apenas atrativos musicais: na projeção simultânea em cima do palco onde ocorreram os shows, fotos do artista Walter Firmo representaram as transformações que ocorreram no Brasil ao longo destas últimas 50 primaveras, e uma arrecadação de livros recebeu doações para a ONG Social Skate – do homenageado em 2013 do Prêmio Trip Transformadores, Sandro Testinha.


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