Verano de 1974: desde el 10 de enero al 20 de febrero, Guilherme Araújo produjo en el Teatro Vila Velha (Bahia), una serie de shows individuales con Caetano, Gilberto Gil, Gal Costa, Jorge Ben (Jorge Ben Jor), Luiz Melodia, Jards Macalé y Marcelo Costasantos.
Algunos temas de esas presentaciones forman parte del álbum “Temporada de Verão – Ao Vivo na Bahia”, donde Caetano participa con De noite na cama y O Conteúdo, ambas de su autoría; la primera ya grabada por Erasmo Carlos y la segunda por Edy Star -editada tambien en 1974- y Felicidade [Felicidade foi embora] de Lupicínio con Luar do Sertão de Catulo da Paixão Cearense.
Volviendo a O Conteúdo, el texto es tan inventivo cuanto instigante y ambiguo: pensamientos, alusiones personales (profecía de un vidente), confesiones, preguntas, respuestas, amalgamadas con homenajes a amigos (Novos Baianos, varios Jorges: Ben, Mautner, Salomão) y citas geográficas (Pan de Azúcar). Caetano post-Tropicalismo, post-Transa, post-Araçá Azul y pre-Jóia/Qualquer Coisa.
1974 - CAETANO VELOSO
6224 9320 / 9:31
Álbum “Temporada de Verão ao vivo na Bahia”
Caetano Veloso - Gal Costa - Gilberto Gil
Caetano Veloso - Gal Costa - Gilberto Gil
Teatro Vila Velha (Salvador), enero y febrero de 1974.
Philips LP 6349 108, A-3.
CD 848.452-2, Track 3.
1974 - EDY STAR
Álbum "... Sweet Edy..."
Sigla / Som Livre LP 403 6039, A-3.
2021 – ILLY
Single
Plataformas digitais
Lançamento: 23/9/2021
℗ 2021 Alá
Comunicação e Cultura
Davi Moraes:
guitarra
Alberto Continentino:
baixo
Rodrigo Tavares:
piano
Cesinha: bateria
Leonardo Reis:
percussão
Marlon Sette:
trombone.
Foto:
Roncca / Divulgação
[2003, Caetano Veloso, Sobre as letras, Pág. 53-54]
O
CONTEÚDO
"Eu
estava passando uns días em Salvador, ainda estava meio preso, estava ainda
exilado, e meu irmão me levou à casa de um sujeito fascinante,
que também já tinha vivido em Londres, e que dava uns saraus. Era um ambiente
gay, freqüentado por pintores, escritores, pessoas da inteletualidade baiana
que eu conhecia. E ele, um homem já maduro, no final da noite punha um xale preto
e cantava fados.
Pois
ele pegou minha mão e disse assim: “Vou ler sua mão”. Eu fiquei meio
desconfiado, mas deixei. Ele disse: “Isso aquí está marcado desde o principio dos
tempos. Não tenha medo, porque todo mundo vai mesmo morrer um dia, e a vida é
importante se ela for boa, se ela for intensa, a questão não
é ser longa”. Fui ficando agoniado. E então ele falou assim: “Você vai morrer
daqui a dois anos e três meses!”.
Uma
coisa assim, bem nítida. Eu estava muito vulnerável por causa da prisão e do
exílio, e fiquei muito impressionado e também com raiva do cara fazer aquilo.
Na verdade, a bicha queria me impressionar.
Quando
chegou a data prevista por ele, que coincidia com o Carnaval de 1975, eu e Dedé
fomos para Santo Amaro e ficamos na casa de meu pai e mina mãe, que sabiam de
toda a história. Eu disse: “Não vou pra rua, não vou ficar no meio da multidão
com esse grilo, pensando se é o não é”.
A
canção fala de minha raiva e de minha revolta contra a previsão dele."
O CONTEÚDO
Música y letra: Caetano Veloso
© 1974 Gapa/Saturno
Deita numa cama de prego e cria fama de faquir
Não tentes fugir ao sossêgo, meu nêgo
Tu és fraco como um anjo
E sabes voar
Teu gênio alegre, não fujas daqui
Todos os anos, passar pela casa dos Novos Baianos
Manos, jogar capitão
Como é bonito o Pão de Açúcar visto daquele ângulo
Como é bonito o Pão de Açúcar visto daquele ângulo
E aquele cara falou que é pra ver se eu não brinco
Com o ano de mil novecentos e setenta e cinco
Aquele cara na Bahia me falou que eu morreria dentro de três anos
Minha alma e meu corpo disseram: não!
E por isso eu canto esta canção - Jorge
E por isso eu canto esta canção - Jorge Ben
E por isso eu canto esta canção - Jorge Mautner
E por isso eu canto esta canção - Jorge Salomão
Roge, Roge, Roge, Roge
Cadê vocês, oh Mãe de Deus?
Jorge, cadê vocês? Ninguém
Tudo vai bem, Jorge?
Tudo vai bem, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo
E o divino conteúdo
A íris do olho de Deus tem muitos arcos
E há muitos barcos no mar
Se fugires - não fujas - te perderás
Pra onde, pra onde, pra onde, para onde, para onde, para onde
Vais, aliás?
Tire o pé da lama
Tendo somente a quem te ama
Pela insistência com que chama
Pela exuberância da chama
É proibido pisar na grama
Pela existência das folhas na rama
E pela insistência da rima
Cria fama e deita-te na cama
Cria fama e deita-te na cama
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