sábado, 16 de julio de 2022

2022 - OUTRAS PALAVRAS: SEIS VEZES CAETANO

 






CARDOSO, Tom. “Outras palavras: Seis vezes Caetano”.  1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Record, 2022. Páginas: 308. 

Lançamento: 25 de julho de 2022.


SINOPSE

"Irreverente e provocadora como seu biografado, Outras palavras reconstrói a vida e a obra de um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos. Caetano Veloso é um dos símbolos maiores da música popular e da cultura brasileiras. Multifacetado, transgressor e engajado, reuniu ao longo de décadas de carreira uma legião de fãs ávidos por sua produção, prolífica e espetacular, liderou movimentos e jamais deixou de se posicionar politicamente.A juventude em Santo Amaro embalada pelos filmes de Federico Fellini, os contos de Clarice Lispector e o LP Chega de saudade, de João Gilberto; o falso antagonismo com Chico Buarque, uma rivalidade musical fabricada pela imprensa, e os embates com a militância; a nova poética musical da Tropicália; a estética vanguardista e suas experimentações; os envolvimentos e decepções com projetos políticos; e os muitos envolvimentos amorosos que inspiraram ­― declaradamente ou não ― algumas das mais belas composições da música brasileira: em Outras palavras, o jornalista Tom Cardoso invoca o espírito de liderança de Caetano em nossa música, sua independência intelectual e sua impressionante capacidade de manter-se em evidência por décadas a fio.

Em seis capítulos temáticos ­― o homem de Santo Amaro, o polêmico, o líder, o vanguardista, o amante e o político ―, o autor reúne depoimentos, entrevistas e uma extensa pesquisa bibliográfica para apresentar ao leitor o retrato múltiplo de um camaleão da cultura popular brasileira. 

Na orelha deste livro, Rodrigo Faour (pesquisador e autor de História da música popular brasileira sem preconceitos), define assim o artista: 'Um Narciso advogando para o diabo, em meio a extremismo de direita e de esquerda, de caretas e desbundados, com seu modo ‘de ser e estar’ no palco e na vida, quebrando convenções e caretices de diversos níveis, inclusive a mais cruel de todas: o discurso padronizado.'"

















O GLOBO 

'o avesso do avesso do avesso. ou não': livro expõe as contradições de Caetano Veloso


Silvio Essinger

12 de julho de 2022


Autor das biografias de indomáveis figuras como o craque Sócrates, o jornalista Tarso de Castro e a cantora Nara Leão, o paulistano Tom Cardoso se viu na obrigação, na proximidade dos 80 anos de Caetano Veloso (que se completam em 7 de agosto), de escrever um livro sobre ele. Uma obra que, enfim, desse conta do artista “contraditório, tão importante e onipresente na cultura nacional”.

É assim que, dia 25, chega às mãos e olhos dos leitores “Outras palavras: Seis vezes Caetano” (Record), livro que ora o escritor define como “uma biografia pouco convencional”, ora como um “ensaio jornalístico”. E que, por todas as dificuldades em enquadrar o biografado — mas também a fim de parafrasear um dos motes que é humoristicamente atribuído ao artista —, quase se chamou “Caetano ou não”. 

— O tempo inteiro Caetano se contradiz. Mas, ao mesmo tempo, ele é um cara muito corajoso, que comprou brigas por pessoas que tinham tendência a contemporizar. Talvez o Tropicalismo não tivesse existido se fosse só por Gilberto Gil ou Tom Zé — defende Tom, um jornalista de 49 anos. — Caetano expõe muito bem as suas teses, e elas têm uma coerência, um embasamento, mesmo que depois ele mesmo se arrependa delas. Caetano leu muito, tem uma formação teórica forte, e chegou a bater de frente com pensadores tanto de direita quando de esquerda. 


TABARÉU MUSICAL

Iniciado com uma epígrafe de um conterrâneo ilustre (e por vezes antípoda) do artista, Raul Seixas (“É pena eu não ser burro. Não sofria tanto.”), “Outras palavras” se divide em seis vezes/capítulos: O santo-amarense, O polêmico, O líder, O vanguardista, O amante e O político. O primeiro, claro, para falar da infância e adolescência em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano.

Uma vez que Caetano ganha mundo e palco, em meados dos anos 60 (inicialmente em Salvador, depois no Rio e em São Paulo), os outros capítulos transcorrem paralelos até perto dos seus 80 anos. 

— Caetano fala sobre absolutamente tudo, desde que chegou ao Rio para acompanhar [a irmã Maria] Bethânia no “Opinião” [espetáculo do diretor Augusto Boal, no qual ela substituiu Nara Leão, a convite da própria]. Quando ela foi vaiada numa sessão do filme do [diretor Júlio] Bressane [“Bethânia bem de perto – a propósito de um show”, de 1966], Caetano se levantou da cadeira e deu uma declaração de que todos eram imbecis. Ele foi muito veemente ali e não parou mais. 

Uma das primeiras contradições de Caetano é que, apesar de ter tido sua vida mudada pelo “Chega de saudade” de João Gilberto, o tímido rapaz não pensava muito em ser músico (mudou de ideia em Salvador, pressionado pelo amigo Álvaro Guimarães). E uma vez tendo estreado em um LP influenciado pela bossa (“Domingo”, de 1967, com uma também iniciante Gal Costa), poucos meses depois estaria liderando (por falta de outro líder) o elétrico e esteticamente agressivo Tropicalismo. 

— Caetano se sentia meio tabaréu musicalmente. E aí ele tem contato com pessoas fundamentais na trajetória, que são o [artista gráfico] Rogério Duarte, o Zé Agrippino [de Paula, escritor], o [cineasta] Glauber Rocha, o Zé Celso [Martinez Corrêa, diretor teatral]... — conta Tom Cardoso. — Se não fosse por elas, talvez Caetano ainda estivesse pensando em ser professor ou pintor. Ele só se solta mesmo depois de conhecer esses caras desbundados. 

Tom é filho de Jary Cardoso, jornalista que trabalhou na equipe do Guilherme Araújo (empresário de Caetano nos anos 1970) e que depois entrevistou o artista algumas vezes para diversos jornais.

— Meu pai encontrava com o Caetano no Porto da Barra e eles se cumprimentavam com um selinho. Teve até uma época em que eu achei que “Leãozinho” era feita para o meu pai! — diverte-se o escritor, que também entrevistou o artista algumas vezes, mas preferiu não fazê-lo para esse livro em que “o personagem principal é o mais suspeito para falar de si próprio” (embora tenha conversado com muitas pessoas próximas ao cantor). — Caetano sempre falou muito no calor da hora, achei muito mais importante do que entrevistá-lo, resgatar entrevistas de que as pessoas nem lembram mais, declarações que se perderam no tempo. 


NADA A TEMER

Tom Cardoso relembra os muitos embates de Caetano com a imprensa. Nos anos 1970, o ex-exilado foi criticado pela guinada “Odara” de sua música (que supostamente desbundara-se e fechara os olhos à brutalidade do regime militar) e respondeu a acusação dizendo-se patrulhado por um grupo de jornalistas que “obedeciam ao chefe do partido”. Ao mesmo tempo, ele reagia aos ataques de Millôr Fernandes e Paulo Francis, do jornal “Pasquim”, que denominavam o seu grupo de artistas como os “baihunos” (ao que ele, Bethânia, Gil e Gal responderam criando o grupo Doces Bárbaros). 

— Você tinha ali pessoas que se consideravam intelectuais, que faziam um jornal revolucionário, mas que tinham posturas muito conservadoras e preconceituosas. O Caetano é o primeiro a apontar o dedo para eles — observa Tom, reconhecendo que artista certas vezes perdeu a mão em suas respostas ao recorrer a termos homofóbicos (chamou Francis de “bicha amarga”) ou machistas (sobre a cineasta Suzana Amaral, que criticara seu filme “Cinema falado”, Caetano disse que ela não passava “de uma dona de casa que deveria ficar em casa passando óleo de peroba nos móveis”).

Em “Outras palavras”, Tom não se esquiva da tarefa de trazer detalhes sobre a sexualidade de um Caetano que não se considera nem gay e nem bissexual, apesar de ter admitido experiências com homens (de uma transa não concretizada com um amigo, por exemplo, nasceu a música “Eclipse oculto). E também lembra que o artista elogiou os presidentes João Batista Figueiredo e Fernando Collor de Melo, além de ter chegado a considerar Olavo de Carvalho (a quem processaria depois, com sucesso, quando este o acusou de pedofilia) “um importante contraponto ao pensamento de esquerda”. 

— Depois, quando Caetano teve contato com o Jones Manoel, esse professor e historiador marxista pernambucano, ele passou a se considerar menos liberalóide — diz o escritor, para quem definitivamente este “não é um livro contra Caetano”. — Ele é um personagem acima de qualquer suspeita. O que eu vou encontrar que possa desabonar a sua figura? Ele é um homem contraditório, mas não se deve esperar do livro grandes revelações éticas e morais, assim como não se deve esperar de nenhum livro sobre Chico Buarque ou mesmo Roberto Carlos. Eles não têm o que temer.

 

 






















































































Paulo Ricardo









Foto: Reprodução



Luana Piovani - Foto: Divulgação

Sonia Braga - Foto: Divulgação




FOLHA ILUSTRADA









Trecho da capa da Ilustrada que assino hoje, com três livros sobre Caetano Veloso lançados na esteira dos 80 anos do artista. São eles: "Outras palavras: seis vezes Caetano", de Tom Cardoso; "Letras", organizado por Eucanaã Ferraz; e "Lançar mundos no mundo: Caetano Veloso e o Brasil", de Guilherme Wisnik








Caetano Veloso surge 'contraditório' e 'leonino' em livro sobre sua trajetória


LEONARDO LICHOTE 

25 de julho de 2022


BRASÍLIA, DF, 09.03.2022 - O cantor Caetano Veloso

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress



RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O personagem retratado em "Outras Palavras: Seis Vezes Caetano" (Editora Record), de Tom Cardoso, não se deixa capturar facilmente. Num momento, por exemplo, ele assume uma postura sexual avessa a binarismos, décadas antes de isso ser uma pauta banal. "Tendo a rejeitar o conceito [de bissexualidade]. Eu quero mesmo é experimentar sempre, de tudo. Ser capaz de entrar e sair de todas as estruturas". 

Noutro, lança um olhar terno --mesmo que não se descarte a ironia-- sobre o general João Figueiredo, então presidente do Brasil durante a ditadura militar. "Acho que ele tem uma cara de homem que ainda é um pouco menino, que faz uma cara de sério para você achar que ele é sério. Uma seriedade máscula, meio infantil. Eu não antipatizo com ele não." 

Mais do que a manifestação do livre pensar de Caetano, exposto nessas duas aspas, o livro --a partir de declarações do compositor e de pessoas próximas a ele recolhidas ao longo das últimas seis décadas em jornais, revistas, filmes e livros-- documenta o baiano não enquanto personagem acabado, coerente, definido, mas em processo de construção e pleno de contradições. Ou seja, "obra em progresso", para fazer referência ao blog e à série de shows que ele capitaneou em 2008. 

Condensada em pouco mais de 200 páginas --que se somam a anexos como notas, discografia e bibliografia--, sua vida ecoa quase parágrafo a parágrafo os versos que ele mesmo canta em primeira pessoa em "O Quereres". "Onde queres família, sou maluco/ E onde queres romântico, burguês/ Onde queres Leblon, sou Pernambuco/ E onde queres eunuco, garanhão." 

"Entendi que muito mais importante do que eu ouvir Caetano agora sobre todos esses acontecimentos desde a década de 1960 seria ouvi-lo falando de tudo isso no calor da hora, ou seja, suas declarações no momento em que esses fatos se davam", explica o autor, que não entrevistou o baiano ao longo dos dois anos de apuração para fazer o livro. 

"Conversei com algumas pessoas próximas a ele, mas a pesquisa deu preferência aos arquivos de grandes jornais e mesmo da mídia independente. Porque não deixam de ser inéditas e reveladoras falas dele que nunca mais foram lembradas, que não são encontradas no Google." 

O livro, que Cardoso prefere classificar como ensaio em vez de biografia, se divide em seis capítulos, cada um dando conta de um aspecto da personalidade de Caetano --as "seis vezes Caetano" a que se refere o título. Estão lá "o santo-amarense", "o polêmico", "o líder", "o vanguardista", "o amante" e "o político". 

A estrutura, explica Cardoso, foi inspirada na maneira como Paulo Cesar de Araújo organizou seu "Roberto Carlos em Detalhes", biografia proibida pelo Rei e recolhida das livrarias. "De certa forma, foi uma provocação com a campanha que Caetano e todos do movimento Procure Saber fizeram contra as biografias não autorizadas. O que se pode descobrir de comprometedor na vida de artistas como eles? Um envolvimento com o PCC? Não faz sentido essa preocupação", diz o autor.

Não há realmente nada de especialmente comprometedor nas páginas de "Outras Palavras". Há curiosidades como a revelação de quem foi a inspiração para a canção "Eclipse Oculto", relato de uma transa malsucedida --em versos como "mas na hora da cama nada pintou direito"--, o tradutor Paulo César Souza, amigo de Caetano. 

"O próprio Paulo César falou disso numa entrevista de 2008 do jornal baiano 'A Tarde'", explica o autor, desdenhando do teor escandaloso da informação e novamente, por tabela, da resistência às biografias. "Não chega a ser uma grande revelação uma transa de Caetano com um homem hoje em dia, não é?" 

Outras musas de canções aparecem em "O Amante" --das "tigresas" Zezé Motta e Sônia Braga à Gal Costa de "Da Maior Importância", outra letra escrita para um desencaixe amoroso. Nesse mesmo capítulo, são lembrados também o casamento aberto de Caetano e Dedé Gadelha e o início do relacionamento do cantor com Paula Lavigne quando ela era ainda uma adolescente --fatos que nunca foram tratados como segredo, como as muitas declarações dadas ao longo do tempo presentes no livro comprovam. 

Os aspectos mais delicados se mostram não ali, mas na tensa relação de Caetano com a imprensa e a crítica, sobretudo na década de 1970. Numa entrevista em 1978, ele se refere a críticos musicais como obedientes a dois senhores --"um é o dono da empresa, o outro é o chefe do partido." 

Cardoso pondera que o teor das "policialescas críticas" era muitas vezes de patrulha descabida sobre a produção do artista considerada "alienada". Cita como exemplo alguns textos escritos sobre o disco "Bicho", de 1977, que tinha como canção-símbolo a dançante "Odara": "Dançar, nesses tempos sombrios?", reprovava um jornalista. Mas o autor ressalta que "dizer que jornalistas estavam a mando do PCB em plena ditadura era algo sério e perigoso". 

"Vladimir Herzog havia sido assassinado em 1975, não muito tempo antes. Em 1981, houve o atentado no Riocentro. Ou seja, o ambiente ainda era tenso. Algum tempo depois, Caetano deu uma entrevista amistosa ao jornal comunista 'Voz da Unidade' e fez uma espécie de retratação." Ao jornal, o baiano disse: "Profissionalmente eu tive muitos problemas com a crítica, mas não especificamente com os comunistas. Embora tenham dito que eu dedurei algumas pessoas, nunca soube quem é do Partido e quem não é". 

"Ele é muito leonino. É um personagem que lança suas opiniões não como estratégia para chamar a atenção, como marketing, mas por impulsividade. E, nessas horas, é capaz de falas muito coléricas, que se contrapõem a essa coisa meio leãozinho, mais doce, hedonista, odara", diz Cardoso, comparando-o com a personagem de outro livro seu, a biografia "Ninguém Pode com Nara Leão", lançada em 2021. "Nara é o oposto disso, ela tinha preguiça dessa hiperexposição, apesar de ter dado entrevistas muito impactantes." 

Entre as muitas polêmicas do livro, há desde as mais explícitas --como a com Paulo Francis, que o inspirou em certa medida a compor "Reconvexo"-- às mais veladas --como a com Chico Buarque, alimentada sobretudo pela imprensa no período da Tropicália. Se o lança em embates, o caráter "leonino" de Caetano, como identifica Cardoso, também permitiu que se desenvolvesse a figura que aparece no capítulo "O líder". 

"Sem essa personalidade de Caetano, sem sua liderança, não haveria Tropicália, o próprio Gil reconhece isso. Há entrevistas de Gil pouco antes da Tropicália, que mostro no livro, na qual ele falava da 'defesa da pureza da música brasileira'. Ainda havia certa dúvida nele. Em Caetano não. Ele mete o pé na porta e sai abrindo. É ele quem briga com a plateia do Teatro Tuca [no famoso discurso 'vocês não estão entendendo nada']. Ele foi peitando, sempre com um posicionamento corajoso." 

Coragem que aparece em episódios como a bronca que Caetano dá no todo-poderoso Antônio Carlos Magalhães quando este vem lhe cobrar por estar apoiando Collor. "Como você pode falar assim comigo?", disse o músico na ocasião. "Vocês da direita sustentaram esse cara que nós fizemos tudo para derrotar e agora você vem me tratar como se estivéssemos juntos?", continua Caetano, antes de concluir contando que "Toninho Malvadeza ficou ralo". 

ACM como oposição a Collor e Caetano visto como simpático ao ex-presidente --há várias declarações no livro que apontam nesse sentido-- mostra a complexidade não só do cenário político brasileiro, mas do próprio comportamento do músico nesse cenário. O último capítulo de "Outras Palavras", "O político", aparece, portanto, como o mais rico da obra, ao acompanhar o pensamento do artista em movimento incessante. 

Ele sempre declarou desinteresse em participar de organizações políticas ("Nunca pertenci, sequer, ao diretório acadêmico da minha universidade"), o que não o impediu de escrever canções que tocavam em feridas políticas do país e de ser preso e exilado. E menos ainda de participar ativamente da política do país, nunca se furtando a manifestar sua posição.


Divulgação - Caetano Veloso e Maria Bethânia em foto presente no livro 'Outras Palavras: Seis Vezes Caetano", da editora Record 




Divulgação - Caetano Veloso em foto presente no livro 'Outras Palavras: Seis Vezes Caetano", da editora Record - Fotógrafo não identificado/FMIS, Coleção Nelson Motta


"É minha parte favorita do livro", diz Cardoso. "Me surpreendeu muito a maneira como ele vai mudando. Elogia o Lula, dá a entender que o vê como um estadista, e pouco depois sugere que o governo do PT é corrupto. Apoiou Fernando Henrique, mas quando o tucano o citou na cerimônia de posse, Caetano já achou aquilo oportunista. Defendeu Collor quando ninguém mais o defendia, elogiou Olavo de Carvalho. Mais recentemente se aproximou do [jovem historiador marxista] Jones Manoel, dizendo que não é mais o liberalóide que foi. Agora, já declara voto em Lula." 

Na visão do autor, esse comportamento --de constante e desavergonhado autoquestionamento-- se reflete em outros aspectos de sua trajetória, como os que aparecem nos capítulos "o vanguardista" e "o polêmico". "Mas é na política que ele se mostra mais evidente." 

Portanto, ao compilar, como mosaico ordenado, episódios e declarações de Caetano "no calor da hora", o livro mostra que às vésperas dos 80 anos o artista ainda é capaz de driblar expectativas. Seja a de quem espera o lar ou a revolução, o bandido ou o herói, o caubói ou o chinês, o revólver ou o coqueiro.

 

OUTRAS PALAVRAS: SEIS VEZES CAETANO

Quando: Lançamento em 8 de agosto

Preço: R$ 69,90 (308 páginas)

Autor: Tom Cardoso

Editora: Record


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