André Haidar Midani (Damasco, Síria, 25/9/1932 —
Rio de Janeiro, 14/6/2019) foi um profissional do mercado fonográfico
brasileiro.
“André
Midani morreu. Quase ninguém de quatro gerações de músicos, cantores e
compositores brasileiros pode sentir-se indiferente a essa notícia. Quase não
há quem não tenha tido, direta ou indiretamente, contato com sua personalidade
original, elegante e misteriosa. Chegou ao Brasil justo quando a bossa nova
esboçava-se. Acompanhou seu nascimento. Começou a amar a música brasileira ao
ouvir Inezita Barroso e Dorival Caymmi: muito certas essas primeiras escolhas
de um estrangeiro que não era estrangeiro entre nós porque
era estrangeiro em toda parte: árabe e judeu, europeu sírio, homem de mil
mundos, veio cair no Brasil, esse imenso quase-não-lugar. Revelou identidade
com o que há de mais criativo em nossa anarquia. E manteve a finura de seu
verniz. Voltou pra aqui justo quando o tropicalismo começava. Impossível pensar
alguém mais capaz de acompanhar a exuberância de nossa ousadia. Turbinou o rock
dos anos 1980, cuja potência vislumbrou desde sua pré-história. Enquanto
pensarmos em música popular neste país (e parece que nunca poderemos deixar de
fazê-lo), a lembrança de Midani estará conosco.”
[Caetano Veloso, 15/6/2019]
André Midani, Marina Lima, Guilherme Araújo, Rodrigo Argolo e Dedé Gadelha Foto do livro "André Midani - do vinil ao download" |
2/3/2015 - Exibição do documentário "Do vinil ao
download" |
2/3/2015 - Exibição do documentário "Do vinil ao
download"
Foto: Marcos Ramos / Infoglobo
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