Lanzamiento del show ABRAÇAÇO - 21/3/13 |
Caetano Veloso traz "Abraçaço" afetivo e
vigoroso a São Paulo
LUCAS NOBILE
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Modernizar a tradição e tradicionalizar o moderno. Foi
o que se viu com a chegada de "Abraçaço" a São Paulo, em espetáculo
que serviu para atestar mais uma vez o poder de renovação criativa de Caetano
Veloso. Aos 70 anos, ele segue --como poucos de seus pares-- como símbolo de
inquietude e inventividade.
O show que marcou a estreia em São Paulo de seu
trabalho mais recente, na noite desta quinta, seguiu roteiro praticamente idêntico
ao apresentado no Rio, no mês passado, quando ele estreou a turnê no Circo
Voador.
Após a voz de um locutor anunciar, em tom para lá de
formal, o nome de todos os envolvidos na produção do espetáculo, Caetano subiu
ao palco do HSBC Brasil às 21h50, 20 minutos depois do previsto, e iniciou o
show com a força de "A Bossa Nova É Foda", mesma canção que abre o
álbum lançado por ele em 2012.
A contundência dos versos, principalmente dos citados
no refrão (que dão nome à música), a potência e a limpidez da voz de Caetano
foram sucedidas pela serenidade da bossa de "Lindeza", gravada
originalmente no disco "Circuladô", em 1991.
Logo depois, ele ataca com outras três joias de seu
disco mais recente. Em "Quando o Galo Cantou", não apenas a letra
-com versos bem feitos como "mas o sol penetrou entre os pelos
brasis"-- mas também a música reforçam o excepcional melodista que é
Caetano. Em "Um Abraçaço", os integrantes da bandaCê se perfilam
atrás de Caetano, que se transforma em um homem de vários braços para (receber
e) distribuir seus abraços. E o afeto ainda sobra em "Parabéns", que
ele dedica o astral "mega bom, giga bom, terá bom" aos
aniversariantes da noite.
No show que marca o fim da trilogia com o grupo formado
por Pedro Sá (guitarra), Marcelo Callado (bateria) e Ricardo Dias Gomes (baixo
e teclado), Caetano tocou todas as faixas de "Abraçaço", menos
"Gayana", deixou de lado os temas de "Zii e Zie" (2009), e
interpretou alguns do inaugural "Cê" (2006). Deste disco, destaque
para "O Homem" e "Odeio".Aliás, em "O Homem" foi
um dos poucos momentos em que o compositor conversou com a plateia. Logo após a
introdução da música, Caetano entrou cantando em um tom errado e, com jogo de
cintura, desculpou-se: "Entrei no tom errado. Isso nunca aconteceu com
esta música", sendo muito aplaudido pelo público. No "segundo
take", deu show ao brincar com a voz no refrão da canção.
Além da conhecida capacidade de Caetano como intérprete
e compositor, ponto para ele também como diretor do espetáculo, cujo ritmo e
evolução da ordem do repertório funcionam muito bem, alternando momentos de
euforia com outros de introspecção. Não à toa, ele repetiu a ordem, de cabo a
rabo, das canções em relação ao show de estreia no Rio. A única mudança foi
feita apenas na 17ª música, com "Alexandre" dando lugar a "De
Noite na Cama", do disco "Temporada de Verão - Ao Vivo na Bahia"
(1974), com Gal e Gil.
De "Abraçaço", assim como no Rio, Caetano
mostrou o carimbó de "O Império da Lei", "encoxou" o ar ao
dançar seu "Funk Melódico", derramou tristeza em "Estou
Triste" e em "Quero Ser Justo" e a densidade pedida por "Um
Comunista", composta por ele em homenagem a Carlos Marighella (1911-1969),
nos versos "O baiano morreu/ eu estava no exílio/ E mandei um recado:/ Eu
que tinha morrido'/ e que ele estava vivo".
Do trabalho mais recente do compositor baiano, ainda
sobrou "Vinco", na abertura do bis, com achados poéticos como
"Eu que me posto exato entre teus lados/ Determino teu centro, sou teu
vinco/ Finco o estandarte em teu terreno tenro/ em teu terreno tenro, em teu
terreno".
Das canções mais antigas de repertório, Caetano soube
escolher muito bem "Triste Bahia", do cultuado "Transa"
-com Pedro Sá e os efeitos de sua guitarra reinventando a função do agogô no
registro original da música--, "Alguém Cantando" (1977) e o sambão
"Escapulário" (1975). Ainda sobrou espaço para "Mãe", que
também vem sendo interpretada por Gal Costa em seu show mais recente,
"Recanto" (com composições de Caetano).
Além dela, "Eclipse Oculto" (um dos pontos
altos do show) e as aclamadas "Reconvexo" (com o público aplaudindo a
mãe de Caetano, Dona Canô, que morreu em dezembro passado) e "Você Não
Entende Nada", em tom apoteótico. No bis, além da calmaria de
"Vinco", a energia de "A Luz de Tieta" e do
rock-com-cara-de-bandaCê "Outro".
Com ingressos esgotados, Caetano apresenta novamente
"Abraçaço" nesta sexta e no sábado no HSBC Brasil, em São Paulo.
11/4/2013 |
Créditos: Taiz Dering |
11/4/2013 - Bob Velloso - Foto: Caio Duran / AgNews |
11/4/2013 - Bob Velloso |
12/4/2013 - Caetano e Bob |
17/8/2013 - Vivo Rio - Zeca e Moreno Veloso |
Lanzamiento del álbum grabado en vivo: 21 de enero de 2014.
2014 – CAETANO
VELOSO
Álbum
“Multishow ao vivo – Abraçaço”Grabado los días 16 y 17 de agosto de 2013 en Vivo Rio
Universal Music CD 60253759270
1. A BOSSA NOVA É
FODA (Caetano
Veloso) Abraçaço, 2012
2. LINDEZA (Caetano Veloso)
Circuladô, 19913. QUANDO O GALO CANTOU (Caetano Veloso) Abraçaço, 2012
4. UM ABRAÇAÇO (Caetano Veloso) Abraçaço, 2012
5. HOMEM (Caetano Veloso) Cê, 2006
6. TRISTE BAHIA (Caetano Veloso sobre poema de Gregório de Mattos) Transa, 1972
7. ESTOU TRISTE (Caetano Veloso) Abraçaço, 2012
8. ESCAPULÁRIO (Caetano Veloso sobre poema de Oswald de Andrade) Jóia, 1975
9. FUNK MELÓDICO (Caetano Veloso) Abraçaço, 2012
10. ALGUÉM CANTANDO (Caetano Veloso) Bicho, 1977
11. QUERO SER JUSTO (Caetano Veloso) Abraçaço, 2012
12. ECLIPSE OCULTO (Caetano Veloso) Uns, 1983
13. MÃE (Caetano Veloso) Gal Costa, 1978
14. DE NOITE NA CAMA (Caetano Veloso) Erasmo Carlos, 1971
15. O IMPÉRIO DA LEI (Caetano Veloso) Abraçaço, 2012
16. RECONVEXO (Caetano Veloso) Maria Bethânia, 1989
17. VOCÊ NÃO ENTENDE NADA (Caetano Veloso) Gal Costa, 1971
18. A LUZ DE TIETA (Caetano Veloso) Tieta do Agreste, 1996
19. OUTRO (Caetano Veloso) Cê, 2006
2014 – CAETANO
VELOSO
Álbum
“Multishow ao vivo – Abraçaço”
Grabado los días 16
y 17 de agosto de 2013 en Vivo Rio
Universal
Music DVD 60253759271
1. A BOSSA NOVA É
FODA (Caetano
Veloso) Abraçaço, 2012
2. LINDEZA (Caetano Veloso)
Circuladô, 19913. QUANDO O GALO CANTOU (Caetano Veloso) Abraçaço, 2012
4. UM ABRAÇAÇO (Caetano Veloso)
Abraçaço, 2012
5. PARABÉNS (Caetano Veloso/Mauro Lima) Abraçaço, 2012
5. PARABÉNS (Caetano Veloso/Mauro Lima) Abraçaço, 2012
6. HOMEM (Caetano Veloso) Cê,
2006
7. UM COMUNISTA (Caetano Veloso)
Abraçaço, 2012
8. TRISTE BAHIA (Caetano Veloso
sobre poema de Gregório de Mattos) Transa, 1972
9. ESTOU TRISTE (Caetano Veloso)
Abraçaço, 2012
10. ODEIO (Caetano Veloso) Cê, 2006
11. ESCAPULÁRIO (Caetano Veloso sobre poema de Oswald de Andrade) Jóia, 1975
10. ODEIO (Caetano Veloso) Cê, 2006
11. ESCAPULÁRIO (Caetano Veloso sobre poema de Oswald de Andrade) Jóia, 1975
12. FUNK MELÓDICO (Caetano Veloso)
Abraçaço, 2012
13. ALGUÉM CANTANDO
(Caetano
Veloso) Bicho, 1977
14. QUERO SER JUSTO
(Caetano
Veloso) Abraçaço, 2012
15. ECLIPSE OCULTO (Caetano Veloso) Uns, 1983
15. ECLIPSE OCULTO (Caetano Veloso) Uns, 1983
16. MÃE (Caetano Veloso)
Gal Costa, 1978
17. DE NOITE NA
CAMA (Caetano
Veloso) Erasmo Carlos, 1971
18. O IMPÉRIO DA LEI (Caetano Veloso) Abraçaço, 2012
18. O IMPÉRIO DA LEI (Caetano Veloso) Abraçaço, 2012
19. RECONVEXO (Caetano Veloso)
Maria Bethânia, 1989
20. VOCÊ NÃO
ENTENDE NADA (Caetano
Veloso) Gal Costa, 1971
21. GAYANA (Rogério Duarte) Abraçaço, 2012
21. GAYANA (Rogério Duarte) Abraçaço, 2012
22. VINCO (Caetano Veloso)
Abraçaço, 2012
23. A LUZ DE TIETA (Caetano Veloso)
Tieta do Agreste, 1996
24. OUTRO (Caetano Veloso) Cê, 2006
24. OUTRO (Caetano Veloso) Cê, 2006
Extra: UM ÍNDIO (Caetano Veloso)
Doces Bárbaros, 1976
22/1/2014 |
22/1/2014
Multishow Ao Vivo -
Abraçaço
"Abraçaço" foi um disco que me
surpreendeu e intrigou. Recebo com alegria as reações positivas que ele provoca
mas sigo pensando que não o conheço direito. Ou não o entendo. Quando fizemos o
show de lançamento, no Circo Voador, a intimidade da plateia com as novas
canções me comoveu. Eu próprio não sabia quase nada de seus possíveis encantos.
Mas há coisas claras. A naturalidade com que Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e
Marcelo Callado tratam as canções é perceptível mesmo para mim.
A bandaCê. Nossa colaboração foi miraculosamente direta desde o "Cê". Mas, com o tempo, tudo o que era entendido e realizado passou a ser produzido de modo tão orgânico que o que se capta é só a beleza, nunca as intenções. Sempre gostei de "A bossa nova é foda", mas aprendi a gostar de "Quero ser justo" e de "Quando o galo cantou" - e de "Um abraçaço"! - depois que os três caras as traduziram para mim. Suponho que eles gostavam mais de todas essas do que eu. Mais importante: Moreno gostava mais de tudo o que estávamos fazendo do que eu conseguiria. É a certeza dele que, tendo feito do disco algo auto-afirmado, responde pela limpidez do som que se pode ouvir nas gravações ao vivo que estão no DVD e no CD que saem agora.
Perto de Vavá Furquim na análise da acústica do Vivo Rio (onde fizemos as apresentações que foram gravadas) e de Daniel Carvalho nas mesas de captação, mixagem e masterização dos sons, Moreno fez do "Multishow Ao Vivo - Caetano Veloso - Abraçaço" um trabalho relevante. Mágica foi a chegada de Hélio Eichbauer. Eu o tinha convidado para fazer a capa de um caderninho em que eu leria a letra de "Alexandre". Ele veio ao ensaio e, aceitando que tivéssemos apenas um fundo preto (mas dizendo que há pretos e pretos), fez a capa do caderno (que afinal saiu de cena, já que deixei de cantar "Alexandre", canção que adoro, pois não gosto de cantar lendo) e um pano de fundo composto de diferentes texturas e graus de transparência, chegando à lembrança de que o "Quadrado negro" de Malevich completava 100 anos em 2013 - e pediu a Igor Perseke para fazer reproduções, não só do "Quadrado negro", mas também dos outros três quadros mais radicais do pintor russo, pontilhando o palco com quatro cavaletes.
A luz, planejada por Hélio e Gabriel Farinon, seguiu as sugestões visuais dos pretos e dos quadros e as sugestões sonoras e poéticas das canções. A combinação de tudo isso foi captada com cuidado e energia por Paulinha Lavigne e Fernando Young. Para celebrar o fato de termos conseguido registrar tão bem o show (que, apesar de minha ignorância do sentido central do CD "Abraçaço", sempre nos deu alegria e comoção), vamos fazer apresentações especiais.
De certa forma, o lançamento do DVD e do CD ao vivo também celebra as premiações do Grammy Latino obtidas pelo CD feito em estúdio. O fato de a inventiva e elegante capa criada por Quinta-Feira e Fernando Young ter recebido prêmio de melhor projeto gráfico (além de o refinamento sonoro com que a bandaCê, Daniel e Moreno enriqueceram meu enigmático trabalho de composição) me encheu de alegria, tanto que a parceria com a dupla é repetida na capa deste novo trabalho.
Com o passar do tempo e com as revelações feitas por esses companheiros todos (e pelas plateias), canções como "Quando o galo cantou", "Quero ser justo" e "Estou triste" passaram a me parecer amáveis. Tenho muito orgulho de conseguir atenção e respeito por "Um comunista", música que dura 10 minutos e tem na letra certas dicções meio didáticas algo irregulares. Acho que muita gente pode gostar de ver e ouvir o que foi gravado num Vivo Rio lotado e participante. Sinto algum prazer em ter esse objeto para exibir.
Caetano Veloso
Janeiro de 2014
A bandaCê. Nossa colaboração foi miraculosamente direta desde o "Cê". Mas, com o tempo, tudo o que era entendido e realizado passou a ser produzido de modo tão orgânico que o que se capta é só a beleza, nunca as intenções. Sempre gostei de "A bossa nova é foda", mas aprendi a gostar de "Quero ser justo" e de "Quando o galo cantou" - e de "Um abraçaço"! - depois que os três caras as traduziram para mim. Suponho que eles gostavam mais de todas essas do que eu. Mais importante: Moreno gostava mais de tudo o que estávamos fazendo do que eu conseguiria. É a certeza dele que, tendo feito do disco algo auto-afirmado, responde pela limpidez do som que se pode ouvir nas gravações ao vivo que estão no DVD e no CD que saem agora.
Perto de Vavá Furquim na análise da acústica do Vivo Rio (onde fizemos as apresentações que foram gravadas) e de Daniel Carvalho nas mesas de captação, mixagem e masterização dos sons, Moreno fez do "Multishow Ao Vivo - Caetano Veloso - Abraçaço" um trabalho relevante. Mágica foi a chegada de Hélio Eichbauer. Eu o tinha convidado para fazer a capa de um caderninho em que eu leria a letra de "Alexandre". Ele veio ao ensaio e, aceitando que tivéssemos apenas um fundo preto (mas dizendo que há pretos e pretos), fez a capa do caderno (que afinal saiu de cena, já que deixei de cantar "Alexandre", canção que adoro, pois não gosto de cantar lendo) e um pano de fundo composto de diferentes texturas e graus de transparência, chegando à lembrança de que o "Quadrado negro" de Malevich completava 100 anos em 2013 - e pediu a Igor Perseke para fazer reproduções, não só do "Quadrado negro", mas também dos outros três quadros mais radicais do pintor russo, pontilhando o palco com quatro cavaletes.
A luz, planejada por Hélio e Gabriel Farinon, seguiu as sugestões visuais dos pretos e dos quadros e as sugestões sonoras e poéticas das canções. A combinação de tudo isso foi captada com cuidado e energia por Paulinha Lavigne e Fernando Young. Para celebrar o fato de termos conseguido registrar tão bem o show (que, apesar de minha ignorância do sentido central do CD "Abraçaço", sempre nos deu alegria e comoção), vamos fazer apresentações especiais.
De certa forma, o lançamento do DVD e do CD ao vivo também celebra as premiações do Grammy Latino obtidas pelo CD feito em estúdio. O fato de a inventiva e elegante capa criada por Quinta-Feira e Fernando Young ter recebido prêmio de melhor projeto gráfico (além de o refinamento sonoro com que a bandaCê, Daniel e Moreno enriqueceram meu enigmático trabalho de composição) me encheu de alegria, tanto que a parceria com a dupla é repetida na capa deste novo trabalho.
Com o passar do tempo e com as revelações feitas por esses companheiros todos (e pelas plateias), canções como "Quando o galo cantou", "Quero ser justo" e "Estou triste" passaram a me parecer amáveis. Tenho muito orgulho de conseguir atenção e respeito por "Um comunista", música que dura 10 minutos e tem na letra certas dicções meio didáticas algo irregulares. Acho que muita gente pode gostar de ver e ouvir o que foi gravado num Vivo Rio lotado e participante. Sinto algum prazer em ter esse objeto para exibir.
Caetano Veloso
Janeiro de 2014
Agosto de 2013 - Caetano Veloso y Hélio Eichbauer |
Circo Voador, 21/3/2013 - Foto: Ana Schlimovich ALEXANDRE |
Circo Voador, 22/3/2013 |
Kazimir Severinovich Malevich (1878/1935)
14 y 15/2/2014 - Circo Voador (RJ) |
2015 |
Brasília, 9-5-2015 |
2015 |
Crítica: Apresentação de Caetano em local apertado foi memorável
THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO
4/6/2015
Poucas vezes Caetano Veloso se dedicou tanto a um
disco como faz agora com "Abraçaço". O álbum foi lançado em 2012, já
rendeu um DVD com a gravação do show e a turnê só vai terminar agora.
Caetano retornou a São Paulo nesta semana, com quatro
shows na choperia do Sesc Pompeia, de quarta (3) a sábado (6), com ingressos
esgotados. Na primeira dessas noites, ele se mostrou simpático e fez uma apresentação
memorável.
Quem teve oportunidade de ver alguns dos shows dos
últimos três anos já percebeu que a força de canções como "A Bossa Nova É
Foda" e "Um Abraçaço", executadas com muita empolgação, está
dando ares de clássico contemporâneo ao disco.
É, sem dúvida, o álbum mais impactante de Caetano
neste século. O terceiro com a ótima e jovem Banda Cê, cada vez mais afiada
depois de tanta estrada. Mas a excelência do repertório o coloca muito acima de
"Cê" (2006) e "Zii e Zie" (2009).
Abrindo com "A Bossa Nova É Foda", a
primeira metade do show foi dedicada às faixas de "Abraçaço", com
exceção de "Baby" (gravada por Gal Costa em 1968), "Triste
Bahia" (do disco "Transa", de 1972) e "Odeio" (de "Cê").
Caetano Veloso em show no Sesc Pompeia - Foto: Carlos Rocha |
O público não demonstrou sentir a falta de mais
sucessos, atestando que já consome as músicas do último disco com o mesmo
entusiasmo.
Na verdade, talvez a plateia pudesse aceitar
tranquilamente qualquer repertório.
A presença de Caetano num espaço tão acanhado como
a choperia, com o cantor dando repetidas vezes a mão aos fãs que colavam a
barriga no palco, se transformou num encontro de admiradores com uma divindade.
Estar ali, tão perto dele, pareceu mais importante do que a performance
musical.
Uma grande performance. Muitas canções e pouca
conversa. Caetano falou com o público apenas uma vez, depois da quarta música,
para dizer que estava feliz de retornar a São Paulo no final da turnê e que
adora o espaço intimista da choperia.
Ele rebolou de costas para o público e, durante
"De Noite na Cama", de 1974, abriu a camisa, dançou com a barriga
saliente à mostra sob urros da plateia, e depois a abotoou, achando graça de
tudo.
Ele encerrou a noite com o batuque forte de "A
Luz de Tieta", depois de uma hora e meia de comunhão com os fãs. Deixou o
palco acenando, sem falar mais nada.
A grande procura pelos shows na choperia motivou
mais uma apresentação na cidade, desta vez gratuita. Será neste domingo, às
18h, no gramado do Sesc Itaquera.
ABRAÇAÇO
quando sex. (5) e sáb. (6), às 21h30, no Sesc Pompeia (esgotados); dom. (7), às 18h, no Sesc Itaquera - av. Fernando Espírito Santo Alves de Mattos, 1.000; tel. (11) 2523-9200
quanto grátis (Sesc Itaquera)
avaliação ótimo
quando sex. (5) e sáb. (6), às 21h30, no Sesc Pompeia (esgotados); dom. (7), às 18h, no Sesc Itaquera - av. Fernando Espírito Santo Alves de Mattos, 1.000; tel. (11) 2523-9200
quanto grátis (Sesc Itaquera)
avaliação ótimo
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