"Tocar violão com você eu sempre acho um
absurdo"
[1971, de Caetano para João Gilberto]
1971
Revista inTerValo
Ano
IX – n° 449
Capa:
Ângela Maria
Foto
de Abraham Lincoln
Editora
Abril
1971
Revista inTerValo
Ano IX - nº 450
Agosto
Capa: Caetano Veloso
Foto de Cynira Arruda
Editora Abril
A Tupi conseguiu reunir três
“cobras” na mais importante noite de música popular brasileira dos últimos
tempos
UM ENCONTRO DE AMOR
JOÃO GILBERTO
CAETANO
E GAL
1971
Revista Veja
Edição
n° 154
18
de agosto de 1971
Editora
Abril
1971
Revista inTerValo
Ano
IX - N° 456
Editora
Abril
Capa:
Marília Pêra e José Augusto Branco
Foto
de Darcy Trigo
|
29/9/1971 |
1971
Revista inTerValo
Ano
IX – n° 457
Outubro
Capa: Antônio Carlos e Jocafi
Foto de Sérgio Werneck
1971
Revista O CRUZEIRO
Ano XLIII - n° 34
25 de agosto de 1971
CAETANO / J. GILBERTO / GAL
1971
Revista Manchete
21 de agosto de 1971 - n° 1.009
Bloch Editores
Capa: Florinda Bolkan
1971
Revista Manchete
28/8/1971
– Edição n° 1.010
Editorial
Bloch
Revista FATOS e FOTOS
Revista FATOS e FOTOS
1971
Revisa VEJA
6 de outubro de 1971
Edição n° 161
Editora Abril
|
2/11/1971 |
Folha de S. Paulo
São
Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006.
Em disco inédito, João Gilberto canta com Caetano e Gal
Especial
gravado em 1971 dificilmente será lançado.
DA SUCURSAL DO RIO
Em 1971, João Gilberto foi
convencido por três amigos a gravar um especial para a TV Tupi ao lado de
Caetano Veloso, que veio de Londres diretamente para o estúdio. Gal Costa
também participou.
O especial foi ao ar, mas o
disco que a Philips (hoje Universal) pretendia lançar com seis músicas do
encontro nunca saiu. E dificilmente sairá, pois os problemas técnicos
(corrigíveis) machucariam o perfeccionismo de João. A Folha teve acesso às duas
fitas de rolo que contêm o material histórico.
A primeira faixa, Você Já Foi à Bahia?, é o que há de
melhor, com João saboreando os versos e as notas de Caymmi, e fazendo uma
brincadeira antes de passar a bola: "Pergunte a Caetano". Gal também
canta, e Caetano diz ao final: "Gosto tanto de cantar essa
música...".
A faixa seguinte é só de
João e Gal: Largo da Lapa, a dos
versos "Um samba, um sorriso de mulher / Bate-papo de café / Eis aí a
Lapa".
Gal sugere que os três
cantem Coração Vagabundo.
"Espetacular! Mas tenho que aprender a harmonia", diz João, que pede
ao autor para mostrar como é. Caetano fica inseguro diante do ídolo, mas toca,
propiciando um fato raro: João cantando acompanhado de um violão que não o seu.
Caymmi volta no segundo
lado, com uma significativa Saudade da
Bahia: três baianos morando fora da Bahia e, nos casos de João e Caetano,
fora do Brasil -o segundo por imposição dos militares.
Já sem João, Caetano canta Triste Bahia, do poema de Gregório de
Mattos, e com Gal a sua Saudosismo,
apropriada homenagem à bossa nova.
Temas de la grabación originalLado A
1. VOCÊ JÁ FOI À BAHIA? (Dorival Caymmi) João Gilberto, Gal Costa y Caetano Veloso
2. LARGO DA LAPA (Marino Pinto/Wilson Batista) João Gilberto y Gal Costa
3. CORAÇÃO VAGABUNDO (Caetano Veloso) João Gilberto, Gal Costa y Caetano Veloso
Lado B
1. SAUDADE DA BAHIA (Dorival Caymmi) João Gilberto, Gal Costa y Caetano Veloso
2. TRISTE BAHIA (Caetano Veloso sobre poema de Gregório de Matos) Caetano Veloso
3. SAUDOSISMO (Caetano Veloso) Caetano Veloso y Gal Costa
1972
Revista Rolling Stone
n° 1 - 1 de fevereiro de 1972
TV-71:
João Gilberto encontra seus amigos
|
1972 - Três na Música |
Música
Jornal Zero Hora
Gravado há 45 anos,
álbum com João Gilberto, Caetano Veloso e Gal Costa permanece inédito
Músicos se reuniram para gravar um programa na TV Tupi em 1971
Por: Estadão Conteúdo
10/06/2016
|
João,
Caetano e Gal, no estúdio da Tupi
Foto: TV
Tupi / Reprodução
|
Um
tesouro da música brasileira está guardado há 45 anos. E não há previsão de que
ele saia das profundezas. Em agosto de 1971, morando no exterior, João
Gilberto veio a São Paulo gravar um programa na TV Tupi com Caetano
Veloso e Gal Costa. Além do especial, que foi exibido em outubro, a
gravadora Phonogram lançaria seus melhores momentos em um álbum produzido por
Manoel Barenbein, que havia dirigido as gravações dos discos tropicalistas.
João, desde sempre perfeccionista, descartou a maior parte do material e o
projeto foi cancelado.
O especial de TV se perdeu, mas
as fitas que captaram o áudio estão preservadas. As músicas poderiam ser
comercializadas se os artistas autorizassem. A Universal Music, detentora do material,
não tem previsão de lançá-las, nem de fazer edições especiais dos álbuns de
João em seu poder. No início dos anos 1990, ele processou a EMI, cujo catálogo
hoje está com a Universal, por adulterações em seus primeiros álbuns, o que
inviabiliza reedições.
O encontro entre
João, Caetano e Gal teve direção de Fernando Faro e Álvaro Moya e produção de
Cyro Del Nero. Era a celebração da amizade entre o criador de um estilo e dois
de seus seguidores mais fiéis. Caetano, ainda no exílio forçado, havia estado
no Brasil no início de 1971 para celebrar o aniversário de casamento dos pais,
sofrendo pressão dos militares. Ele já havia retornado a Londres quando recebeu
uma ligação de João. "É Deus quem está me pedindo para eu lhe chamar. Ouça
bem: você vai saltar do avião no Rio, todas as pessoas vão sorrir para você.
Você vai ver como o Brasil te ama", disse ele a Caetano, como este
transcreveu em seu livro Verdade Tropical.
Quando Caetano
chegou aos estúdios da Tupi em São Paulo, no bairro do Sumaré, todos se emocionaram.
"No tropicalismo vivemos muitos fatos que não haviam sido programados,
como a partida de Caetano e Gil. Esse encontro era mais um, mas absolutamente
especial", lembra Barenbein, que estava de mudança para a Itália. Aquele
trabalho encerraria uma fase áurea de sua carreira.
Em dois dias, João
relembrou Chega de Saudade, Rosa Morena, Desafinado e outros clássicos da bossa
nova. Com Gal e Caetano, ele cantou duas músicas de Dorival Caymmi: Você Já Foi
à Bahia? e Saudade da Bahia. Sozinho, Caetano apresentou A Tua Presença Morena,
Asa Branca e Triste Bahia. Sua Saudosismo, homenagem maior ao ídolo, foi
interpretada por Gal, que faz dueto com o anfitrião em Largo da Lapa.
Após as gravações,
Barenbein recolheu o material e foi para o estúdio. Uma semana depois,
finalizou a montagem do que seria o álbum. "Havia uma cláusula em contrato
que dava a João o direito de não lançar o disco se ele não gostasse. Em um
primeiro momento, soube que ele havia aprovado. Depois, já a caminho da Itália,
ouvi dizer que ele não havia gostado de nada e desistiu." O produtor
afirma que o material tem ótima qualidade técnica e musical e, se lançado,
preencheria uma lacuna. "Todos os envolvidos no especial ficaram um pouco
desapontados pelo disco não ter saído. O que eu editei é muito emocionante e
merece ser lançado. Mas estamos falando de João Gilberto, que é mesmo um gênio.
Ele tem um ouvido melhor que o nosso."
André Midani, que
era diretor da Phonogram à época, foi quem escalou Barenbein para dirigir e
montar o disco. Ele também lamenta seu ineditismo. "Sem dúvida teria um
impacto artístico, pois todos eles estavam no auge. E também haveria,
provavelmente, o impacto político, pois Caetano veio do exílio só para
participar desse especial."
1971
“domingo
ILUSTRADO - jornal-revista do fim de semana”
De
propriedade do jornalista Samuel Wainer, editada pela Bloch.
Ano
1 / N° 7 /domingo, 5 de setembro de 1971
|
1971, Caetano e Dedé, na praia do Porto da Barra, Salvador |
1971
“domingo ILUSTRADO - jornal-revista do fim de semana”
De propriedade do jornalista Samuel Wainer, editada pela Bloch.
Ano 1 / N°11 / OUTUBRO 3/1971
ROCK / SEX
NA MÚSICA
DE DYLAN,
CAETANO,
GAL,
E PRESLEY
A chegada ao Rio de Janeiro
Fotos:
Acervo UH/Folhapress
Gravação
inédita de João Gilberto,
Caetano e Gal juntos em 1971
26/01/2021
GG Albuquerque
Jornalista e doutorando em Estéticas e Culturas da Imagem e do Som pela
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Escreve na Vice Brasil, Portal
Kondzilla, Outros Críticos e Revista Continente e trabalhou como repórter de
cultura do Jornal do Commercio e da Folha de Pernambuco.
Caetano
Veloso voltou do exílio em Londres em 1972. Mas, um ano antes do retorno
definitivo, o músico passou cerca de um mês no Brasil. A irmã Maria Bethânia
conseguiu autorização dos militares para Caetano comemorar os 40 anos de
casamento de seus pais, na Bahia. A experiência foi traumática para o músico,
que foi interrogado durante horas por militares assim que pisou no País.
Poucos
meses depois, Caetano recebeu uma ligação de João Gilberto, convidando-o para
vir ao Brasil tocar com ele em um especial de TV. Em sua biografia Verdade Tropical, Caetano recorda as palavras de João ao telefone: “É Deus quem
está me pedindo para eu lhe chamar. Ouça bem: você vai saltar do avião no Rio,
todas as pessoas vão sorrir para você. Você vai ver como o Brasil te ama”. E
assim foi.
Aproveitando
uma brecha dos militares, João Gilberto reuniu Caetano Veloso e Gal Costa para
tocar ao lado dele em um show especial para TV Tupi. “Vim porque João mandou”,
disse Caetano à Folha de S. Paulo ao desembarcar no aeroporto de Congonhas no
domingo, 8 de agosto de 1971. Naquele mesmo dia, os três músicos se reuniram no
Teatro Tupi e gravaram por seis horas a fio. O resultado foi um programa de
cerca de 1h30, com participação do guitarrista Lanny Gordin no violão.
As
gravações desse show agora estão entre nós, devido ao trabalho do produtor
musical e pesquisador Pedro Fontes. Ele conseguiu uma fita k7 com o áudio do
show, tratou o material e lançou no YouTube. A fita lhe foi cedida por Ion de
Freitas Filho, que gravou tudo em fita de rolo direto da TV e depois passou
para o k7. Você pode ouvir tudo em primeira mão nos vídeos abaixo.
A
fita de Ion de Freitas Filho, tratada por Pedro Fontes, é um material inédito e
corresponde a 2/3 do show que foi exibido pela TV Tupi. Ion chegou a gravar a
última parte do show, mas a fita foi perdida.
De
todo modo, as canções da parte final do show podem ser ouvidas separadamente no
canal de Pedro Fontes. O áudio destas músicas é da fita que ficou com a
Fundação Padre Anchieta, doada por Cyro Del Nero, cenógrafo que também
trabalhou no especial junto com os produtores Fernando Faro e Alvaro de Moya.
Enquanto
a fita de Ion traz um material inédito, a parte final, do arquivo da Fundação
Padre Anchieta, foi utilizada pelas rádios do grupo, a Cultura Brasil e Cultura
FM. Mas no canal de Pedro Fontes o áudio está tratado e mais limpo.
A
Universal Music detém mais gravações daquela noite, porém não tem planos de
lançá-las. Isso porque no, início dos anos 1990, João Gilberto processou a EMI
(cujo catálogo hoje pertence à Universal) por adulterações em seus primeiros
álbuns.
TRACKLIST
Lado A
1. AO VOLTAR
DO SAMBA (Synval Silva) GAL COSTA /
JOÃO GILBERTO
2. FALSA
BAIANA (Geraldo Pereira) GAL COSTA
3. MEDITAÇÃO (Antonio Carlos Jobim/Newton Mendonça) GAL COSTA
4. BABY (Caetano Veloso) GAL COSTA
5. ASA BRANCA
(Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira) CAETANO VELOSO
6. SAUDOSISMO
(Caetano Veloso) GAL COSTA / CAETANO
VELOSO
7. DESAFINADO (Antonio Carlos Jobim/Newton Mendonça) JOÃO GILBERTO
Lado B
1. CHEGA DE
SAUDADE (Antonio Carlos Jobim/Vinícius de Moraes) JOÃO
GILBERTO
2. RETRATO EM
BRANCO E PRETO (Antonio Carlos Jobim/Chico Buarque) JOÃO GILBERTO
3. NA ASA DO
VENTO (João do Valle/Luiz Vieira) CAETANO
VELOSO
4. FRUTA GOGOIA
(Folclore Baiano) CAETANO VELOSO
5. VOCÊ JÁ FOI À BAHIA? (Dorival Caymmi) JOÃO GILBERTO / CAETANO VELOSO /
GAL COSTA
6. LARGO DA
LAPA (Marino Pinto/Wilson Batista) JOÃO GILBERTO / GAL COSTA
7. DE NOITE NA CAMA (Caetano Veloso) CAETANO VELOSO
8. A TUA PRESENÇA MORENA (Caetano
Veloso) CAETANO VELOSO
1971
Revista
FATOS e FOTOS
Ano
XI – n° 553
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