Homenaje a Vinicius de Moraes, que el 19 de octubre de 2013, estaría cumpliendo 100 años.
Caetano grabando "O leão", en julio de 2013
[Varios intérpretes]
Sony Music CD 888837381628, Track 2.
O LEÃO
Sony Music CD 888837381628, Track 2.
O LEÃO
Letra: Vinicius de Moraes
Música: Raimundo Fagner
Saravá, criançada!
No domingo 19 de outubro, o poeta e compositor Vinícius de Moraes completaria 90 anos. Um dos expoentes da bossa nova, ele era bem mais velho que seus principais parceiros, tinha quase 20 anos a mais que Tom Jobim e 30 a mais que Chico Buarque, Toquinho ou Carlos Lyra. O fato é que não parecia, tal sua personalidade expansiva e a atualidade da obra que deixou. O trabalho de "Vininha", como era chamado pelos mais íntimos, se renova e atravessa gerações. Exemplo perfeito é A Arca de Noé — Vinícius de Moraes para Crianças, que pode ser considerada a maior obra-prima musical infantil já feita no país por um autor brasileiro. No Rio de Janeiro, desde o dia 12, a primeira grande montagem do espetáculo — que teve versões em disco, em dois volumes — está em cartaz no Teatro Villa-Lobos, em Copacabana. Os ingressos já estão esgotados por três fins de semana.
Música: Raimundo Fagner
© 1970 Tonga Editora Musical LTDA / © 1981 Directo
Inspirado en William Blake
Inspirado en William Blake
Leão! Leão!
Leão!
Rugindo como o trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês.
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação
Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda.
Leão longe, leão perto
Nas areias do deserto.
Leão alto, sobranceiro
Junto do despenhadeiro.
Leão na caça diurna
Saindo a correr da furna.
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus que te fez ou não?
O salto do tigre é rápido
Como o raio; mas não há
Tigre no mundo que escape
Do salto que o Leão dá.
Não conheço quem defronte
O feroz rinoceronte.
Pois bem, se ele vê o Leão
Foge como um furacão.
Leão se esgueirando, à espera
Da passagem de outra fera...
Vem o tigre; como um dardo
Cai-lhe em cima o leopardo
E enquanto brigam, tranqüilo
O Leão fica olhando aquilo.
Quando se cansam, o Leão
Mata um com cada mão.
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
Rugindo como o trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês.
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação
Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda.
Leão longe, leão perto
Nas areias do deserto.
Leão alto, sobranceiro
Junto do despenhadeiro.
Leão na caça diurna
Saindo a correr da furna.
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus que te fez ou não?
O salto do tigre é rápido
Como o raio; mas não há
Tigre no mundo que escape
Do salto que o Leão dá.
Não conheço quem defronte
O feroz rinoceronte.
Pois bem, se ele vê o Leão
Foge como um furacão.
Leão se esgueirando, à espera
Da passagem de outra fera...
Vem o tigre; como um dardo
Cai-lhe em cima o leopardo
E enquanto brigam, tranqüilo
O Leão fica olhando aquilo.
Quando se cansam, o Leão
Mata um com cada mão.
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
20-10-2003
Saravá, criançada!
Montagem de "A Arca de
Noé" revela um Vinícius de Moraes cada vez mais jovem no ano em que o
poetinha completaria 90 anos
MARTHA MENDONÇA
No domingo 19 de outubro, o poeta e compositor Vinícius de Moraes completaria 90 anos. Um dos expoentes da bossa nova, ele era bem mais velho que seus principais parceiros, tinha quase 20 anos a mais que Tom Jobim e 30 a mais que Chico Buarque, Toquinho ou Carlos Lyra. O fato é que não parecia, tal sua personalidade expansiva e a atualidade da obra que deixou. O trabalho de "Vininha", como era chamado pelos mais íntimos, se renova e atravessa gerações. Exemplo perfeito é A Arca de Noé — Vinícius de Moraes para Crianças, que pode ser considerada a maior obra-prima musical infantil já feita no país por um autor brasileiro. No Rio de Janeiro, desde o dia 12, a primeira grande montagem do espetáculo — que teve versões em disco, em dois volumes — está em cartaz no Teatro Villa-Lobos, em Copacabana. Os ingressos já estão esgotados por três fins de semana.
A
Arca nasceu de um livro de poemas de Vinícius, publicado em 1970. Foi musicado
pelo parceiro Toquinho, lançado em LP e transformado em especial de TV em 1980,
ano da morte do poeta. Dirigido por Augusto Cesar Vanucci, deu à Globo o prêmio
Emmy, um dos mais importantes da televisão mundial. Agora, no teatro, dirigido
por Augusto Thomas, filho de Vanucci, é uma superprodução com 11 atores mirins
e quatro adultos, que mistura linguagem de teatro, cinema e circo, com
projeções e bonecos representando os animais. "Clássicos como ‘O Pato’ (O
pato pateta/pintou o caneco/surrou a galinha/bateu no marreco) e ‘A Casa’ (Era
uma casa muito engraçada/não tinha teto/não tinha nada) são cantados por pais e
filhos com os olhos brilhando", diz Ana Luísa Lima, da Sarau Agência de
Cultura Brasileira, que produz o espetáculo.
Vinícius
não fez musicais apenas para crianças. Em 1955, com Tom Jobim, compôs o
premiado Orfeu da Conceição. Em 1962, com Carlos Lyra, fez Pobre Menina Rica.
Com Edu Lobo, em 1976, estreou Deus Lhe Pague. Se tivesse trabalhado na Broadway,
poderia ter atingido a dimensão de Ira Gershwin, letrista parceiro do irmão
George em grandes musicais, ou Tim Rice, que trabalhou com o compositor Andrew
Lloyd Weber. Em poesia, prosa ou letras de canções, Vinícius utilizou a palavra
como poucos artistas. Seus temas variavam do sentido da vida ao amor carnal.
Sobre essa diversidade de pensamento, Jobim dizia que o parceiro era plural até
no nome: "Não era Vinício de Moral, mas Vinícius de Moraes",
brincava.
Depoimentos
como este fazem parte de mais um marco comemorativo dos 90 anos que Vinícius
não chegou a fazer. Um CD duplo, da Som Livre, produzido por Gilda Mattoso, a
derradeira das oito mulheres com quem viveu, traz clássicos como "Tarde em
Itapoã" e "Samba da Bênção", e mesclam-se as palavras de amigos
como Chico Buarque, Tom Jobim e Carlos Drummond de Andrade sobre o poeta. Há
ainda canções de Vinícius interpretadas por outros, como "O Que Tinha de
Ser", com Maria Bethânia, e "Água de Beber", com Maysa. Para
manter o clima informal que sempre caracterizou Vinícius, as faixas em geral
são precedidas de breves diálogos entre ele e seus parceiros.
"Ele era plural até no nome: Vinícius de
Moraes"
Antônio Carlos Jobim
Zeca, de onze anos, não estava muito empolgado com a
peça. 'O Zeca está naquela fase pré-adolescente, por isso não está curtindo
tanto. Mas o pequenininho está adorando', disse o pai-coruja, depois de ouvir
os comentários nada animadores do filho.
Tomás (primeiro direita), amiguinho de Tom, faz careta e
diverte Paula Lavigne, sua irmã Kiki e a filha Malu, Tom, Caetano e Zeca
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