“Todas as meninas
mencionadas em “Sandra” foram personagens daqueles días que eu vivi entre
Curitiba e Florianópolis”
…
“Sandra,
citada no final da letra, era minha mulher, que preferiu não ir a Florianópolis
e com a qual eu associei a ideia do hexagrama da torre, tirado no I Ching, um
dos meus livros de cabeceira naquele período: a que tomava conta de tudo; onde
eu estivesse, o seu olhar espiritual me acompanharia; seu ente se espraiaria, estendendo-se
por todas as mulheres com quem eu convivesse. A ela as mulheres citadas na
letra remetiam por representarem o feminino, a minha sustentação naquele
momento.”
GILBERTO GIL
SANDRA
Compositor: Gilberto Gil
Maria Aparecida, porque
apareceu na vida
Maria Sebastiana, porque Deus fez tão bonita
Maria de Lourdes
Porque me pediu uma canção pra ela
Carmensita, porque ela
sussurou: “Seja bem-vindo”
(No meu ouvido)
Na primeira noite quando nós chegamos no hospício
E Lair, Lair
Porque quis me ver e foi lá no hospício
Salete fez chafé, que é um
chá de café que eu gosto
E naquela semana tomar
chafé foi um vício
Andréia na estréia
No segundo dia, meus laços de fita
Cintia, porque, embora
choque, rosa é cor bonita
E Ana, porque parece uma cigana da ilha
Dulcina, porque
É santa, é uma santa e me beijou na boca
Azul, porque azul é cor, e
cor é feminina
Eu sou tão inseguro porque o muro é muito alto
E pra dar o salto
Me amarro na torre no alto da montanha
Amarradão na torre dá pra
ir pro mundo inteiro
E onde quer que eu vá no mundo, vejo a minha torre
É só balançar
Que a corda me leva de volta pra ela:
Oh, Sandra
Gilberto Gil – Álbum Refavela, 1977 – Philips
© Gege Edições Musicais

1977
Revista Ilusão
n° 267
Junho de 1977
No hay comentarios:
Publicar un comentario