martes, 24 de septiembre de 2024

1971 - VINÍCIUS DE MORAES / TOQUINHO / MARÍLIA MEDALHA - TEATRO DO PAIOL - Curitiba

 

O paiol de pólvora que virou teatro


“No dia 26 de dezembro de 1971, um domingo, o poeta e seus amigos chegaram a Curitiba. Com atraso de dois voos, para aflição de todos… Rosto vermelho, garrafa de Chivas Regal debaixo do braço e boné cobrindo seus cabelos brancos, o poeta desceu do avião, perguntando por Jaime Lerner, com que havia falado duas vezes ao telefone…”.

Aramis Millarch (1943/1992) 




Batizado por Vinícius, Teatro do Paiol é símbolo cultural de Curitiba


Batizado com uísque por Vinicius de Moraes, o Teatro do Paiol é o símbolo de uma transformação cultural que a cidade de Curitiba pôs em marcha no começo da década de 1970. 

O pequeno teatro de arena instalado num antigo paiol de pólvora, construído em 1874, pode ser considerado o marco zero do período em que a administração pública passou a transformar a geografia da cidade para criar espaços culturais, boa parte deles em atividade até hoje.

Inaugurado em 27 de dezembro de 1971, em um show histórico com Vinícius, Toquinho, Marília Medalha e o Trio Mocotó, o Paiol ainda é um dos palcos mais queridos por artistas de todo o país pela proximidade que o artista tem do público e todas as circunstâncias que envolveram a sua criação.



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1971
Revista inTerValo 2000
Ano IX – n° 468
Dezembro de 1971
 
Capa: Tarcísio Meira
Foto de Joel Maia
 
Editora Abril

 








27 de dezembro de 1971 - Show com Vinícius de Moraes, Toquinho, Marília Medalha e o Trio Mocotó - Foto: Gazeta do Povo



Para inaugurar o Teatro Paiol, foi realizada uma apresentação de Vinícius de Moraes, Toquinho, Marília Medalha e Trio Mocotó — Foto: Acervo/FCC

 



PAIOL DE PÓLVORA

Compositores: Toquinho e Vinícius de Moraes

1971

Censurada na época

 

Nas palavras de Vinicius, a nova casa de espetáculos é “maravilhosa e não deveria apenas ser chamada de Teatro do Paiol, mas sim ‘Paiol de Pólvora’, pois é um nome muito mais quente”. Inclusive, em homenagem ao teatro, Vinicius compôs uma música - de título “paiol de pólvora” - que foi apresentada no teatro em 30 de dezembro de 1971. A ditadura militar achou a letra ofensiva e censurou a música, que teve sua gravação e apresentação pública proibidas. 

O único registro fonográfico da canção está no LP com a trilha sonora da novela 'O Bem Amado', de Dias Gomes. 


De acordo com os censores, havia uma comparação entre o Brasil dos militares e um paiol de pólvora. Apenas a versão instrumental estava liberada.

 

 

Estamos trancados no paiol de pólvora

Paralisados no paiol de pólvora

Olhos vedados no paiol de pólvora

Dentes cerrados no paiol de pólvora

 

Só tem entrada no paiol de pólvora

Ninguém diz nada no paiol de pólvora

Ninguém se encara no paiol de pólvora

Só se enche a cara no paiol de pólvora

 

Mulher e homem no paiol de pólvora

Ninguém tem nome no paiol de pólvora

O azar é sorte no paiol de pólvora

A vida é morte no paiol de pólvora

 

São tudo flores no paiol de pólvora

TV a cores no paiol de pólvora

Tomem lugares no paiol de pólvora

Vai pelos ares o paiol de pólvora

 

São tudo flores no paiol de pólvora

TV a cores no paiol de pólvora

Tomem lugares no paiol de pólvora

Vai pelos ares o paiol de ... 











Curitiba, 24 de abril de 1973


Vinicius de Moraes e Gal Costa tiveram um encontro casual em Curitiba.

Ele para um show no Teatro do Paiol e depoimento para o MIS e ela para dois shows (25 e 26 de abril), no Colégio Estadual do Paraná.



























Foto: Irandy Ferreira









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