jueves, 29 de abril de 2021

1977 - NEY MATOGROSSO - Especial METAMORFOSE


Em 1977, Ney Matogrosso conquistou em definitivo seu público com o show Bandido.


1977 - Primeiro encontro com Caetano Veloso no palco
 [Teatro Bandeirantes (SP)]


Registro do Especial da TV Bandeirantes em 1977

Caetano Veloso: Mas, de um tempo para cá eu tenho conseguido conviver com o público sem muito conflito. Porque acho que ese tom de muito conflito é um tom um pouco pasado. Por exemplo, o propio Ney, quer dizer, eu acho que ele pega ainda muita rebarba de agressividade, mas na verdade, quer dizer, no geral um tom mais pacífico. […]. Eu acho o seguinte, quer dizer, quando a gente tem um clima qualquer no trabalho da gente que sai assim do que foi acertado, do que já está acertado, sempre encontra reação. Eu tive assim, encontrei principalmente em 1968, muita reação. Agora, chegou inclusive a agressão física, quer dizer, de jogar coisas de ferir, chegaram a jogar um pedaço de madeira grande que feriu a perna de Gil. Era uma coisa toda complicada, uma mistura complicada de ilusões quanto a opinião política, como também ilusões quanto ao comportamento moral; enfim, quanto a uma série de coisas que, naquela época do Tropicalismo, foram mexidas e chegou a remeter a algum conflito. Agora, acho que não é uma coisa que eu almejo. Eu achei bacana quando o Ney falou que assim não é uma coisa que ele tenha vontade de fazer, de agredir o público; que no tempo dos Secos & Molhados, ele teve isso que estimulava, porque ele usava para se defender, mas que não é, quer dizer, você quando vai cantar cobra ingresos de uma plateia para lhe ver, você quer realmente trabalhar em paz. (1977)


"Caetano Veloso canta A tua presença (Caetano Veloso), paralelo a canção é mostrada cenas dos dois cantores na praia pegando sol, caminando, conversando. Após esse momento os dois cantores cantam juntos Tigresa (Caetano Veloso), já gravada por Ney e parte do repertório do espetáculo Bandido, em cartaz naquele momento em São Paulo - Teatro Bandeirantes. Diálogos vão sendo tecidos no decorrer do encontro dos artistas, abordando questões acerca da receptividade do público, aproximando-os do universo mais real, mais humano, tirando-os de uma condição de distanciamento da platéia, conduzindo-os dessa maneira a uma popularização de seu trabalho." 

[2009, Flávio de Araújo Queiroz, NEY MATOGROSSO: SENTIMENTO CONTRAMÃO transgressão e autonomia artística, 118-119]









Ney Matogrosso
sabe 
das coisas

BANDIDO




































Edição 425

































Edição 439

























Março de 1977

NEY: ASSUMINDO O DEBOCHE




"É muito difícil para um artista reproduzir num show o mesmo clima de um disco. Quando não são as dificuldades técnicas, o clima invariavelmente é outro. Estas dificuldades se acentuam mais ainda quando o artista em questão passa a ser Ney Matogrosso. Pois em seu show Bandido no Teatro Ipanema (Rio) é uma agradabilíssima surpresa, não só pela qualidade técnica (som, luz, banda, cenários, etc, como também pela chance que dá a Ney de referendar tudo quanto vinha afirmando de algum tempo para cá. Em seus shows anteriores, Ney pecava por transformar em necessidade quase neurótica a imposição ao público de silêncio e total atenção. O que ele mais desejava era ser levado a sério, no que de mais pejorativo possa ter o significado da palavra. As pessoas deveriam manter rígido controle sobre as emoções para aplaudir tão somente ao fim de cada número. E isto era ruim. Dono de uma voz privilegiada, postura cênica perfeita e senhor dos mais variados recursos de dança moderna, faltava a Ney assumir o deboche. Criativo. 

Assim, nesta temporada, uma plateia jovem e entusiasmada tanto delira com as interpretações magníficas de Metamorfose Ambulante, Airecillos, América do Sul, Gaivota, etc., como se diverte (e muito) com o sensual strip-tease ao som de Boneca Cobiçada e com os passeios bem “teatro de revista”, no melhor estilo Cinelândia de Mr. Matogrosso. Esta dosagem entre sério e o deboche fazem de Bandido uma das melhores coisas da temporada." (Eduardo Athayde)













  














































































1977
Revista Capricho
24 de agosto de 1977
n° 439



























1977
Revista POP
n° 59
Setembro de 1977



Foto: Ary Brandi




1977 - Censurada pela produção do programa Metamorfose
Foto: Ary Brandi





Foto: Antonio Freitas



































MÚSICAS ESPECIAL 

"METAMORFOSE"

TV BANDEIRANTES


 

METAMORFOSE AMBULANTE (Raul Seixas)


SAN VICENTE (Milton Nascimento/Fernando Brandt)


MULHERES DE ATENAS (Augusto Boal/Chico Buarque de Holanda)


GAIVOTA (Gilberto Gil)


USINA DE PRATA (Rosinha de Valença) [Vídeo-clip]


COUBANAKAN (Música: Moisés Simon / Letra: Sauvat/Chamfleury) 

[Participação Especial da cantora EMILINHA BORBA]





NA SUBIDA DO MORRO (Geraldo Pereira/Moreira da Silva/Ribeiro Cunha 

[Vídeo-clip com Participação Especial do sambista MOREIRA DA SILVA]






DESAFINADO (Antônio Carlos Jobim/Newton Mendonça) 

[Vídeo-clip gravado com o Grupo Terceiro Mundo no apartamento do cantor]





DA COR DO PECADO (Bororó) 

[Vídeo-clip gravado no Teatro Bandeirantes]


BANDIDO CORAZÓN (Rita Lee)


TIGRESA (Caetano Veloso) 

[Vídeo-clip gravado no Teatro Bandeirantes com Participação Especial do cantor CAETANO VELOSO]















AMÉRICA DO SUL (Paulo Machado)





1978 - Rio de Janeiro



































1979