Caetano Veloso ...en detalle.
Acervo digitalizado de la obra de Caetano Veloso, organizado por Evangelina Maffei [Buenos Aires, Argentina] Fecha de inicio: 2/12/2010. Sitio oficial de Caetano Veloso: http://www.caetanoveloso.com.br
miércoles, 6 de noviembre de 2024
martes, 5 de noviembre de 2024
2012 - BETHÂNIA E AS PALAVRAS
15 de novembro de 2012
A 8a. Festa Literária Internacional de Pernambuco, uma das maiores
feiras literárias do país, foi aberta na noite de quinta-feira, 15, com show de
Maria Bethania, em Olinda-PE.
Maria Bethânia apresentou, na Fliporto, o recital 'Bethânia e as palavras'
Foto: Luna Markman / G1
15/11/2012
Maria
Bethânia é aplaudida de pé na abertura da Fliporto, em Olinda
Cantora fez recital com música e poesia, na noite desta quinta-feira (15//11).
Baiana esticou espetáculo e encantou público de todas as idades.
Luna
Markman Do G1 PE
Começou com atraso e vaias a abertura da Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), em Olinda, nesta quinta-feira (15/11) - mas nada que uma grande dose de poesia, música e emoção não resolvesse.
Todo mundo parecia bastante ansioso para ver o espetáculo “Bethânia e as Palavras”, de Maria Bethânia. Às 17h, já tinha gente na fila. Marcado para as 19h, o recital começou às 19h40, após desculpas do idealizador do evento, Antonio Campos. A baiana entrou em cena com um sorriso no rosto, dizendo estar ali desde as 16h, porque é careta com horário. Depois, o público esqueceu o “aperreio” e aplaudiu de pé.
Bethânia tem mais de 40 anos de carreira e 50 discos lançados, incluindo o mais recente “Oásis de Bethânia”, que chegou às lojas em março deste ano, cheio de MPB, fado e, claro, poesia. A cantora é uma das artistas brasileiras mais engajadas na literatura. Quem vai ao show da baiana já está acostumado a vê-la declamando poemas entre uma música e outra, principalmente do autor luso Fernando Pessoa, inovando, assim, a forma de fazer espetáculos no Brasil.
Os ingressos para esta leitura poética foram vendidos em dez horas. A tenda onde o espetáculo ocorreu, que também vai receber o Congresso Literário durante a Fliporto, tinha cerca de mil pessoas. Do lado de fora, telões transmitiam tudo para um público ainda maior, mais barulhento e mesclado, mas imerso em cada palavra dita e cantada. Os textos declamados foram de autores de língua portuguesa, como Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Antonio Ramos Rosa, entre outros. Entre os temas, o tempo, a poesia, Bahia, sertão, Portugal, o amor, a natureza e a religião.
Trechos
de músicas como “ABC do Sertão” (Luiz Gonzaga), “Romaria” (Renato Teixeira) e
“Último Pau de Arara” (J. Guimarães / Venâncio / Corumbá) foram bastante
aplaudidos. As leituras ainda foram intercaladas por “Estranha Forma de Vida”
(Amália Rodrigues), “Marinheiro Só” (domínio público / adaptação Caetano
Veloso), “Dança da Solidão” (Paulinho da Viola) e “Menino de Braçanã” (Luis
Vieira / Arnaldo Passos), entre outras. A voz suave e firme da cantora foi acompanhada
melodicamente pelo percussionista Carlos Cesar e pelo violonista Paulo Daf.
Autores admirados por Bethânia são declamados no recital
Foto: Luna Markman / G1
Bethânia só precisa do texto nas mãos e seus óculos para emocionar a plateia com esse exercício de delicadeza, que percorre o Brasil desde o começo de 2011. O projeto surgiu de um pedido da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Esse recital foi pensado para casas de ensino, para levar essa expressão artística para as salas de aula”, falou.
A apresentação deu origem ao projeto do blog "O Mundo Precisa de Poesia", aprovado pelo Ministério da Cultura, que obteve R$ 1,35 milhão da Lei Rouanet. Após críticas nas redes sociais, foi arquivado. Mas “Bethânia e as Palavras” continua firme e serve como uma campanha pelo ensino e valorização da poesia nas escolas, principalmente públicas, do país.
Essa bandeira, a cantora levantou após recitar “Ciclos”, um poema de Nestor de Oliveira, que foi professor dela e do irmão Caetano Veloso, durante o ginasial, em uma escola pública do Recôncavo baiano. “Eu me emociono muito, porque, além da didática, ele ensinou a gente a ler, ouvir e dizer poesia. Isso serve para mostrar que é possível ter uma educação boa e plena nas escolas públicas do Brasil”, falou.
A cantora agradeceu a oportunidade de se apresentar na Fliporto, ressaltado que o evento significa muito para o país. Ela até voltou em um raro bis, cantando uma música de acalanto, sem nome, e “Reconvexo”, mais que um clássico na interpretação da baiana.
A analista Cláudia Montagnole está conhecendo a festa pela primeira vez e fez questão de assistir, novamente, ao espetáculo de Bethânia. “Vale a pena, porque ela é única. O jeito que ela se dedica à leitura é diferente”, falou. Ela foi acompanhada da professora paulista Cláudia Oliveira. “Ela carrega a bandeira da educação, o que é muito bom.
Ouvi falar da Fliporto e quis muito conhecer, porque sempre vou à de [Festa Literária de] Paraty. Quero muito ver as palestras com Mia Couto e Ariano Suassuna", apontou.
A
baiana conquistou também novos fãs esta noite, como as estudantes Janaína Souza
e Gisele Costa. “Eu só conhecia por nome, nunca tinha ouvido [Bethânia] cantar,
mas depois de hoje me tornei fã de verdade, porque a voz dela é linda e ela
passa uma emoção, um calor humano muito grande”, disse Janaína. “Ela interpreta
o poema como se fosse uma história e ainda tem música. Assim fica mais fácil de
entender poesia”, completou Gisele.
domingo, 3 de noviembre de 2024
2024 - IT'S A LONG WAY - o exílio em caetano veloso
"Nunca tive saudade de lá" (C.V.)
© 2024 Portal Tela.
Entretenimento
Lançamento de livro revela o exílio de Caetano Veloso e sua relação com
a ditadura
03 Novembro, 2024
Em novembro, será lançado o livro "It's a long way — O exílio em Caetano Veloso", publicado pela editora Garota FM Books. A obra se concentra no álbum que Caetano Veloso lançou pouco antes de deixar o Brasil, além dos dois discos gravados em Londres entre 1970 e 1971. A historiadora Márcia Fráguas é a responsável pela escrita do livro, que promete trazer uma nova perspectiva sobre esse período da vida do artista.
Um dos destaques do livro é uma entrevista inédita com Caetano, na qual ele expressa sua visão sobre a cidade natal. Em suas palavras, o cantor afirma: "Nunca tive saudade de lá", revelando um sentimento profundo em relação ao seu exílio. Essa declaração impactante reflete a complexidade emocional que permeia a experiência do artista durante a ditadura militar.
Além de abordar a trajetória de Caetano, a obra realiza uma análise minuciosa das canções dos três discos mencionados. A autora explora como as composições refletem o contexto político e social da época, evidenciando a influência da repressão sobre a produção artística. A análise das letras revela a resistência e a criatividade que emergiram em meio à adversidade.
O livro também discute o impacto da ditadura no movimento Tropicalista, especialmente no que diz respeito ao exílio de Caetano e de Gilberto Gil. A fratura causada pela repressão não apenas afetou a carreira dos artistas, mas também alterou o curso da música popular brasileira. A obra de Fráguas se propõe a resgatar essa narrativa, destacando a importância do Tropicalismo como um movimento de resistência cultural.
Com uma abordagem detalhada e
reflexiva, "It's a long way — O exílio em Caetano Veloso" promete ser
uma leitura essencial para aqueles que desejam compreender a intersecção entre
arte e política no Brasil. O lançamento do livro é aguardado com expectativa,
especialmente por fãs e estudiosos da música brasileira.
viernes, 1 de noviembre de 2024
2015 - SALVADOR 466 ANOS - MARIA BETHÂNIA
Maria Bethânia canta no aniversário de Salvador Foto: Marcelo Gandra |
Salvador: Maria Bethânia faz show especial no Farol
da Barra
Os 466 anos de Salvador terão um presente à altura das suas comemorações. Maria Bethânia brinda a cidade com show especial e gratuito neste sábado (28/03/2015), às 20h, no Farol da Barra. A apresentação integra a programação do Festival da Cidade, evento promovido pela Prefeitura Municipal com patrocínio do Shopping da Bahia em celebração ao aniversário de Salvador, com mais de 200 ações e atrações multiculturais até o próximo domingo (29/3).
Depois de 15 longos anos sem se apresentar no
Farol, a santo-amarense filha de Dona Canô, que completa 50 anos de carreira em
2015, volta a cantar para grande público na Barra – em uma das poucas vezes em
que apresenta em espaços abertos – com show que, segundo ela, foi especialmente
pensado para esse momento festivo.
“Fui convidada pela Prefeitura a fazer parte desse bloco de comemorações e fiquei muito, mas muito feliz. Esse show é um recital parecido com o que fiz em Santo Amaro recentemente, durante a Festa de Nossa Senhora, mas bastante acrescido e modificado para homenagear particularmente a cidade de Salvador”, adiantou Bethânia. Como sempre acontece, o show terá momentos de conversa, em que a artista declama textos próprios e de autores como Fernando Pessoa e Sophia de Mello Breyner.
Dona de uma voz inconfundível, aos 68 anos de vida, Maria Bethânia afirma ser uma apaixonada por Salvador. “Essa cidade é muito bonita, muito forte, uma cidade mágica e eu tive a felicidade de viver aqui durante quatro anos. Vivia como se soubesse que teria que sair daqui. Portanto, vivi intensamente, num período deslumbrante, em que a cidade fervilhava culturalmente, com escolas de teatro, dança, música, clubes de cinema. Com Jorge, Calazans, Carlos Bastos, e tantos outros. Era uma época linda. De algum modo eu intuía que tinha que aproveitar profundamente tudo aquilo porque em breve eu iria ser do mundo, e foi o que aconteceu”, lembrou.
Em meio século de carreira, a artista acumula canções consagradas em sua voz como Carta de Amor, Gostoso Demais, Tudo de Novo, O Que É o Que É?, Canto de Oxum, entre outras músicas consagradas pelo gosto popular. Para esse show, Bethânia preparou algo especial. “É um show de cantigas mais conhecidas, sucessos, com participação de outras vozes femininas da Bahia. Salvador é uma cidade de cantoras maravilhosas e poderosíssimas. Para mim, é muito significativo – porque sou mulher e baiana – ter comigo outras vozes femininas nesse show”, afirmou sobre as presenças já confirmadas das convidadas Margareth Menezes, Mariene de Castro e Banda Didá, que fazem participação no show.
Maria Bethânia se apresentou pela última vez no
Farol da Barra há 15 anos, no Réveillon de 1999-2000, quando, ao lado de Gilberto
Gil, reuniu um público de mais de 200 mil pessoas. “Aquele lugar é lindo e é
marcante pra mim. Foi exatamente no Farol onde perdi um anel de prata, que
Iemanjá levou, e logo em seguida fui chamada para o Rio de Janeiro”, lembrou.
28/3/2015 - Farol da Barra |
Maria
Bethânia fala ao CORREIO do show especial hoje para festejar os 466 anos de
Salvador
Roberto Midlej
Publicado em 28 de março de 2015
Maria Bethânia nasceu em Santo Amaro e passou a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro. Mas, apesar de ter morado somente três anos em Salvador, guarda memórias inesquecíveis da cidade: “Tenho lembranças mágicas, embora tenha passado um período curto. Parecia que eu sabia que ia ficar pouco tempo e tinha que aproveitar fundo”. Tanto se sente soteropolitana que fez questão de estar na festa que comemora os 466 anos da cidade. Hoje, ela se apresenta no Farol da Barra, às 20h, em show gratuito que integra o Festival da Cidade.
Com repertório baseado em seus sucessos, a apresentação terá participação das cantoras Margareth Menezes e Mariene de Castro, escolhidas pela anfitriã. “Salvador é uma cidade de mulheres cantoras, que manda sempre para o mundo cantoras poderosíssimas”, afirmou Bethânia, que conversou com o CORREIO, na última quinta, no restaurante Amado, na Avenida Contorno, em frente para o mar e em uma tarde de muito sol. Comemorando 50 anos de carreira, a cantora de 68 anos falou também sobre a passagem do tempo e sobre como lida com ele.
Salvador está
comemorando 466 anos e a senhora estará na festa. Apesar de ter vivido pouco
tempo na cidade, tem boas lembranças dela?
Vivi três anos e meio em Salvador. Vivi mais em Santo Amaro e no Rio. Em São Paulo, passei uns dois ou três anos. Vim para Salvador com uns 13 anos e saí com uns 17. Aproveitei demais e vivi a cidade intensamente. Tenho lembranças mágicas, embora tenha passado um período curto. Parecia que eu sabia que ia ficar pouco tempo e tinha que aproveitar fundo. Era um momento de efervescência cultural como nunca vi em lugar nenhum e nunca mais presenciei. O movimento de dança, música, teatro, arquitetura... Tinha Glauber no cinema, Dona Lina Bardi na arquitetura e nos museus. A Escola de Teatro da Bahia com os maiores diretores e atores do país. Era tudo de primeira linha. Ainda tinha Sante Scaldaferri, Sonia Castro, Calá (Calazans Neto) e eu vivia com eles todos.
Apesar do pouco tempo vivendo aqui, a cidade foi importante em sua formação?
Foi um período fundamental para mim, porque eu convivia de perto com todos esses artistas e eu tinha apenas 13 ou 14 anos. Olha que delícia! Eu não saía do teatro, via todas as peças e estudava os autores. Eu corria pra ver, ficava louca, ia a todas as exposições. E Caetano tinha que me levar pra tudo. Eu só podia sair com ele, porque só assim meus pais deixavam. Eu tinha uns 14 anos e ele, mais ou menos, 18. Já era um homenzinho e podia se responsabilizar pela irmã (ri).
Como tem sido ir a Santo Amaro após a morte
de Dona Canô? A cidade se mantém alegre para a família?
Temos uma certa dificuldade em frequentar Santo Amaro após a morte dela. Mas a cidade para nós ainda tem alegria sim. Tem, tem! E, se Deus quiser, não vamos deixar isso morrer. Esse era o grande desejo dela e de meu pai. É a nossa terra e continua tendo a mesma dimensão afetiva e amorosa de sempre. Levei uns dois anos sem ir lá, depois que ela morreu. Só tive pernas para ir este ano, mas vim, fiz show e acompanhei Nossa Senhora, carreguei e fiz minhas obrigações com muita alegria.
Atualmente, qual a importância de Santo
Amaro para a senhora?
A terra é tão importante quanto pai, mãe e irmão. Eu viajo o mundo, mas quando fico em desconforto, fora do meu eixo, eu imagino, para me acalmar, que vou a Santo Amaro ou a Salvador, ou a minha casa no Rio. Eu gosto de retornar ao meu ventre, ao meu interior, onde não tem vitrine, onde você é plena e não é ‘a cantora’.
A senhora já gravou compositores populares,
como Zezé di Camargo, e outros mais sofisticados, como Tom Jobim. Como transita
tão bem entre o popular e o sofisticado?
Gravei Zezé di Camargo, Bruno e Marrone e adoro essa música do Pablo. O
quê?! Adoooro! (ri).
Nós somos assim, o recôncavo baiano é isso: tem um lado nobre, dos ancestrais. Do outro lado, tem os rios mortos e degradados, então a gente vive esse paradoxo, essa confusão, mas com muita energia. E eu canto e leio tudo o que eu gosto.
Sua música, até nos arranjos, é
marcada por uma influência do interior do país, não é?
Eu gosto muito de viola caipira. Não é que eu a tenha ouvido muito, mas ela me traz o som de Santo Amaro. Quando eu cheguei no Rio, tinha um momento que me batia melancolia no fim de tarde. Nessa hora, eu ia pra casa de Rosinha de Valença (violonista e arranjadora) e nós ficávamos com o radinho dela ligado. E ela adorava música caipira. E ela, com uma viola, solava fazendo umas coisas lindíssimas. Aquilo me fascinava. Era um momentinho em que eu tinha a minha Santo Amaro. Às vezes, ouvia uma música que nem conhecia, mas aquilo me dava uma serenidade, despertava minha memória afetiva... Era o retrato de Santo Amaro, o quintal da casa dos meus pais.
Por que escolheu Margareth
Menezes e Mariene de Castro para participarem do show de hoje, no Farol da
Barra?
Eu faço o meu show e num momento
homenageio a cidade. Nessa hora, eu não queria estar só. Salvador é uma cidade
de mulheres cantoras, que manda sempre para o mundo cantoras poderosíssimas.
Queria que todas fizessem essa homenagem comigo e cheguei a ligar para Ivete,
mas ela tava de férias. Eu já havia gravado com Mariene e pedi a ela que
reservasse uma data. Vai ficar lindo as três vozes.
A senhora sempre inclui referências literárias em seus shows. O que está lendo?
Estou lendo tudo de Clarice (Lispector). Estou relendo tudo, absolutamente tudo dela em umas reedições novas. Já li o volume A Palavra e agora estou lendo O Tempo, que tem cartas, artigos e outras coisas sempre relacionadas ao tema. No meu show de 50 anos tem muita coisa dela.
Falando em tempo, como a senhora lida com o
passar do tempo. Não faz questão, por exemplo, de pintar os cabelos?
Acho bonitos os cabelos brancos e minha mãe também não pintava. O tempo tem uma autoridade sobre nós, pobre mortais. É uma realidade e ele tem uma autoridade, é nobre. Gosto de ver como ele lida comigo. E eu tenho que lidar com ele numa ótima para que ele me queira, para que me preserve.
Além de consumir literatura, a senhora se
arrisca também a escrever?
Gosto muito de escrever, mas não sou escritora. Queimo tudo que escrevo
e Waly (Salomão) brigava muito comigo por isso. De vez em quando eu dizia a ele
‘vem cá que eu vou queimar tudo hoje’. Queimo tudo, até porque adoro o lume e
porque queimar eterniza, destrói, anula aquilo que já foi. O lume é uma
renovação. Só sei escrever à mão e pela manhã.
29/03/2015
Com Mariene e Margareth, Bethânia leva emoção a aniversário de Salvador
Apresentação reuniu 50 mil pessoas, segundo estimativa da prefeitura.
Capital baiana completa 466 anos no domingo e tem série de festejos.
Alan Tiago Alves Do G1 BA
Foto: Valter Pontes/Divulgação |
Quando surgiu no palco e começou a cantar "A Bahia Te Espera", Bethânia levou a multidão que já a aguardava desde cedo no Farol da Barra, em Salvador, à loucura.
Era o primeiro dos muitos sucessos apresentados no palco que
levaram o público a cantar e se emocionar, na noite deste sábado (28/3), num
show aberto em comemoração aos 466 anos de Salvador. Segundo estimativa da
prefeitura, 50 mil pessoas acompanharam a apresentação.
Vestida de dourado, a cantora, que também comemora seus 50 anos de carreira em 2015, teve o público como coral. E que coral: as letras das canções de Maria Bethânia estavam na ponta da língua do fãs, que se apertaram para vê-la de perto. O Farol ficou pequeno para tanta gente.
O repertório do show, com músicas como 'Povos do Brasil', "Tudo de Novo", "Sangrando", "A Dona do Raio e do Vento", "Negue", "Doce" e "Oração de Mãe Menininha", foi escolhido por ela mesma, especialmente para a ocasião. "Foi eu mesma que fiz o repertório. Foi escolhido por intuição, pela vontade de reverenciar essa cidade. Estou emocionada", destacou em entrevista coletiva após o show.
E não era para menos: a cada música, o público ficava eufórico. Ao final de cada canção, salvas de palmas. Bethânia também cantou sucessos de outros cantores, como "Olhos nos OIhos", de Chico Buarque, e "É o Amor", de Zezé di Camargo e Luciano.
Foto: Valter Pontes/Divulgação |
O trio
Convidadas especiais de Bethânia, Mariene de Castro e Margareth Menezes também
subiram ao palco. Ao lado da filha de dona Canô, também fizeram o público
cantar ao som de "É D'oxum", "Festa de Rua", "São Salvador"
e "Eterno Aprendiz".
"Tenho admiração profunda por essa dupla da Bahia, estado que tem o poder de fazer crescer cantoras poderosas", destacou Bethânia.
"Quando ela me convidou, o coração começou a bater na garganta. Foi lindo. Comemorar o aniversário de Salvador e os 50 anos de carreira de Bethânia foi maravilhoso. Nós que ganhamos o presente", disse Mariene.
Ao final da participação, Margareth se emocionou e saiu do palco chorando. "Foi uma emoção por esse dia. A primeira capital do Brasil é a grande mãe do país. E o show foi maravilhoso. Do palco, a gente perdia de vista de tanta gente. Amo minha cidade", destacou.
Conforme Margareth, as três cantoras só fizeram um ensaio antes do show. "Bethânia tava em São Paulo e combinamos por telefone. Ensaiamos hoje mais cedo e deu tudo certo. Vida longa a Salvador".
Após a participação de Mariene e Margareth, Bethânia também deu lugar no palco para a Banda Didá, que finalizou o show com batuque de tambores. Logo em seguida, uma queima de fogos encerrou a noite.
Quem
se deslocou para a Barra não ficou arrependido. "Sou fã de Bethânia, pelo
jeito de cantar, pela forma de representar a Bahia e levar a nossa cultura para
o mundo", destacou o estudante Júnior Bonfim.