martes, 12 de noviembre de 2024

2006 - MARIA BETHÂNIA - 60 anos

 









Sábado, 17 de junho de 2006

Maria Bethânia, 60 anos, novo CD e discos relançados

Agência Estado

 

Maria Bethânia completa 60 anos amanhã. Isso não muda muita coisa em sua vitoriosa trajetória marcada por liberdade, coragem e independência. Mas acaba sendo uma oportunidade a mais para refletir sobre seu papel na música brasileira. Os traços fortes da personalidade artística, para a saúde de sua carreira e prazer dos eternos fãs, mantêm-se intactos, o que faz com que continue gerando expectativa a cada novo trabalho. 

Neste aspecto os fãs têm muito o que comemorar. Ela já começou a gravar no Rio seu 40º álbum, que terá a água como tema com lançamento previsto para o segundo semestre, quando também chega o DVD o mediano documentário Maria Bethânia: Música É Perfume, do suíço Georges Gachot. 

A melhor notícia em torno de sua nova idade é que outros 34 álbuns, desde Maria Bethânia (1965) até Maricotinha (2001), serão relançados até o fim de julho. É a primeira vez na história do mercado discográfico brasileiro que um artista tem todos os seus discos reeditados simultaneamente em projeto conjunto de três gravadoras: Universal, EMI, Sony-BMG. A iniciativa, claro, não partiu delas, mas de um pesquisador minucioso, o jornalista carioca Rodrigo Faour. 

Para comemorar os 60 anos, Bethânia recolheu-se no colo de Santo Amaro da Purificação, ao lado da mãe Dona Canô, uma entidade baiana. A filha mais nova herdou dela essa vocação. Bethânia encerra em si um mundo à parte dentro da categoria artística que escolheu. Surgida entre dois pólos de ebulição cultural nos anos 60 - o engajamento do teatro e da música de protesto e o tropicalismo -, cultivou o próprio plantio. 

Era também o auge da era dos festivais, mas ela figurou em apenas um, cantando Beira-Mar, de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Tomou a decisão de não mais participar quando soube que a música, lindíssima, tinha sido desclassificada por motivo banal. O júri, carioca, não teria concordado com um verso que dizia não haver mar mais bonito que o da Bahia. 

Como revelou Caetano, muitas das realizações do movimento tropicalista partiram de sugestões de Bethânia. Ela já misturava o kitsch, como o bolero Lama, ao repertório chique, antes deles. Essa foi uma das muitas atitudes corajosas de Bethânia, que em 1983 partiu para sua primeira iniciativa de independência, fora do esquema das grandes gravadoras, ao produzir por conta própria o álbum Ciclo. 

A Bethânia de hoje mantém a soberania a partir desse impulso. Antes de qualquer pretensão, prevalece a consistência. Por isso é irresistível ir ao seu encontro das águas.
























Segunda-Feira, 19 de Junho de 2006

 

Santo Amaro festeja 60 anos da cantora Maria Bethânia


Filha ilustre de dona Canô avisou que ainda tem `trilhões de coisas a fazer´

 

Jairo Costa Júnior


Maria Bethânia, uma das divas da MPB, assistiu a uma missa pela passagem de seu 60° aniversario 

Como em quase todos os domingos, Santo Amaro da Purificação, no recôncavo baiano, e seus cerca de 60 mil habitantes mantiveram ontem uma rotina tranqüila. A população foi à feira livre, os aposentados jogaram dominó ao redor da Praça da Matriz e as crianças se lançaram nas peladas de rua. Num primeiro ins-tante, nem parecia que a mais famosa santo-amarense estaria lá para comemorar 60 anos de idade. Maria Bethânia Vianna Telles Velloso queria tudo com muita discrição, atitude que a cantora elevou ao estágio de arte refinada nos mais de 40 anos de carreira. Dado o gigantismo do nome e tudo que ele representa para a história da MPB, até que conseguiu. 

A mesma placidez que dominava a cidade de manhã não se estendia à residência do clã dos Velloso. Desde às 8h, as portas azuis da casa de nº 179, na Avenida Viana Bandeira, estavam escancaradas pelo entra-e-sai de pessoas. No interior, a incansável dona Canô, do alto de seus 98 anos de lucidez, era entrevistada por uma emissora de TV. Parecia levemente aplacada pela ansiedade de ver a aniversariante chegar de Salvador. Ou seria preocupação com os últimos preparativos conduzidos pelo filho Rodrigo? 

Por volta das 9h10, Maria Bethânia apontou na porta da casa e, como que levada por um raio lançado por sua protetora Iansã, adentrou a residência, beijou a mãe com afeto e disse que precisava trocar de roupa. Já empertigada em uma calça de couro mostarda, botas rosadas e blusa branca, a cantora saiu de braços dados com dona Canô e entrou no carro rumo ao primeiro destino na seqüência de homenagens que a cidade natal preparou para ela: a Igreja de Nossa Senhora da Purificação, monumento erguido em 1608. "Minha mãe manda celebrar uma missa sempre que Caetano e Bethânia fazem aniversário, mesmo quando eles não podem vir. É o que a gente chama de missa de corpo ausente", brincou Rodrigo. 

Na entrada da matriz, Maria Bethânia, sempre grudada a dona Canô, foi saudada com palmas e chuvas de pétalas de rosas brancas, enquanto a banda da igreja executava o instrumental de Carcará, canção de João do Vale que é considerada a pedra fundamental na carreira da cantora. Sorriso largo, que nem a personalidade mutante típica dos geminianos conseguiu alterar, ela vai, pouco a pouco, tomando conta da nave com sua força estranha. Senta-se junto à mãe, rodeada de familiares, para ouvir o texto de abertura da missa em ação de graças lido por sua irmã Mabel e entrecortado de passagens biográficas. 

Canções - "Vive no palco, que é o seu mar, o seu rio, o seu dique. Sabe derramar ondas e marés cheias de encantamento. Sabe ser agradecida à Deus por ter o dom de cantar bonito", recitou Mabel, sob o olhar de serenidade da irmã famosa. A missa é entremeada por algumas canções impregnadas em sua trajetória, como as cantigas de ninar que a estimularam ainda menina a encarar a ribalta. Em um dado momento, os músicos arrancam um O que é o que é, clássico de Gonzaguinha, e Maria Bethânia, baixinho, canta versos que ela ajudou a eternizar. 

Ao fim da missa, o frei Edilson Bezerra pede aos fãs, amigos e familiares que derramem bênçãos sobre a cantora. Bastaram os primeiros segundos de "derrama Senhor, derrama Senhor", e lágrimas de timidez escorreram sobre olhos da cantora.

Ela recebeu os abraços de todos os presentes e foi ao oratório agradecer à Nossa Senhora da Purificação, santa da qual é devota. Falou com jornalistas sobre dois CD’s a serem lançados pela Biscoito Fino e pelo selo Quitanda, e comemorou o relançamento de toda a discografia de sua carreira. "Veja só, logo eu que tenho fama de brigona", descontraiu Bethânia. 

A cantora agradeceu pela missa realizada - "Pensei em uma coisa mais íntima, mas quem manda é dona Canô", disse - e destacou que se sentia bastante alegre por sua mãe poder oferecer esse presente. "Sinceramente, nunca imaginei que fosse chegar aos 60 anos. Ainda tenho trilhões de coisas a fazer", avisou. Maria Bethânia disse também que o sucesso para ela nada mais é que um palco onde possa cantar e que esse canto de alguma forma alente a vida das pessoas. "Estou entre minha gente, estou muito feliz", emendou.

 


* * * * * *

 

Mabel oferta muda de jacarandá


A missa foi o primeiro ato das homenagens pelos 60 anos de Maria Bethânia em Santo Amaro. Logo após deixar a igreja, a cantora foi plantar uma muda de jacarandá na Praça da Purificação, ofertada por Mabel Velloso, para quem a árvore é símbolo de longevidade e firmeza. Em seguida, a artista descerrou uma placa comemorativa aos aniversário - presente do fã-clube local Rosa dos Ventos - instalada ao lado de outra, em celebração ao cinqüentenário de outro santo-amarense famoso, o irmão Caetano. 

Embarcou no carro com dona Canô, passou em casa para trocar as botas por sapatos mais confortáveis, e foi para o ato final da festa, o café da manhã na sede da Sociedade Filarmônica Lira dos Artistas, criada em 1908. Lá, a chegada da cantora foi saudada pelos músicos do grupo e pelas integrantes do Coral Miguel Lima. Soprou velas, posou para fotos e recebeu inúmeros presentes, entre eles um retrato em óleo sobre tela criado pelo artista plástico paulista Deja, onde ela aparece com os seus longos cabelos negros cobrindo a face. 

Amigos, como o professor, apresentador de TV e compositor santo-amarense Jorge Portugal, também foram homenagear Maria Bethânia. "Meu presente já dei há 15 dias. É a música Memória das águas, cujo tema foi ela quem sugeriu", afirmou Portugal, que compõe para a cantora desde 1983, quando Maria Bethânia incluiu Filosofia pura no rol do disco Ciclo, tido pela crítica especializada como um dos seus melhores discos. 

Artista com peso de popstar, mas com comportamento bem diverso ao de figuras do showbiz, Maria Bethânia interfere com sua presença muito pouco na rotina da cidade. Não há tititi, nem excesso de flashes em torno dela. Para a secular Santo Amaro, ela parece só ter a dar, nada a tirar. Nem mesmo a tranqüilidade de um domingo qualquer de Outono

 

 

 


1970's - CAETANO VELOSO

 







lunes, 11 de noviembre de 2024

2011 / 2012 - CIRCUITO CULTURAL BANCO DO BRASIL - Maria Bethânia canta Chico Buarque

 

Cartaz


Foto: Leo Aversa


Foto: Leo Aversa



AGENDA 2011 


Curitiba (Teatro Guaíra)
18/11/2011 – Lulu Santos canta Roberto e Erasmo
19/11/2011 – Sandy canta Michael Jackson
20/11/2011 – Maria Bethânia canta Chico Buarque

São Paulo (Via Funchal)
21/11/2011 – Sandy canta Michael Jackson
22/11/2011 – Maria Bethânia canta Chico Buarque
23/11/2011 – Lulu Santos canta Roberto e Erasmo

Ribeirão Preto (Teatro Pedro II)
06/12/2011 – Maria Bethânia canta Chico Buarque
07/12/2011 – Lulu Santos canta Roberto e Erasmo
08/12/2011 – Sandy canta Michael Jackson

Goiânia (Teatro Rio Vermelho)
16/12/2011 – Maria Bethânia canta Chico Buarque
17/12/2011 – Sandy canta Michael Jackson
18/12/2011 – Lulu Santos canta Roberto e Erasmo

Recife (Teatro Guararapes)
18/01/2012 – Maria Bethânia canta Chico Buarque
19/01/2012 – Sandy canta Michael Jackson
20/01/2012 – Lulu Santos canta Roberto e Erasmo


 


Entrevista com Maria Bethânia: 

As doçuras e agruras de Chico

 

18/11/2011

O show que Maria Bethânia apresenta neste domingo (20/11), no Teatro Guaíra (Pça. Santos Andrade, s/nº, com ingressos já praticamente esgotados), é o primeiro totalmente dedicado à obra de Chico Buarque na carreira da cantora. O projeto faz parte da série do Circuito Cultural Banco do Brasil, idealizada e dirigida por Monique Gardenberg com assistência de Toni Platão na curadoria, e que tem ainda Lulu Santos cantando Roberto e Erasmo Carlos e Sandy interpretando Michael Jackson. Os shows percorrem cinco cidades brasileiras. 

No entanto, a relação de Bethânia com o trabalho de Chico Buarque vem de muito antes. O compositor, como afirma a cantora em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo, é um dos alicerces de seu repertório. Uma aproximação ainda mais intensa com a obra do compositor, aliás, já estava sendo feita por Bethânia em função de um projeto futuro – “no mínimo cinco discos para cantar Chico, no mínimo um espetáculo com cinco atos”, conforme explica a cantora na entrevista. A conferir.

 

Bethânia fala (em respostas generosas) também sobre algumas das músicas mais importantes de Chico em sua carreira e sobre sua admiração pessoal pelo compositor. Já a respeito de seu novo disco, que deve sair em 2012 – e que tem Chico, como sempre, mas é um projeto totalmente diferente – a cantora preferiu deixar a conversa para depois. Leia mais abaixo.

 

Maria Bethânia e Chico Buarque: o compositor é 

um dos alicerces do repertório da cantora. 



Não é novidade ouvi-la interpretando Chico Buarque. Mas, até então, tratava-se de algumas canções, como a antológica interpretação de “Rosa dos Ventos”. É possível almejar interpretações tão marcantes em um repertório inteiro?

“Rosa dos Ventos” é uma música tão forte na minha vida quanto “Carcará”. Aliás, o Chico e Caetano, após o “Carcará” – que é o [espetáculo] Opinião, de João do Vale, meu lançamento como cantora profissional – marcaram minha história. Eu passei, como Waly Salomão dizia, da FM para a AM através do Chico Buarque de Hollanda cantando “Olhos nos Olhos”, e é verdade.

“Rosa dos Ventos” foi uma música que deu outra mudada no meu caminho de escolha de repertório. É uma música épica, tão forte como foi o “Carcará”. Tanto que ela está no repertório deste show. “Vida, Vida” é outra canção que tem a mesma intenção e força de interpretação e que também está.

 

Quais outras canções escolheu e como procurou trabalha-las?

O Chico romântico é certamente um alicerce que eu tenho no meu repertório; então é muito fácil trabalhar. É muito gostoso, muito saboroso, muito prático, vem naturalmente. “Terezinha”, “Tatuagem”, “Olhos no Olhos”, “Fora de Hora”… Está tudo dentro do meu espírito. Mesmo porque fizemos um show juntos durante muito tempo. A gente cantava “Com Açúcar e com Afeto”, “Cotidiano” e tal.

Fora isto, tem a minha admiração pelo Chico, pela obra dele, por ele como músico, como compositor, como homem e como cidadão. É uma honra pra mim ter nascido no mesmo país que ele.

O Chico, quando comenta a nossa relação com a vida, com a dor, com a perda, com a tristeza, com a dificuldade, com a burrice e com a estupidez, parece que ele escreve o que eu penso, da maneira que eu penso. Não tem uma vírgula fora do lugar. O Chico, para mim, é muito em casa, muito meu, tenho ele de algum modo, de todo modo. Então, o espetáculo que vou fazer a convite da Monique Gardenberg – para apresentar as canções do Chico – é onde nós pretendemos que o Chico apareça, com pelo menos um desenho do Chico inteirinho, em todas as áreas que ele gosta de passear.

Naturalmente, por eu ser uma intérprete, as canções escolhidas por mim têm muito a ver com o meu repertório, mas tem também coisas dele que jamais cantei, que eu conheço e que são atraentes, são apaixonantes. É uma emoção cantar “Vai trabalhar, Vagabundo”, por exemplo. Aliás, é um momento muito bom cantar esta música, é propício, é fácil, não tem esforço, entendeu?. Sai. No show tem as doçuras, tem as durezas, tem as agruras, o Chico completo.

 

Este show foi uma oportunidade de realizar uma ideia já antiga?

Neste momento, fui convidada para fazer Chico Buarque. Eu tenho um projeto, meu, além do da Monique, mas pra muito mais adiante, porque agora eu vou lançar um disco meu que não tem nada a ver com este projeto. Tem o Chico porque Chico sempre está, mas é outra praia. Mas daqui um tempo eu irei fazer. Estou estudando a obra do Chico mais profundamente porque quero fazer um trabalho grande, um trabalho completamente fora de ordem, ou seja, no mínimo cinco discos para cantar Chico, no mínimo um espetáculo com cinco atos. Em que as pessoas saem, vão embora, podem voltar, podem não querer ver o terceiro, querem ver o quarto ato… (risos). Quero fazer um Chico assim, mas isto eu não sei se chegarei a fazer, nem quando farei. No momento, o que eu estou fazendo é este. E este tem o Chico desenhado inteiro. Menorzinho, mas tem. Este daqui me dá tanto prazer; é uma alegria. É inacreditável – a cada hora que você vai ensaiando uma canção, não acabou de sentir uma emoção, já vem outra música com outra emoção… porque Chico não tem fim! Chico não acaba, ele vai; você acha; onde você procurar tem!

 

Em que fase está a produção de seu novo disco? Há ideias musicais – de interpretação, arranjo, sonoridade – ou mesmo canções do novo trabalho que poderão ser ouvidas no show do Circuito Cultural?

Sobre o disco novo prefiro não responder agora. Quando fora hora a gente conversa sobre isto. Hoje vamos ficar só neste projeto do Chico.


 

26/01/2012


Circuito Cultural Banco do Brasil está de volta

Circuito Cultural Banco do Brasil volta com Maria Bethânia, Lulu Santos e Sandy cantando seus compositores favoritos

Pela primeira vez, Maria Bethânia dedicará um show inteiramente à obra de Chico Buarque, Lulu Santos cantará a fase roqueira de Roberto e Erasmo e Sandy dará nova roupagem às músicas do ídolo Michael Jackson. Idealizados e dirigidos por Monique Gardenberg, em co-curadoria com Toni Platão, os três espetáculos inéditos acontecerão a partir de novembro, marcando a volta do Circuito Cultural, o bem-sucedido projeto itinerante do Banco do Brasil que durante uma década levou arte e cultura aos quatro cantos do país. 

Criado em 1999, o Circuito Cultural Banco do Brasil investiu nas mais variadas formas de manifestações artísticas. Suas 121 ações - de shows de música popular e instrumental a exposições, oficinas, palestras, mostras de vídeos e espetáculos de teatro e dança – percorreram 32 cidades e reuniram um público de mais de 1,25 milhão de pessoas. 

Esta primeira série de shows – sempre apresentados em dias consecutivos – começa em Curitiba (Teatro Guaíra, de 18 a 20 de novembro) e depois segue para São Paulo (Via Funchal, de 21 a 23 de novembro), Ribeirão Preto (Teatro Pedro II, de 6 a 8 de dezembro), Goiânia (Teatro Rio Vermelho, de 16 a 18 de dezembro) e Recife (Teatro Guararapes, de 18 a 20 de janeiro). A ideia é, a cada ano, ter grandes artistas da música brasileira abordando o repertório de um grande compositor 

Maria Bethânia canta Chico Buarque

Desde que pisou profissionalmente no palco pela primeira vez, em 1965, aos 18 anos, Maria Bethânia se firmou como a mais autoral das cantoras brasileiras e não parou de escrever para si uma trajetória singular na história da MPB. Ao longo de 45 anos de trabalho, conseguiu conciliar de forma magistral atributos aparentemente inconciliáveis: reverência ao passado e ousadia; independência artística e sucesso comercial; sofisticação e apelo popular. Foi a primeira mulher a vender um milhão de discos no país. Nunca se atrelou a movimentos, jamais se submeteu a pressão de gravadoras e sempre navegou na contramão do mercado. Tudo isso lhe garantiu uma carreira imaculada, que atravessa as décadas angariando a admiração fiel do público e da critica. 

Mais do que cantora, Maria Bethânia sempre gostou de se definir como intérprete. E com justa razão. Ela deu origem a uma linhagem de cantoras que, por força de sua interpretação, tornam-se quase co-autoras das canções que passam por suas vozes. E pelo timbre grave e dramático de Bethânia já passou, e continua a passar, o melhor da música brasileira. 

Entretanto, de todos os compositores que interpretou, nenhum ganhou mais sentido na sua voz do que Chico Buarque. Sem falsa modéstia, e com aval do próprio compositor, Bethânia costuma se dizer sua melhor intérprete. E não é para menos: em quase cinco décadas de carreira, já interpretou mais de cinqüenta de suas canções.


Lulu Santos canta Roberto e Erasmo

Os números não mentem: sete milhões de discos vendidos, três dezenas de hits que atravessam gerações e uma intensa agenda de show – invariavelmente lotados – pelo país afora. Lulu Santos é um caso raro de artista que consegue manter a popularidade em alta, lançar discos com repertório inédito e dar continuidade a experimentação em seu repertório, que mistura rock, soul, funk e eletrônica, na mais perfeita tradução da música pop brasileira, gênero no qual é um precursor.

No ano em que comemora 30 anos de carreira, ele subirá ao palco despido de seus hits e de todo o repertório autoral pela primeira vez, para celebrar uma parceria responsável por outra infinita lista de canções que habitam a memória afetiva dos brasileiros há décadas: Roberto e Erasmo Carlos. A afinidade entre Lulu e o repertório da dupla já era evidente na regravação de ‘Se Você Pensa’, um dos grandes sucessos do álbum ‘Eu e Memê, Memê e Eu’ (1995), até hoje presença cativa em todas as pistas de dança. 

Para o show, Lulu optou focar na fase roqueira do início da parceria do Rei com o Tremendão, entre canções que remetem à Jovem Guarda e outras afiliadas ao rock mais tradicional.

 

Sandy canta Michael Jackson

Mais do que uma fã, Sandy sempre se identificou com a obra e a carreira de Michael Jackson. Ambos começaram a carreira ainda crianças e bastante ligados à raiz familiar, experimentaram o sucesso avassalador na infância e passaram com louvor no desafio da carreira solo. Na primeira visita do astro pop ao Brasil, em 1993, Sandy – à época com dez anos – não somente conheceu o ídolo, como fez uma pequena participação em seu show, ao lado do irmão Junior, no Estádio do Morumbi. 

Antes mesmo da precoce morte de Jackson, em 2009, ela já interpretara algumas músicas de seu repertório, mas nunca tinha pensado em realizar um tributo exclusivamente dedicado a ele. A experiência será um contraste com o repertório de seu elogiado último álbum, ‘Manuscrito’, somente com canções autorais. ‘Michael fez parte da minha infância, seu talento musical era indiscutível, penso que ele é como uma lenda: imortal, vai ficar para sempre na história’, declarou a cantora.

Circuito Cultural Banco do Brasil

O Circuito Cultural é uma proposta diferenciada e capilarizada de atuação na área cultural. A iniciativa teve como precursor o projeto Brasil Musical, lançado em 1993, que buscava popularizar a música instrumental brasileira. Realizado por cinco anos, o Brasil Musical atingiu um público variado, tendo recebido, em 1994, o prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), na categoria de Melhor Projeto de Música Popular, e, em 1997, o prêmio ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, como Melhor Projeto Institucional da Região Centro-Oeste/Leste. 

A partir de 1998 o projeto passou a incorporar intérpretes de MPB e deu origem ao Circuito Cultural Banco do Brasil no ano seguinte, quando o projeto percorreu quatro cidades, recebendo um total de 76 mil pessoas e arrecadando 15 toneladas de alimentos. 

O Circuito Cultural passou então a contemplar as mais variadas manifestações artísticas: exposições de artistas locais (artes plásticas e fotografia), música, artes cênicas (teatro e dança), oficinas, palestras e mostras de vídeo.

Em 2000, o projeto percorreu 19 cidades, recebeu cerca de 370 mil pessoas e arrecadou mais de 100 toneladas de alimentos, em um formato que privilegiava grandes shows populares. Este modelo cresceu ao longo dos anos e durou até 2007 e, em 2008 e 2009, com estrutura parecida, passou a ser conduzido pelos CCBBs RJ, SP e DF.

 

 

"Maria Bethânia canta Chico Buarque"

 

AGENDA 2011 


BELO HORIZONTE (Palácio das Artes)

28/7/2012 – Maria Bethânia


BRASILIA (Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional)

8/8/2012 - Sandy

9/8/2012 – Lulu Santos

10/8/2012 – Maria Bethânia


PORTO ALEGRE (Teatro Sesi)

14/8/2012 – LULU SANTOS

15/8/2012 – MARIA BETHÂNIA

16/8/2012 - SANDY


RIO DE JANEIRO (Vivo Rio)

19/8/2012 – Maria Bethânia

 

SALVADOR (Teatro Castro Alves)

24/8/2012

25/8/2012

26/8/2012

 

 






























































Rio de Janeiro, 20 de agosto de 2012


Era para ter acontecido no início do mês, mas rolou ontem, no Vivo Rio, o show Maria Bethânia canta Chico Buarque, que estava, claro, na plateia. 

O projeto itinerante do Banco do Brasil, batizado de Circuito Cultural, tem curadoria de Monique Gardenberg e Toni Plantão e roda o país. 

Além de Bethânia, o projeto tem também, Lulu Santos interpretando Roberto e Erasmo; e Sandy cantando Michael Jackson 

No palco, sempre elegante, Maria Bethânia interpreta as principais canções de Chico. Aliás, em quase cinco décadas de carreira, ela já cantou mais de 50 das canções dele. No show, Vai trabalhar, vagabundo, Valsinha, Chico Buarque da Mangueira, Olhos nos olhos, Rosa dos ventos

 




 Abelha: show com músicas de Chico e pés descalços - Foto: Cristina Granato



Foto: Cristina Granato







Foto: Felipe Panfili


Foto: Felipe Panfili


Foto: Felipe Panfili















Foto: Felipe Panfili





Foto: Cristina Granato




Foto: Cristina Granato



Foto: Cristina Granato








Foto: Cristina Granato