miércoles, 29 de abril de 2020

2020 - MORAES MOREIRA


Antônio Carlos Moreira Pires [Ituaçu, 8 de julho de 1947 – Rio de Janeiro, 13 de abril de 2020].


“Moraes Moreira seria importante pra nossa vida se tivesse sido apenas o rapaz que cantava no barzinho do Campo Grande que frequentávamos nos meses de confinamento em Salvador. (Ele cantava de sua mesa: era um cliente, não um profissional.) Sua voz encantava Dedé Gadelha Veloso e nos ajudou a aguentar a pena sob a ditadura militar. E ele não é só o componente do grupo que lançou disco roqueiro (com "Colégio de Aplicação": "Saindo dos prédios para as praças, uma nova raça"). Tampouco o músico/cantor/compositor da virada joãogilbertiana desse mesmo Novos Baianos de "Acabou chorare", de "A menina dança", do relançamento nível Carmen Miranda de "Brasil Pandeiro" e de todo um repertório e estilo que, junto a Galvão, Baby do Brasil, Paulinho Boca de Cantor, mais Pepeu Gomes, Didi Gomes, Dadi e Baixinho marcou a trajetória da música popular no Brasil. Somando-se a tudo isso, sua inclusão formal do canto nos trios elétricos (levando a levada de ijexá para o violão) fez dele herói da história do país. Sem ele não haveria o axé. Hoje acordei para a notícia de sua morte. Vejo Davi Moraes menino tocando com ele no trio. Penso em Davi. Ouço a dicção límpida de Moraes na obra-prima "Chega Nego", nas outras metralhadoras de sílabas, nas palavras de Antonio Risério de "Sou o carnaval" ou "Pessoal do alô", nas de Fausto Nilo em "Bloco do Prazer" ou "Chão da Praça", nos seus próprios versos de cordel. Lembro, vejo, ouço. A alma não pode acabar de chorar."

[Caetano Veloso, 13/4/2020, Instagram]



Moraes Moreira e Davi Moraes - Foto: Mário Luiz Thompson


Davi Moraes - Foto: Mário Luiz Thompson







O cantor e compositor Caetano Veloso fez uma aparição surpresa no tributo em homenagem aos 70 anos de Moraes Moreira, intitulado '70 Carnavais', nesta segunda-feira, 12/2/2018, no Pelourinho. 

Estiveram presentes também no evento, Alexandre Leão, Moreno Veloso e Davi Moraes.


12/2/2018 - Largo do Pelourinho


Carnaval 2018
12/2/2018 

Moraes Moreira é homenageado num show memorável no Largo do Pelourinho

Pela primeira vez juntos no palco, Alexandre Leão, Moreno Veloso e Davi Moraes homenagearam Moraes Moreira, que foi definido por Caetano Veloso, em 2017, como o verdadeiro pai da axé music

Num show inesquecível na penúltima noite do carnaval, os artistas trouxeram um repertório com clássicos dos antigos carnavais como Zanzibar, Chão da Praça, Lá vem o Brasil Descendo a Ladeira, Deusa do Amor, Toda Menina Baiana, Depois que o Ilê Passar, Pop Zen e Na Massa, além de um pot-pourri com sambas de roda do recôncavo.


Foto: Alexandra Martins

“Nada melhor do que trazer o filho de Moraes para tocar num show em homenagem ao pai. Foi bem legal a ideia de nos juntar porque na verdade nunca fizemos show juntos. É a primeira vez e estou muito feliz. Trouxemos músicas nossas e algumas coisas do universo de Armandinho e Gerônimo, que também não podia ficar de fora”, confessa Alexandre Leão, sobre a idéia de convidar Davi Moraes, filho de Moraes Moreira, para participar do projeto idealizado por ele e Moreno Veloso.

Foto: Alexandra Martins



O tributo que foi intitulado 70 CARNAVAIS - uma homenagem aos 70 anos de Moraes Moreira, é uma declaração de amor ao carnaval, que já foi intitulada de ‘Moraes Carnaval Moreira’, por Moraes ser considerado o criador do moderno carnaval baiano, fazendo a composição entre o elétrico e o acústico. O show contou com a participação especial de Caetano Veloso, numa aparição surpresa, onde dividiu o palco com os anfitriões, cantando A Filha da Chiquita Bacana e Chame Gente.


Foto: Alexandra Martins



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