miércoles, 11 de abril de 2018

2018 - UM JEITO DE CORPO - Balé da Cidade Dança Caetano


“Além das canções das quais me fascinam, gosto, particularmente, de observar o corpo de Caetano em movimento – quando canta, gesticula, responde uma entrevista. Para mim ele está o tempo todo dançando mesmo que não esteja. A gama gestual que o seu corpo nos apresenta é tão rica e me diz tanta coisa que quase não preciso ouvir as canções” 
[Morena Nascimento]


“Eu queria homenagear a cultura brasileira, imaginei fazer algo como o Nobel de Bob Dylan e, pensei: nós temos o nosso Nobel, é o Caetano! Foi assim”

[Ismael Ivo]







BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO ESTREIA TEMPORADA COM COREOGRAFIA DE MORENA NASCIMENTO INSPIRADA EM CAETANO VELOSO

23 DE JANEIRO DE 2018

Um Jeito de Corpo – Balé da Cidade Dança Caetano || Foto: Rodrigo Fonseca

O primeiro programa desta Temporada é inspirado num artista único e de inestimável valor intelectual e poético, Caetano Veloso, que já foi traduzido e interpretado por tantos artistas e agora ganha uma representação na dança. Um Jeito de Corpo – Balé da Cidade Dança Caetano estreia no dia 15 de março, às 20h, no Theatro Municipal de São Paulo.

O espetáculo é assinado pela coreógrafa Morena Nascimento, com direção musical do músico e historiador Cacá Machado, figurinos de Isadora Gallas, cenografia de Marcel Kaskeline, iluminação de Aline Santini, Visagismo de Luiz Parisi, dramaturgia de Vadim Nikitin e consultoria de José Miguel Wisnik. As apresentações seguem nos dias 16, 17, 22, 23, 24 e 25, às 20h. A exceção acontece no dia 18, quando começa mais cedo às 18h.

“Desde o início do ano passado, quando Ismael Ivo chegou à direção do Balé da Cidade de São Paulo e assinou a coreografia ‘Risco’, a companhia entrou numa nova fase: mais criativa, ousada e intensa. Os resultados foram aparecendo ao longo do ano e chegam, neste ano, a uma fase mais madura com ótima resposta do público, que comparece aos espetáculos com calorosos aplausos”, destaca o secretário André Sturm.

Este programa do Balé da Cidade simboliza a união de um trabalho coletivo, pois reúne muitas mentes criativas em torno de uma produção que celebra uma trajetória artística sem recorrer a uma proposta autobiográfica ou representar uma tentativa de retratar um momento histórico da vida do Caetano.

Um Jeito de Corpo – Balé da Cidade Dança Caetano tem uma intensa liberdade poética. “Não estamos presos a nenhum pressuposto ou recorte histórico de sua carreira. Buscamos nas músicas de Caetano o que nos afeta e se relaciona com o momento que estamos vivendo. Criamos um grande ritual, incorporando e assimilando a poética de Caetano, transformando-a em nossa fala no corpo, do nosso jeito. As coreografias são o resultado desse exercício de devorar e ser o que se devora” afirma Morena Nascimento.

Estreando no Balé da Cidade de São Paulo, Morena é um dos destaques da nova geração da dança contemporânea. A passagem por um dos maiores grupos de dança do mundo, TanzTheater Wuppertal de Pina Bausch, e o fortalecimento de seu trabalho autoral nos últimos sete anos no Brasil provoca ainda mais o interesse do público por suas criações.

O convite para este trabalho partiu do diretor artístico do Balé da Cidade de São Paulo, Ismael Ivo, que uniu duas de suas admirações no mesmo programa. “Sou um admirador do universo poético e musical do Caetano Veloso. O mesmo nível de admiração me relaciona com universo criativo do grande gênio da dança Pina Bausch. A Morena Nascimento tem suas origens e experiência no berço da famosa companhia da coreógrafa alemã. Mas muito além disso, possui um impressionante nível de presença corporal e expressão artística”, afirma.

Para Um Jeito de Corpo – Balé da Cidade Dança Caetano, a coreógrafa manteve o seu método de criação híbrido e se deixou guiar por sua inspiração nas músicas, no gestual do artista brasileiro e no elenco do Balé da Cidade de São Paulo, no qual ficou impressionada pelo vigor e entrega dos bailarinos.

“Além das canções das quais me fascinam, gosto, particularmente, de observar o corpo de Caetano em movimento – quando canta, gesticula, responde uma entrevista. Para mim ele está o tempo todo dançando mesmo que não esteja. A gama gestual que o seu corpo nos apresenta é tão rica e me diz tanta coisa que quase não preciso ouvir as canções”, se diverte Morena.

A coreógrafa também se debruçou sobre as referências que estão em torno da arte e da vida do artista, passando pela dança de Maria Esther Stockler, os filmes de José Agripino, Frederico Felini, Almodóvar, Maria Bethânia, Astor Piazzola, temas como funk, grandes metrópoles, negritude, sexo e gênero, exílio, tropicália. Além disso, Morena se guiou por suas próprias relações afetivas com a Bahia, lugar onde freqüentou intensamente desde sua infancia por ter um pai baiano.

A produção também se volta à cidade de Santo Amaro, na Bahia, terra natal de Caetano e referencia traços do cotidiano do artista que tanto o influenciaram antes dele se tornar famoso, como o rádio e as idas ao cinema. Para a trilha, algumas composições do artista foram sampleadas com o objetivo de criar novas peças musicais. “Com a mesma liberdade que o artista criou, por exemplo, em seu disco experimental Araçá Azul, invadi suas canções cortando, recortando, alterando andamentos, picths, criando reversos, adicionando efeitos, incluindo samplers de outros artistas e gravações originais compostas por mim”, diz Cacá Machado responsável pela direção musical.

Para exemplificar esse processo de recortes, em um trecho do espetáculo, a canção “Nicinha (Caetano Veloso)”, música feita pelo artista para a sua irmã mais velha (Nicinha) se juntará aos samplers de outra composição sua, Alguém Cantando, na voz da própria irmã, somada à canção Vento, também dele, na interpretação de Gal Costa.

Já a cenografia será assinada por Marcel Kaskeline que entrou em contato com a obra do Caetano pela primeira vez após o convite para o trabalho.

“O modo específico dele parece mais a transformação em poesia. Tudo o que ele toca, seja tristeza, raiva, solidão, alegria, amor, torna-se poético”, explica. No palco, Marcel irá explorar o ponto de vista sobre a transformação. No cenário, uma casa dará a impressão que está se deteriorando. “Este espaço que uma vez deu proteção torna-se uma ruína. Mas, ao mesmo tempo, o lugar não se torna mais bonito? Não existe mais poesia nesta imagen ambivalente?”, indaga.

O figurino de Isadora Gallas é inspirado nas composições, nos aspectos de cidade. As tonalidades neon vão fazer uma referência ao axé, os tons mais lavados referenciam as cores das casas do recôncavo baiano, onde está a cidade de Santo Amaro. “Tem transparência para que as cores se transformem em outras, seguindo a intensidade da luz no palco. Além disso, a modelagem foi pensada no projeto do cenário que usa vento. Por isso teremos roupas amplas para que o vento desenhe os corpos”, explica.



13/3/2018 - Ismael Ivo, Caetano Veloso e Luciana Mantegazza comemoram a estreia da temporada do Balé da Cidade no Theatro Municipal - Fotos: Divulgação



Ismael Ivo, diretor do Balé da Cidade, e Luciana Mantegazza, diretora criativa da Balletto, armaram jantar em homenagem ao espetáculo Um Jeito de Corpo, do Balé da Cidade, inspirado no universo musical de Caetano Veloso, que foi o convidado de honra da noite. 


O encontro aconteceu nessa terça-feira (13/3), na Chacara Flora, em São Paulo.  [14/03/2018 | Por: Circolare]


13/3/2018 - Foto: Charles Naseh

13/3/2018 - Foto: Charles Naseh

Ismael Ivo, diretor do Balé da Cidade, e Luciana Mantegazza, diretora criativa da Balletto, armaram jantar em homenagem ao espetáculo Um Jeito de Corpo, do Balé da Cidade, inspirado no universo musical de Caetano Veloso, que foi o convidado de honra da noite. 

O encontro aconteceu nessa terça-feira (13/3), na Chacara Flora, em São Paulo.  [14/03/2018 | Por: Circolare]





By Redação BCN 

5 de Março de 2018

Balé da Cidade de SP comemora 50 anos com espetáculo sobre Caetano Veloso


Foto: TV Globo/Reprodução


Cantor assistiu ao ensaio no Theatro Municipal e aprovou a montagem: ‘Tem músicas minhas que eu nem lembrava’.

A voz nua de Caetano Veloso cantando Sampa e a suave poesia dos passos das bailarinas e bailarinos são parte do espetáculo que veste e dança a música do artista.

A montagem especial “Um Jeito de Corpo – Balé da Cidade Dança Caetano” comemora os 50 anos do Balé da Cidade de São Paulo e homenageia Caetano. O espetáculo estreia nesta quinta-feira (15), no Theatro Municipal de São Paulo.

O último ensaio, no Theatro Municipal, teve um convidado de honra: o próprio artista. Caetano Veloso foi escolhido pelo balé por causa da genialidade no uso das palavras, da poesia e da música, tão conhecidas pelo público, explica o diretor do Balé da Cidade, Ismael Ivo.


“Todo mundo tem um momento da vida que recorda, essa memória emocional, uma canção do Caetano. Triste, melancólica, alegre, então faz muito parte de nós já todo esse caetanear, essa musicalidade que ele traz”, afirma Ivo.


Caetano Veloso aprovou espetáculo do Balé da Cidade: ‘Tem músicas minhas que eu nem lembrava’  - Foto: TV Globo/Reprodução



A coreógrafa Morena Nascimento Oliveira foi além da obra de Caetano para se inspirar.
“Eu fiquei vendo vários vídeos dele nos shows e às vezes dando entrevistas e falando, eu gosto muito assim… de como se apresenta ele”, afirma a coreógrafa. “Caetano tem um jeito de gesticular, de administrar o corpo dele quando tá cantando que isso parece que só dessa observação eu já tenho tanto material, tanto estímulo para poder criar uma coreografia inspirada nele e como se quase não precisasse ouvir as músicas.”

A trilha sonora do espetáculo tem claro, muitas músicas de Caetano, mas nem todas em versões originais. Algumas canções foram recortadas, sampleadas ou tocadas em versões à capela. O espetáculo traz coreografia traz pro palco boa parte do universo do artista, inclusive referencias e estilos musicais pelos quais ele passou desde o começo da carreira até hoje.

Caetano se surpreendeu com o repertório. “Tem umas músicas minhas de que eu nem me lembrava, uma que chama ‘Vento’ que Gal (Costa) canta, que eu achei tão linda. Eu quero aprender essa música de novo.”


Ismael Ivo, diretor do Balé da Cidade de São Paulo -Foto: TV Globo/Reprodução



Caetano ficou emocionado depois de assistir espetáculo sobre sua obra
Sonia Racy
15 Março 2018                                                            


Denise Andrade / ESTADÃO

Caetano Veloso ficou satisfeitíssimo com o resultado do espetáculo Um Jeito de Corpo, baseado em sua obra e que estreia hoje no Municipal. O cantor assistiu ao ensaio, anteontem, antes de ir ao jantar na casa de Luciana Mantegazza (foto acima) e se emocionou, segundo o coreógrafo Ismael Ivo. “Ele lembrou de coisas de que já havia esquecido e ficou bem tocado”.

Como foi a concepção do espetáculo? “Eu queria homenagear a cultura brasileira, imaginei fazer algo como o Nobel de Bob Dylan e, pensei: nós temos o nosso Nobel, é o Caetano! Foi assim”.




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