miércoles, 31 de enero de 2018

2018 - O BRASIL TEM MEDO DE BRILHAR





Humor
Entrevista
Caetano Veloso: “O Brasil tem medo de brilhar"
por Anderson Gomes

Publicado 29/01/2018

O compositor acredita que o País precisa ser forte e diferente, reafirma o apoio a Ciro Gomes e critica o preconceito contra o evangelismo autêntico

Caetano Veloso já foi alvo da ira armada, absolutista, mas não calou. Símbolo de resistência e ruptura em época de tirania, forjou seu nome na poesia entre os mártires da ditadura que se apossou da liberdade de expressão no Brasil. Com sua arte, virou verbo.

Na Quadrinstrevista especial, a primeira em um ano fundamental para o País, o cantor e compositor, verbete obrigatório na música brasileira, desnudou sua alma inquieta e ideologia avessa a rótulos: “Não sei se tenho uma identidade partidária. Ou racial. Ou sexual. Ou de gênero. Devo ser um ser muito anacrônico”.

Crítico do impeachment de Dilma Rousseff, que segundo ele fez sombra à Operação Lava Jato, e simpático à candidatura de Ciro Gomes ao Planalto (“é um quadro que não deve se desperdiçar”), o músico filosofa sobre a condição social histórica nacional.
“O Brasil tem medo de brilhar. Sempre desconfiei que isso é porque teme ter potencial excessivo”, salientou. Caetano, que realiza encontros frequentes para debater a política e o Brasil em seu apartamento no Rio de Janeiro, questiona as motivações do impeachment e o papel de seus atores coadjuvantes nas ruas.
“São jovens. Podem estar de modo ingênuo contribuindo para organizações poderosas que os usam como peões”, alertou. Agora, pelas próximas linhas, caetane-se.

Quadrinsta: O socialista do exílio nos anos 1960/1970 ainda carrega os mesmos sonhos? Quais são?
Caetano Veloso: Nem sei se posso dizer que sou ou era socialista. O socialismo me interessa e tendo a estar mais próximo de quem põe esperanças neles do que daqueles que o rejeitam com demasiada facilidade. Meus sonhos são de grandeza para o Brasil, justiça social e luz interna para cada indivíduo. O abandono de alguns aspectos do liberalismo (mesmo o econômico) pode levar a autocracias totalitárias.
Podem confirmar a profecia de Nietzsche que diz que os operários tornados socialistas seriam, se ganhassem poder, autoritários. Sou artista. Canhestro músico popular, mas com temperamento de artista. As complexidades de tons, harmonias, rimas, ritmos - vejo sempre isso em tudo.

Q: Como brilhar e não morrer de fome neste caos social que vive o País?
CV: O Brasil tem medo de brilhar. Sempre desconfiei que isso é porque teme ter potencial excessivo. Quanto a deixar seus filhos morrerem de fome, isso não tem explicação. Nem perdão.

Q: Recentemente você anunciou apoio a Ciro Gomes nas próximas eleições presidenciais, mas cantou em evento comemorativo aos 20 anos do MTST, movimento liderado por Guilherme Boulos, virtual candidato do PSOL ao Planalto e simpático a Lula. Qual é a sua identidade partidária?
CV: Não sei se tenho uma identidade partidária. Ou racial. Ou sexual. Ou de gênero. Devo ser um ser muito anacrônico. Ciro, que continua a ser meu candidato, elogiou Boulos, nos termos que eu próprio elogiaria. Na eleição passada, votei em Marina. Depois que ela foi destruída pela campanha de meu amigo João Santana, votei em Dilma. Fui e sou contra o impeachment. Aquilo pôs a Lava Jato num lugar de alarme amarelo em minha cabeça.
Gosto de Ciro desde que ele foi prefeito de Fortaleza. Claro que não gostei da famosa resposta dele sobre minha adorada contraparente com quem era casado. A ameaça de receber a bala emissários da força-tarefa também soou nada republicana, como se diz, embora expressasse um dos aspectos dos sentimentos que a Lava Jato pode acender em alguns corações. E mesmo em alguns julgamentos técnicos de juristas.
Acho Ciro um quadro que o Brasil não deve desperdiçar. Nem pensava em sua possível candidatura quando recebi um email de James Martins, um amigo meu, baiano, mulato e inteligente, dizendo que parecia ser a hora de Ciro. Respondi que ficava animado.
Pouco depois vi o vídeo de Mangabeira [Unger], pensador que me interessa por ter uma posição de esquerda sem perder a coragem para a complexidade e para a inovação, nunca sendo superficial. Admirador (e amante do estilo) de Marina, me vi, como sempre, com um candidato escolhido. E ele, em princípio, contrasta com as posições de Marina.
O show com o MTST nasceu da aproximação com Boulos, via Mídia Ninja e Paulinha Lavigne. Gostei muito de Boulos, sobre quem meu amigo Duda, baiano que mora no Rio, já me falava faz tempo. [Marcelo] Freixo é sempre meu candidato a tudo desde que o conheci. Simplesmente ele me transmite confiança. E gosto de esquerdistas que se detêm sobre a questão dos direitos humanos.

Q: Esse show, aliás, aconteceu apenas em dezembro, após uma decisão judicial cancelar o evento inicialmente marcado para outubro, em São Bernardo do Campo, São Paulo, por influência do prefeito Orlando Morando, do PSDB. A atual relação entre política e justiça tem o dom de iludir?
CV: Tem. Mas não a todos nem para sempre.

Q: Chegamos ao ponto de os haitianos mudarem a letra da música e passarem a cantar “O Brasil não é aqui”?
CV: Estamos nos esforçando para atingir esse estágio.

Q: É possível ter alegria, alegria com a política do “sem livros e COM fuzil” fomentada por Jair Bolsonaro?
CV: Nenhuma alegria é possível com políticas que sejam ao mesmo tempo conservadoras e malucas. O que, infelizmente, parece ser uma das modas atuais.

Q: Você move um processo contra o MBL e o Alexandre Frota por ter sido acusado de pedofilia em sua relação com Paula Lavigne. O trecho de um vídeo viral seu onde diz “como você é burro” é suficiente para definir essas figuras?

CV: Aquilo era uma resposta ao então crítico de música da Veja que tinha desancado o disco "Muito" - onde estão "Terra" e "Sampa", entre outras - com a acusação de que minha capacidade de escrever letras tinha desaparecido. Para isso ele citava justamente citações, dentro de letras minhas, de versos de Humberto Teixeira e Ary Barroso, crendo que fossem meus. A frase pode ser usada (e tem sido) em outros contextos. Mas não sei se burrice é o único problema desses manifestantes da reação.


Q: Caetano, em quê Lobão tem razão?
CV: Em dizer, na letra da bela canção que fez sobre mim, a frase "Chega de verdade". Mas Lobão não tem apenas razão. Ele tem também talento, estilo próprio, verve. Compôs e gravou algumas das canções mais interessantes da nossa música nas últimas décadas. Infelizmente a ansiedade dele a respeito do prestígio que merece (e também a angústia da defesa de sua originalidade) podem tê-lo levado a fazer coisas bobas na área da auto-exposição midiática.
Suas tomadas de posição política são coisa pelo que ele tem de responder e que trato com respeito. Muito têm a ver com o sentido histórico do rock, do amor ao rock. Não é uma mera maluquice.

Q: Como podemos reverter a nova ordem mundial?
CV: Isso não sei. Mas há uma ordem mundial? Quando escrevi "Fora da Ordem", havia a Nova Ordem Mundial de Bush pai.

Q: Quem pode derrotar essa força estranha da grana que destrói coisas belas no período de exceção que o Brasil atravessa?
CV: A força da grana tem mostrado capacidade de erguer coisas belas. E mesmo de diminuir a fome geral. Mas a lógica de crescimento da acumulação de riqueza e de desigualdade social em todos os lugares do mundo (o Brasil entre os campeões) precisa encontrar resistência consistente.
Desculpe estar respondendo em tom que parece desprovido de humor. Estou na Bahia e o prédio onde estavam as caixas de grana de Geddel fica muito perto daqui de casa. Quase que só dá mesmo pra pensar na capacidade destruidora da força da grana.


Q: O fundamentalismo e o comércio da fé de parte da América evangélica superaram a incompetência da América católica?
CV: Uma das coisas que o evangelismo pode trazer aos latino-americanos é tornar-se uma das ferramentas para a tentativa dessa superação. Pior do que a onda evangélica é a onda de preconceito contra as conversões autênticas e sinceras que se dão pelo continente adentro, o Brasil com grande proeminência. Vocês deviam ouvir o pastor Henrique Vieira.

Q: Aqueles jovens que caminhavam contra o vento, sem lenço e sem documento, nos tempos da ditadura alimentavam-se de um desejo incontrolável por democracia. O que você acha que move essa juventude atual que veste verde e amarelo e empunha panelas nas mãos?
CV: São jovens. Não são tão diferentes. Podem estar de modo ingênuo contribuindo para organizações poderosas que os usam como peões. Quando vi aquela gente nas ruas de São Paulo no dia em que o grampo da conversa de Dilma com Lula saiu no Jornal Nacional, pensei: o golpe está dado. Mas as motivações que movem as muitas pessoas em tantas direções são complicadas e merecem atenção cuidadosa.


Q: Com um governo certo como dois e dois são cinco e todos esses escândalos de corrupção, que saída você vislumbra para a política no Brasil?
CV: Que colhamos com orgulho a jabuticaba madura e suculenta que pudermos produzir. Comecemos por deixar de chamar de "jabuticaba" tudo o que há de errado nas sociedades humanas e que acontece aqui. E vira-lata é a expressão que Ann Douglas usa (mongrel) para orgulhar-se dos Estados Unidos. Temos de ser fortes, corajosos e diferentes.




2018 - ZECA VELOSO




As quatro capas da revista VOGUE n° 474, mês de fevereiro de 2018.





Publicado em 29/01/2018 por Folha de S. Paulo Online


O músico Zeca Veloso, filho de Caetano Veloso, posa para a revista "Vogue Brasil" de fevereiro de 2018 - Foto: Jorge Bispo

DE FAMÍLIA

Destaque na turnê em que Caetano Veloso se apresenta com três filhos, Zeca Veloso, 25, foi fotografado pela revista "Vogue Brasil" que chega às bancas na quinta (1º).

* À publicação, ele falou sobre o convite para cantar ao lado do pai e dos irmãos. "Eu resisti. Mas, um dia, decidi seguir minha intuição e topei. Foi a melhor escolha que fiz", diz o fiel da Igreja Universal do Reino de Deus.

* "Desde criança tenho fé. Os hinos da igreja são muito importantes para a minha formação musical."





Acontece

Zeca Veloso, filho de Caetano, fala sobre o lado evangélico

Ele segue o pai e os irmãos na nova turnê em família

Por: Bruno Brandão em 29/01/18 


Zeca Veloso é cria de Caetano; herdou o talento musical do pai - Foto: Vogue/Divulgação

Zeca, filho de Caetano Veloso, que acompanha o músico junto com os dois irmãos, foi fotografado para a Vogue Brasil, que chega às bancas nesta quinta-feira (1º).

O jovem músico, de 25 anos, falou sobre os shows e o lado religioso, já que ele é fiel da Igreja Universal do Reino de Deus.

"Eu resisti. Mas, um dia, decidi seguir minha intuição e topei. Foi a melhor escolha que fiz", disse. Em recente entrevista para o Globo, ele também falou sobre a fé: "Tive o primeiro contato com a fé cristã aos 10 anos. Desde então creio. Isso foi muito importante para minha vida e para eu estar conseguindo fazer esse show hoje", disse.



Zeca liderou as paradas das plataformas de música com a canção "Todo Homem" - Crédito: Divulgação





2018
Revista VOGUE
n° 474 - Fevereiro



Zeca Veloso fala sobre carreira na música: "Foi a melhor escolha que fiz"
Filho de Caetano, ele resistiu antes de se lançar no segmento, mas acredita que está no caminho certo

PEDRO HENRIQUE FRANÇA



Diamante bruto - Foto: Jorge Bispo

No show em que Caetano Veloso reúne os três filhos - Moreno, fruto da relação com Dedé Gadelha, além de Zeca e Tom, do casamento com Paula Lavigne-, um sucesso nacional que, até agora, atraiu um público de mais de 40 mil pessoas em sua turnê, sobressai uma voz que comove logo nas primeiras músicas. Extremamente concentrado e tímido, Zeca, 25 anos, apresenta com a densa Todo Homem um falsete até então desconhecido do público. Ali, no palco, revela-se um diamante do clã Veloso só visto agora graças ao desejo do pai em promover esse encontro. O single Todo Homem, distribuído nas plataformas digitais e em vídeo, já contabiliza mais de 800 mil visualizações no YouTube desde seu lançamento no site, no fim de dezembro passado.


Diamante bruto - Foto: Jorge Bispo

Filho mais recluso da família, nem mesmo os mais próximos acreditavam que ele fosse desabrochar assim. Subir no palco, então, era quase inimaginável. “Quando meu pai veio com a ideia desse show, eu disse que só faria se o Zeca fizesse. Achava que ele não ia topar”, conta o caçula Tom, de 20 anos, que se tornou conhecido com a banda Dônica e em composições com Caetano e seu mestre Cezar Mendes– um dos homenageados no show da família. Zeca, no fim, acabou topando. Mas, apesar de estar hoje em turnê, aceitar o convite não foi tão fácil. “Eu resisti. Não achei que era um momento bom para trabalhar com música dessa maneira, tocando, cantando, me lançando como artista. Mas, um dia, decidi seguir minha intuição e topei. Foi a melhor escolha que fiz”, conta. Como afirma Caetano, “ele é um talento misterioso, um interlocutor capaz de análise, alguém que pensa por si”. Mesmo com tanta curiosidade e aplausos despertados no público e na crítica, a insegurança persiste. Está intrinsicamente relacionada à grande exigência que tem consigo mesmo. “Tenho sido muito rígido com minha produção. Para mim, tem que ter uma justificativa para existir, se não for instigante o suficiente, não vale a pena.”


Diamante bruto - Foto: Jorge Bispo

A exigência não é um traço que vem desde a infância. Começou há poucos anos e se aplica agora a todos os passos da nova carreira. “Ele gosta de fazer tudo bem direitinho. Quer saber do flyer, da arte, do conceito, de tudo. Eu não tenho o menor saco para isso”, comenta Tom. Apesar de não acreditar que o irmão embarcaria fácil na empreitada, o caçula sempre teve certeza do sucesso. “Ele gosta de falsete há muito tempo, Todo Homem ele compôs cantando assim. Já era muito mágico quando ele me mostrou, há mais de dois anos, e de lá pra cá, só melhorou. Sabia que todo mundo ia se emocionar.”


Diamante bruto - Foto: Jorge Bispo

A canção nasceu num dia de verão no Rio – e da melancolia em Zeca –, quando Tom e um amigo foram à praia. Zeca ficou. Ao violão, foi construindo acordes, melodia e versos. Quando chegou na metade, resolveu procurar o irmão. Queria um norte. Não o encontrou. Concluiu a música sozinho na areia e voltou para casa. Quando Tom chegou, escutou-a e disse: “Nosso pai vai gostar”. Tom estava certo. “Todo Homem” é uma canção de profundo sentimento pessoal. A capacidade dele de expressar toda a gama de dificuldades da vida, aliada à clareza com que os encantamentos são transformados em imagens, faz dessa música um caso radical. A frase ‘todo homem precisa de uma mãe’ não é uma afirmação teórica: chega ali como um grito abafado pela doçura de quem o emite. Por isso comove antes de conquistar apoio ou repúdio”, diz Caetano. Cristão, como o pai apresenta ele e seu irmão Tom no show, foi na fé que Zeca superou adversidades da vida. E é graças a ela, diz, que esse show pode se tornar uma realidade. “Sou cristão. Desde criança tenho fé, e, sem ela, não estaria hoje nesse projeto. Os hinos da igreja também são muito importantes para minha formação musical.”


Diamante bruto - Foto: Jorge Bispo

Referência forte para Zeca – num miolo que vai desde “coisas que tocavam na MTV” e “canções dos desenhos musicais da Disney” a Prince, João Gilberto, Beatles, Beach Boys, Jorge Ben, Motown, Tim Maia e Pablo do Arrocha (“um grande cantor do Brasil”) –, Djavan foi um dos que o encorajaram a se lançar na vida artística. E o músico veterano se derrama em elogios ao falar da nova sensação da música brasileira. “Zeca é um sopro de esperança musical: sua voz bilíngue funciona com precisão em falsete e ao natural. Isso é novo entre nós e remete ao Prince. Todo Homem me chamaria atenção em qualquer tempo. Quando a ouvi pela primeira vez, não acreditei de tanta emoção que me causou. Sua composição traz uma densidade, uma certeza que não se vê em gente nova. Ele aponta para um futuro rico em beleza e inventividade e eu vou estar sempre aqui aplaudindo e dizendo: eu sabia.”

Sua primeira lembrança é a do pai cantando Feiticeira para ele dormir – canção que sua tia, Maria Bethânia, já gravou. “Eu ficava muito emocionado”, lembra. Estudou piano ainda garoto e tentou o violão em aulas com Cezar Mendes, “mas, logo, desisti. Achei muito difícil”. Voltou a dedilhar acordes na época da turnê do Kaya N’gan Daya, de Gilberto Gil, em que ele homenageava Bob Marley, em 2002. Já na adolescência, flertou intensamente com a música eletrônica. Chegou a tocar como DJ em festas alternativas da noite carioca. 

Hoje, porém, gosta apenas de brincar e experimentar com as batidas – no show, ele dá uma amostra disso no funk Alexandrino, de Caetano. “Sempre conversamos sobre música e outras coisas da vida. Uma noite, mostrei a ele a gravação de Adeus, Batucada com Carmen Miranda. Ele gostou, mas depois que lhe contei que Noel Rosa não gostava de Carmen e que sua favorita era Aracy de Almeida, ele me pediu que tocasse um exemplo. Pus Três Apitos e lágrimas correram pelo seu rosto silencioso”, conta o pai.

É provável que, em breve, Zeca faça outras lágrimas correrem pelos rostos dos ouvintes. Além de Todo Homem e Você me Deu, ele já tem composições (que chama de “ideias”) na gaveta. E já entendeu que seu lugar é na música, como comprova a turnê, que ganha CD e DVD no próximo mês com o nome de Ofertório. “A voz dele e sua presença trazem densidade e grandeza ao nosso trabalho familiar. Conheço outras canções dele que poderiam estar ali e que podem se unir num álbum. Mas se quiser ser escritor, pastor religioso ou dançarino também pode”, completa Caetano.



martes, 30 de enero de 2018

2018 - CHICO BUARQUE


Ausente dos palcos desde 2012, Chico Buarque inicia em dezembro de 2017 (Belo Horizonte), a turnê nacional de Caravanas, título homônimo de seu último álbum, lançado em agosto pela Biscoito Fino.


27/1/2012 - Caetano Veloso vai ao show de Chico Buarque
Foto: Onofre Veras 



13/12/2017 - Chico Buarque durante estreia da turnê 'Caravanas', em Belo Horizonte – Foto: Leo Aversa / Divulgação


Caetano é só elogios a Chico após assistir a show no Rio: "Artista imenso" 

Do UOL, em São Paulo
27/01/2018

Caetano Veloso usou sua conta oficial no Instagram para fazer uma bonita homenagem a seu contemporâneo Chico Buarque, após assistir à estreia de “Caravanas”, novo show do cantor, compositor e escritor no Rio.

“Fiquei extasiado, não somente porque estávamos diante de um artista imenso que nos deixa esperando anos para vê-lo atuar; nem apenas porque os lindos versos de Caravanas' trazem ‘suburbanos como muçulmanos do Jacarezinho a caminho do Jardim de Alá’”, escreveu o baiano, que também elogiou o cenário de Hélio Eichbauer, o mesmo artista que criou o da sua atual turnê com os filhos.

Caetano também menciona “a rica música que habita o coração de Chico Brown” em “Massarandupió”, parceria de Chico com o neto, filho de Carlinhos Brown, e o fato de que muitas das canções cantadas pelo público sejam posteriores aos grandes clássicos de Chico.

“Não há "Quem te viu, quem te vê", "Carolina", "Januária", "Samba do grande amor" ou "Noite dos mascarados" - nem pensar em "Pedro Pedreiro" ou "Olê olá": para um cara da geração de Chico, o repertório é todo de coisas novas”, observa.

O cantor e compositor faz críticas ainda a um jornalista que disse que não ouviria mais os discos de Chico por já saber o que iria encontrar – “um erro perfeito” – e à “acústica difícil” do local do show, compensada, afirma, pelos sons “econômicos e profundos, equilibrados e misteriosos” da apresentação –“finalmente um show que não rompe nossos tímpanos”.

“É a vitória da bossa nova verdadeira, sua vingança, sua definitiva consagração, desmentindo a sensação de que o Brasil não se respeita: ao contrário, ali parece que o Brasil chega finalmente a merecer a bossa nova. E nada disso seria possível sem a lealdade de Chico à prosódia irretocável”, escreve Caetano.


3/1/2018 - Chico Buarque apresenta para a imprensa duas canções da turnê Caravanas, na casa de espetáculos Vivo Rio, localizada no Museu de Arte Moderna, Aterro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro - Foto: Bruna Prado/UOL




27/1/2018

“Fui ontem à noite ver o show de Chico Buarque. Fiquei extasiado, não somente porque estávamos diante de um artista imenso que nos deixa esperando anos para vê-lo atuar; nem apenas porque os lindos versos de "Caravanas" trazem "suburbanos como muçulmanos do Jacarezinho a caminho do Jardim de Alá"; nem só porque o cenário de Hélio Eichbauer, com esfera armilar esboçando assimetrias a partir do sistema concêntrico, estende suas cordas de assinatura a uma complexidade de rede de ondas, movimento e poesia; nem mesmo porque "Massarandupió" traz a rica música que habita o coração de Chico Brown. Ou porque o repertório contenha sucessos cantados pela multidão e que estes sejam todos posteriores aos clássicos que fincaram Chico no lugar que ocupa em nossas vidas: não há "Quem te viu, quem te vê", "Carolina", "Januária", "Samba do grande amor" ou "Noite dos mascarados" - nem pensar em "Pedro Pedreiro" ou "Olê olá": para um cara da geração de Chico, o repertório é todo de coisas novas, a maioria datando de quando ele entortou seus caminhos harmônico-melódicos, toreou suas rimas (justo quando um idiota da imprensa disse que não ouviria seu novo disco por já saber o que iria encontrar: era um erro perfeito). É uma exuberância. Os arranjos de Luiz Claudio levam ao máximo a elegância musical que ele sempre apresenta. Mas a força vem de como tudo isso foi estruturado dentro da concepção bossa nova. Um homem de voz pequena e anasalada domina o universo, rodeado por sons econômicos e profundos, equilibrados e misteriosos. Da forma dos arranjos (que contam com o canto perfeito de Bia Paes Leme) à política de volumes da amplificação (finalmente um show que não rompe nossos tímpanos toma toda a grande sala de difícil acústica!), tudo funciona para expor a realização da bossa nova, do seu essencial. É a vitória da bossa nova verdadeira, sua vingança, sua definitiva consagração, desmentindo a sensação de que o Brasil não se respeita: ao contrário, ali parece que o Brasil chega finalmente a merecer a bossa nova. E nada disso seria possível sem a lealdade de Chico à prosódia irretocável, à rima que vem com a ideia, à melodia que homenageia a tradição e amadurece para quase se desmelodizar. Ouvindo Chico assim, somos obrigados a crer no povo brasileiro.”

Caetano Veloso





Caetano posa com Chico nos bastidores do show "Caravanas", no Rio 
Imagem: Reprodução / Facebook






2018 - TERESA CRISTINA canta NOEL






8 jan, 2018


Caetano Veloso vai dirigir shows de Teresa Cristina em homenagem a Noel Rosa



O ídolo Caetano Veloso adicionou mais uma experiência ao seu vasto e impressionante currículo artístico. O cantor e compositor foi confirmado como o diretor musical do novo projeto de homenagem a mestres da música da cantora Teresa Cristina. O show “Teresa Cristina canta Noel – Batuque É um Privilégio” vai estrear ainda neste primeiro semestre.

Outro trabalho com essa pegada da intérprete carioca foi “Teresa Cristina canta Cartola – Um poeta de Mangueira”, que teve início em 2015. As apresentações renderam um disco ao vivo, lançado em 2016. Será que “Teresa canta Noel” vai trilhar o mesmo caminho e ganhará registro? Com Caetano Veloso na direção artística, tudo indica que sim. Vamos aguardar e torcer!



13/11/2017 - Estúdio

Fotos: Reprodução / Facebook



Foto: Fernando Young / Divulgação




Foto: Fernando Young





“Escolhi gravar Noel porque tenho essa ligação com samba de terreiro, que é o que mais gosto de cantar. E Noel vai pra outros lugares. Eu queria ver como ia me sair cantando Noel”. 
[Teresa Cristina]


Teresa Cristina homenageia Noel Rosa em 2º disco de trilogía



Do UOL, em São Paulo

05/03/2018




Capa de "Teresa canta Noel", novo disco de Teresa Cristina

Imagem: Fernando Young (foto) e Rodrigo Araujo (arte de capa)



"Teresa Canta Noel", segundo álbum da trilogia da cantora Teresa Cristina em homenagem a grandes sambistas, chega às plataformas digitais na sexta (9/3).



O disco em homenagem a Noel Rosa --que tem sua capa revelada com exclusividade ao UOL -conta com direção musical de Caetano Veloso, com quem Teresa saiu em turnê mundial. "Teresa Canta Noel" é lançado dois anos depois de "Teresa Cristina Canta Cartola". Um tributo a Nelson Cavaquinho fechará a trilogía.



O trabalho completo conta com 14 faixas. "Conversa de Botequim", a primeira delas, foi lançada há um mês. "Noel é o elo entre o samba do morro e o samba do asfalto. A cara do Rio de Janeiro" comenta Teresa sobre o homenageado.


Acompanhada do violão de Carlinhos Sete Cordas a cantora carioca ainda entoa faixas como "Feitio de Oração", "Gago Apaixonado", "O X do Problema", e "Minha Viola", essa com participação especial do cantor Mosquito.

O projeto ainda inclui o show "Teresa canta Noel - Batuque é um privilégio", que estreia no Rio de Janeiro nos dias 21 e 22 de março no Theatro Net Rio e segue para Campinas (28/3), São Paulo (29/3), Porto Alegre (15/4), Recife (20/4), Natal (21/4) e Fortaleza (22/4).

"O Batuque é um privilégio sim, e fez com que a música brasileira tenha o viés de hoje. Esse verso traduz muito sobre a importância de suas letras para o samba. Essa influência ancestral misturada à melodia e a poesia de seus versos, isso faz total diferença na construção da sua identidade", explica a artista sobre o nome da turnê.




O GLOBO




Caetano e Teresa Cristina conversam sobre as contradições de Noel Rosa

Compositor da Vila é tema do disco que ela lança nesta sexta, com direção do baiano

Palpite feliz. Caetano diz que Noel soa “refrescado” na voz de Teresa Cristina
Foto: Guito Moreto / Agência O Globo

Por LEONARDO LICHOTE
9/3/2018

RIO — Depois de se dedicar a Cartola em disco e show ao lado de Carlinhos Sete Cordas, Teresa Cristina agora volta a se juntar ao violonista para um mergulho em outro mestre. Com direção musical de Caetano Veloso, “Teresa Cristina canta Noel” (Uns/Altafonte) -que ela lança nesta sexta-feira em formato digital, e que chega aos palcos nos dias 21 e 22, no Teatro Net Rio- representa, porém, mais do que simplesmente um novo repertório.

Compositor branco, de classe média, com olhar de cronista afiado que cruzava as vivências das ruas e dos meios intelectuais, Noel explicitou em sua música tensões de um país que se dividia entre atraso e modernidade. E nem sempre se concordava sobre o que era cada um, como mostra a polêmica do “bacharel” Noel com o “malandro” Wilson Baptista — uma troca de canções nas quais eles se provocavam mutuamente.

Abaixo, uma conversa franca de Teresa com Caetano sobre a genialidade e as contradições de Noel. Conversa que começa com a lembrança dos comentários de Caetano, no show “Obra em progresso” (2008), sobre o que identifica como teor racista de “Feitiço da Vila” — que Teresa não gravou exatamente por isso.

CAETANO: A crítica à bossa nova liderada pelo (crítico José Ramos) Tinhorão era de que ela era uma apropriação indébita de uma criação do povo, o samba, pela classe média. Noel era isso. E não tinha vergonha de dizer. Aquela coisa de bacharel, bairro com nome de princesa, que transformou o samba num feitiço decente, diferentemente do feitiços dos pretos (referências à letra de “Feitiço da Vila”)... E ainda tem aquele “na Vila não tem ladrão”. É muito explícito.

TERESA: Não gravei “Feitiço da Vila” porque preciso de mais tempo pra lidar com isso que Caetano falou no “Obra em progresso”. Quando ouvi aquilo, lembrei que a gente fazia sambas na casa da Memélia, mãe do Chico (Buarque). Uma vez, começamos “O teu cabelo não nega”, e ela: “essa não, essa música é racista”. Me deu uma vergonha por nunca ter pensado naquilo.

CAETANO: Já ouvi muitas vezes reclamarem de “O teu cabelo não nega”, mas “Feitiço da Vila” não só não reclamam como não querem que eu observe isso. E é uma observação histórica. Não é que Noel fosse um indivíduo especialmente racista. Mas é que a cultura mediana era, e até hoje é, racista. Tem um lado racista e classista no respeito a Noel. Ele marcou a entrada da classe média no samba, e documentou isso nessa música e em outras. Ele diz que a discussão se o samba vem do morro ou da cidade não importa, porque o samba nasce do coração. O que é uma opinião bem classe média. Muito boa, mas bem classe média.

TERESA: O show se chama “Batuque é um privilégio” porque esse verso redime Noel nesse sentido. Tem dois versos dele que queria usar em camisetas. Um é esse. O outro é “Feche a porta da direita com muito cuidado” (risos).

CAETANO: Noel era uma figura muito venerada na minha casa. Não existia long-play, mas tinha essa caixa da Aracy com capa de Di Cavalcanti, e dentro tinha uns 78 rotações com canções de Noel. Meu pai tinha admiração enorme por ele, dizia que “Três apitos” era a música mais bonita que existia. Eu ficava prestando atenção, porque a letra de “Três apitos” é muito bem bolada. Eu menino ficava muito impressionado. Porém, minha grande virada foi João Gilberto. E logo no primeiro disco ele vai em Ary, Marino Pinto, Dorival. E assim nos seguintes. E Noel nunca estava. Aquilo pra mim era instigante. Wilson Baptista ele cantava. Porque a briga de Noel com Wilson vinha de um lado playba do Noel. Ele era contra os sinais do malandro, fica querendo um mundo mais respeitável pro samba. Eu achava que João insinuava uma afinidade maior com Wilson. Depois vim a conhecer João, e ele falava: “Caetas, em Juazeiro não se conhecia Noel Rosa, isso foi inventado aqui no Rio”. Porque de fato foi um gesto de Lúcio Rangel. Ele que fez esse negócio de revalorizar o Noel. O que foi muito merecido, porque só Chico escreve como ele letra de música. É sempre a sílaba caindo no lugar certo. Depois João gravou “Palpite infeliz”, gravação que é uma maravilha. E é uma canção que resolve o problema do “Feitiço da Vila”, supera. Aí falei: “Agora sim, João”. “É, Caetas, mas é porque é Vadico” (risos). Pior que não é!

TERESA: “Palpite infeliz” faz parte da polêmica com Wilson Baptista. Canto no show.

CAETANO: Você não gravou “Feitiço da Vila” e gravou a parceria de Noel e Wilson (“Deixa de ser convencida”). Muito politica você (risos).

TERESA: Quis fazer isso porque de algo ruim saiu um tesouro. A música original (”Terra de cego”, da qual Noel pegou a melodia para escrever a letra de “Deixa de ser convencida”) era ofensiva ao Noel. Ele pegou a melodia, e botou uma letra linda. Mas queria dizer que tô amando ver esse Noel que você tá falando, um olhar diferente do meu. Noel pra mim entrou por Monarco, que tem uma admiração imensa por ele, e por Bethânia, primeira cantora que ouvi cantando Noel.

CAETANO: Ela gravou um compacto duplo só de Noel. Isso veio do meu pai.

TERESA: Quando comecei, era um deleite cantar Noel. Mas havia umas canções que não me deixavam à vontade, como “Mulher indigesta”, que nunca cantei. Mas me alegrava no Semente cantando Noel. Ele tem um feitiço. Mesmo na noite mais caótica, muitas vezes com pessoas que não gostavam de samba mas que achavam que o Semente era um lugar onde eles tinham que estar. Mesmo nessas noites, quando se jogava Noel, o clima se resolvia. Mas nunca persegui Noel, tipo “vou gravar”. Mas esse momento com Carlinhos, o show do Cartola, me mostrou um lugar onde gostei de me ver. No teatro, cantando samba com as pessoas sentadas. Tem quem fale: “Por que você parou de cantar no bar?. É como se o samba não merecesse estar ali. Nessa turnê que fiz com Caetano, cantando Cartola, tocamos em lugares que eu pensava: “tô aqui cantando samba nesse lugar”. Aquele palco de Barcelona...

CAETANO: O Palau de la Música. É lindo mesmo.

TERESA: Carlos Cachaça e Cartola falam: “conseguiu penetrar no Municipal” (“Tempos idos”). Para eles era importante.

CAETANO: O mais interessante nisso tudo é Teresa. Porque ela tem um histórico no samba que não passa por Noel.

TERESA: Escolhi gravar Noel porque tenho essa ligação com samba de terreiro, que é o que mais gosto de cantar. E Noel vai pra outros lugares. Eu queria ver como ia me sair cantando Noel.

CAETANO: Pra mim ficou assim como refrescado. Porque como a base dela é outra, o samba de terreiro, ela refresca Noel todo. E o violão de Carlinhos é incrível.

TERESA: E tem a coisa de a obra de Noel ser atualíssima. “Cidade mulher”, ver o Rio como uma cidade mulher. Porque o Rio nunca foi tão maltratado pelos governantes. Sempre morei no subúrbio, já vi situações críticas de violência, mas agora tá mais que ultraviolento. Tá o esculacho. E tem canções de Noel que me representam hoje. “Seja breve” pra mim Noel fez pro Temer. Em “Onde está a honestidade?”, quando ele fala: “O seu dinheiro nasce de repente”... Isso já o incomodava. A forma como falava do almofadinha, da coisa de o Rio querer ser francês... Ele era de classe média, isso devia ser algo que ele via, que o incomodava. Quis trazer esse olhar atual. Gosto muito de fazer roteiro. Tem músicas que tô cantando só no show, como “Três apitos”. Essa tá num lugar muito alto. A maneira como ele se deleita com aquela mulher que vai pro trabalho... Tem a ver com aquela música do Caetano, “Dama do cassino”, que fala de uma mulher livre. Quando Noel fala da mulher que “Sem meias vai pro trabalho / Não faz fé com agasalho / Nem no frio você crê”, é um jeito de falar dessa independência da mulher desejada, uma mulher que não obedece a ninguém, nem ao frio. Essa e “Cidade mulher” redimem Noel dessas outras que eu não gosto.

CAETANO: Como a do tijolo (“Mulher indigesta”, do verso “Mas que mulher indigesta/ Merece um tijolo na testa”), que citei em “Funk melódico”. Não lembro mais a motivação pra essa canção. Mas me lembro que “Dom de iludir” fiz respondendo a Noel. Dizia que era uma canção transfeminista, porque a mulher dizia: como é que você vai querer que a mulher vá viver sem mentir? (risos). Lembrei de uma coisa curiosa. Uma vez eu e Chico fomos cantar juntos e propus “O X do problema”. Quando cantei “Você pode crer / Que palmeira do mangue / Não vive na areia de Copacabana”, ele disse: “Não é, é ‘pode ver’”. Depois descobrimos que Aracy canta “pode crer”, mas tem uma gravação dela com “pode ver”. E você agora canta “ver”, Teresa.

TERESA: Eu gravei “pode ver”? Fiquei na dúvida. Se gravei “pode ver” vou falar que foi influência do Chico (risos).

CAETANO: É, essa parte não foi Caetano, foi Chico! (risos)








25/4/2018 - Theatro Net Rio - Fotos: Fred Pontes



26.04.2018


Caetano Veloso, Debora Bloch e mais em plateia de show no Rio



Teresa Cristina, Caetano Veloso e Paula Lavigne || Foto: Fred Pontes/ Divulgação


Estava lotada a plateia do show Teresa Cristina canta Noel Rosa, essa quarta-feira (25/4) no Teatro Net, em Copacabana, no Rio. Caetano Veloso, Monique Gardenberg, Debora Bloch, Lucinha Araújo e Gregorio Duvivier eram alguns dos presentes.

Foi Caetano que escreveu a apresentação do CD que deu origem à apresentação.

“Depois da antologia de Cartola, Teresa Cristina decidiu encarar Noel. Isso é um grande acontecimento na trajetória história do samba. Uma cantora negra, tornada referência do samba carioca na virada do milênio, claramente vinculada ao samba de terreiro, canta canções daquele que foi não apenas um dos maiores autores que a canção popular brasileira produziu, mas também quem trouxe a forma desenvolvida no Estácio a partir das casas das tias baianas para o ambiente letrado da classe média”.



'Teresa Cristina canta Noel'. O show teve participação do sambista Mosquito, na canção 'Minha Viola' - Foto: Fred Pontes

Monique Gardenberg e Caetano

Foto: Paula Lavigne, Caetano e Lucinha Araújo - Foto: Fred Pontes/ Divulgação