viernes, 28 de diciembre de 2018

2018 - MIÚCHA



30 de novembro de 1977 - Toquinho, Chico Buarque, Caetano Veloso e Miúcha




Heloísa Maria Buarque de Hollanda [Rio de Janeiro 30/11/1937 – Rio de Janeiro 27/12/2018]

"Conheci Miúcha em Salvador. Ela estava grávida de Bebel Gilberto. [1]
Agradeço a Carlos Coqueijo ter tido contato com essa pessoa especial em momento tão significativo: ele quis que a turma de música do Vila Velha conhecesse João Gilberto, então casado com ela.
Ao longo dos anos, Miúcha teve presença sempre luminosa em minha vida.
Tanto como artista quanto como pessoa. Tornei-me camarada constante de Chico Buarque no período de idas e vindas Rio-São Paulo.
Fui umas poucas vezes à casa dos Buarque de Hollanda.
Conheci os outros irmãos de Chico, mas Miúcha, que eu já encontrara antes, vivia nos Estados Unidos, depois no México.
Sua musicalidade e a força que esta teve na formação de Chico Buarque é fato que este atesta ao lembrar treinamentos recreativos de abertura de vozes harmônicas.
E ela aparecia cantando lindamente com João no segundo álbum deste com Stan Getz.
De volta ao Brasil, Miúcha nos aproximou de João Donato, com quem apareceu muitas vezes em meu apartamento na Avenida Delfim Moreira.
Também foi com ela que Tom Jobim foi umas vezes nos visitar. Sempre sorridente e gostando muito de viver, Miúcha era toda música, na intimidade ou no palco do Canecão. Com Vinicius de Moraes e Tom Jobim. E em todas as gravações solo que fez. Anos depois, aquela participação divina no show de Maria Bethânia! [2]
E agora, enquanto escrevo estas palavras diante da notícia de sua morte, Cézar Mendes me diz que "Aquele Frevo Axé", canção que amo apaixonadamente, parceria dele comigo, foi a última música que Miúcha gravou.
Paro de escrever e vou pedir a Cezinha que ponha a gravação para eu ouvir (a faixa será lançada em breve)."

Caetano Veloso
27/12/2018



[1] Isabel Gilberto de Oliveira (Nueva York, 12 de mayo de 1966).
[2] Show Brasileirinho (2004). Maria Bethânia e Miúcha: Cabocla Jurema / Ponto de Janaína










São Paulo, domingo, 14 de março de 2004

MÔNICA BERGAMO


11/3/2004 - Maria Bethânia, Nana Caymmi e Miúcha conversam animadamente no camarim do Canecão, no Rio de Janeiro (RJ), após o show "Brasileirinho", de Bethânia
Foto: Greg Salibian / Folhapress



Bethânia, Nana e Miúcha, num raro momento em que a cantora baiana se deixa fotografar no camarim, relaxada, em plena cantoria com suas convidadas; acima, à direita, os objetos que a protegem: foto de mãe Menininha do Gantois e a sereia numa tigela de agua

A colméia da rainha

Copo de uísque na mão, uma bela e confortável roupa vermelha e dourada, de um tecido que ela mesma comprou em Angola, Maria Bethânia está relaxada e feliz no camarim do Canecão, no Rio. Às 2h da manhã da quinta-feira, ela tem ao seu lado Nana Caymmi e Miúcha, suas convidadas para o show "Brasileirinho", e mais uma dezena de amigos -totalmente embasbacados. Já refeitas da apresentação daquela noite, as três cantam sem parar. Dão risada, falam de seus pais e irmãos (Bethânia é irmã de Caetano, Nana é filha de Dorival Caymmi e Miúcha, irmã de Chico Buarque), falam de Kelly Key, falam do Brasil.

Um gole de champanhe, e Miúcha solta: "A correnteza do rio vai levando aquela flor/ O meu bem já está dormindo/ Zombando do meu amor" ("Correnteza", de Tom Jobim). "Ôu dandá, ôu dandá", e Bethânia se junta a ela: "Ôu, dandá, ôu dandáááá". Nana, a mais despachada das três, começa a falar "dessa barbárie, dessa vulgaridade que é o Brasil". A voz aumenta: "... Essa vulgaridade que a gente atropela... e faz o que gente quer!".

Sim, elas procuram fazer o que querem, sem concessões fáceis ao marketing, orgulham-se. E soltam: "Boi, boi, boi/ Boi da cara preta/" ("Acalanto", de Dorival Caymmi). "Pega a Bethânia/ Que tem medo de caretaaaaa."

"Aproveite, Bethânia, aproveite tudo do meu pai. Ele está surdo, cego, mas a cabeça está perfeita. Ele me diz: "Filha, minha cabeça tem tudo o que eu vi. Está tudo aqui'", diz Nana. Caymmi vai fazer 90 anos em abril. As três se abraçam.

Bethânia fala: "A delicadeza é a única coisa que pode nos salvar, nos apartar do que é infernal no Brasil, o dinheiro, a Bolsa de Valores, esse inferno... Gente, olha a lua do Brasil como é linda! Olha as vozes das cantoras do Brasil como são lindas! É isso que nós temos que mostrar".

Na apresentação de "Brasileirinho", em que foi gravado um DVD, Bethânia colocou no palco, como convidados, além de Nana e Miúcha, os conjuntos Tira Poeira e Uakti e a atriz e diretora Denise Stoklos. O show deve vir a São Paulo em abril.

"A mulher chega aos 40, 50 anos, no Brasil, e é jogada para escanteio. E o que você está fazendo comigo e com a Miúcha... é o que estão fazendo com a estátua de David em Firenze. Estão arregimentando o pau do David!", diz Nana [a escultura de Michelangelo está passando por uma restauração]. Gargalhadas. Bethânia completa: "A música do Brasil também precisa de cuidados". E Nana: "Você está quebrando um tabu, porque eu não sou a [cantora] Kelly Key. Eu queria, mas não sou!".

"Vamos cantar alguma coisa daquele f. da p. do seu irmão?", diz Nana a Miúcha, referindo-se a Chico Buarque. "Sou doidinha com aquelas canelas finas dele", confessa. "Não me importa canela fina, coxa grossa, ele é ele!", diz Bethânia, soltando: "O primeiro me chegou..." ("Terezinha", de Chico Buarque).

Naquela noite, Chico foi a estrela da platéia de Bethânia (um dia antes, o papel coube a Caetano Veloso). Eram 19h da quinta quando começou a correria para ser montado um esquema especial... não para a chegada de Bethânia, mas para Chico: ele queria ir ao show sem ser visto. Entrou no Canecão escondido, e escondido ficou numa sala para só se dirigir à platéia com as luzes apagadas.

"Meu Deus, olha o Chico ali", exclamou Eunice Oliveira, a Nicinha, levando a mão ao coração ao ver Chico no esconderijo. Se ela pode tietar, todos podem: Nicinha é simplesmente irmã de Caetano e de Bethânia. Ao vê-la, Chico se derreteu.

Bethânia chama Nicinha de Babá, por causa de seu orixá. Babá é a única pessoa autorizada a mexer nos objetos pessoais da cantora no camarim. No dia da estréia, ela chegou três horas antes do show para ajeitar as coisinhas perto do espelho: uma foto de mãe Menininha do Gantois, um quadro de santa Bárbara, uma sereia dentro de uma tigela de água (presente de mãe Cleusa do Gantois), copinhos para uma pequena dose de uísque (Bethânia aquece a garganta com a bebida uma hora antes do show), pulseiras e um colar de ouro, presente de mãe Menininha, que ela usa em todos os shows.

Babá é a mais velha dos oito irmãos. Ela conta que Caetano não anda gostando nada de ver o tempo passar. Babá diz que, com a exceção de uma cirurgia que fez nos seios há cerca de dois anos e que a fez emagrecer bastante (ela também faz ginástica), "Bethânia não está nem aí". Não pinta os cabelos e se arruma sozinha antes dos shows.

Ao lado do camarim, Maria Luisa Jucá, empresária de Bethânia, atendia o celular a cada dois minutos, recebendo pedidos de convites para o espetáculo. Com duas assistentes, ela tentava ajeitar as coisas. "A Luciana de Moraes [filha de Vinicius] está doente". "Dá a mesa dela para a Marieta [Severo]", respondia Jucá. Luciana acabou indo; Jucá deu sua própria cadeira para Marieta. "A Luciana Braga [filha de Roberto Carlos] confirmou presença." "Só agora? Não tem mais convite!" "Carla Camurati não vem, está com enxaqueca." "Ai, não sei se consigo mesa boa amanhã!"

Dez minutos antes do show, o maestro Jaime Alem, 52, com Bethânia há 21, entra no camarim dela com os outros músicos. A tensão é grande porque todos sabem: Bethânia não admite falhas e, quando elas acontecem... sai de baixo.


Depois de algumas piadas para relaxar, todos fazem uma oração e vão para o palco. É hora de Bethânia oferecer ao público o favo de seu mel.


2004 - Nana Caymmi, Miúcha e Maria Bethânia improvisando a cappella “Vestido de Bolero”, de Dorival Caymmi
[Documentário: Rio Sonata de Georges Gachot (2010)]





1974
Revista FATOS e FOTOS
Brasília, 22 de abril de 1974
n° 661 – Ano XV

Pág. 32 e 33





 






 











NATURALMENTE [João Donato/Caetano Veloso]


1975 – MIÚCHA
Álbum “Miúcha”
“O que quer dizer” / “Lugar Comum” // “Correnteza” / “Naturalmente”
Philips EP nº 6245.041, B-2.

 


1977
Revista POP
Agosto
Editora Abril

 



1977

Jornal de Música
Setembro
Editora Maracutu

 



1977 - Miúcha, Chico e Tom - Fotos: Ivan Klingen








Foto: Lynn Goldsmith


MIÚCHA - 80 ANOS [30/11/2017]

"Quando cheguei lá, de manhã tão cedo, eles estavam calmos. Começamos gravando 'Olhos nos olhos', do Chico, e 'É preciso dizer adeus', do próprio Tom e Vinicius. Agora eu só quero gravar músicas do Tom, e se possível sentada dentro da cabeça do Tom".

Em uma entrevista preciosa para o jornalista José Carlos Oliveira no Jornal do Brasil, Miúcha contava sobre a felicidade em gravar com nosso maestro, mesmo que naquele 1977 não fosse a primeira vez que os dois gravavam juntos - já havia existido o encontro um ano antes em Nova York na espetacular faixa "Botô" para o disco "Urubu".

Esta linda foto - com os dois muito sorridentes - foi feita nos bastidores do ensaio para a capa do disco, feita por Ivan Klingen, e parte do Acervo MIS.

Heloisa Maria Buarque de Holanda, ou Miúcha, é filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Buarque de Holanda, além de ser irmã de Chico Buarque e das cantoras Ana de Holanda e Cristina. É mãe também de Bebel e ex-mulher de João Gilberto.

Nosso carinho a cantora que nasceu no Hospital Alemão, no Rio Comprido, cresceu no Leme, foi para São Paulo, viveu em Paris e Roma, mas que se diz "profundamente carioca", como declara nesta matéria para o Jornal do Brasil. 


 
Crédito: Miúcha e Tom Jobim durante gravação em estúdio
Foto: Ivan Klingen - Coleção Nelson Motta / Acervo MIS



VAI LEVANDO [Chico Buarque de Hollanda/Caetano Veloso]








1977 - MIÚCHA & ANTONIO CARLOS JOBIM
Participação Especial: CHICO BUARQUE
6008 3964 / 3:19
Álbum "Miúcha & Antonio Carlos Jobim"
RCA Victor LP 103.0213, A-1.







1977 – MIÚCHA E ANTONIO CARLOS JOBIM
Participação Especial: CHICO BUARQUE
6008 3964 / 3:15
Tema de abertura da novela “Espelho mágico”
Álbum “Vai Levando” / “Olhos nos Olhos”
RCA Victor S 7” nº 101.0487-A.



1977 – MIÚCHA E ANTONIO CARLOS JOBIM
Participação Especial: CHICO BUARQUE
6008 3964 / 3:19
Tema de abertura da novela “Espelho mágico”
Álbum “Vai Levando” / “Maninha”
RCA Victor S 7” nº 101.0498-A.






1977 – TOM JOBIM, VINÍCIUS DE MORAES, TOQUINHO E MIÚCHA
6027 2570
Álbum "Tom – Vinícius – Toquinho - Miúcha - gravado ao vivo no Canecão"
Som Livre LP 403.6142, B-2.2.



1977 - Camarim do Canecão - Tom, Roberto Carlos, Miúcha, Vinícius e Toquinho

1977 - Camarim do Canecão - João Donato, Ana Lontra, Suzana de Moraes e Miúcha




SAUDOSISMO [Caetano Veloso]






1988 – MIÚCHA
Participação Especial: BEBEL GILBERTO
 / 3:19
Álbum "Miúcha"
Continental LP 1 35 404 035, B-1.




DE NOITE NA CAMA [Caetano Veloso]




1984
Programa da TV Cultura






OS ÚLTIMOS SHOWS



A cantora Miúcha durante apresentação em São Paulo, em 2018

Foto: Van Campos/Fotoarena/Folhapress


Prestes a subir no palco, Miúcha relembra passado com Vinicius, Chico e João Gilberto

Cantora de 80 anos fará dois shows no Sesc Pompeia, em São Paulo

7/10/2018

Claudio Leal
RIO DE JANEIRO


Na casa da rua Buri, no Pacaembu, a carioca Miúcha viveu de 1945 a 1962 os seus “anos dourados em São Paulo”, como espectadora e aprendiz dos amigos do pai, o historiador Sérgio Buarque de Holanda.

Vinicius de Moraes estava no centro dessas agitações, sempre agarrado a um violão, ensinando sambas de Noel Rosa e Ismael Silva ou obras próprias, como “Medo de Amar”.

A memória musical do período e canções recém-gravadas em discos de novos compositores orientam os dois shows de Miúcha no Sesc Pompeia, em 18 e 19 de outubro, o dia do aniversário do poeta. “Vira uma espécie de festa pro Vinicius”, diz.

Aos 80 anos, Miúcha preserva lembranças da família fictícia “Buarque de Moraes”, na qual Vinicius era irmão mais moço de Sérgio e irmão mais velho dos filhos do historiador.

Em seu apartamento no Rio de Janeiro, ela se recorda da oposição da mãe, Maria Amélia, ao “desvio” profissional.

“Ela não queria que eu cantasse, achava que cantora era Edith Piaf. Aprendi todo o cancioneiro de Piaf para que ela me aceitasse. Até hoje sei.”

Para despertar o orgulho materno, o jovem Chico Buarque anunciou que a atriz Odete Lara gravara “Noite dos Mascarados”. Amélia, porém, bateu o pé: “Tem que ser de Piaf para cima”. O desgosto piorou quando o marido, escoltado por Vinicius, deixou a filha cantar na boate Cave.

Miúcha atribui ao desagrado da mãe o desconforto inicial dela e de Chico com os palcos. A angústia passou, mas ela não esconde o seu barato: “Meu relacionamento é mais com os músicos do que com o público. É um exercício de telepatia que rola muito. Sou capaz de me divertir tanto no ensaio como no show”.

Perto de completar os 81 em 30 de novembro, a cantora revisita sua fase paulista, reverencia o papel de orientador de Vinicius e canta Noel, Tom Jobim e Cézar Mendes.

Assim, encaixou canções como “Pra que Mentir” (Noel e Vadico), “Quando a Noite me Entende” (Vinicius e Antonio Maria), “Paulista” (Eduardo Gudin e J. C. Costa Netto), “E Daí?” (Miguel Gustavo), “Aquele Frevo Axé” (Caetano Veloso e Cézar Mendes) e “Anos Dourados” (Tom e Chico).

“Ficava reclamando que não estava no Rio e não tinha diálogo de música, que não conhecia as pessoas que faziam a bossa nova. Mas tive meus anos dourados em São Paulo.”

Será acompanhada por Cristóvão Bastos (piano), Jamil Joanes (baixo) e Jurim Moreira (bateria). Com Renato Braz, fará duos em “Maninha” (Chico Buarque), “Samba em Prelúdio” (Vinicius e Baden Powell) e “Ne Me Quitte Pas” (Jacques Brel e Gérard Jouannest).

Haverá o momento instrumental de “Tua Cantiga”, recente parceria de Cristóvão e Chico promovida por Miúcha. “Fiquei fascinada. Disse: Chico vai adorar essa música.

Ele estava encrencado com ‘Massarandupió’, de Chiquinho Brown. Botei ‘Tua Cantiga’ e ele fez na hora. Abriu os canais da inspiração.”

Em 1975, a cantora estreou pela Philips com o compacto duplo que trazia “Correnteza”, de Tom Jobim e Luiz Bonfá, “O Que Quer Dizer”, de Péricles Cavalcanti, e o início da parceria de João Donato com Caetano (“Naturalmente”) e Gilberto Gil (“Lugar Comum”).

Gravou naquele ano seus vocais no disco “The Best of Two Worlds”, de Stan Getz e João Gilberto, e tempos depois registraria os dois LPs clássicos com Tom Jobim, lançados em 1977 e 1979. “Outros Sonhos” (Biscoito Fino), de 2007, é seu último álbum de estúdio.

“Quando me casei com João Gilberto, em 1965, não era para ser cantora, mas para conviver com a música. Era tanta música em casa que minha necessidade musical estava preenchida. Só gravei mais tarde.”
Miúcha virou colaboradora relevante dos três nomes centrais da bossa nova: Jobim, Vinicius e seu ex-marido João Gilberto, com quem teve Bebel Gilberto.

A separação, nos anos 1970, jamais afetou o convívio intenso. Discreta em relação à vida privada do músico, ela avalia que a crise do processo de interdição está sendo superada.

“Mais do que trocar ideias, João toca e a gente canta. João faz as músicas de que ele lembra, mudando harmonias. A música nunca é igual. Ele desenvolve um tema e todas as possibilidades rítmicas e harmônicas”, conta Miúcha. “Ele tem um ar muito lúdico em relação à música. Nunca foi um negócio sério, metido. João Donato também tem isso.”

Jobim permanece como uma saudade incansável, fonte de histórias e palavras insólitas. “Era o amigo mais gostoso de ter por perto. Ele tinha muita coisa a ver com meu pai. E eu tinha uma relação muito boa com meu pai. Tom gostava muito da origem das palavras, da etimologia, e às vezes a gente ligava pro papai do Veloso, da Carreta, para fazer uma consulta. Eu gostava de ler dicionário, Tom também”.

De uma família de esquerda, Miúcha tem vivências políticas mais quietas do que os irmãos Chico e Ana de Hollanda. O retraimento nasceu durante a residência no exterior, de 1962 a 1975 —somente a partir de 1971 fez viagens frequentes dos Estados Unidos para o Brasil.

“Meus irmãos, quando o pau estava comendo [na ditadura militar], participaram mais. Eu não vivi esse negócio.”

Sua opinião sobre o país é direta: “Vejo a involução do Brasil, infelizmente. E, sei lá, a música não desperta mais o que despertava. As pessoas se transformavam. Na garotada da época, era o assunto mais importante. Hoje não é mais presente”, avalia.

“Não rola reunião para mostrar música. Todo mundo me manda canções parecidas com as de Chico. Mas já tem um Chico, não é preciso imitá-lo.”


Miúcha
18 e 19 de outubro de 2018, às 21h, no Sesc Pompeia (r. Clélia, 93, São Paulo).
Ingr: R$ 9 a R$ 30. 12 anos





Miúcha relembra início de sua trajetória

18/10/2018

Cantora carioca conta histórias de sua vida e homenageia seu mestre, Vinicius de Moraes, em dois shows


Miúcha faz nesta quinta (18/10) e sexta (19/10), em São Paulo, dois shows especiais, no teatro do Sesc Pompeia.

Aos 80 anos, a cantora carioca relembra a fase em que ainda era uma aprendiz na música, e faz uma homenagem para figuras que foram importantes na sua formação como artista.

A adolescência de Miúcha, por exemplo, foi marcada pela presença do poeta Vinicius de Moraes, visitante frequente de sua casa no Pacaembu, e seu primeiro mestre de violão e de sambas.

Músicas
O repertório do show reflete estes momentos e inclui canções que ela aprendeu com Vinicius.

Outros temas, de nomes igualmente importantes de nossa música, como Tom Jobim, Chico Buarque e Caetano Veloso, também entram na lista.

De Jobim, ela gravou músicas como "Pela Luz dos Olhos Teus" e "Aula de Matemática".