jueves, 7 de diciembre de 2017

2007 - PEDRINHA DE ARUANDA



Título original: Maria Bethânia - Pedrinha de Aruanda

Gênero: Documentário
Duração: 1 hr 1 min
Ano de lançamento: 2007

Estúdio: Quitanda Produções / Conspiração Filmes
Distribuidora: Filmes do Estação
Direção: Andrucha Waddington
Roteiro: Maria Bethânia, Andrucha Waddington e Sérgio Mekler
Produção: Andrucha Waddington

Fotografia: Ricardo Della Rosa, Flávio Zangrandi, Dudu Miranda e Fábio Sagattio
Edição: Sérgio Mekler e Quito Ribeiro


A intimidade de Maria Bethânia a partir da comemoração de seu aniversário de 60 anos, celebrado durante uma apresentação em Salvador e numa missa em Santo Amaro, sua cidade natal, em 2006. Neste comovente relato de vida, vemos Bethânia, Caetano e Dona Canô sentados na varanda rodeados de família e amigos, cantando músicas e cirandas que fazem parte de suas vidas. Dona Canô é uma graça. Com sua voz doce e melodiosa, conversa e ri a vontade, mesmo diante das lentes de Andrucha Waddington, que a certa altura percebemos estar integrado e ser ele também, um amigo da família.


Foi a própria Maria Bethânia quem convidou o diretor Andrucha Waddington a registrar os festejos de seu aniversário de 60 anos. O convite ocorreu apenas um dia antes do show, o que fez com que fosse necessário fechar uma equipe de filmagem às pressas. - As filmagens de Maria Bethânia - Pedrinha de Aruanda duraram apenas 4 dias. 

Estreou nos cinemas em 14 de setembro de 2007, no mesmo fim de semana em que Dona Canô completou 100 anos. 

O orçamento de Maria Bethânia - Pedrinha de Aruanda foi de R$ 400 mil.



29/03/2007

"Pedrinha de aruanda" mostra Maria Bethânia na intimidade

G1

Com bastante simplicidade e um pouco da intimidade de Maria Bethânia, o cineasta Andrucha Waddington mostra mais uma faceta da cantora com seu mais recente trabalho, o documentário "Pedrinha de aruanda". A produção está no festival É Tudo Verdade e é exibida nesta quinta-feira (29), às 21h, no Rio, e sexta, às 21h30, em São Paulo. 

De formato enxuto - 60 minutos no total -, "Pedrinha de aruanda" começa com Maria Bethânia nos bastidores de um show ocorrido no ano passado em Salvador.

Mesmo após 40 anos de carreira, as câmeras captam um elaborado ritual de preparação e concentração de Maria Bethânia, até a entrada no palco, com a explosão do público e a interpretação de "Gita" (Raul Seixas/Paulo Coelho) em arranjo rock 'n roll.

A partir daí, o documentário se dedica a registrá-la ao lado da família durante a celebração de seu aniversário de 60 anos. Como em dos momentos da cerimônia pré-show, o lado religioso de Maria Bethânia é evidenciado quando a equipe acompanha a missa de celebração do seu nascimento, com a presença da mãe da cantora, dona Canô Veloso. Ela é a única entrevistada da produção e lembra passagens da infância e a inclinação para o canto que Bethânia demonstrou logo cedo.

A seguir, com a chegada do irmão Caetano Veloso à cidade de Santo Amaro da Purificação (BA), tem início a parte principal de "Pedrinha de aruanda": em uma roda de violão bastante informal, Caetano, Bethânia e dona Canô, após um jantar bastante simples, interpretam canções que marcaram a vida em família, como composições de Lupicínio Rodrigues, Dorival Caymmi e outros. Outro elemento presente são as declamações de poemas de Mario Quintana e Fernando Pessoa - este último em seus heterônimos.

Waddington, diretor do longa "Eu, tu, eles", investiu em uma produção singela, sem truques de câmera ou edição mirabolante, para capturar uma faceta contemporânea e madura da cantora.

"Pedrinha de aruanda" também entrará em circuito comercial no próximo dia 22 de junho. 




30 de março de 2007

Documentário traz Bethânia, Caetano e Dona Canô

Produção com o trio integra programação do Festival É Tudo Verdade


Luiz Carlos Merten


Caetano, Dona Canô e Bethânia, em cena do documentário

SÃO PAULO - No Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, que vai chegando ao fim - a premiação ocorre sábado à noite, mas a programação vai até domingo -, já houve um filme fundado sobre lembranças de uma casa vazia. A casa era do banqueiro Walter Moreira Salles, na Gávea, filmada por seu filho João e filtrada pelo olhar do mordomo. Pode não concorrer a prêmios, mas é um dos filmes mais importantes da edição deste ano (o mais?), aquele que poderá marcar a história do documentário brasileiro. Há agora uma outra casa, de um outro clã. A de dona Canô, em Santo Amaro da Purificação, onde Maria Bethânia comemora seus 60 anos (e 40 de carreira).

Maria Bethânia é o título do documentário e a artista é certamente sua atração principal, mas a verdade é que divide a cena com o irmão, Caetano Veloso, e a mãe, dona Canô. Andrucha Waddington fez um filme sobre uma família brasileira, uma família especial, certo, mas o tom é de intimidade e, mais que isso, casualidade. Dona Canô e os filhos sentam-se naquela varanda e cantam. Não se diz muita coisa. Tudo o que importa vem dos olhares, dos gestos, das manifestações de carinho e das músicas. "Música boa é música antiga", dona Canô diz e está falado. O filho, a seu lado, ri.

Andrucha já havia conversado com Bethânia, que lhe disse que gostaria que ele fizesse um registro de sua festa de aniversário. Só que foi tudo decidido muito em cima da hora. Na véspera, Maria Bethânia fez, à noite, um show em Salvador. Pela manhã, no Rio, Andrucha recebeu um telefonema da produtora de Bethânia, que detém os direitos de seu selo, a Quitanda. Atendendo à encomenda da cantora, ele poderia fazer o registro do espetáculo daquela noite? 

E poderia, no dia seguinte, ir a Santo Amaro, onde haveria uma missa e, à noite, uma festa não apenas da família, mas de amigos e da comunidade? 

Andrucha mal teve tempo de reunir uma equipe e embarcar. Chegou ao camarim e combinou - não queria fazer um documentário com perguntas. Queria que Bethânia o levasse, para onde quisesse.

Ela o levou para dentro de sua casa, de sua família, mas o filme não tomou esse formato em seguida. Andrucha montou o material colhido e seis meses depois, com o material quase editado, Bethânia o chamou para o sarau na varanda, uma coisa bem íntima, bem familiar, que ocupa a maior parte do documentário. 

A festa, propriamente dita, foi para os créditos finais. Andrucha quis interferir o mínimo possível. Para quem já foi acusado de cosmetizar o sertão - em Eu Tu Eles e Viva São João! -, ele assumiu a imperfeição, filmando, em digital, sem nenhum cuidado de iluminação. No interior da casa, quando Caetano canta, o rosto de Bethânia fica meio escuro. O que importa? O que vale é a emoção. 

Maria Bethânia custou R$ 400 mil bancados pela Quitanda.

Influenciado por amigos do Grupo Estação, do Rio, Andrucha propôs, e Bethânia aceitou, que o documentário seja lançado em cinema e DVD. Não haverá CD e será um lançamento pequeno, num circuito digital. Andrucha não finalizou o filme no sistema ótico e sim, em HD. Um musical que retrata a família ou o retrato de uma família musical? Maria Bethânia não quer outra coisa senão colocar o público naquela varanda em que uma mãe e seus dois filhos nos convidam para uma hora de deliciosa intimidade.


Maria Bethânia - Pedrinha de Aruanda. 
CineSesc (326 lug.). R. Augusta, 2.075, (11) 3082- 0213. Sexta-feira, 21 h. Cotação: Bom



Quinta-feira, 13 de setembro de 2007

ESTRÉIA
Bethânia revela intimidade da família em documentário

Por Neusa Barbosa, do Cineweb

REUTERS

SÃO PAULO - Conhecido por ficções de circulação internacional como "Casa de Areia" (2005) e "Eu Tu Eles" (2000), o diretor carioca Andrucha Waddington volta ao documentário em "Pedrinha de Aruanda -- Maria Bethânia".

Em 2002, ele já havia explorado o gênero em "Viva São João", que registrava as presenças de Gilberto Gil, Dominguinhos, Alceu Valença e outros.

"Pedrinha de Aruanda..." entra em circuito nacional nesta sexta-feira, em homenagem ao centenário de dona Canô, mãe da cantora e de Caetano Veloso, que será comemorado no próximo dia 16.

Duas semanas depois, o filme será lançado em DVD, tendo como extra o média-metragem "Bethânia Bem de Perto". Trata-se de outro documentário, dirigido em 1966 por Julio Bressane e Eduardo Escorel, mostrando a cantora baiana em início de carreira, recém-chegada ao Rio de Janeiro, onde veio substituir Nara Leão no show "Opinião".

Filmado em apenas quatro dias, "Pedrinha de Aruanda..." tem como ponto de partida o sexagésimo aniversário da cantora, em junho de 2006. Bethânia é vista em sua intimidade, muitas vezes na casa de sua família, em Santo Amaro da Purificação (BA), onde ela passou a infância e a adolescência.

Bethânia canta várias vezes ao lado do irmão, Caetano Veloso, da mãe, de sobrinhos e amigos, numa descontração bem diferente dos palcos, onde a cantora é conhecida pelo rigor de sua preparação. Um dos pontos altos é uma seresta na varanda da casa familiar, onde Bethânia e os familiares, dona Canô inclusive, interpretam "Gente Humilde", "Felicidade" e "A Tristeza do Jeca".

Outro momento raro de espontaneidade passa-se numa viagem de carro, entre Salvador e Santo Amaro, à noite. O motorista é Caetano Veloso, conversando animadamente com Bethânia sobre o passado e suas recordações da infância, tendo como única testemunha o diretor Andrucha e sua câmera, no banco de trás.

Da comemoração do aniversário de Bethânia, ficam alguns momentos de um show que fez na Concha Acústica de Salvador e a missa em sua homenagem, já em Santo Amaro. Em sua cidade natal, Bethânia explora a pé roteiros que percorria quando criança.

Esta naturalidade da cantora diante da câmera é o grande diferencial deste documentário em comparação com outro trabalho sobre ela feito há dois anos, "Maria Bethânia -- Música é Perfume", do suíço Georges Gachot. Naquele filme, a intérprete mostrou-se bem mais solene e distante. 
Este documentário também foi lançado em DVD no Brasil.




14/9/2007

Festa em família

O documentário ‘Maria Bethânia – Pedrinha de Aruanda’, de Andrucha Waddington, estréia em Salvador

Margareth Xavier

Meio Bethânia, meio Andrucha Waddington. A parceria entre o cineasta e a cantora, às vésperas do aniversário de 60 anos dela, em 18 de junho de 2006, rendeu o documentário Maria Bethânia – Pedrinha de Aruanda, que entra em cartaz hoje, na Saladearte-Ufba, dois dias antes do aniversário de 100 anos de dona Canô, mãe da artista de Santo Amaro. Daqui a duas semanas, o filme já estará disponível também em DVD, em edição que traz também Bethânia bem de perto, curta de Júlio Bressane e Eduardo Escorel gravado em 1966. 

Presente para os fãs que nunca perdem a esperança de descobrir um pouco mais da reservada intimidade de uma das maiores intérpretes brasileiras.

Foi a própria Bethânia quem convidou Andrucha para registrar as comemorações, a começar por um show na Concha Acústica. Depois, vieram Santo Amaro (a cidade natal), dona Canô (a mãe), Caetano Veloso (o irmão) e o diretor musical Jaime Alem.

Estava pronto o cenário, entre o palco e sua cidade natal, e presentes os personagens para uma festa íntima registrada por uma equipe montada às pressas. Pela característica inusitada do projeto, resultado do irrecusável convite de última hora da cantora, o diretor preferiu se deixar guiar pela homenageada e preservar a doméstica espontaneidade do grupo.

Da Concha Acústica – o longa abre com a interpretação de Gitã, seguida do Parabéns do público – para o camarim, Andrucha inicia o passeio pela imperscrutável intimidade de Bethânia, da concentração para cantar aos pequenos rituais religiosos. Em Santo Amaro, a filha da terra o guia por lugares que marcaram sua infância e adolescência – da estação de trem à Cachoeira da Mãe Oxum –, e para uma seresta em família, na varanda da casa. Aparecem aí clássicos como Gente humilde (Garoto, Vinícius de Moraes e Chico Buarque), Felicidade (Lupicínio Rodrigues) e a Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira). 

No carro, Caetano dirige para Salvador, com Bethânia ao lado, guiados ainda por lembranças da infância.

Os 40 anos que separam Pedrinha de Aruanda de Bethânia bem de perto deixou aberto no tempo, também, um espaço para o registro de outras memórias musicais da cantora. O filme de Bressane registra a chegada da cantora ao Rio de Janeiro, convidada por Nara Leão para substituí-la no show Opinião, ao lado de Zé Keti e João do Vale. Estão lá passeios pela cidade, a intimidade de sua casa e sua estréia. Foi, inclusive, em uma das apresentações do Opinião que ela fez a memorável interpretação de Carcará.

Em Saravah (1969), de Pierre Barouh, também é a jovem Bethânia que aparece, aos 21 anos, dividindo espaço com os senhores Pixinguinha e João Baiana, com o também jovem Paulinho da Viola e com Baden Powell, num luxuoso intermédio entre as gerações. Uma Bethânia inesquecível está também em Os doces bárbaros (Jom Tob Azulay, 1977), com suas performances ao lado de Caetano, Gilberto Gil e Gal Costa.

Momentos esses em parte revividos em (Outros) Doces Bárbaros (do próprio Andrucha, em 2004), que inclui ensaios, bastidores e trechos dos shows de dezembro de 2002 no Parque do Ibirapuera e na Praia de Copacabana, que voltou a reunir o grupo. Já Música é perfume (Georges Gachot, 2005) convida ao seu universo musical. Nada, porém, que a coloque literalmente em casa, como faz Pedrinha de Aruanda.

A pouca preocupação com a luz, imagens que perdem o foco e a câmera por vezes instável foram alguns detalhes captados na gravação em 16 milímetros, assumidos e preservados por Andrucha no processo de montagem, imprimindo um tom caseiro do registro.

O resultado, com 61 minutos, já mostrado no festival de documentários É Tudo Verdade (em março, no Rio de Janeiro), tem provocado divisão de opiniões, sobre se o formato é ou não adequado para exibição em salas de cinema, tamanha a anunciada falta de pretensão e o caráter intimista da proposta. A seu favor, conta o interesse de uma enorme parcela do público por tudo o que diz respeito a Bethânia, uma platéia que certamente terá grande prazer em compartilhar do bate-papo informal, da cozinha, gestos, olhares e silêncios da família Velloso.












PEDRINHA DE ARUANDA
1. Pedrinha Miudinha (domínio público)
2. Gita (Raul Seixas/Paulo Coelho)
3. Parabéns pra Você (domínio público)
4. Pai Nosso (domínio público)
5. Maria Matter Gratiae (domínio público)
6. Ofertório (Caetano Veloso)
7. Motriz (Caetano Veloso)
8. Meu Romance (Jota Cascata)
9. Chuá Chuá (Ary Pavão/Pedro de Sá Pereira)
10. Oração de Mãe Menininha (Dorival Caymmi)
11. Felicidade (Lupicínio Rodrigues)
12. Foguete (Roque Ferreira/Jota Velloso)
13. Exemplo (Lupicínio Rodrigues)
14. Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira)
15. Lua Bonita (Zé Martins/Zé do Norte)
16. Gente Humilde (Garoto/Vinicius de Moraes/Chico Buarque)

Textos
1. Noturno IV (Mario Quintana)
2. O Tejo É Mais Belo (Alberto Caeiro)
3. As Ruazinhas (Mario Quintana)
4. Ultimatum (Álvaro de Campos) 


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