viernes, 13 de noviembre de 2015

2000 - BRASIL 500 ANOS - Londres





Em 2000, para a celebracão dos 500 anos do “Descobrimento do Brasil”, um extenso programa foi promovido pela Embaixada  Brasileira em Londres, no centro cultural Barbican e no Royal Albert Hall.



 
 
  





6/06/2000
Londres anuncia 'chegada brasileira' e Caetano Veloso

RICARDO GRINBAUM
da Folha de S. Paulo, em Londres

"Os brasileiros estão chegando", anunciou o jornal britânico "The Independent". Em reportagem de meia página, o crítico Phil Johnson descreve Caetano Veloso como um forte símbolo do sucesso brasileiro no exterior e apresenta os principais artistas brasileiros que participarão do Festival 500 Anos, em Londres.

O show de Caetano Veloso, programado para ontem à noite e hoje na casa de espetáculos Barbican, abre a programação do festival, que inclui ainda apresentações de vários músicos, como Hermeto Pascoal e João Gilberto, os grupos de dança Corpo e Deborah Colker, filmes, peças e debates sobre temas brasileiros.

Na reportagem, o crítico do "The Independent" tece muitos elogios a Caetano Veloso e a outros artistas brasileiros. "Em Paris, em Roma e especialmente em Nova York (onde Lou Reed, Laurie Anderson, David Byrne e Arto Lindsay estão entre seus amigos e colegas), ele é reverenciado como a figura-chave no que é visto como o corrente renascimento cultural brasileiro", escreve Johnson.

Outras publicações também deram destaque à variada programação do Festival 500 Anos. A revista "Time Out", o principal guia de entretenimento e comportamento dos londrinos, deu uma capa em meados de maio para as atrações brasileiras.
A revista trouxe uma foto da modelo Gisele Bündchen na capa e várias reportagens sobre artistas brasileiros distribuídas por 11 páginas.

"O poderoso chefão da tropicália ainda faz música sublime depois de mais de 30 anos", diz o texto assinado por John Lewis. A "Time Out" anuncia um "renascimento do cinema brasileiro" e mostra como os músicos do estilo "dance" estão criando um "ritmo fascinante" em São Paulo.

A revista trouxe ainda uma lista dos brasileiros que fazem sucesso em Londres, incluindo estilistas, artistas plásticos e fotógrafos. Além disso, a revista deu dicas de onde encontrar discos brasileiros, como praticar capoeira e deu a lista das principais atrações culturais do Festival 500 Anos.

Organizado pela embaixada brasileira no Reino Unido, o festival inclui desde apresentações dos músicos eruditos Arnaldo Cohen e Nelson Freire a shows de música popular de artistas como Chico César, Daniela Mercury e Lenine.

O grupo mineiro Galpão vai apresentar "Romeu e Julieta" no The Globe, a réplica do teatro onde William Shakespeare encenava suas peças.

Antônio Nóbrega mostrará seu espetáculo "Figural", e o grupo Corpo apresentará as coreografias "Parabelo" e "Benguelê", numa extensa programação que vai até novembro.




Misturando os diversos estilos da MPB à música cosmopolita, artistas radicados em Londres buscam o reconhecimento
Nana Vaz de Castro

08/06/2000
 
LONDRES — Esqueça as "noites brasileiras" nos clubes, com muita lambada, salsa, pagode, caipirinha e boquinha da garrafa. Há uma turma fazendo música brasileira na Inglaterra com propostas muito diferentes. Inspirados na MPB e no samba-jazz dos anos 60 e 70 que faz tanto sucesso nas pistas de dança européias desde o início dos anos 90, músicos radicados em Londres procuram mesclar todas as influências que a capital mais cosmopolita da Europa oferece.

Não chega a ser uma "invasão brasileira", mas até mesmo a revista Time Out — o semanário mais popular de Londres, que traz toda a programação cultural da cidade — já se rendeu, e fez em maio uma edição especial sobre os 500 anos do descobrimento do Brasil, descrito como "the coolest South American country". Além de trazer Gisele Bündchen na capa (e uma entrevista com a supermodelo gaúcha), a revista oferece reportagens sobre Caetano Veloso, Tropicália, drum’n’bass brasileiro e o festival Brasil:Brazil, ainda em comemoração dos 500 anos, que promoverá em junho e julho shows de Caetano, Hermeto Pascoal, Lenine, Daniela Mercury e outros. Para completar, a "versão brasileira" da Time Out, a revista Leros, comemora nove anos de existência com edições generosas e recheadas de anúncios, um avanço considerável para uma publicação que começou como um despretensioso folheto.

Trinta anos depois do exílio tropicalista que gerou London London, uma nova geração de músicos procura fazer seu próprio caminho às margens do rio Tâmisa. Pegue-se por exemplo o grupo Auwê (que no idioma ianomâmi significa, ao mesmo tempo, alegria e saúde), formado pelos brasileiros Mauro Berman (baixo), Gabriela Geluda (voz), Luiz de Almeida (violão/guitarra) e pelo inglês Mark Stewart (teclados). Trazendo experiências musicais bastante diversas (Gabriela já cantou ópera na Alemanha; Stewart já tocou com Madonna), o quarteto prepara seu primeiro disco, a ser lançado no Brasil e na Europa, com composições próprias, cantadas em português, que misturam música indiana, rock e bossa nova.

"O interessante", afirma Berman, "é que quando a gente sai do Brasil começa a ouvir uma porção de coisas brasileiras que antes só sabíamos que existiam, mas nas quais nunca prestávamos atenção". Coisas como Joyce, que gravou recentemente o disco Hard Bossa, fácil de encontrar em qualquer loja de Londres, e Marcos Valle, com quem Berman toca em turnês européias. "Na Dinamarca tocamos para 90 mil pessoas, o que é difícil de imaginar no Brasil", diz o baixista, de 29 anos.

A mistura samba-tabla do Auwê parece agradar, e o grupo vai abrir os shows de Caetano Veloso nos dias 15 e 16 no Barbican Centre, inaugurando o Brasil:Brazil. Com o disco em fase de mixagem, a banda pretende terminar o trabalho e ir ao Brasil ainda este ano vender o projeto para alguma gravadora. Segundo a vocalista Gabriela, 27 anos, quase 5 de Londres, o objetivo é mostrar o trabalho o mais finalizado possível, e por isso as etapas da produção estão sendo feitas com calma, sem afobação. "Já temos algumas propostas interessantes no Brasil", garante Gabriela
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theguardian

Vacuum-packed salsa

Those banished from their country often become its voice. So with the 58-year-old Brazilian singer-songwriter, Caetano Veloso. He was imprisoned in the late 60s for writing songs that expressed the counter-cultural spirit of the time, then spent a couple of years in exile in London before returning to a more politically relaxed Brazil. He has since become the bulwark of Brazilian music and culture, reflecting its past and working with new artists.

An audience of enthusiastic expatriates and a smattering of Brits filled the Barbican for his show, which opened the Brasil: Brazil 500 festival. Caetano, in a stylish suit, swinging his acoustic guitar, walked on stage with elegant poise and an inviting smile. He looked 28 not 58, and supported this illusion with an energetic performance of full-on percussive pieces, glittering electric pop, samba, bossa nova and soft acoustic solos. His band - "They are so talented and so sexy," he smiled - were so tight, the sound was almost vacuum-packed.

Among the songs from his latest releases, Livro and the live recording Prenda Minha, were some wonderful interpretations of Brazilian classics. The band segued from a yearning performance of Jorge Ben's Jorge da Capadocia into the traditional Prenda Minha, where Caetano's falsetto warble twisted into Jobim's Meditacao.

Terra, Caetano's own ballad of exile and love, saw the audience provide a spontaneous backing vocal, which he applauded. He then turned his mesmeric voice to London London, another song of exile, but written in English when he was here in 1970. Its chorus - "while my eyes go looking for flying saucers in the skies" - is glaring. He's a great lyricist, but something got lost in translation there.

Throughout, Caetano held his audience with his eyes, smiles and theatrical gestures; in return, they greedily demanded encore after encore and danced in the aisles. Above it all his distinctive voice shone through clear, pure, poetic. A voice of freedom.


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