martes, 22 de septiembre de 2015

2015 - GABINETE DE LEITURA GUILHERME ARAÚJO


Gabinete de Leitura Guilherme Araújo - Rua Redentor 157 - Ipanema


Guilherme Araújo (RJ, 6/9/1936 - RJ, 21/3/2007) - Foto: Thereza Eugenia



O GLOBO
Casa que foi de Guilherme Araújo vira centro cultural, cumprindo desejo do co-criador do tropicalismo
Espaço em Ipanema vai abrigar exposições, lançamentos e cursos


por Emiliano Urbim
13/09/2015



LAR DA CULTURA. Fachada do Gabinete de Leitura Guilherme Araújo, na rua Redentor - Ana Branco / Agência O Globo



Na próxima terça-feira, 19h, o Rio ganha mais um centro cultural, o Gabinete de
Leitura Guilherme Araújo. Mas não espere a biblioteca silenciosa que o nome
sugere: o espaço será dedicado a exposições, lançamentos (de CDs, DVDs, livros), cursos e outras atividades.

O nome do local foi exigência extravagante do próprio Guilherme (1936-2007), co-criador da Tropicália e um um dos reis da noite carioca. Ele explicava, com uma expressão que era sua marca pessoal: “Meu querido, chamar de ‘gabinete de leitura’ é mais chique.”


A instituição fica no endereço onde ele viveu seus últimos 30 anos, uma casa na Rua Redentor 157, em Ipanema. Em 2001, Guilherme doou o imóvel para o Estado do Rio para que, após sua morte, fosse dedicado à cultura.


— Devido a questões burocráticas, o projeto foi várias vezes anunciado e adiado. Também foram necessárias muitas reformas. Mas agora vai — diz Gilda Mattoso, jornalista e presidente da associação que administra o imóvel.

O evento de estreia é também uma homenagem ao antigo morador: uma exposição de Thereza Eugênia, fotógrafa oficial de Guilherme desde os anos 1970. Nas imagens, ele aparece ao lado de ícones da MPB e de Hollywood, socialites e travestis. Eram todos “seus queridos”.


— O Guilherme conhecia todo mundo, circulava em todos os meios e botava todos na mesma festa — diz Thereza, enquanto mostra os vídeos que fez a partir da sua coleção de fotos.


Ainda que não gostasse de ser lembrado disso, Guilherme nasceu no Engenho de Dentro, na Zona Norte. Só completou o ensino médio, o que não o impediu de aprender inglês, italiano, francês e de se destacar como produtor da TV Tupi carioca. Após passar pela gravadora Elenco, virou empresário musical.


Uma das primeiras clientes foi Maria Bethânia, que ele classificava de “internacional” — outro bordão. A partir da baiana, chegou a Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria da Graça que, por sugestão sua, virou Gal Costa. Como escreve Carlos Calado no livro “Tropicália”, Guilherme “dava palpites no repertório, no roteiro dos shows, ou até mesmo no visual dos seus artistas”.



AMIGOS. Guilherme Araújo e Caetano Veloso - Thereza Eugênia / Divulgação



Caetano confirma sua influência.

— Não posso nem imaginar o tropicalismo sem Guilherme Araújo. Era um homem de inteligência original e visão não-provinciana. Eu o adorava — diz ele, que apresentou “Alegria, alegria” na TV em 1967 com terno colorido escolhido pelo empresário.

Gil, que teve o exílio com Caetano em Londres “organizado” por Guilherme, exclama por e-mail:

— Tenho certeza de que, se não fosse a presença e as ideias dele, minha carreira teria tido outro destino!!!

Gal Costa fala sobre o cara que dizia “Divino, maravilhoso”, um de seus primeiros hits:

— Além de empresário, tinha uma visão artística incrível. Tinha grande afeição por ele. Era um bom amigo.

Guilherme também trabalhou com Raul Seixas, Ney Matogrosso e Luiz Melodia. 

A escritora inglesa Jill Drower, amiga de vários artistas brasileiros, conheceu o empresário durante o exílio em Londres e admirava sua visão:
— Eu sempre o chamei de Brian Epstein brasileiro — ela diz, fazendo referência ao empresário dos Beatles. — Ele tinha a habilidade para antever o que iria capturar a imaginação do público.

No final dos anos 70, usou todo o seu prestígio e agenda para reviver os grandes bailes de carnaval, parando a cidade com festas como Sugar Loaf Carnival Ball, Gala Gay e Jeca Chic.

— Guilherme deixava a imprensa entrar, mas para ficar um minuto e ir embora. Assim, as celebridades se soltavam — diz Thereza, que lembra outro detalhe. — Tinha muito penetra, claro. Mas ele dizia: “O bicão que faz a festa.”

A chegada dos camarotes do Sambódromo esvaziou os bailes, e Guilherme passou a ser mais caseiro. A diabetes dificultou sua memória e locomoção (ainda que não tenha modificado seu cardápio). Morreu em 2007, aos 70 anos.

Para a secretária estadual da Cultura, Eva Doris Rosental, é fundamental preservar a memória de Guilherme:

— Ele faz parte de uma cultura carioca muito própria, que vem desaparecendo. É muito importante que esta casa, que recebeu tantos artistas, seja entregue ao público, como era o desejo dele, recuperada.





14/9/2015 
ANNA RAMALHO
Recuerdos de Guilhermujo na inauguração do Gabinete de Leitura
 
1989 - Caetano, Marina Schiano, Marisa Berenson e Guilherme Araújo


Amanhã, durante a inauguração do Gabinete de Leitura Guilherme Araujo – assunto que contei em primeira mão na minha Crônica da Semana – os convidados vão ganhar esta foto em forma de cartão postal. Nela, Guilherme está como sempre gostou de estar, cercado por gente que dava o que falar, todos seus “queridos: Caetano Veloso, Marina Schiano – representante de Saint Laurent em Nova York, foi ela quem apresentou Caetano a Mick Jagger e Richard Gere, assíduos frequentadores do apartamento que a bela tinha em Park Avenue – a bela Marisa Berenson e nosso herói, de terno branco, chapéu Panamá e óculos fashion, tudo o que ele mais amava. A foto é de 1989.


O coquetel de inauguração, amanhã (15/9), com direito a exposição de fotos de Thereza Eugênia, terá como hosts Gilda Mattoso e Marcos Vinicius, um trio de amigos do peito de Guilherme. É evento que promete reviver, na Rua Redentor, em Ipanema, todo o charme e o agito que ele sempre promoveu à sua volta enquanto viveu.











O Globo
16/9/2015

Dedicado à cultura brasileira, Gabinete de Leitura Guilherme Araújo é aberto em Ipanema

Exposição de fotos do empresário, morto em 2007, inaugura espaço, que deve receber saraus e lançamentos de livros e discos.


Por Leonardo Lichote

15/9/2015 - Caetano imita pose de foto da exposição de Thereza Eugenia, que abriu o espaço Fernando Lemos / Agência O Globo








RIO — Uma coleção de espelhos e cartazes de bailes que marcaram a história da cidade (como o Gala Gay), fotos com Gal Costa, Rod Stewart e até o Papa João Paulo II, esculturas de pênis de diferentes tamanhos... Inaugurado na terça-feira, o Gabinete de Leitura Guilherme Araújo carrega em suas paredes o espírito festeiro, a importância como produtor cultural e a irreverência do personagem, fundamental para a criação da Tropicália, e um dos reis da noite carioca. O imóvel de Ipanema, doado por Guilherme em 2001 (ele morreu em 2007) ao Estado do Rio para que fosse dedicado à cultura, foi, enfim, inaugurado. As presenças de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Antonio Cicero reafirmaram o papel do empresário na cultura carioca e brasileira.

— Guilherme foi importantíssimo. Mais que um empresário, ele foi um dos criadores daquela coisa toda da Tropicália — definiu Caetano.

Gilda Mattoso, que com seu sócio Marcus Vinícius dos Santos dirige a casa (onde Araújo morou por 30 anos), reforça:

— É fundamental reverenciar a memória de uma pessoa como ele, cheia de ideias, multitalentosa, nada careta. Porque é um tipo em extinção, não conheço ninguém assim hoje. Ele inventou o Morro da Urca como um lugar de festas, e foi o primeiro a levar as escolas de samba para as festas grã-finas, quando comemorou seus 50 anos no Copacabana Palace.

A inauguração do espaço foi marcada pela abertura da exposição de fotos de Araújo feitas por Thereza Eugenia. Entre 1972 e 2007, ela o acompanhou em suas festas e produções — como o show “Fantasia”, de Gal.

— Eu era a máquina de selfie dele — brinca Thereza, que observava as fotos e puxava memórias. — Ele adorava ser fotografado. Adoro essa em que ele aparece no baile Sugar Loaf Carnival Ball, em meio a estrelas cenográficas. Captei bem quem ele era. Outra que adoro é essa na qual Erasmo Carlos mascarado finge dar um beijo em sua boca.

A ideia é que o espaço (localizado na Rua Redentor, 157) abrigue saraus, lançamentos de livros e discos, além de um café na antiga garagem da casa e um espaço de leitura, como sugere o nome bem-humorado dado pelo próprio Araújo (“Gabinete de Leitura é chique”).



Exposição Thereza Eugênia
 
Gilda Mattoso, Caetano Veloso e Marcus Vinicius


Gilberto Gil e Caetano Veloso

Dedé Gadelha

Caetano e Flora Gil

Edy Star, Caetano e Rogéria

Dedé Gadelha, Caetano e Rogéria

Thereza Eugênia e Caetano



Caetano e Jorge Salomão





Caetano e Gil descobrindo o Busto de Guilherme Araújo















O FLUMINENSE













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Fotos: Thereza Eugênia






Festa - Baile no Arraial do Pão de Açúcar





















FOLHA DE S.PAULO
Ilustrada

Segunda-feira, 28 de junho de 1982






26/6/1982 - A ex-miss Brasil Marta Rocha, Caetano Veloso, Helô Amado e Guilherme Araújo no primeiro baile de São João no Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro (RJ) 
Foto: Manoel Pires/Folhapress




26/6/1982 - Dedé Veloso à caipira: blusa branca e saia preta, armada, com bandeirinhas coloridas espalhadas aqui e ali










Guilherme Araújo e Caetano Veloso



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16/7/2015 - O GLOBO






23/11/2016



O baú de memórias do ‘Anjo do Bem, Gênio do Mal’

 

Publicado por: Equipe Anna Ramalho

Data:18 novembro 2016

 

Empresário, produtor e editor musical de incontáveis estrelas da cena musical brasileira – como João Gilberto, Gilberto Gil, Marina Lima, Lulu Santos e Fafá de Belém, Paulinho Lima -, Paulinho Lima lança na próxima quarta-feira, dia 23, às 18h, a autobiografía Anjo do Bem, Gênio do Mal, no Gabinete de Leitura Guilherme Araújo, em Ipanema. 

Ele abre seu baú de memórias e revela deliciosas histórias de bastidores, como a que presenciou com as cantoras Gal Costa, com quem trabalhava, e Linda Batista nos estúdios da extinta TV Tupi, na Urca. 

Paulinho acompanhava Gal, que fora convidada por Oduvaldo Vianna Filho para um programa de variedades. As duas deveriam responder as mesmas perguntas sobre temas aleatórios. A proposta era mostrar as diferenças entre as duas gerações. Assim que entraram no estúdio, havia um contraste no comportamento das cantoras: enquanto Gal estava calma e doce, Linda demonstrava um ar mais agressivo. As duas divergiram sobre quase tudo e ao responder sobre elegância, Linda provocou a baiana. Disse que ser elegante era vestir roupas que combinassem com a hora do dia e, principalmente, não usar tamancos, exatamente o que Gal estava usando. A provocação foi tão hostil que Gal respondeu com uma sonora gargalhada e deixou Linda sem reação.



Na foto de arquivo em destaque, uma das que ilustram a autobiografia, 

Hélio Oiticica, Paulinho Lima e Gal Costa.







Foto: Altamiro Santos. Projeto gráfico de Caroline Santos





28/4/1971













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