sábado, 10 de diciembre de 2011

1991 - SAMBA PARA AMÉLIA



“... Amélia, ‘Boêmio’...” 


[Caetano Veloso, Pra ninguém, 1997]



“… Eu a ouvi pela primeira vez num show de Paulinho da Viola. Ela fazia coro e, em meio ao espetáculo, Paulinho a convidava para cantar sozinha uma canção. Fiquei impressionado com a aparição da alma do samba assim exposta numa precisão musical de cantor jazzístico. Era como se o espírito de Dona Ivone Lara estivesse no domínio do aparelho de cantar de uma Elis Regina….” 


[Caetano Veloso, O Globo, 18/9/2011]





































A Amélia Rabello, citada en Pra ninguém, Caetano dedicó Samba para Amélia; ambas forman parte de un álbum editado en Japón.


BOÊMIO [Depois dos Arcos II]
Música: Afonso Machado y Luis Moura
Letra: Paulo César Pinheiro

Eu gosto mesmo é de sair e andar
Andar a esmo pra nenhum lugar
Ver as meninas por prazer de olhar
De um canto de esquina ou de um balcão de bar

Sempre me esbarro com mais um xará
Filo um cigarro e volto a caminhar
E na fumaça que some no ar
Deixo a imaginação voar

Eu gosto da ronda da noite que tem luar
No subúrbio distante ou na beira do mar
O vai e vem dos amantes num hotel vulgar
Os vitrôs de um bazar

Na paz do silêncio da noite é tão bom pensar
E eu também gosto de assoviar
Uma canção p'rum coração
Que vive de ilusão sonhar

Eu gosto muito é de poder prosar
Qualquer assunto que alguém puxar
Um breve encontro por aí, sei lá
No ponto dos músicos ou no bilhar

Sangue boêmio eu sinto em mim pulsar
Acho que é um prêmio seu eu souber levar
Torço pra noite de lua chegar
Pois sinto a rua me chamar

Eu gosto do que já faz parte, já
O pregão do jornal, o cordel popular
Os malandros, os bêbados, o "trotoir"
Vida de "Deus dará"

Também faço parte da noite e quando eu passar
Se quiserem eu posso cantar
Uma canção p'rum coração
Que vive de ilusão chorar





1993 – AMÉLIA RABELLO
Álbum “Saravá Brasil”
Tartaruga/Omagatoki CD SC-3129, Track 5. [Japón]




Saci CD, Track 5. [1994, Brasil]



SAMBA PARA AMÉLIA
Música e letra: Caetano Veloso
© Natasha Edições

Chega como a luz do dia
Inundando o coração
Velha e sempre nova melodia
Do samba da vida vida
É samba da canção

Brota como água da fonte
Abre-se como uma flor
Linha do horizonte
Ponte entre Deus e o cantor
Tomara que chegue o amor

Chora cavaquinho dentro
Da voz que pra fora traz
Tudo  que já foi hora de dor de nunca mais
E agora é samba, é jogo fogo e paz

Chega como a luz do dia
Enche o mundo de esplendor
Velha e sempre nova melodia forma e cor
Tomara que chegue o amor










 
 

















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