viernes, 26 de agosto de 2011

1966 - BEIRA-MAR


Es la primera composición de Caetano con Gilberto Gil y fue compuesta en 1965.











Inscripta en el I Festival Internacional de la Canción Popular de Rio e interpretada por Maria Bethânia en la segunda ronda eliminatoria el día 23 de octubre de 1966, quedó fuera de la clasificación.

Solamente grabada por Gilberto Gil.



Texto da capa do LP Louvação:

    Penso que o canto de Gilberto Gil situa-se no centro da única discussão verdadeira sobre a música brasileira no nosso tempo: uma extraordinária musicalidade que se perde entre as emoções da cidade e do sertão, do depuramento das tradições e a vulgaridade total - essa musicalidade que tenta reencontrar-se além de tudo isso - e que é a mais vigorosa exigência de que se coloquem em outro nível as relações de nossa música com a realidade.
    Conheço de muito tempo o agrado com que se pode ouvir o que Gilberto Gil faz em música e sei que isso nasce da espontaneidade com que ele escolhe as notas, da intimidade bruta com que se aproxima das formas musicais. Mas prefiro descobrir e ressaltar que a verdade mais profunda da beleza do seu trabalho está no risco que corre de descobrir uma beleza maior: a capacidade de criar uma obra íntegra, assumindo o Brasil inteiro.

[Caetano Veloso]




Foto: Paulo Lorgus



Maria Bethânia, 23/10/1966, Jornal do Brasil










BEIRA-MAR
Música: Gilberto Gil
Letra: Caetano Veloso
© 1965 Musiclave Editora Musical Ltda.

Na terra em que o mar não bate
Não bate o meu coração
O mar onde o céu flutua
Onde morre o sol e a lua
E acaba o caminho do chão

Nasci numa onda verde
Na espuma me batizei
Vim trazido numa rede
Na areia me enterrarei
Na areia me enterrarei

Ou então nasci na palma
Palha da palma no chão
Tenho a alma de água clara
Meu braço espalhado em praia
Meu braço espalhado em praia
E o mar na palma da mão

No cais, na beira do cais
Senti o meu primeiro amor
E no cais que era só cais
Somente mar ao redor
Somente mar ao redor

Mas o mar não é todo mar
Mar que em todo mundo exista
Ou melhor, é o mar do mundo
De um certo ponto de vista
De onde só se avista o mar
E a Ilha de Itaparica

A Bahia é que é o cais
A praia a beira a espuma
E a Bahia só tem uma
Costa clara litoral
Costa clara litoral

É por isso que é o azul
Cor de minha devoção
Não qualquer azul azul
De cualquer céu qualquer dia
O azul de qualquer poesia

De samba tirado em vão
É o azul que a gente fita
No azul do mar da Bahia
É a cor que lá principia
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração
E que habita em meu coração







Fue la primera y última participación de Maria Bethânia en un Festival competitivo, a la cual ella se refirió en entrevista para el semanario O Pasquim [nº 11, 5-12 de setiembre de 1969, pág. 10.]



1969
O PASQUIM
Rio, 5 a 12 de setembro – n° 11

". . .
Sérgio Cabral – Porque você não participa dos festivais?
Maria Betânia Eu só participei de um, que foi o I Festival Internacional da Canção (FIC), e não suportei. Me irritou porque cantei uma música linda, chamada Beira-Mar, do Caetano e do Gil, uma música muito bonita, não fui vaiada nem nada, fui até aplaudida, naquele tempo não havia vaia, todo mundo adorou, Eliana Pitman era júri...

Tarso de Castro – Essa é uma crítica construtiva ou destrutiva?
Maria Betânia
Construtiva pro festival, pra ter mais cuidado. Quando terminou o show, minha música foi desclassificada, estava indo embora assim meio "relax", o Ronaldo Bôscoli, que comandava o festival e na época era meu inimigo...

Tarso de Castro – E hoje o que ele é seu?
Maria Betânia
Ah, é meu amigo íntimo, de cama e mesa. Mas o Ronaldo virou-se para o grupo que estava comigo e comentou: desta vez os baianos entraram bem. Disse aquilo com um certo ódio, aquilo me irritou. Sabe o que o júri falou com o Gil e o Caetano? Que a música realmente era linda, podia ganhar. Que eles todos votaram, deram dez de cara, foi muito defendida, o arranjo do Luizinho Eça era maravilhoso, mas tinha uma coisa que eles não gostaram: a letra dizia que não havia um mar mais bonito que o da Bahia, mais azul do que o da Bahia. Então, eles disseram pra mim, pro Caetano o seguinte: vocês conhecem Cabo Frio, como é que vocês falam isso? Então, eu fiquei naquela: como é?

Sérgio Cabral – Mas quem foi que disse isto?
Maria Betânia
Foi o Menescal. Dando risada, assim muito charmoso, mas ele falou a verdade, não deu nota por causa disso.

Sérgio Cabral – E você nunca mais quis participar de festival por causa disso?
Maria Betânia
E depois foram acontecendo aquelas vaias, aquela falta de respeito, eu acho uma coisa terrível. Eu não posso entender um Roberto Carlos maravilhoso, um cantor excelente como ele é, um cara tão bacana, tão querido por todo o Brasil, de repente ser vaiado.
. . ."





 

1967
Revista O Samba
Suplemento PARADA de SUCESSOS
Ano XI – N° 60
CAETANO VELOSO







 
1967 - GILBERTO GIL
6283 8342 / 3:55
Álbum "Louvação"
Philips LP R 765.005 L, A-2.
CD 824 681-2, Track 2.









1994 - GILBERTO GIL
6516 6353 / 4:55
Álbum "Gilberto Gil Unplugged/Acústico"
Gravado Ao Vivo no Estúdio Frame (SP) no dia 18 de janeiro de 1994.
Warner Music LP 995323-1, Track A-4. | CD M995323-2, Track 8. | VHS | WEA DVD 857380935-2, Track 5. (2001).



1997 - GILBERTO GIL
6516 6353 /
Documentário “Tempo Rei”
Direção: Andrucha Waddington/Lula Buarque de Hollanda
Conspiração Filmes/Warner Music Vision VHS 063018632-3, nº 9.


 
2010 - GILBERTO GIL
Voz y guitarra. Demo de 1966 para Arlequim.
Álbum “Retirante”
Discobertas 2 CD’s 7892141640879, CD2, Track 8.











 
 
 
 




 
 
 




 
 







 

 






1971
Revista DISCO MÚSICA & MODA
ANO I
NÚMERO 2
15 de fevereiro de 1971
PORTUGAL













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